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sábado, 29 de junho de 2019

RESENHA FILMES: Shaft (2019)


SHAFT (2019)

Direção: Tim Story
Roteiro: Kenya Barris, Alex Barnow
Elenco: Samuel L. Jackson, Jessie T. Usher, Richard Roundtree, Regina Hall, Alexandra Shipp, Method Man, Titus Welliver, Isaach De Bankolé, Avan Jogia, Luna Lauren Velez

Em 1989, John Shaft (Samuel L. Jackson) sofre um atentado a sua vida, causado por Pierro “Gordito” Carrera (Isaach De Bankolé). E seu carro estavam sua parceira, Maya Barbanikos (Regina Hall) e seu filho, ainda pequeno.
JJ Shaft (Jessie T. Usher) cresceu com a ausência do pai – que não esquecia seu aniversário, mas sempre mandava presentes... inadequados – e se tornou um programador do FBI. Além de sua mãe, JJ também podia contar com seus melhores amigos, Karim (Avan Jogia) – que o ajudou na infância – e Sasha (Alexandra Shipp) – por quem ele tem uma queda. Quando Karim aparece morto devido a uma overdose, ele e Sasha desconfiam, mas devido a inexperiência com casos de drogas e gangues do Harlem, em Nova York, JJ recorre ao seu pai para ajuda-lo, iniciando uma parceria inesperada. E, quando as coisas apertam, os dois recorrem ao Shaft original (Richard Roundtree) para encarar essa ameaça.
Em 2000, a Paramount Pictures lançou um remake de Shaft, estrelado por Samuel L. Jakcson. O filme teve uma bilheteria razoável (US$ 70.334.258, com classificação de 33ª melhor bilheteria, de acordo com o Box Office Mojo) e críticas elevadas (67% de acordo com o Rotten Tomatoes), mas o problemas foram as críticas contra – nunca vou entender isso, sinceramente e, por isso que digo que não crítico, pois eles são chato demais. O filme não era um reboot, pois trazia uma continuidade, com o atual Shaft – tipo – substituindo o antigo, que já estava velho. Era divertido, eletrizante e uma fantástica homenagem à Era Blaxploitation.
Blaxploitation era um termo usado na década de 1970 para filmes que surgiam tendo afro-americanos como os heróis das histórias. O movimento surgiu com o filme “Sweet Sweetback’s Badasssss Song”, de Melvin Van Peebles, que estreou em Nova York em 23 de abril de 1971. Com isso, vários outros surgem na sequência, entre eles o filme “Shaft”, de 02 de julho de 1971.
No filme, John Shaft – interpretado por Richard Roundtree – é um detetive particular negro que tem de encontrar a filha sequestrada de um chefão do submundo. O filme tinha uma ação extrema e dava destaque a um homem negro como principal protagonista. Foi um grande sucesso.
Roundtree viria a viver Shaft em mais dois filmes – “O Grande Golpe de Shaft” (1972) e “Shaft na África” (1973) – até ganhar sua própria série televisiva, que estreou na CBS e teve somente sete episódios.
Shaft nunca foi um cara comum. Não era muito fã da lei, tratava as mulheres com um machismo inerente da época, mas sem levantar um dedo contra elas. Tratava marginal de forma violenta e, às vezes, extrema. Quando foi para a televisão, muito do charme dos filmes desapareceu, pois certas ações não eram bem-vindas na TV e, talvez por isso a curta duração.
