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sábado, 15 de agosto de 2015

RESENHA CINEMA: Missão: Impossível - Nação Secreta (Mission: Impossible - Rogue Nation, 2015)

 

mission-impossible-5-posterMISSÃO: IMPOSSÍVEL – NAÇÃO SECRETA (Mission: Impossible – Rogue Nation, 2015)

Direção: Christopher McQuarrie

Roteiro: Christopher McQuarrie, Drew Pearce

Elenco: Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner, Ving Rhames, Rebecca Fergunson, Sean Harris, Alec Baldwin

Em 1966 o produtor Bruce Geller criou a série de TV "Missão: Impossível", onde os agentes Barney Collier (Greg Morris (1933-1996)), Willy Armitage (Peter Lupus), Daniel Briggs (Steven Hill) e James Phelps (Peter Graves (1926-2010)) selecionavam especialistas em determinadas áreas para enfrentar grupos criminosos, redes terroristas, fanáticos religiosos, cartéis e ditadores. A primeira fase da série durou sete temporadas, trazendo atores conhecidos como Martin Landau, San Elliott e – “Vida Longa e Próspera” – Leonard Nimoy (1931-2015). Em 1969, a série ganhou um filme para a TV, intitulado “Mission Impossible Contra a Máfia”, trazendo o elenco original junto a outros personagens corriqueiros da série. A primeira fase de “Missão: Impossível” foi encerrada em 1973, mas em 1988 teve uma segunda fase, que trazia Phelps encabeçando um novo grupo de agentes, como Nicholas Black (Thaao Penghlis), Max Harte (Anthony Hamilton (1952-1995)) e Grant Collier (Phil Norris). Essa temporada se encerrou após 35 episódios em 1990. Somente seis anos depois ela retornaria, mas dessa vez nos cinemas.

Em 1996, a Paramount Pictures iniciava a franquia “Missão: Impossível”, encabeçada por Tom Cruise, que interpreta o agente da MIF (Mission: Impossible Force) Ethan Hunt. Nessa nova fase, Phelps é interpretado pelo ator Jon Voight (A Lenda do Tesouro Perdido) e ele tem uma filha, Claire Phelps, interpretada pela atriz francesa Emmanuelle Béart (D’Artagnan et lês trois mousquetaires). Phelps trai a MIF, desacredita Hunt e termina perseguido por ele, que busca sua inocência, em sequências de tirar o fôlego. Uma delas fica por conta da perseguição dentro do Eurotúnel.

Depois a Paramount deu sequência à franquia, graças ao sucesso do primeiro. Em 2000 lançou Missão: Impossível 2, que apesar de ter dado uma excelente bilheteria, não agradou aos fãs do gênero. Em 2006 foi lançado Missão: Impossível 3, que já não rendeu tanto nas bilheterias, mas agradou os fãs. Em 2011, tentando mudar um pouco o time de ação, colocando Jeremy Renner, que interpreta o agente William Brandt, no lugar de Ving Rhames (que vinha acompanhando Cruise desde o primeiro filme, interpretando o personagem Luther Stickell) e dando mais destaque ao personagem Benji Dunn, interpretado pelo ator inglês Simon Pegg, chegou aos cinemas “Missão: Impossível – Protocolo Fantasma”, que dessa vez acertou na fórmula, se saindo bem nas bilheterias e nas críticas, o que ocasionou “Missão: Impossível – Nação Secreta” que estreou na quinta-feira (13/08) nos cinemas brasileiros.mission-impossible

“Missão: Impossível – Nação Secreta” vem com muita semelhança ao seu antecessor. A MIF está para ser desmantelada, enquanto Hunt investiga sobre o “Sindicato”, uma organização criminosa que contrata agentes de várias nações diferentes.

A primeira menção à organização foi na clássica série dos anos de 1960, quando sequestram a filha do agente Briggs. O Sindicato era corriqueira na série, sempre aparecendo para encarar o MIF, mas nunca fora mencionada nos filmes, o que causa surpresa, pois quando Benji Dunn a menciona, é como se fosse a grande culpada por tudo que acontece com Hunt, o que te faz pensar que ela pode ser a grande responsável pelos acontecimentos nos quatro filmes antecessores... seria interessante isso, mas não é bem assim que rola.mission-impossible-5-teaser-poster

Pensemos em todos os filmes da franquia “Missão: Impossível” até o momento, em todos os casos, e percebemos que cada um teve um evento em particular, não aparentando ter uma grande organização por trás. O que posso supor é que Benji se refira aos acontecimentos do filme, mas não são tantos acontecimentos assim a ponto de ser um grande problema, é algo até corriqueiro nos filmes: Hunt/MIF são desmoralizados, desacreditados e postos na inatividade. Hunt persegue a pessoa/grupo para desmantela-los e conseguir ser inocentado e voltar à ativa. Sim, o enredo é sempre muito semelhante, mas a forma como a ação é feita, todos os acontecimentos na história são as diferenças no filme, mas eu não consigo perder a sensação que os filmes da cinessérie são uma versão “007” estadunidense. Os gadgets, as mulheres fatais (não sei se alguém já usou o termo, mas seriam as “Hunt-girls”) e os carros possantes (Hunt tem uma variedade maior que Bond), sem contar a semelhança das abreviações MIF (Mission: Impossible Force) e MI6 (Military Intelligence – Sector 6), que podem não ter o mesmo significado, mas...

