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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

RESENHA OVERDOSE HQ: Justiceiro: 6 Horas Para Matar

Publicado no grupo Overdose HQ em 31/10/2014.

RESENHA OVERDOSE HQ:

Justiceiro: 6 Horas Para Matar
Título original: Punisher: six hour to kill.
Data de publicação: 2009 (BR: 2011)
Editora: Marvel MAX (BR: Panini Books)
Roteiro: Duane Swierczynski
Arte: Michel LaCombe
Pág.: 124

Frank Castle vai a Filadélfia desbaratar um grupo que faz tráfico de crianças. Após derrubar a casa, termina sequestrado e lhe é injetado uma droga que o matará em seis horas, caso ele não cumpra a missão que lhe foi incumbida, matar o principal responsável pelo tráfico infantil, mas ao invés disso, decide usar essas últimas horas para chacinar o maior número de chefões que Filadélfia possui, desencadeando uma verdadeira caçada mortal a ele.
Mais um encadernado de uma série de encadernados que a Panini Books lançou do Justiceiro na linha MAX da Marvel Comics. Dessa vez o roteiro da história é do romancista, natural da Filadélfia, Duane Swierczynski (This Here's A Stick-Up: The Big Bad Book Of American Bank Robbery) e a arte ficou por conta do desenhista canadense Michel LaCombe (Star Wars: Rebellion).
Quando iniciei a leitura desse encadernado, me veio a memória o filme "Adrenalina" com Jason Statham, onde o personagem de Statham e envenenado e precisa correr contra o tempo para conseguir a cura, além de manter a adrenalina alta, para não sucumbir ao veneno. A diferença é que o Justiceiro não tem essa opção, tendo somente seis horas para cometer um assassinato encomendado. Mas depois de 30 anos de perseguir os mafiosos e criminosos dos Estados Unidos, Castle decide se entregar, mas não antes de matar vários chefões do crime.
O problema é que, ao desbaratar a rede de tráfico infantil, ele bate de frente com os poderosos da Filadélfia que o querem morto de qualquer jeito. Então, além de correr para matar os chefões antes de morrer envenenado, Castle precisa fugir das pessoas que o querem morto. Chega a ser irônico, para não ser trágico.
A história é muito boa, com um desenho de primeira (o melhor é a cara arrebentada e cheia de hematomas do Justiceiro).
Para os colecionadores do primeiro anti-herói do quadrinhos, essa história é indispensável... Ah, e novamente a arte das capas ficam pelo mais brilhante capista de todos os tempo, Dave Johnson (100 Balas), que da interpretações únicas em alguns detalhes.Justiceiro_6-horas-para-matar

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

RESENHA OVERDOSE HQ: Justiceiro: As meninas de vestido branco

Publicado no grupo Overdose HQ em 30/10/2014.

RESENHA OVERDOSE HQ:

Justiceiro: As meninas de vestido branco
Título original: Punisher: girls in white dresses
Ano de publicação: 2009 (BR: 2011)
Editora: Marvel MAX (BR: Panini Books)
Roteiro: Gregg Hurwitz
Arte: Laurence Campbell
Pág.: 124

A pequena cidade mexicana de Tierra Rota, que faz fronteira com os Estados Unidos, vem sofrendo com o desaparecimento das mulheres de sua cidade. Então mandam um dos seus para pedir ajuda à Frank Castle, o Justiceiro.
Castle vai à cidade e termina se deparando com um intrincada rede de tráfico de drogas de metafetanima. E quando começa o banho de sangue, uma vítima inesperada quase o faz desistir dos seus trinta anos de punições que começaram após o assassinato de sua esposa e seus filhos.
Isso basicamente resume a história sem que eu entregue muito. O roteiro do escritor de best-sellers Gregg Hurwitz me fez lembrar, um pouco, do filme de western Sete Homens e Um Destino, onde um cidade mexicana é atormentada por um bando de ladrões e chamam sete homens para protegê-los dessa horda de bandidos, mas a diferença é que Frank Castle são esses sete homens.
Gostei muito da forma como abordaram o Justiceiro na linha MAX, da Marvel Comics, pois na linha ele não precisa ser censurado, então vemos tudo que mais gostamos nas história de Frank Castle, ou seja, cartéis de droga, muitos tiros e muito sangue jorrando, e a arte distorcida e rica em sombras de Laurence Campbell (Juiz Dredd: A História de Des Lynham) dá todo o clima tenso a trama. Sem contar que a arte das capas do genial Dave Johnson (101 Balas) enriquecem mais ainda o encadernado.
A história é retirada das revistas The Punisher MAX #61 a #65 e - ao contrário de como a Panini lançou aqui no Brasil, como Volume 1 - o encadernado corresponde ao volume 11 da coleção Frank Castle: The Punisher MAX.
Um fato curioso é que o roteiro poderia ser muito bem adaptado para um filme e a arte poderia servir como storyboard. É incrível como vê-se muito isso nas histórias em quadrinhos - que não sigam os padrões das linhas de super-heróis - hoje em dia.
Para quem gosta de uma boa história do Justiceiro, está aí uma boa pedida.Justiceiro_As-Meninas-de-Vestido-Branco

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

RESENHA OVERDOSE CINEMA: Hércules

Publicado no grupo Overdose HQ em 29/10/2014.

