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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

RESENHA CINEMA: Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel, 2019)


ALITA: ANJO DE COMBATE (Alita: Battle Angel, 2019)

Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: James Cameron, Laeta Kalogridis
Elenco: Rosa Salazar, Christoph Waltz, Keean Johnson, Jennifer Connelly, Mahershala Ali, Ed Skrein, Jackie Earle Haley, Idara Victor

Dr. Dyson Ido (Christoph Waltz), constantemente, visita o Ferro Velho da Cidade de Ferro, abaixo da cidade flutuante Zalem, para encontrar peças para seus pacientes. Ele é um engenheiro cibernético, que faz restituições e substituições daqueles que perdem peças ou têm defeitos. Durante sua visita, ele encontra uma ciborgue que está ainda viva e a leva para casa. Após lhe dar um novo corpo e um novo nome, Alita (Rosa Salazar), a trata como uma filha.
Alita não recorda quem era ou o porque estava no Ferro Velho, mas ela descobre habilidades latentes em seu corpo como uma exímia guerreira e decide usá-las, mas o amor aparece neste meio tempo, quando ela se Vê apaixonada por Hugo (Keean Johnson), um jovem que tem o desejo de ir a Zalem e para isso ele fará qualquer serviço que Vector (Mahershala Ali) e a Dra. Chiren (Jennifer Connelly) pedirem a ele.
“Alita: Anjo de Combate” é um filme baseado na obra do artista Yukito Kishiro.
O enredo do filme segue as doze primeiras histórias de Battle Angel Alita. Então temos ali a descoberta de Alita, seu primeiro corpo cibernético – após ter sido encontrada –, suas batalhas, o corpo Berserk, sua paixão por Hugo – no mangá ele é chamado de Yugo –, a relação de Hugo com Vector, a relação de Alita com Ido, ou seja, a trama inicial das histórias. Mas, lógico, Cameron e Kalogridis introduzem outros elementos que surgem mais a frente no mangá e, também, dão seus próprios toques na trama. As relações humanas, algo que James Cameron adora explorar estão lá, principalmente a relação homem e máquina, que ele trabalhou tão arduamente em Exterminador do Futuro 2: O Dia do Julgamento.
Essa relação fica para o conceito de pai e filha, onde temos Alita e Ido, interpretados por Rosa Salazar e Christoph Waltz, e uma relação afetiva entre Alita e Hugo, este último interpretado pelo ator Keean Johnson. Mas também temo um passado do Dr. Ido sendo explorado, onde temos a participação da Dra. Chiren, interpretada pela atriz Jennifer Connelly.
Existem os antagonistas também, mas entrar em detalhes sobre eles seria entregar determinados pontos da trama que são importantes serem mantidos sem conhecimento.
Rosa Salazar nos entrega uma Alita única. Os olhos ampliados – algo que Cameron e Rodriguez desejaram manter dos mangás – nos dão mais emoções do que podemos pensar. A atriz tem uma beleza exótica, seus olhos são bem amendoados (Quem não lembra dela, assistam novamente os dois últimos filmes de Maze Runner), então ela se tornou perfeita para o papel. É lindo ver como ela consegue captar a inocência e ferocidade de Alita em sua interpretação. Ela te passa isso. Christoph Waltz é um ator fora de série. Seu Dyson Ido e paternal, mas ao mesmo tempo atencioso as necessidades de Alita, mesmo que ele não queira. Ele tem o próprio drama pessoal e percebemos isso no filme. Seus segredos, sua vida antes de Alita.
Daí você se pergunta, por que dar destaque para esses dois personagens? Porque eles são os personagens centrais da história. Lógico, Alita é a protagonista, mas seu coadjuvante, de longe, é Waltz. Todos terminam sendo secundários, mas com uma ótima atuação, sem comprometimentos. Mesmo Keean Johnson, em seu primeiro papel de grande importância, mostra competência.
Temos surpresas, que não podem ser ditas, mas são bem interessantes. E, lógico, como nos mangás, tem tudo para ter uma ótima sequência, mas, com certeza, dependerá da bilheteria do filme.
“Alita: Anjo de Combate” tem ação, conteúdo e respeito a obra original. Se metade dos trabalhos ocidentais tivessem o mesmo respeito que James Cameron, Laeta Kalogridis e Robert Rodriguez deram à Alita, teríamos tido adaptações únicas e que valeriam a pena serem elogiadas.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