mission-impossible-rogue-nation-poster-tom-cruiseBem, tirando as semelhanças entre enredo e outra franquia, o elenco é único. Tom Cruise volta a reprisar seu personagem desde o primeiro filme e se mostra cada vez mais familiarizado com Ethan Hunt. É interessante que Cruise venha vivendo personagens repetidos (ele voltará para uma sequência de Jack Reacher, mas isso é outra história), mas convenhamos que a franquia “Missão: Impossível” é uma das mais lucrativas da história do cinema de ação. Nesse novo filme, sua intimidade com o personagem lhe permite novas coisas, como até ser engraçado. Mas nesse ponto Simon Pegg é excelência. Sem exagerar, sem passar do tom, Pegg como Benji Dunn é ótimo dando o tom cômico do filme, sem perder o andar da história. E esse tom, mesmo em toda a tensão e ação, faz parte do filme, pois até mesmo Jeremy Renner tem seus momentos no filme. Seu personagem William Brandt participa bem menos da ação, mas tem extrema importância na história. Ele demonstra o centralismo da história, sempre se dedicando a MIF, buscando ser o mais correto possível, mesmo que Hunt sempre o coloque em belas enrascadas, mas ele acredita no agente e por isso sempre o ajuda. Bem como o personagem de Ving Rhames, Luther Sitckwell. Como Hunt, está desde o primeiro filme, mesmo que somente tenha feito uma breve aparição em “Protocolo Fantasma”, a importância de Luther é grande pelo seu conhecimento de tecnologia. Ele e Benji trabalham em ótima harmonia, mesmo que tenham conhecimentos semelhantes. Também temos, do lado do bem, o personagem Alan Hunley, personagem de Alec Baldwin. Hunley é o chefe da CIA que acredita ser desnecessário o MIF e tenta desmantelá-la de qualquer forma, transferindo os agentes para a “Companhia”. Mesmo com uma importância e participação mais curta no filme, ele se mostra necessário e essencial para a trama.

missionimpossible-seanharrisJá no lado antagonista da história, temos o excelente Sean Harris. Já conhecia seu trabalho na série “Os Bórgia”, como Micheletto, guarda-costas e assassino profissional de César Bórgia, mas sua interpretação como Solomon Lane é fantástica. Ele parece um cão selvagem que somente para de atacar sua vítima quando a vê sucumbindo aos seus pés. Suas cenas são intensas igual seu personagem. Solomon supera até mesmo Owen Davian, interpretado pelo grandioso Philip Seymour Hoffman (1967-2014), pois seu olhar impassível o torna mais cruel ainda.

missionimpossible-ilsafaustE deixando por última a nossa Hunt-girl Rebecca Ferguson. Essa atriz britânica é mais conhecida por ter feito a personagem Ergenia em “Hércules” (2014), mas ela já fez papéis dramáticos em minisséries como “The White Queen” (2013) e “A Tenda Vermelha” (2014). Como a bela Ilsa Faust ela está de tirar o fôlego. Além de linda, é mortal. Suas cenas de ação são maravilhosas, sem dever nada a qualquer outra. Ela te enche os olhos em determinado momento, mas em outro ela te estrangula com uma chave de pernas.

A direção de Christopher McQuarrie dá a mão ao ritmo do filme. Não é como em “Jack Reacher”, onde cada detalhe era importante para o desenrolar, mas as cenas de ação em plano aberto ou fechado são bem trabalhadas, sem se confusas. Sua história, escrita com Drew Pearce segue as mesmas ideias de outras histórias da franquia, mas traz de volta o elemento que faltava que era o Sincidato. Mesmo com uma origem diferente do seriado, mostra-se de grande importância para o filme.

“Missão: Impossível – Nação Secreta” pode parecer mais do mesmo, pode parecer até repetitivo, sem contar que tem aqueles momentos que você se pergunta “como ele conseguiu isso?”, mas é um filme de ação, então não podemos esperar uma história com uma carga dramática e explicações plausíveis sobre determinados acontecimentos, mas sim podemos ter cenas de tirar o fôlego e deixa-lo preso a cadeira do cinema, do começo ao fim, sem tirar um minuto o olho da tela. Você fica com a sensação que se o fizer, perderá algo. A franquia levou o nome Missão: Impossível mais longe do que o criador da clássica série, Bruce Geller, poderia imaginar. Ela inovou e renovou – quase – tudo. Vale cada centavo ir ao cinema e ver o filme na tela grande.mi-banner-cruise

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