RESENHA OVERDOSE CINEMA:
hercules-poster1Hércules (Hercules, 2014)
Direção: Brett Ratner
Elenco: Dwayne The Rock Johnson, Ian McShane, John Hurt, Rufus Sewel, Aksel Hennie, Ingrid Bolsø Berdal, Reece Ritchie, Joseph Fiennes.
Os trabalhos de Hércules (Dwayne Johnson) são feitos conhecidos por todos os mundos helênicos e chegam as terras mais ermas como a Trácia. Lá, o rei Cótis (John Hurt) encontra-se com problemas com um grupo de rebeldes que querem depô-lo e tomar seu trono. Assim sendo, Cótis chama Hércules e seu grupo de guerreiros: o vidente Anfiarau (Ian McShane), o habilidoso Autólico (Rufus Sewel), a guerreira Atalanta (Ingrid Bolsø Berdal), o selvagem Tideu (Aksel Hennie) e seu sobrinho, que promulga suas histórias pelo mundo, Iolau (Reece Ritchie). Ao vencer a primeira batalha contra os rebeldes, Hércules e seu grupo descobrem que a muito mais por trás dessa guerra do que eles imaginam.
Hércules (ou Héracles, na Grécia) é um dos personagens míticos mais conhecidos no mundo inteiro. O mito dos doze trabalhos são até mencionados por todos, principalmente o Leão de Neméia, a Hidra de Lerna, Cérbero e Hipólita (esta parte do mito foi usada pelo Dr. William Moulton-Marston para a criação da Mulher-Maravilha). Mas poucos sabem o motivo de Hércules ter efetuado os doze trabalhos, que foi em redenção por ter matado sua esposa e seus filhos, além da esposa e filhos de seu irmão, Ificlés. Dos filhos de Ificlés, somente Iolau sobrevivera, pois era o mais velho e não encontrava-se com a mãe. A redenção foi ditada pelo primo de Hércules, o rei de Tirinto, Euristeu. A base do filme em questão é tirada dos quadrinhos escrito por Steve Moore (1949-2014) e desenhada por Admira Wijaya, Hércules: The Tracian Wars, onde Hércules vai à Trácia ajudar o rei Cótis contra um grupo de selvagens, mas descobre que nem tudo é como ele esperava ser.
Até aí a semelhança entre filme e quadrinhos tem certa relevância, mas tudo muda quando vemos que Steve Moore teve mais preocupação com as relevâncias do mito do que os roteiristas Ryan Condal e Evan Spiliotopoulos. Eles procuram desmistificar Hércules, mostrando que nem tudo é o que parece, ou seja, a Hidra de Lerna eram homens que vestiam um traje para matar pessoas, que o Leão de Neméia não era uma fera tão grandiosa quanto todos imaginam, assim como o Javali de Arimanto e o Cérbero, o cão de três cabeças que guarda as portas do Inferno (este é bem diferente do inferno cristão). Também apresentam os trabalhos como uma missão na qual Hércules cumpre, auxiliado por seus amigos, em nome do rei Euristeu, mas com sua família ainda viva.
Mas as mudanças não ficam somente no enredo, mas também nos personagens que fazem parte da história. Primeiro temos a eliminação de personagens como o jovem Meneu e o guerreiro devóto a Atalanta, Meleager. Depois Iolau deixa de ser um guerreiro para se tornar o jovem contador de histórias (essa personalidade era do Meneu nos quadrinhos). Tideu deixa deixa de ser um selvagem falador e antropofagista para se tornar somente um selvagem, praticamente mudo. Mas o que me fere não são essas mudanças, mas sim ferir o mito do personagem.
Ricardo Quartim, que colabora com o site Chamando Superamigos, escreve para a Revista Mundo dos Super-Heróis e grava o programa DROPS Ricardo Quartim, chegou a comentar comigo que a ideia era humanizar Hércules, mas quando ele me falou isso, eu não esperava que fossem tentar desmistificá-lo.
Hércules, como vários outros personagens da antiguidade citados em relatos gregos do período homérico (antes do século V a.C.) são mitos, ou seja, podem ter base em pessoas reais, mas são maravilhas com feitos maravilhosos, na sua maioria eram semi-deuses (com exceção a Odisseu, que não tinha ligação com nenhum deus). A busca de retirar isso de Hércules ou de qualquer um desses personagens, simplesmente quebra tudo em torno dele.
Não tenho nada contra reintepretá-lo de forma mais humana, mas no momento em que tornou seus feitos como algo exagerado, perdeu o significado de quem Hércules é.
Quanto a direção de Brett Ratner (Para Maiores), está muito boa, demonstrando um domínio para amarrar a história do começo ao fim. Também gostei muito dos atores, dando principal destaque a Ian McShane (Deadwood) que está excelente como Anfiarau e termina roubando a cena quando aparece. Dwayne Johnson não compromete, está muito bem como Hércules, demonstrando mesmo ser o personagem que sempre desejou fazer. Vale também o destaque para o norueguês Aksel Hennie, que mesmo sem falar na maioria do filme, demonstra uma presença de cena fantástica.
Se eu recomendaria? Sim, para aqueles que buscam um filme com bastante ação, mas nunca o utilizaria para falar sobre o personagem mítico Hércules, pois nesse ponto, o filme peca imensamente.

Frank Miller e Hollywood: Um Caso Fatal.

Publicado no grupo Overdose HQ em 15/09/2014.

sin-city-a-dame-to-kill-for-2014Há quase um mês Sin City: A Dama Fatal (Frank Miller's Sincity: A Dame To Kill For), estreou nos EUA e, de acordo com Box Office Mojo, a arrecadação de bilheteria dentro do solo estadunidense foi de US$ 13.485.000. Com isso, o filme ocupa o 82º lugar dos filmes lançados esse ano, se tornando - talvez - um dos grandes fracassos de 2014.
É cedo para essa afirmação? Com certeza, mas outros filmes baseados em quadrinhos (nem vou citar os não baseado que nós cultuamos, também), com o mesmo tempo em cartaz, tiveram bilheterias estratosféricas esse ano:
- Guardiões das Galáxias (Guardians of the Galaxy) - US$ 234,253,857
- Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier) - US$ 208,840,216
- O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2 - US$ 177,101,192
- X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (X-Men: Days of the Futures Past) - US$ 196,440,161
- Tartarugas Ninjas (Teenage Mutants Ninja Turtles) - US$ 150,655,980
- 300: A Ascensão do Império (300: Rise of An Empire) - US$ 96,845,414
- Hercules - US$ 66,041,222
Até o medíocre A Lenda de Hércules (The Legend of Hercules) teve essa bilheteria no nono dia em cartaz.
É impressionante o tamanho do insucesso de Frank Miller como diretor em Hollywood. The Spirit, em 2008, arrecadou os irrisórios US$ 19,806,188. Somente em 2005, quando Robert Rodriguez teve a ideia de dividir a direção em três (ele chamou o amigo Quentin Tarantino para ajudar na direção, também) de Sin City que, podemos dizer, foi a vez em que Frank Miller conseguiu um sucesso em Hollywood como co-diretor.
É triste ver um roteirista, desenhista de quadrinhos do cacife de Frank Miller, que escreveu arcos de histórias como Demolidor: A Queda de Murdock (Daredevil: Born Again - 1986), Batman; O Cavaleiro das Trevas (Batman: The Dark Knight Returns - 1986), Batman: Ano Um (Batman: Year One - 1987), Demolidor: O Homem Sem Medo (Daredevil: The Man Without Fear - 1993), com um fracasso atrás do outro, pois 300: A Ascensão do Império mesmo nem conseguiu se pagar (o filme custou a Warner US$ 110 milhões e rendeu somente US$ 106,580,051), e olha que é somente baseado em uma graphic novel de Frank Miller, que ele nem chegou a concluí-la.
Frank Miller, nos anos de 1980 até os anos de 2000, foi prolífero e teve de excelentes a bons trabalhos produzido, mas a partir do ano de 2001, a qualidade começou a decair, daí quando decidiu se tornar diretor em Hollywood, acabou-se de vez. Creio que ele já deveria ter decretado a própria aposentadoria ou então estar dando aulas ou algo parecido, assim não chegaria ao ponto que está. Simplesmente fico triste com o destino que está chegando a carreira de Miller, espero que ela não decaia ainda mais, pois ele não merece.