RESENHA SÉRIES: The Orville (2017-)


THE ORVILLE (2017-)
Ed Mercer (Seth MacFarlane) é um membro da União Planetária que descobre que foi chifrado pela esposa, Kelly Grayson (Adrianne Palicki), e entra em um espiral que o atrapalha a se tornar capitão de sua própria nave. Mas o almirante Halsey (Victor Garber), reconhece que ele tem todo o merecimento para assumir como capitão da USS Orville (ECV-197). Aproveitando essa desejada promoção, ele pede que seu amigo, tenente Gordon Malloy (Scott Grimes), assuma a função de piloto, mesmo com uma ficha suja de pilotagens imprudentes.
Quando Mercer assume o comando da Orville, ele tem como membros de sua tripulação a Tenente-comandante Dra. Claire Finn (Penny Johnson Jerald), oficial mpedica-chefe da Orville, que tem credenciais impressionantes e é mãe solteira; Tenente-comandante Bortus (Peter Macon), um moclan, advindo de um planeta guerreiro Moclus, onde não existem mulheres, junto dele veio seu marido, Klyden. Bortus é o segundo oficial da Orville; a Tenente-comandante Alara Kitan (Halston Sage), uma habitante do planeta Xelaya que possui enorme força e é a chefe de segurança da Orville; o Tenente John LaMarr (J. Lee), um navegador chegado a tiradas que podem metê-lo em encrencas; e o Oficial de Ciência e Engenharia Isaac (Mark Jackson), ser robótico vindo do planeta Kaylon-1, que considera todas as formas de vida inferiores à ele, mas que deseja muito entende-las. Mas, inesperadamente, como primeira-oficial do Capitão Ed Mercer, chega sua ex-esposa, a comandante Kelly Grayson. Entre conflitos pessoais e dilemas que devem ser resolvidos da melhor forma possível, a tripulação da USS Orville parte em uma viagem exploratória pelos mais diversos planetas, encarando as mais diversas raças e tentando entender cada cultura.
Sinceramente, The Orville foi uma surpresa agravável. Eu comecei a assisti-la, sem expectativas. Descobri sem querer e não tinha lido nada ainda sobre a série, e fiquei impressionado. Depois procurei saber algumas coisas dessa série criada por Seth MacFarlane e descobri que alguns a mencionam como “Star Trek com toques de The Family Guy”, mas acredito que isso vai mais além.
É difícil fugir das comparações, pois percebe-se que MacFarlane busca fazer uma grande homenagem a criação de Gene Rodenberry, só que com um tom de graça. Sim, um tom.

The Orville poderia ser mais escrachado, mais abusado, mas não é. É uma série de ficção científica com tiradas humorísticas.
Para os que desconhecem, Seth MacFarlane é uma pessoa fascinada pelo espaço, tanto que é um dos produtores-executivos de “Cosmos”, apresentado por Neil deGrasse Tyson. Então, realizar The Orville é uma coisa que ele deve se orgulhar muito.
Ele tem como consultor da série – também um fascinado por ficção científica - Jon Favreau. E percebe-se que ambos fizeram um trabalho muito bom.
O que é o mais importante é o resgate que se faz com a série.
Quem assistiu a série clássica e a Nova Geração de Star Trek – Jornada nas Estrelas sabe que as séries têm em comum o uso da ponte de comando, restaurante, quartos dos membros centrais, ala médica, e outros ambientes das naves espaciais. Esse é o resgate feito por The Orville. Ok, eles têm as viagens para outros planetas e o conhecimento de outros povos e nações, mas o ambiente da nave é o ponto central de quase toda a série. Isso se torna maravilhoso.
Acreditem, eu adoro todo o transcorrer de Star Trek – tenho dificuldades com a série clássica, que considero extremamente morosa, mas sem ela não teríamos nada – até a série atual, passando pelos novos filmes, mas The Orville é uma série contagiante e fiel as raízes. Calma, ela não tenta retomar os efeitos especiais da década de 1960, mas sim o ambiente onde os personagens interagem. Nisso, Seth MacFarlane se saiu com primazia.
Os conflitos que citei acima – e que não me aprofundarei, para não dar spoilers – são outros dos pontos muito bem realizados pela série. São conflitos pessoais e sociais. Relações, religião, sexualidade, independência, entre outros assuntos são abordados durante a série.
Sinceramente, sem querer ofender nenhum trekker, mas acredito que o verdadeiro fã perceberá a homenagem e gostará de The Orville. E, parafraseando o nosso caríssimo Spock: “Vida Longa e Próspera” à série!

