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domingo, 18 de agosto de 2019

RESENHA CINEMA: Era uma vez em... Hollywood (Once upon a time... in Hollywood, 2019)

ERA UMA VEZ EM... HOLLYWOOD (Once upon a time... in Hollywood, 2019)

Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Emile Hirsch, Margaret Qualley, Mike Moh, Al Pacino, Timothy Olyphant, Julia Butters, Austin Butler, Dakota Fanning, Bruce Dern, Luker Perry, Damian Lewis, Nicholas Hammond, Rafal Zawierucha, Lorenza Izzo, Lena Durham, Madison Beaty, Mikey Madison, Damon Herriman, Samantha Robinson.

Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) é um antigo astro de séries de cowboy dos anos de 1950 que, agora, encontra-se em uma fase decadente de sua carreira, fazendo somente participações especiais em séries dos anos 1960, como Besouro Verde, FBI, entre outras. Seu dublê pessoal, Cliff Booth (Brad Pitt), além de ser um faz-tudo pessoal de Dalton, também busca reacender a carreira, apagada depois de várias controvérsias sobre sua vida pessoal. Nesse interim conhecemos um pouco sobre a atriz Sharon Tate (Margot Robbie) e sua relação com o diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha) e o que viria a ser o estopim para mudanças de padrão de vida na Hollywood do final da década de 1960.
Se vocês pensam que conhecem o final desse filme, então vocês não conhecem nada de Quentin Tarantino.
Em seu nono filme – sim, pois ele não contabiliza suas participações como diretor em “Grande Hotel” (1995), “Sin City” (2005) e “Grindhouse” (2007), e muito menos as histórias  de “Amor à Queima Roupa” (1993) – digirido por Tony Scott (1944-2012) – e “Assassinos por Natureza” (1994) – dirigido por Oliver Stone – Tarantino expande seu universo pessoal.
Diretor de sucessos como “Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction”, “Bastardos Inglórios” e “Os Oito Odiados”, Quentin Tarantino dá sua própria visão da Hollywood de 1969. Ele busca uma humanização dos atores e atrizes que conhecemos mais por trabalhos na sétima arte do que nas vidas pessoais.
Rick Dalton, interpretado por Leonardo DiCaprio, é uma clara visão da maioria dos atores que tiveram que buscar fazer papéis menores para poder manter o estilo de vida que tinham na maravilhosa ascensão da década de 1950, com o boom da televisão. É um personagem com vários problemas pessoais, que tem uma parcial estabilidade graças aos papéis de vilão que vive em séries de TV. E, como sempre, Tarantino busca “filosofar” sobre esse aspecto.
Diretor controverso, acusado de ser machista, xenófobo e racista, Tarantino se mantém fazendo cinema com boa ação e reviravoltas que fazem você ficar impressionado. Se as acusações são verdadeiras, eu não sei, mas ele busca expressar a realidade da época que ele se atém.
Mesmo que falem bem ou falem mal de Tarantino, ninguém pode negar que seus personagens são fortes e expressivos, e a naturalidade que ele expressa em seus roteiros, ele busca fazer na sua direção.
Já ouvi críticas que falaram que Tarantino se perdeu em seu novo filme, mas creio que isso é irrelevante. Não creio que ele se perdeu, mas que vem amadurecendo cada vez mais aquilo que alguns chamam de “teoria tarantinesca”, onde ele constrói uma história só em todos os seus filmes.
Se “Era uma vez em... Hollywood” é mais um filme dentro desse universo, somente os fãs poderão dizer, mas com certeza é mais uma carimbada do trabalho de qualidade de Tarantino nos cinemas, mostrando que seus filmes têm uma identidade própria e bem particular do diretor.

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