Fontes: http://www.boxofficemojo.com/movies/?page=daily&id=sincity2.htm
             http://www.comicvine.com/frank-miller/4040-7082/
             http://www.imdb.com/name/nm0588340/?ref_=ttfc_fc_wr3

RESENHA OVERDOSE HQ: Namor: As Profundezas

Publicado no grupo Overdose HQ em 29/10/2014.

RESENHA OVERDOSE HQ:

Namor: As Profundezas
Título original: Sub-Mariner: The Depths
Editora: Marvel MK (BR: Panini Books)
Ano de Publicação: 2008 (BR: 2010)
Argumento: Peter Milligan
Arte: Esad Ribic
Pág.: 132

Atlântida, mito ou realidade? É no intuito de desvendar esse mistério que o Dr. Rudolph Stein parte em uma missão para encontrar o capitão Marlowe a bordo do submarino Platão. Durante a expedição, Stein toma conhecimento de Namor, protetor de Atlântida, mas crê que tanto ele quanto a cidade perdida sejam puros mitos, fantasia ou alucinações de mentes pouco preparadas, mas ele vem a descobrir que tudo que sempre duvidou é mais real do que imagina e precisa decidir o que fazer com tal informação.
Eu achei simplesmente fantástico a forma de narrativa dessa história escrita por Peter Milligan (Stormwatch) e com arte de Esad Ribic (Loki), pois apesar de Namor somente fazer uma breve aparição, sente-se a presença dele em toda a história. Um amigo meu já havia me falado disso, mas agora eu percebi o que ele quis dizer. Toda a história ocorre nos anos de 1950, misturando fatos reais com ficção, de uma forma simplesmente fantástica, com um clima de suspense digno de histórias de terror clássicas. Milligan nos dá uma história que nos faz ficar preso a ela do começo ao fim e o trabalho artístico de Ribic somente engrandece a narrativa, com seu trabalho de sombras e o detalhamento de aparência, que percebesse como o Dr. Stein muda no decorrer da história. Existe também a interpretação que Ribic dá ao Namor, que mais parece um ser híbrido selvagem, com dentes serrilhados que mais lembram de uma barracuda ou de um piranha.
Uma história fantástica com uma arte maravilhosa, mostrando, mais uma vez, a grande qualidade de trabalho que a Marvel dispôs no selo Marvel Knights. Imperdível.namor - as profundezas

RESENHA OVERDOSE HQ: A Torre Negra - Volume 2: O Longo Caminho para Casa.

publicado no grupo Overdose HQ em 28/10/2014

RESENHA OVERDOSE HQ:

A Torre Negra - Volume 2: O Longo Caminho para Casa.
Título Original: The dark tower: the long road home
Editora: Marvel Comics (BR: Objetiva)
Ano de publicação: 2008 (BR: 2011)
Adaptação: Robin Furth
Roteiro: Peter David
Desenhos: Jae Lee
Arte Final: Richard Isanove
Pág.: 136

Segunda parte das histórias baseadas na série de livros A Torre Negra, de Stephen King, O Longo Caminho para Casa da continuidade à graphic novel.
Nesse encadernado continuamos acompanhando a história de Roland Deschain e seu ka-tet, formado pelos companheiros Alain Johns e Cuthbert Allgood, que encontram-se em fuga após os problemas que ocorreram em Hambry com Eldred Jonas e os Caçadores do Grande Caixão, que acarretou na morte da jovem Susan Delgado. Atormentado por isso, Roland termina tentando destruir a Toranja de Merlim e desperta um grande mal que o aprisiona sua alma dentro da Toranja, de onde ele somente poderá ser salvo pelo jovem deficiente Sheemie.
A história segue no mesmo estilo da primeira edição, também publicada pela Editora Objetiva, na série Suma de Letras, ou seja, com uma narrativa de conto. A arte de Jae Lee dá um aspecto surreal a história, que fica difícil interpretar exatamente onde os personagens encontram-se, pois apesar do aspecto de Western, possui características que lembram grandes contos medievais, como O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Gelo e Fogo.
Infelizmente eu não li o original, escrito na série de oito livros escritos por Stephen King, mas a história de A Torre Negra tem uma grande pegada de vingança, honra e lealdade (pelo menos nos dois primeiros volumes dá para perceber bem isso).
Muitos não gostam da forma como Robin Furth adaptou a série de livros, outros criticam a forma de narrativa dada por Jae Lee, que não define exatamente onde os personagens se encontram, já que ao mesmo tempo que existem vilarejos bem parecidos com filmes de western, vemos castelos, magia e seres fantásticos que são encontrados em contos medievais. Mas acredito que a ideia original de Stephen King era exatamente não nos dar um ambiente em particular, mas sim uma viagem transcendental e surreal.
Não é o estilo de narrativa comum, mas não deixa de ser interessante, tanto no aspecto de arte como de roteiro.Capa A Torre Negra Vol 2.indd

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Bons tempos… que as vezes retornam.

Publicado no grupo Overdose HQ em 24/07/2014.

