Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Emile Hirsch,
Margaret Qualley, Mike Moh, Al
Pacino, Timothy Olyphant, Julia Butters, Austin Butler, Dakota Fanning, Bruce
Dern, Luker Perry, Damian Lewis, Nicholas Hammond, Rafal Zawierucha, Lorenza
Izzo, Lena Durham, Madison Beaty, Mikey Madison, Damon Herriman, Samantha
Robinson.
Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) é um antigo astro de séries
de cowboy dos anos de 1950 que, agora, encontra-se em uma fase decadente de sua
carreira, fazendo somente participações especiais em séries dos anos 1960, como
Besouro Verde, FBI, entre outras. Seu dublê pessoal, Cliff Booth (Brad Pitt),
além de ser um faz-tudo pessoal de Dalton, também busca reacender a carreira,
apagada depois de várias controvérsias sobre sua vida pessoal. Nesse interim
conhecemos um pouco sobre a atriz Sharon Tate (Margot Robbie) e sua relação com
o diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha) e o que viria a ser o estopim para
mudanças de padrão de vida na Hollywood do final da década de 1960.
Se vocês pensam que conhecem o final desse filme, então
vocês não conhecem nada de Quentin Tarantino.
Em seu nono filme – sim, pois ele não contabiliza suas
participações como diretor em “Grande Hotel” (1995), “Sin City” (2005) e “Grindhouse”
(2007), e muito menos as histórias de “Amor
à Queima Roupa” (1993) – digirido por Tony Scott (1944-2012) – e “Assassinos
por Natureza” (1994) – dirigido por Oliver Stone – Tarantino expande seu
universo pessoal.
Diretor de sucessos como “Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction”, “Bastardos
Inglórios” e “Os Oito Odiados”, Quentin Tarantino dá sua própria visão da
Hollywood de 1969. Ele busca uma humanização dos atores e atrizes que
conhecemos mais por trabalhos na sétima arte do que nas vidas pessoais.
Rick Dalton, interpretado por Leonardo DiCaprio, é uma clara
visão da maioria dos atores que tiveram que buscar fazer papéis menores para
poder manter o estilo de vida que tinham na maravilhosa ascensão da década de
1950, com o boom da televisão. É um personagem com vários problemas pessoais,
que tem uma parcial estabilidade graças aos papéis de vilão que vive em séries
de TV. E, como sempre, Tarantino busca “filosofar” sobre esse aspecto.
Diretor controverso, acusado de ser machista, xenófobo e
racista, Tarantino se mantém fazendo cinema com boa ação e reviravoltas que
fazem você ficar impressionado. Se as acusações são verdadeiras, eu não sei,
mas ele busca expressar a realidade da época que ele se atém.
Mesmo que falem bem ou falem mal de Tarantino, ninguém pode
negar que seus personagens são fortes e expressivos, e a naturalidade que ele
expressa em seus roteiros, ele busca fazer na sua direção.
Já ouvi críticas que falaram que Tarantino se perdeu em seu
novo filme, mas creio que isso é irrelevante. Não creio que ele se perdeu, mas
que vem amadurecendo cada vez mais aquilo que alguns chamam de “teoria
tarantinesca”, onde ele constrói uma história só em todos os seus filmes.
Se “Era uma vez em... Hollywood” é mais um filme dentro desse
universo, somente os fãs poderão dizer, mas com certeza é mais uma carimbada do
trabalho de qualidade de Tarantino nos cinemas, mostrando que seus filmes têm
uma identidade própria e bem particular do diretor.