Quando o filme de 2000 foi lançado, a época era diferente, mas trazia um clima próximo dos filmes da década de 1970, tanto que o próprio Roundtree fez uma participação. Lógico, poucos compreendiam – e compreendem – o movimento Blaxploitation e sua representatividade. Ele fez algo pelos atores e atrizes afro-americanos que não se fazia muito na época, lhes deu destaque.
Em 2003, o produtor Mario Van Peebles decide mostrar a todos mais sobre o movimento no filme “O Retorno de Sweetback”.
Quase um filme-documentário, “O Retorno de Sweetback” mostra toda a luta e dificuldades que o pai de Mario Van Peebles teve para lançar seu filme e, quando descobriram sobre o que era, o grande sucesso que alcançou. Van Peebles escreveu o roteiro, produziu, dirigiu e estrelou o filme, de forma bem semelhante ao que seu pai fizera na época. Dessa forma, as pessoas começavam a ter uma ideia desse movimento... mas já era tarde demais para um continuação de Shaft, pois não interessava mais. Então a Warner Bros. Pictures e a Netflix se juntaram e decidiram fazer mais uma continuação. Com o mesmo título de seus antecessores, eles lançam o novo “Shaft” na plataforma de streaming da Netflix.
O novo “Shaft” tem direção de Tim Story e toma um rumo um pouco diferente, dando um tom mais humorístico ao filme e com uma violência mais moderada. E, na minha humilde opinião, não perde o charme. Temos ali um pouco do Shaft de Roundtree, bastante do Shaft de Samuel L. Jackson e um Shaft “Nutella” do ator Jessie T. Usher.
Por que “Nutella”? Ele não é o valentão, o “cara que pega todas”, aquele que “atira antes e pergunta depois” dos seus antecessores. JJ Shaft não gosta de armas, é geek, tem dificuldades para se expressar com mulheres, não aguenta uma balada e prefere perguntar ao invés de erguer a arma. Ele é totalmente contrário a seus antecessores... por isso “Nutella”.
Mas, o que poderia ser considerado como defeitos, terminam se tornando qualidades e, com o desenvolver do filme, ele vai evoluindo, mas sem se tornar igual aos seus antecessores, nos dando um tipo diferente de Shaft.
Já vi críticas totalmente negativas ao novo filme – aprendam, não se deixem influenciar por críticas, criem suas próprias – e o filme não foi tão bem nos Estados Unidos – a crítica pegou pesado –, mas isso não muda o fato do filme ser bem interessante. Roundtree, em entrevista para o Collider disse que só precisou de um telefonema para entrar nesse projeto, pois falaram que Samuel L. Jackson estaria. Isso já fala por si mesmo.
Se você não gosta da forma como Shaft age, eu posso respeitar sua posição e opinião, mas que ele representa uma época, um movimento de inclusão ao qual negros poderiam ser os protagonistas, sem serem retratados como escravos, presos ou mesmo empregados, isso é um fato.
“Shaft” está em cartaz na Netflix e se você gosta de ação light com Samuel L. Jackson estrelando, fique a vontade para assistir.