Me perdoem por abrir um tópico (quilométrico) somente para isso, mas ontem (23/07) chegaram mais duas miniaturas DC Comics para minha coleção: miniaturas-dc-comics-super-herois-n20-donna-troyDonna Troy e Duas-Caras. Como sempre, lindas e bem detalhadas (a do Duas-Caras parecia meio borrada na pintura), ambas remetem pré-Novos 52, quando ainda tínhamos Donna Troy.
Sinceramente, ao olhar o fascículo que acompanha a estatueta, - quase - brotou uma lágrima de macho nos meus olhos. Por que isso? Pois vendo as imagens, a história de Donna, e tudo o que ela passou antes de Novos 52 existir, me lembrei como era mais simples naquela época, onde a DC Comics mantinha coerência e não havia mudado tão radicalmente suas histórias. Mesmo pós-Crise, era mantida uma continuidade e o legado dos personagens. A palavra legado me remete ao texto que Pablo Sarmento, do Terra Zero, postou (traduzindo o texto de Chris Sims) semana passada no Momento do Renegado: "[...] A ideia de que eles criaram de que existiam heróis por um tempo, e aí não existia mais, e então o Superman aparecia e levava a todos a uma nova era de heróis que é maior e melhor do que qualquer uma anterior.
É uma grande ideia, e é o que leva a revistas como a do Flash, onde isso foi o tema primário, e na revista do Lanterna Verde, uma revista que tinha fãs contra mudanças e que aparentemente não estavam a par que ter 3600 versões de um personagem significa que ele pode ser substituído, e mesmo nos títulos do Batman, que o Robin era um cargo que era passado pra outro com o passar do tempo. Foi uma grande ideia que levou a grandes histórias, e o melhor de tudo, se você está tentando se distinguir do seu rival, isso era algo que a Marvel não tinha.
A Marvel, para o bem ou para o mal, sempre foi sobre o que acontecia agora, e muito menos a fim de olhar de volta para o seu próprio passado. Esse era o espírito de Kirby fluindo por aquelas revistas, eu acho, mas o resultado é que se era sempre sobre o agora, nunca era então. Peter Parker nunca foi o Homem-Aranha, ele é o Homem-Aranha, e enquanto há tentativas frequentes de balançar as coisas por colocar novos personagens no manto, isso nunca durava. Enquanto a DC estava construindo a idéia de uma progressão – de Jay para Barry para Wally, de Alan para Hal para John para Guy para Kyle, de Dick pra Jason para Tim, etc – o método normal da Marvel era colocar alguém no manto por um tempo e daí graduá-los para um novo personagem quando a versão original retornasse. Rhodey atuou como Homem de Ferro, então se tornou Máquina de Combate. Eric Masterson atuou como Thor e aí se tornou o Trovejante. Ben Reilly atuou como Homem-Aranha e daí o grito furioso dos fãs se tornou tão alto que o jogaram num moedor de carne metafórico até o tempo passar e nós sentirmos sua falta. É o ciclo da vida".
Além disso, tinham as amizades estabelecidas durante anos. Dick conhecera Wally, Garth, Donna e Roy na pré-adolescência e tinham laços estabelecidos como se fossem irmãos. Um estava lá para o outro, sempre que fosse necessário. A amizade de Dick e Donna era tanta que fora Dick que a levara ao altar quando ela casou com Terry. Foi Dick que correu atrás de descobrir sobre o passado mal explicado de Donna. Quando Garth precisou da ajuda dos Novos Titãs quando surgiram problemas que ligavam a terra a sua cidade no fundo do mar, Dick e Donna nem pestanejaram para ajudá-lo. Wally sempre foi o amigo e companheiro de Dick. Mesmo com as relações abaladas quando Wally saiu dos Titãs, em nenhum momento ambos deixaram de se apoiar.
(me perdoem pela caixa alta) É DISSO QUE EU SINTO FALTA!!! Semana passada eu li a UNIVERSO_DC_23Universo DC do mês passado que tinha uma história da Flash Annual onde Flash e Lanterna Verde tinham aventura juntos. O laço de amizade deles me remeteu ao período anterior a Novos 52, o que eu achei maravilhoso, já que eles tinham um laço de amizade forte naquela época.
Por mais que todos amem a relação do Superman e Mulher-Maravilha, eu sinto falta da amizade e o apoio que Diana dava à Clark quando este vinha lhe contar dos problemas de ser um super-humano amando uma simples humana, pois essa sabia se identificar. Uma relação entre os dois é como ver Hera e Zeus, mas sem Zeus dar suas puladas de cerca (ou pula?). Mesmo que fosse algo complicado para Arthur, eu gostava de ver a relação conturbada dele com Mera, ainda mais depois do assassinato de A.J.
Não estou aqui para falar mal de Novos 52, mas sim para mostrar o motivo de preferir o que existia antes. Pois existiam laços, relacionamentos que vinham desde quando eu era pequeno. Sempre era Lois e Clark, Diana e Steve (se teve uma coisa que não gostei em MM de Pérez foi ele ter cortado a relação amorosa entre os dois), Batman e suas várias namoradas/parceiras/amantes. Dick entre Koriand'r e Babs, Arqueiro Verde e Canário Negro, Arthur e Mera. Os laços de amizade que, mesmo difíceis, existiam, como Superman e Batman, todos os Titãs (clássicos e novos), Sociedade da Justiça e Liga da Justiça (o clássico e o novo), Flash e Lanterna Verde, Lanterna Verde e Arqueiro Verde, as Aves de Rapina. O laço de Bruce com seus tutelados (ele havia adotado Tim e Dick, até), a relação de Clark com Martha e Jonathan (que terminaram adotando Kon-El, também), o laço de Diana com Donna e Cassie (ela tratava a ambas como irmãs). A relação, mesmo difícil, de Ollie e Roy (pois apesar das brigas constantes, eles se amavam e eram como irmãos), o laço de companheirismo entre Wally, Barry, Jay e Bart, além de outros velocistas como Johnny Quick e Max Mercúrio (este último chegou a ser tutor de Bart). A amizade fraternal entre Dick, Donna, Ravena, Kory, Gar e Vic (sendo que estes dois agiam como irmãos).
Faz falta no Universo DC tudo que se estabelecera e que permanecia e se fixará na memória de vários DCnautas. Sei que muitos gostaram das mudanças ou não tem nada contra elas, mas é que eu sempre sinto essa necessidade de me expressar a respeito desse assunto. Espero que me entendam