P.S.: Para quem não ligou o nome a pessoa, o nome da série e da nave é uma homenagem a Orville Wright, irmão de Wilbur Wright. Os irmãos Wright são considerados o pioneiro da aviação, por terem sido os primeiros a criarem a primeira máquina voadora de asa fixa, em 1903.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

RESENHA FILMES: Polar (2019)


POLAR (2019)

Direção: Jonas Åkerlund
Roteiro: Jayson Rothwell
Elenco: Mads Mikkelsen, Vanessa Hudgens, Katheryn Winnick, Fei Ren, Ruby O. Fee, Matt Lucas, Robert Maillet, Anthony Grant, Josh Cruddas, Lovina Yavari, Ayisha Issa, Richard Dreyfuss

Duncan Vizla (Mads Mikkelsen), também conhecido como Kaiser Negro, é um dos melhores assassinos profissionais do mundo. Sempre que Vivian (Katheryn Winnick) deseja um trabalho limpo e bem feito, chama Duncan para o serviço. Agora que está para se aposentar, o Kaiser Negro virou produto descartável, então o Sr. Blunt (Matt Lucas), coloca a cabeça dele a prêmio. E, no meio dessa perseguição, entra a jovem Camille (Vanessa Hudgens), uma moã com vários traumas no passado, que precisará ser salva por Duncan, enquanto ele faz o que sabe fazer melhor: matar!
Polar é um filme da Netflix baseado em uma coleção de graphic novels com o mesmo título, criada pelo espanhol Victor Santos. A série se iniciou como uma webcomic em janeiro de 2012. A série – que pode ser vista ainda no site www.polarcomic.com – não tinha falas, mas quando a Dark Horse Comics lançou em edições encadernadas, ela foi ampliada e ganhou falas. São três volumes, começando com “Polar: Came from the cold”, onde nos é apresentado o Kaiser Negro. Tem um clima de ficção noir, com traços bem estilizados e tons de preto, branco e cores quentes, como laranja e vermelho.
Lógico quando falamos de um filme existe uma extensão dessa história, uma criação roteirística que nos leva ao momento retratado dos quadrinhos. A história em si parece um apanhado de outros filmes e desenvolvidos novamente, se não fosse a forma como ele é feito. O diretor sueco Jonas Åkerlund não poupou crueza nas cenas de ação, tiros e crueldade pura e simples. A forma de retratar o filme, creio eu, tenta buscar a retratação dos quadrinhos em seus tons de cores quentes, principalmente com o vermelho-sangue. Vale pontuar, também, que devido ao tom pesado, o filme tem cores bem escuras e que climatizam bem o título.
Mads Mikkelsen está ótimo no papel. Ele não é um ator de muita expressão, mas que sabe atuar bem em filmes de ação, principalmente quando é necessário. Com exceção de sua participação coadjuvante em “Rogue One: Uma História de Star Wars”, é o típico filme onde Mikkelsen tem talento de sobra e sabe como usá-lo. E, vale lembrar que ele é o tipo de anti-herói que sai bem arregaçado de todas as suas lutas.
“Polar” não é um filme de mimimi, muita enrolação e pouca ação. Tem seus momentos de sobriedade, mas em sua maior parte e um filme de assassinatos e tiros. A crueldade já citada fica em momentos perceptíveis e claros. Mas, também devo citar, que não é um filme sem um enredo, onde a intenção é somente matar e atirar. Tem uma história de fundo que narra um pouco da trajetória do Kaiser Negro.
“Polar” é o típico filme para aqueles que gostam de muita ação, morte e adrenalina juntos. Recomendo.