sexta-feira, 28 de junho de 2019

RESENHA CINEMA: Turma da Mônica: Laços (2019)


TURMA DA MÔNICA: LAÇOS (2019)

Direção: Daniel Rezende
Roteiro: Thiago Dottori (baseado na Graphic MSP “Turma da Mônica: Laços, de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi)
Elenco: Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Fafá Rennó, Paulo Vilhena, Ravel Cabral, Rodrigo Santoro, Monica Iozzi, Luiz Pacini, Mauricio de Sousa

O Floquinho foi sequestrado e a turma sai do Limoeiro em sua busca. Entrando em uma floresta misteriosa dentro do Parque das Andorinhas – após fugirem da Turma da Rua de Baixo –, Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Raseo) e Cascão (Gabriel Moreira) embarcam em uma aventura para salvar o Floquinho.
“Turma da Mônica: Laços”, o filme, é uma adaptação da segunda Graphic MSP da Mauricio de Sousa Produções com a Panini Comics (a primeira é “Astronauta: Magnetar”, de Danilo Beyruth, que será lançado como animação).
A série traz os personagens criados por Maurício de Sousa, em seus 60 anos de carreira (tudo começou com uma tirinha do Franjinha em 1959), escritos e desenhados por vários artistas brasileiros independentes. Danilo Beyruth, Vitor Cafaggi, Lu Cafaggi, Shiko, Gustavo Duarte, Eduardo Damasceno, Luis Felipe Garrocho, Artur Fujita, Roger Cruz, Davi Calil, Orlandeli, Rafael Calça, Jefferson Costa, Bianca Pinheiro, Gustavo Borges, Fabio Coala, Eduardo Ferigato, Paulo Crumbim, Cristina Eiko, Marcela Godoy, Renato Guedes e Rogério Coelho são os nomes dos envolvidos nesse empreendimento único na história dos personagens de Mauricio de Sousa. Foi um verdadeiro marco em sua história.
Agora Maurício de Sousa alcança um patamar maior.
Com a ajuda do roteirista Thiago Dottori e do diretor Daniel Rezenda, a Turma da Mônica ganha seu primeiro live action.
No passado, mais exatamente em 1979, a Turma da Mônica encabeçou a adaptação de Romeu e Julieta em “Mônica e Cebolinha – No Mundo de Romeu e Julieta”. O filme – desenvolvido pela Transvídeo e TV Bandeirantes –, apesar de terem atores de verdade, os personagens da Turma estavam fantasiados, ou seja, usando máscaras com os rostos dos personagens. É uma referência e é memorável... datado, mas memorável!
Dessa vez os atores são mirins, crianças como a Turma é (tá, não estou levando em conta a Turma da Mônica Jovem). Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão, Xaveco, Jeremias, Titi, Aninha, Xabéu, Cascuda, Quinzinho, a Turma da Rua de Baixo, ... estão todos lá junto com a família do Cebolinha, da Mônica, do Cascão, da Magali, o Seu Juca, o Louco – interpretado por Rodrigo Santoro –, as gêmeas Cremilda e Clotilde, entre tantas outras participações e aparições. E isso tudo com um clímax todo da Graphic MSP.
Lógico, como uma adaptação o filme não segue à risca a história de Vitor e Lu Cafaggi, mas boa parte do que eles fizeram na história está dentro do filme. Há modificações e ampliações de participações para desenvolver mais o enredo, mas o que os Cafaggi desejavam mostrar está bem claro na película. Amizade, companheirismo, obstinação, solidariedade, paixão, amor... está tudo ali.
Eu sou um bobo e um tremendo puxa-saco das Graphic MSP, por isso eu AMEI “Turma da Mônica: Laços”. É algo marcante e único que, sinceramente, eu espero e torço que se repita rapidamente, pois infelizmente atores mirins crescem e a catarse que eu sofri com as interpretações de Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira, eu espero ter bem brevemente em Lições e Lembranças.
“Turma da Mônica: Laços” é um filme infantil, dedicado a um público infantil, mas é um resgate da memória afetiva – tô adorando essa palavra! – de momentos e coisas de crianças que não se vê mais e, com certeza, nunca mais existiram, a não ser no Bairro Limoeiro.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

RESENHA HQ: Rising Stars: Estrelas Ascendentes – A Saga Completa (Rising Stars Deluxe Edition)


RISING STARS: ESTRELAS ASCENDENTES – A SAGA COMPLETA (Rising Stars Deluxe Edition)

Roteiro: J. Michael Straczynski
Desenhos: Keu Cha, Christian Zanier, Ken Lashley, Stuart Immonen, Brent Anderson, Gary Frank
Editora: Image Comics (BR: Mythos Editora)
Ano: 2005 (BR: 2013)
Pág.: 616