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

10 anos sem Christopher Reeve

Publicado no grupo Overdose HQ em 10/10/2014

christopher-breeve-bclear-bskies-653811381Há dez anos partia para o Elísio o ator Christopher Reeve. Não sei quantos aqui o assistiram no cinema, interpretando o primeiro super-herói dos quadrinhos, mas é uma memória eterna para mim.
Eu vou terminar sendo repetitivo, devido aos outros tópicos que escrevi sobre o artista, mas Reeve é um ator que simplesmente faz parte do imaginário de todos que curtem super-heróis. Mesmo aquele que nunca chegou a ler quadrinhos, conhece a imagem de Reeve vestido de Superman (ou Super-Homem, como preferirem). O filme é considerado o maior clássico de todos os tempos (não é o primeiro, como mencionei em outro tópico, pois George Reeves - sobrenome quase semelhante - estrelou o primeiro), pois a forma de narrar a história, o enredo e, principalmente, o ator que interpreta Clark Kent/Superman, fazem do filme esse clássico. tribute-deathReeve conseguia nos passar a imagem do pacato Clark Kent e do majestoso Superman. Uma das cenas que melhor mostra isso foi no momento em que Clark quase revela sua identidade secreta a Lois em Superman - The Movie, ali vemos como uma construção de um mesmo personagem pode ser feito por somente um homem. Mas Reeve não foi somente um herói nas telas, ele também atuava como herói fora delas. Extenso lutador pelos direitos humanos e pelo meio-ambiente, Reeve fez disso uma de suas paixões. Ele batalhou pela Anistia Internacional, nos projetos da ONG Save The Children, foi membro fundador da TCC, um grupo que batalha em defesa dos artistas. Mesmo depois de ficar tetraplégico devido a um acidente de equitação, Reeve continuou suas batalhas. tribute-bildeCriou a - hoje - Christopher & Dana Reeve Paralysis Foundation, onde buscava uma forma das pessoas terem soluções para seus problemas com a paralisia, batalhou pela pesquisa e uso das células-tronco na solução de problemas como a tetraplegia. Ele não era um ativista, mas sim uma pessoa que cria que o ser humano pode fazer mais pelos outros se lhe é possível isso.
Reeve deixou um legado, pois não somente demonstrou seu talento como Clark Kent/Superman, mas também atuou em outros filmes, além de ser um ávido lutador por várias causas. Esse ETERNO Superman ficará não somente na lembranças dos fãs de quadrinhos e filmes de super-heróis, mas também na lembrança daqueles que se beneficiaram pelas suas lutas. Hoje não é dia de lamentarmos sua morte, mas sim nos alegrarmos por tudo que nos deixou. Ele alçou voo para outras paragens, mas nos deixou um legado inesquecível. Obrigado por isso, Christopher Reeve! Obrigado por nos fazer acreditar!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Hércules: Tideu

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 30/07/2014.

Fechando o grupo de guerreiros de Hércules que acompanhará Hércules, segue a biografia do mais selvagem dos seus parceiros, o etólio Tideu.

Tideu (G. Tydeus). Herói etólio, filho de Oineu e de Peribéia (filha de Hipónoo), e pai de Diomedes. Oineu teria seduzido Peribéia e antes de casar-se com ela entregou-a aos servos incumbidos da criação de seus porcos, entre os quais cresceu Tideu.
Em outra versão da lenda Oineu, obedecendo a ordem de Zeus, possuiu sua própria filha Gorgé, e dessa união incestuosa teria nascido Tideu. Chegando à idade adulta Tideu demonstrou seu temperamento violento matando Alcatoo, irmão de Oineu, ou segundo outra fonte massacrando Antíoco, Eumenes, Euríalo, Feneu, Hiperlau, Estenelau, Estêrnops e Xântipo, filhos de Melas, envolvidos em uma conspiração contra Oineu, ou ainda exterminando seu próprio irmão Olenias. Em consequência do crime ele teve de abandonar a Etólia, e depois de errar por várias regiões da Grécia chegou à corte de Ádrasto, na mesma época em que Policines se exilou junto a este último. Ádrasto purificou Tideu de seu crime e, relembrando um antigo oráculo, deu-lhe em casamento sua filha Deipile, enquanto casava Policines com Augia, outra de suas filhas, prometendo ainda a ambos que os reconduziria aos respectivos tronos. Foi este o motivo da participação de Tideu na expedição dos Sete Chefes, destinada a restituir a Policines o trono de Tebas. Tideu foi mandado a Tebas como embaixador, mas Eteoclés não quis recebê-lo. Indignado, Tideu desafiou os tebanos para combates singulares, vencendo-os sucessivamente. No momento de sua partida cinquenta tebanos surpreenderam-no numa emboscada, mas Tideu exterminou todos eles, à exceção de Máion.
Na batalha final diante das sete portas de Tebas Melânipo feriu mortalmente Tideu, mas este, apesar da gravidade de seu ferimento, matou seu adversário. Atena, deusa protetora de Tideu, convenceu Zeus a dar-lhe a imortalidade. Anfiarau, entretanto, ainda indignado com Tideu por seu papel decisivo na organização da expedição em que iria perder a vida, e querendo impedir a deusa de imortalizar seu inimigo, decepou a cabeça do cadáver de Melânipo e a levou a Tideu moribundo; este, embora quase morto, partiu o crânio de seu inimigo e devorou-lhe o cérebro. Horrorizadas com a crueldade, Atena mudou de ideia e afastou-se do campo de batalha. Máion, grato a Tideu por haver-lhe poupado a vida, sepultou-lhe piedosamente o cadáver.
Em outra versão da lenda o cadáver de Tideu foi levado pelos atenienses adeptos de Teseu para a Ática e sepultado em Elêusis.
Aksel Hennie interpretará Tideu:Aksel Hennie - Tydeus

Hércules: Iolau

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 29/07/2014.

Dando continuidade aos guerreiros que estarão ao lado de Hércules em seu novo filme com Dwayne Johnson interpretando o protagonista, vamos falar de seu sobrinho mais próximo, Iolau. Segue abaixo:

Iolau (G. Iôlaus). Filho de Ificlés e Automêdusa, e portanto sobrinho de Héracles. Iolau acompanhou o tio em todos os seus "Trabalhos", participou da expedição dos Argonautas e da caçada de Calídon, e foi o vencedor, com o carro de Héracles da corrida disputada nos primeiros Jogos Olímpicos quando Héracles os instituiu. Além disso coube-lhe a vitória nos jogos fúnebres celebrados em honra de Pelias. Iolau esteve presente à morte de Héracles no monte Oita e à sua apoteose. Mais tarde ele ajudou os Heráclidas e os levou juntamente com alguns atenienses para Sardó (a atual Sardenha), onde morreu depois de fundar várias cidades, inclusive Ôlbia. Em outra versão de sua lenda Iolau viajou de Sardó para Sicília, e lá fundou numerosos santuários onde se cultuava Héracles após a sua divinização. Zeus e Hebe restituíram a Iolau a juventude e a força por um dia para que ele, já velho (ou então depois de morto), pudesse vingar-se de Euristeu por sua perseguição implacável aos Heráclidas.
Reece Ritchie interpretará Iolau:Reece Ritchie - Iolaus

Hércules: Autólico

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 24/07/2014.

Dando prosseguimento aos perfis, agora escreverei sobre Autólico, o filho de Hermes.

Autólico (G. Autôlykos). Filho de Hermes, segundo algumas fontes com Quione, e segundo outras com Estilbe, e irmão gêmeo de Filâmon. Autólico herdou de Hermes o dom de roubar imperceptivelmente, e o pôs em prática muitas vezes. Entre suas façanhas desse tipo mencionam-se: o roubo de um capacete de couro de Amintas, oferecido por ele a Ulisses (seu neto por via de sua filha Antícleia); o roubo dos rebanhos de Êurito, na Eubéia; e a tentativa frustrada de roubar os rebanhos de Sísifo. Autólico ensinou a arte de lutar a Héracles e participou da expedição dos Argonautas, embora seja mencionado às vezes como avô de Jáson (sua filha Polimede teria casado com Áison). Quando Sísifo veio à sua casa, tentando reaver seu rebanho roubado, Autólico conseguiu uni-lo à sua filha Antícleia sem que seu hóspede soubesse de quem se tratava, pouco antes de casá-la com Laerte, o pai de Ulisses.
Rufus Sewell interpretará Autólico:Rufus Sewell - Autolycus

Hércules: Atalanta

Publicado no grupo Revista Mundo dos super-Heróis em 24/07/2014.

Prosseguindo com os perfis dos personagens que estarão no filme "Hercules", o próximo mostra que as mulheres na Era dos heróis tinham enorme importância para os helenos, pois para eles elas representavam não somente a vida, mas também tinham capacidades de guerrear, se igualando aos homens. Podemos ver isso em vários mitos, principalmente nos que envolviam as Amazonas (não é o caso dessa que vou narrar aqui), que eram guerreiras hábeis, filhas de Ares, lideradas por Hipólita e - na Guerra de Tróia - Pentesiléia.
Mas vamos a guerreira que estará no filme "Hércules", Atalanta (ou Atalante):

Atalante. Filha de Escoineu (um dos filhos de Atamas e de Temistó), ou de Íaso, ou de Máinalo. Escoineu, que desejava apenas filhos homens, abandonou a filha recém-nascida no monte Parteníon, onde uma ursa amamentou-a até aparecerem alguns caçadores que a levaram de lá e a criaram. Chegando à adolescência Atalante, fiel a Ártemis, fugia ao casamento, e seu apego à virgindade era tão forte que ela matou com suas flechas os centauros Hileu e Roico, quando estes tentavam violentá-la. Sua distração predileta era caçar nos bosques, a exemplo de Ártemis, sua deusa preferida. Participou da caça ao javali de Calidon, e nos jogos fúnebres celebrados por ocasião da morte de Pelias foi a vencedora da corrida (ou luta livre, segundo outra versão da lenda), na qual derrotou Peleu. Apesar de sua aversão ao casamento, não lhe faltaram pretendentes; para desencorajá-los Atalante proclamava que somente se casaria com o pretendente que a vencesse numa corrida, e que se fosse a vencedora mataria o vencido. Muitos candidatos já tinham sido derrotados e mortos quando se apresentou para competir com ela um novo pretendente - Hipomenes, filho de Megareu, ou em outras fontes Melânion, filho de Anfidamas e primo de Atalante. O candidato trazia consigo três pomos de ouro que Afrodite lhe dera de presente. Iniciada a corrida, o rapaz, que conseguira levar inicialmente uma pequena vantagem, vendo Atalante prestes a alcançá-lo deixou cair à frente dela os pomos de ouro. Atalante, por curiosidade ou por ter gostado do competidor, deteve-se para apanhar um pomo, perdendo tempo bastante para ensejar a vitória do pretendente e consequentemente o casamento.
Ingrid Bolsø Berdal interpretará Atalanta:Ingrid Bolsø Berdal - Atalanta

Hércules: Anfiarau

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 23/07/2014.

A fidelidade de Steve Moore aos mitos helênicos foi tão grande que ele não criou nenhum personagem que, em algum momento, poderia ter cruzado com Hércules em suas aventuras e suas expedições, pois era a Era Heróica, monstros e desafios habitavam Gaia, fazendo surgir grandes heróis. Alguns deles acompanham Hércules no filme baseado na minissérie "Hercules: The Thracian Wars". Vamos a eles!