Acontece um fenômeno cósmico sobrenatural na cidade de Pederson, em Illinois, e 113 crianças em estado interuterino sobre alterações genéticas que lhes concedem superpoderes. Consciente desse acontecimento, o governo dos EUA decide monitorar essas crianças enquanto crescem. Percebem que cada uma dos “Especiais” desenvolve um poder diferente, como super força, poder de voo, domínio sobre correntes elétricas, invulnerabilidade, geração de energia, telepatia, domínio sobre o fogo, entre outros. Alguns desses dons não parecem ser muito úteis e são menosprezados, enquanto outros retratam a característica típica do super-herói ou do ser divino.
Quando alguns deles – os menosprezados – começa a ser mortos, Johnny Simon inicia uma investigação para descobrir quem é o responsável pelas mortes. E quando descobre os motivos e as consequências, busca deter o Especial causador dos assassinatos, pois sabe que os militares estão loucos para poderem agir eles mesmo.
Mesmo que Johnny aja, um burocrata conhecido como Paulson se antecipa contra os Especiais, mas o que ele não sabe é que ao tentar destruí-los, a energia que pertencia aos mortos e passada para os outros, ampliando seus poderes. Os sobreviventes, as duras penas, buscam encontrar seu lugar no mundo, pois são constantemente rechaçados e menosprezados, mas, mesmo assim, buscam agir de forma a mostrar que vieram para causar benefícios, mesmo que muitos tentem entende-los como algo maligno.
“Rising Stars: Estrelas Ascendentes” é um trabalho bem único de J. Michael Straczynski, mas bem característico do roteirista. A ligação entre seres superpoderosos ou mesmo essa sinapse de indivíduos é algo que vemos Straczynski usar em Homem-Aranha e na série Sense8 – criada por eles e as irmãs Wachowski.
Há algo especial e único que ocorre com as criações e histórias de Straczynski. Sempre existe uma intercalação, uma ligação entre vários seres comuns.
A série em si, lançada pela Mythos em um encadernado de 616 páginas, tem muita qualidade de roteiro e gráfica.
Começa como uma típica história de super seres se enfrentando para tomar uma profundidade maior. Ou seja, sai de uma mini fórmula típica de quadrinhos, para ganhar uma mega fórmula de complexidade social de estabelecidos e outsiders, sendo que estes outsiders buscam uma adaptação fazendo uso de seus superpoderes.
Como disse, a série tem qualidade, mas a comparação com Watchmen é meio exagerada.
Talvez na busca de estabelecerem como algo revolucionário – pois Watchmen buscava a retratação do vigilante como um ser membro da sociedade que termina sendo a causa provável de um problema maior, pois eles mudam o estilo de vida americano –, essa comparação poderia até se estabelecer se tivesse um integridade roteirística do começo ao fim.
A história não tem um bom começo, podendo até causar uma aparência de “mais do mesmo”. Mas ela somente ganha aspectos mais interessantes da metade para o fim. Ao contrário do que conheço de Watchmen que tem uma qualidade de roteiro integral, mostrando de forma minuciosa tudo o que ocorre.
Já “Rising Stars: Estrelas Ascendentes” tende a ganhar uma acelerada. Enquanto você consegue compreender tudo o que ocorre nas doze edições de Watchmen, em Rising Stars ficam buracos e espaços a serem completados, pois não se desenvolve muito os personagens secundários, concentrando-se mais no personagem Johnny Simon – também chamado de O Poeta – e no Corvo Sombrio, cuja identidade não-secreta é de Randy Fisk, um artista plástico.
Outros personagens surgem, mas sem muitas referências e profundidades. Sendo assim, acho a comparação de ambas as séries pífia e – meio – degradante para Watchmen.
Apesar disso, “Rising Stars: Estrelas Ascendentes” é uma ótima história sobre o desenvolvimento de uma sociedade de superpoderosos em meio a uma sociedade humana temerosa e amendontrada com o que esses Especiais podem ou não fazer.

Alfa: A Primeira Ordem – Parte 2 já tem data de lançamento


Continuação da HQ lançada em 2017 tem novos personagens e contabiliza mais de 80 heróis brasileiros.


A espera valeu a pena! Após duas campanhas para captação de recursos no site de financiamento coletivo Catarse, o álbum Alfa: A Primeira Ordem – Parte 2 finalmente tem sua data de lançamento marcada. A HQ, que está na reta final de produção, será lançada em setembro de 2019 e a campanha de financiamento termina no dia 20 de julho.