Anfiarau (G. Amphiáraos). Filho de Oiclés e de Hipesmestra, um adivinho famoso, protegido por Zeus e Apolo, e também um guerreiro e comandante valente e respeitador dos deuses. Mas, no início de seu reinado em Argos ocorreram distúrbios, e após um deles Anfiarau expulsou seu primo Ádrasto da cidade, depois de matar-lhe o pai, Talau. Posteriormente os dois primos reaproximaram-se, embora Ádrasto pensasse apenas em vingar-se de Anfiarau. Ádrasto induziu Anfiarau a casar-se com Erifile, sua irmã, e por iniciativa do primeiro os dois chegaram a um acordo que seria a perdição de Anfiarau: se ocorresse alguma divergência entre eles, Erifile seria o árbitro. Pouco tempo depois Ádrasto, que se comprometera com Polinices a reconduzí-lo ao trono de Tebas, pediu ao cunhado que participasse da guerra contra aquela cidade. Graças aos seus dons divinatórios, Anfiarau previu que o desenlace da guerra lhe seria funesto, e tentou remover Ádrasto de sua intenção. Policines, todavia, subornou Erifile oferecendo-lhe o colar de Harmonia, e Erifile, em sua posição de árbitro pronunciou-se a favor da guerra; fiel ao seu compromisso, Anfiarau juntou-se à expedição contra Tebas, apesar de sua relutância; antes, porém, de partir, mandou seus filhos jurarem que o vingariam no devido tempo, matando sua mãe e realizando contra Tebas um segunda expedição, que aocontrário da primeira seria vitoriosa - a expedição dos Epígonos ("sucessores").
De passagem por Neméia na marcha em direção a Tebas os heróis sentiram sede e perguntaram a Hipsipile (ama de Ofeltes, filho do rei da região) onde havia uma fonte; para indicar-lhes a fonte Hipsipile depôs o menino no chão, apesar de um oráculo haver declarado que não o deixassem entrar em contato com a terra antes de ele poder andar; nesse momento apareceu uma serpente e o matou. Anfiarau revelou aos companheiros que aquele presságio significava o fracasso da expedição, na qual todos os chefes morreriam; os expedicionários, entretanto, não se deixaram dissuadir e decidiram reiniciar a marcha. Antes, porém, instituíram jogos atléticos em honra de Ofeltes. Os próprios expedicionários participaram dos jogos (mais tarde chamados Jogos Nemeus), no quais o vencedor no salto e no lançamento de disco foi Anfiarau; ele também conseguiu, graças à sua eloquência, que os parentes de Ofeltes perdoassem Hipsípile. Finalmente os Sete Chefes chegaram a Tebas, onde os combates, nos quais Anfiarau se distinguiu, foram travados defronte das sete portas da cidade. Os atacantes foram derrotados, e Anfiarau fugiu para as margens do rio Ísmeno, onde Zeus, com seus raios, abriu à sua frente um abismo, que o engoliu com seu carro, seus cavalos e seu cocheiro. Depois Zeus lhe concedeu a imortalidade. Segundo a Tradíção Anfiarau passou a proferir oráculos em Ôropo, na Ática, já na condição de imortal.
Ian McShane interpretará Anfiarau:Ian_McShane-Amphiaraus

Hércules: Os Doze Trabalhos (5/5)

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 22/07/2014.

11. Cérbero, o cão do Inferno. Depois Euristeu mandou Héracles ao Inferno para trazer-lhe Cérbero. Antes de partir o herói fez-se iniciar nos mistérios de Elêusis, para saber como poderia descer com segurança ao mundo do mortos. Numa das versões da lenda ele teria feito a viagem a partir de um local chamado "Boca do Inferno", situado nas proximidades de Herácleia do Ponto. Em outra versão o herói teria ido pelo do cabo Tênaro, na Lacônia. Ao vê-lo em seu reino os mortos se apavoraram e fugiram à exceção de Mêdusa e Melêagro. Héracles chegou a desembainhar a espada contra Mêdusa, mas desistiu de atacá-la quando Hermes, seu guia na viagem, lembrou-lhe que se tratava de um simples fantasma. Melêagro comoveu-o a tal ponto contando-lhe de sua vida que ele chorou, e perguntando-lhe se ainda existia alguma de suas irmãs; em face da resposta no sentido de que Dejanira continuava viva, Héracles, atendendo a um pedido de Melêagro, prometeu casar-se com ela.
hercules-trailer-2Continuando a caminhar pelo Inferno ele encontrou Teseu e Pirítoo, que embora estivessem vivos foram acorrentados por Hades porque pretendiam raptar Perséfone. Com o consentimento desta última Héracles libertou Teseu, enquanto Pirítoo foi condenado a permanecer no Inferno como castigo por sua ousadia. Depois Héracles libertou Ascálafo, aprisionado sob um rochedo enorme.
Héracles soube que os mortos, se pudessem beber sangue, recuperariam parcialmente a vida. Querendo ajudá-los, o herói resolveu matar alguns bois retirados do rebanho de Hades. Diante da oposição de Menoites, pastor desses rebanhos, Héracles apertou-o em seus braços e quebrou-lhe várias costelas, e se não fosse a intervenção de Perséfone ter-lo-ia . Após essas façanhas preliminares Héracles chegou à presença de Hades e pediu permissão para levar Cérbero consigo. Hades aquiesceu, impondo-lhe porém a condição de dominar o terrível animal sem se valer de suas armas, usando simplesmente sua couraça e a pele do leão de Neméia. O herói atacou o cão, segurou-o pelo pescoço com uma das mãos, e apesar de picado pelo ferrão existente na extremidade da cauda do monstro dominou-o completamente. Héracles voltou então ao mundo do vivos trazendo Cérbero. Vendo o cão, Euristeu apavorou-se e escondeu-se novamente no vaso que lhe servia de abrigo em situações de extremo perigo. Sem saber o que fazer com Cérbero, Héracles levou-o de volta a Hades, seu dono.
hesperides12. Os Pomos de Ouro das Hespérides. Finalmente Euristeu impôs a Héracles que lhe trouxesse os pomos de ouro do jardim das Hespérides, situado no nordeste da Líbia ou no sopé do monte Atlas, ou ainda no território dos Hiperbóreos. Esses pomos tinham sidos dados por Gaia (a Terra) a Hera como presente por ocasião de seu casamento com Zeus. Maravilhada com a beleza dos pomos, Hera mandou plantá-los em seu jardim junto ao monte Atlas (na Líbia); as filhas de Atlas, entretanto, vinham roubar os pomos, e Hera resolveu por como guardião junto à árvore que os produzia um dragão de cem cabeças, filho de Êquidna e de Tífon, chamado Ládon. Além do dragão a deusa incumbiu de proteger a árvore três ninfas do Poente - as Hespérides -, chamadas Aigle, Eríteia e Hesperarêtusa (respectivamente "Brilhante", "Vermelha" e "Aretusa do Poente"), filha de Nix (a Noite) e de Érebo.
Querendo saber como se chegava ao jardim das Hespérides, Héracles viajou em direção ao norte, atravessando a Macedônia. No caminho ele deparou com Cicno, filho de Ares, junto ao rio Equêdoro, e o matou. Em seguida chegou às margens do Erídano, na Ilíria, onde viviam em uma caverna as ninfas do rio, filhas de Zeus e de Têmis. Interrogando-as, o herói ficou sabendo que somente Nereu, o deus marinho, poderia dar-lhe a informação desejada. Levado pelas ninfas ao esconderijo de Nereu, Héracles encontrou-o adormecido, agarrou-o firmemente e apesar de suas metamorfoses somente o soltou quando ouviu dele a informação desejada. De posse dessa indicação Héracles chegou ao jardim das Hespérides, matou o dragão Ládon (ou fê-lo cair em um sono profundo) e se apossou dos pomos de ouro. Desesperadas por causa da perda dos frutos sob sua guarda, as Hespérides transformaram-se em árvores, a cuja sombra repousaram mais tarde os Argonautas quando passaram por lá durante sua expedição à Cólquida. O dragão passou a ser a constelação da Serpente.
Noutra versão da lenda, seguindo um itinerário incoerente Héracles foi das margens do rio Erídano para a Líbia, onde lutou contra o gigante Anteu; depois percorreu o Egito, onde escapou por pouco de ser sacrificado por Búsiris, do Egito encaminhou-se para a Ásia, e na Árabia matou Ematíon, filho de Titono; saindo de lá percorreu a Líbia até o chamado Mar Exterior (o oceano Atlântico), embarcando em seguida na Bacia de Hélios (o Sol), chegando ao sopé do Cáucaso, no lado oposto do mundo. Galgando o Cáucaso o herói libertou Prometeu, cujo fígado sempre renovado uma águia devorava incessantemente. Querendo testemunhar sua gratidão, Prometeu deu-lhe instruções para não colher pessoalmente os frutos prodigiosos, deixando esse encargo a Atlas. Prosseguindo, Héracles chegou finalmente ao território dos Hiperbóreos, onde foi ao encontro de Atlas, que sustentava o céu sobre seus ombros. O herói ofereceu-se para substituí-lo enquanto o gigante fosse colher três pomos de ouro no jardim das Hespérides, situado nas proximidades. Atlas concordou, mas ao voltar com os pomos disse a Héracles que ele mesmo iria entregá-los a Euristeu; nesse ínterim o herói continuaria suportando o peso do céu. Héracles fingiu aceitar a proposta, pedido entretanto a Atlas que o substituísse por um momento, enquanto punha uma almofada nos ombros. Atlas aquiesceu ingenuamente, e Héracles, livre do peso, apoderou-se dos pomos deixados por Atlas no chão e fugiu.
Em ambas as versões da lenda, de posse dos pomos Héracles empreendeu a viagem de volta para entregá-los a Euristeu. Este, sem saber o que fazer com eles, devolveu-os ao herói, que por sua vez os deu a Atena, sua protetora. A deusa, ciente de que os pomos somente podiam crescer no jardim das Hespérides, levou-os de volta às suas guardiãs.