Apesar da demora (a HQ deveria ter sido lançada no final do ano passado), o autor Elyan Lopes justifica dizendo que foi por uma boa causa: “a história foi melhorada e novas parcerias com autores nacionais foram feitas, aumentando para mais de 80 heróis participando da trama. É o maior encontro de super-heróis brasileiros já realizado. Nunca ninguém fez nada parecido no Brasil”, comemora.

O álbum está em processo de captação de recursos no Catarse (www.catarse.me/alfaparte2 ) e já atingiu boa parte da meta. Para impulsionar o que falta, Lopes adicionou alguns novos pacotes com brindes que incluem CardGames e um jogo interativo gratuito. “Essas novidades entrarão em novos pacotes até o encerramento da campanha, no dia 20 de julho”, informa o autor.

A primeira parte de Alfa – A Primeira Ordem foi lançada em dezembro de 2017 e teve uma excelente aceitação do público leitor e muitas críticas positivas da mídia especializada. A continuação traz a investida do vilão Aéris, o arqui-inimigo da equipe formada pelos heróis Capitão 7, Raio Negro, Homem-Lua, Capitão Gralha e Flama. Após enviar o General Zeta, seu mais poderoso aliado, para deter os heróis da nova geração, Aéris retorna mais forte do que nunca e entra na briga pela dominação mundial. Heróis do presente e do passado juntam forças para derrotar o vilão numa batalha épica.

A revista terá 52 páginas (48 páginas no miolo + capa), formato americano (16cm X 25cm), capa em papel couché 170g com verniz e miolo em couché brilho 115g, totalmente em cores e lombada com grampos. Entre os benefícios oferecidos para os colaboradores estão o nome impresso nos agradecimentos, revistas em quadrinhos de heróis nacionais, pôsteres dos personagens e a revista Alfa: Origens, uma publicação digital que trará a origem dos super-heróis participantes da saga. Além, é claro, dos novos pacotes que incluem os cardgames e o jogo interativo.

“Eu e a editora Kimera estamos muito felizes em proporcionar esse lançamento com a ajuda dos fãs. É a realização de um sonho poder criar uma única história reunindo tantos personagens relevantes para a cultura nacional”, finaliza Lopes. Os interessados em financiar o projeto podem entrar no site (www.catarse.me/alfaparte2).

RESENHA FILMES: Brightburn – Filho das Trevas (Brightburn, 2019)

BRIGHTBURN – FILHO DAS TREVAS (Brightburn, 2019)

Direção: David Yarovesky
Roteiro: Mark Gunn, Brian Gunn
Elenco: Elizabeth Banks, David Denman, Jackson A. Dunn, Meredith Hagner, Matt Jones, Emmie Hunter, Becky Wahlstrom, Gregory Alan Williams, Abraham Clinkscales

Um casal de fazendeiros, no interior do Kansas, visualiza a queda de um objeto e, dentro deste, está uma criança que eles criam como se fosse dele. Quando o jovem completa 12 anos, descobre que possui poderes incríveis como poder de voo, visão de calor, super-força e invulnerabilidade. Então, com isso, ele descobre a nave que chegou à Terra e descobre seu principal objetivo: A dominação do mundo!
O começo lembra muito o maior dos clássicos de super-heróis, mas tudo muda nesse filme escrito pelos irmãos de James Gunn – que, por sinal, ele produz. O casal, Tori Breyer (Elizabeth Bannks) e Kyle Breyer (David Denman), vive em Brightburn, no interior do Kansas. Eles criam o menino Brandon Breyer (Jackson A. Dunn) da melhor forma possível, mas o destino do garoto já está determinado e será totalmente definido no desenrolar do filme.
Eu fiquei vendo esse filme e pensando: “é algo como: Como seria se Zod tivesse mandado seu filho para a Terra?”, e você percebe que seria algo totalmente sinistro e macabro. “Brightburn – Filho das Trevas” – essa extensão ao título é bem significativa – nos mostra uma versão bem aterrorizante de como seria se tudo fosse destinado a outro caminho.
Tá, eu sei que soltei alguns spoilers com minha narração, mas o filme precisa ser visto de qualquer forma, pois somente assim para entender todo o caminho que Brandon tomará e todas as tentativas de sua mãe, sempre fiel ao seu filho, para que ele tome um caminho inverso.
O título faz uma ligação direta ao símbolo constantemente usado pelo jovem Brandon. Mas, na verdade, vem do nome dele: Brandon Breyer. E, se pensarmos bem – na tradução do título, que significa “queimadura” (em uma tradução livre) – percebe-se que o título e o nome da cidade têm muito a ver com o enredo em si.
Que os Gunn gostam de uma ficção científica, isso é claro. Principalmente James Gunn, que já desenvolveu “Super”, dois filmes de “Os Guardiões da Galáxia” e está trabalhando com o segundo filme “Esquadrão Suicida”. A linha do “super-herói” é uma abordagem normal para eles, mas esse thriller é algo bem novo. A taxa de gore do filme é alta e o torna ainda mais atemorizante e aterrorizante. Fica o destaque para o jovem Jackson A. Dunn, que interpreta Brandon Breyer. Ele está muito bem no papel do jovem de superpoderes.
“Brightburn – Filho das Trevas” surpreende e mostra como as coisas poderiam ser diferentes caso o clássico fosse um terror massacrante.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

RESENHA HQ: LJA: Desígnios Divinos (DC Comics Coleção de Graphic Novels Volume 62 da Eaglemoss)


LJA: DESÍGNIOS DIVINOS (DC Comics Coleção de Graphic Novels Volume 62 da Eaglemoss)

Roteiro: Doug Moench
Desenhos: Dave Ross
Arte-Final: George Freeman
Título original: JLA: Act of God
Ano: 2001 (BR: 2017)
Pág.: 244

A Liga da Justiça, em missões pessoais – Superman salvava uma população do desabamento de uma represa, Lanterna Verde “Rayner” enfrentava o Sonar, Flash estava impedindo um assalto, Aço respondia a um chamado da Polícia da cidade de Jersey, Metamorfo explorava um território inexplorado, Capitão Marvel/Shazam salvava uma população de um prédio condenado e Estelar e os Supermen da América encaravam super vilões – quando uma energia de luz negra toma conta da Terra, retirando os superpoderes de todos os poderosos e desativando, temporariamente, apetrechos tecnológicos. Com isso, os desastres ocorrem e nenhum super-herói pode fazer alguma coisa. Quando alguns vilões, destituídos de meta-gene, descobrem isso decidem tomar conta de tudo, usando sua tecnologia a seu favor. Alguns creem que isso foi um desígnio divino e desistem da carreira de herói, enquanto outros buscam se reinventar.
“Desígnios Divinos” mostra um outro aspecto dos super-heróis do Universo DC. Pensando em algo tipo “como seria o Universo DC caso os super-heróis perdessem os poderes” – indo na contra-mão de “Invasão”, que faz parte do cânone pré-Novos 52, e nos mostra os super-heróis sendo sobrecarregados por uma bomba metagene, criando novos super-poderes e matando outros –, Doug Moench mostra como cada um reagiria, desde Superman até o vilões tecnológicos e super-gênios. Como eles ficariam abalados, como reagem. Continuariam lutando ou se entregariam a sarjeta? É um trabalho com o psicológico e o aspecto de cada personagem.
A história em si se centraliza em determinados personagens, mas você consegue compreender bem a reação de cada um. Vale destaque, em especial, para Superman, Mulher-Maravilha e Kyle Rayner, onde percebe-se a decepção, a desesperança e a ira sendo aspectos mais do que perceptíveis na história.
Nesse mesmo volume, vemos o primeiro encontro da Liga da Justiça contra o androide Amazo, criado pelo Professor Ivo, na The Brave and the Bold 30, de junho de 1960. A história é escrita por Gardner Fox e desenhada por Mike Sekowsky.
Na edição 65, a Eaglemoss lança “O Que Aconteceu ao Homem de Aço”, minissérie escrita por Alan Moore e desenhada por Curt Swan e George Pérez, onde nos é mostrado os momentos finais do Homem de Aço da Era de Bronze, para sua renovação nas mãos de John Byrne.
A Coleção DC Comics de Graphic Novels da Eaglemoss pode ser adquirida em bancas e lojas especializadas. Ela também pode ser encontrada na loja virtual da Eaglemoss Collections Brasil, principalmente para aqueles que desejam completar sua coleção. No site da Eaglemoss Brasil você também pode fazer assinaturas da coleção, ganhando brindes bem especiais.

RESENHA HQ: Chaos (2018)


CHAOS (2018)

Roteiro: Felipe Folgosi
Desenhos: Emilio Utrera
Editora: Yosemite
Ano: 2018
Pág.: 150

Após os acontecimentos de “Aurora”, a família do pescador Rafael retorna em uma nova revista. “Chaos” nos traz uma continuação direta de “Aurora”, onde a família do Rafael está fugindo do mesmo governo que capturar ele. Sua esposa, sua filha e seu filho caçula, Gabriel, está com o Dr. Ryan Costello fugindo e tentando sobreviver no mundo que está perseguindo àqueles que foram atingidos pela força desconhecida que sugira e dera poderes para alguns. Gabriel, por sinal, foi abençoado com esses poderes latentes, sendo o primeiro de uma nova geração, pois é herdeiro dos poderes do pai e, como criança, não tem total controle sobre esses dons, perdendo, às vezes, o controle.
Dr. Ryan e a família de Rafael se juntam a um grupo de militares que decide lutar contra a formação de uma organização que pretende dizimar ou dominar os seres dotados de poder. Durante essa batalha, eles conhecem a jovem Arja, uma islandesa com dons de gelo e fogo, e Snezhana – também chamada de “Babuska” –, uma senhora russa que possui uma força descomunal e uma resistência incrível, que acredita ter ganho os dons de uma energia divina.
Os militares rebeldes têm ligação com o Coronel Hunter, que auxiliara a família de Rafael e o Dr. Ryan na história anterior, e pretendem capturar o principal responsável pela iniciativa para tomada de poder, infiltrada na Organização das Nações Unidas, que se torna a governante de todo o país.
Felipe Folgosi (Aurora, Comunhão) nos traz mais esse capítulo de sua série de ficção científica – com certeza teremos mais.
Eu estou fascinado por essa história desenvolvida por Folgosi. É incrível a criatividade e o desenvolvimento dessa série que ele vem criando. Quando li “Aurora”, pela primeira vez – não participei do crowdfunding dela – fiquei fascinado com a história (Depois, lendo a introdução, descobri que ele tinha feito um roteiro para filme... fantástico!). Nela tínhamos um contexto que poderia ser interpretado como algo semelhante a muitas coisas já escritas e lidas, mas era único. Do ganho dos poderes de Rafael à sua perseguição, temos uma história com começo, meio e fim, sem a necessidade de uma continuação... mas havia a promessa! Então nos chega “Chaos”, que se mostra ainda melhor que seu antecessor, dando um maior alcance a história. Intrigas, perseguições bem escritas – e desenhadas, nos traços do italiano Emilio Utrera (Barras, P4triotas) –, organizações secretas e infiltradas e mais mistérios dentro dos mistérios.
“Chaos” consegue dar um salto ainda maior com todo seu enredo, trazendo mais ação e mais um capítulo nessa saga que parece crescer cada vez mais. Ansioso pelo próximo capítulo.


domingo, 2 de junho de 2019

RESENHA SÉRIES: Belas Maldições (Good Omens, 2019)


BELAS MALDIÇÕES (Good Omens, 2019)

Direção: Douglas McKinnon
Roteiro: Neil Gaiman
Baseado na obra "Belas Maldições" (Good Omens: The Nice and Accurate Prophecies of Agnes Nutter, Witch), de Neil Gaiman e Terry Pratchett
Elenco: David Tennant, Michael Sheen, Frances McDormand, Sam Taylor Buck, Ollie, Jon Hamm, Ned Dennehy, Ariyon Bakare, Adria Arjona, Jack Whitehall, Michael McKean, Miranda Richardson, Anna Maxwell Martin, Doon Mackichan, Paul Chahidi, Brian Cox, Mireille Enos, Lourdes Faberes, Yusuf Gatewood, Benedict Cumberbatch

No princípio de tudo, uma serpente surgiu no Éden e tentou Eva a comer a fruta do conhecimento. Esta, por sua vez, deu a Adão e, por causa disso, ambos foram expulsos do Paraíso, mas o anjo que guardava o local lhes deu sua espada para se protegerem. O que ninguém desconfiava é que aquela serpente e aquele anjo se tornariam companheiro no longo do tempo.
Crowley (David Tennant) e Aziraphale (Michael Sheen), como imortais, veem a humanidade crescer, se proliferar, passar por algumas tentações – por conta de Crowley –, alguns milagres – por conta de Aziraphale – e, quando chega perto do Armagedom, ambos recebem uma missão de cuidar para que o Anticristo seja o responsável pelo Fim do Mundo.
Crowley recebe a missão, das mãos de Hastur (Ned Dennehy) e Ligur (Ariyon Bakare), de entregar o Anticristo a um hospital de freiras dedicadas à Satã. Enquanto Aziraphale recebe do Arcanjo Gabriel (Jon Hamm) a missão de zelar pelo bebê, que também será responsável pelo batalha entre o Céu e o Inferno, mas uma confusão deixa as coisas – quase – impossíveis e torna possível que o Fim do Mundo, o Armagedom, aconteça.
Essa minissérie em seis partes tem base em um livro escrito a seis mãos por Neil Gaiman (Deuses Americanos, Sandman) e Terry Pratchett (saga Discworld). É uma das séries mais divertidas que eu já vi. À base de uma trilha sonora toda envolvendo a banda Queen, "Belas Maldições" – sinceramente, gostaria de uma tradução mais literal – não se leva a sério. É uma brincadeira, pois Gaiman e Pratchett brincam com a história da criação, a ideia da vinda do Anticristo - é interessante reparar na referência a série de filmes "A Profecia" - e o Armagedom, tendo como principais protagonistas o demônio Crowley - o livro foi escrito em 1990, então o Crowley da série "Supernatural" (2005-) pode ter sido baseado na criação de Gaiman e Pratchett - e o anjo Aziraphale, interpretados por David Tennant e Michael Sheen, respectivamente.
David Tennant (Jessica Jones) e Michael Sheen (Mestres do Sexo) incorporam de forma fantástica seus personagens. Tennant com aquele jeitão todo descolado e atrevido que já vimos em papéis como Kilgrave, enquanto Michael Sheen nos dá um anjo totalmente... inocente. Os momentos em que os dois se encontram, principalmente nos momentos importantes do mundo, mostram o quanto um consegue mexer com o outro, influenciando-o e, constantemente, se ajudando.
Crowley se torna uma pessoa mais afável, enquanto Aziraphale se torna mais atrevido.
Não se pode falar muito da ação do filme sem entregar alguns pontos importantes, mas “Belas  Maldições” é uma diversão garantida.
Como é um trabalho com base em uma obra de Gaiman, ele está envolvido – como ocorre com “Deuses Americanos” – e termina sendo responsável pelo roteiro da série. Você percebe em alguns momentos o toque dele, principalmente nesse conflito entre bem e mal, mas a diferença está na diversão, pois enquanto “Deuses Americanos” tem uma tensão e um clima sombrio por trás, “Belas Maldições” traz uma sobriedade e diversão aparente. Existem as histórias paralelas que acontecem sempre nas histórias de Gaiman, histórias que terminam se intercalando e fazendo parte de todo o contexto e são importantíssimas para os meandros da trama.
“Belas Maldições” é absolutamente uma diversão imperdível que pode ser assistida no sistema de streaming Amazon Prime Video.