Hércules: Os Doze Trabalhos (4/5)

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 21/07/2014.

Heracles-hippolyta9. O Cinto de Hipólita (N.T.: foi mais ou menos nessa parte que William Moulton Marston e George Pérez se basearam para Mulher-Maravilha). Por determinação de Euristeu Héracles viajou para o território das amazonas, a fim de obter o cinto de sua rainha Hipólita; esse cinto havia pertencido a Ares, e tinha sido dado pelo deus a Hipólita para ser símbolo de soberania da rainha sobre suas súditas, as amazonas. Héracles partiu numa nau com alguns companheiros, e depois de várias aventuras chegou a Temiscira, nos domínios das amazonas; lá encontrou Hipólita, que se prontificou a entregar-lhe o cinto. A rancorosa Hera, entretanto, disfarçou-se em amazona e provocou uma desavença entre os companheiros de Héracles e as amazonas, e durante a luta subsequente o herói matou Hipólita.
Em outra versão da lenda a luta ocorreu durante o desembarque de Héracles e de seus companheiros. Menalipe, uma das amazonas, foi aprisionada durante a refrega, e para libertá-la Hipólita foi obrigada a entregar o cinto ao herói.
twins-married-herculeslabour10. Os Bois de Geríon. Geríon, um gigante filho de Crisáor, possuía na ilha de Erítia, nos confins do Ocidente, rebanhos bovinos imensos, guardados pelo pastor Eurítion com a ajuda de Ortro, o cão monstruoso filho de Tífon e de Êquidna. Ao receber de Euristeu ordens para ir buscar esses rebanhos em paragens situadas além do Oceano, Héracles pediu a Hélios (o Sol) a bacia de ouro em que este último navegava durante a noite do Ocidente para o Oriente a fim de reiniciar sua jornada diuturna pelo céu. Hélios relutou mas teve de entregar sua embarcação ao herói, cumprindo uma promessa que lhe fizera quando Héracles, durante sua passagem pela Líbia, incomodado com o calor insuportável, ameaçou-o de alvejá-lo com suas flechas; para fugir a esse perigo Hélios prometeu emprestar-lhe sua para a travessia do Oceano a caminho de Erítia. Enquanto percorria a Líbia Héracles livrou a região de inumerosos monstros, e para comemorar sua chegada a Tartesso (na costa mediterrânea da Ibéria (a atual Espanha))erigiu duas colunas - as colunas de Héracles ou de Hércules-, uma no atual rochedo de Gibraltar e outra no de Ceuta, nos dois lados do estreito que separa a África da Europa. Ao chegar a Erítia o herói foi visto quando descia do monte Abas e teve de enfrentar o cão Ortro, que o detectou e avançou contra ele; quando Héracles empunhou o bordão, Eurítion veio socorrer o cão, mas ambos foram mortos a bordoadas pelo herói.
Após essa façanha Héracles partiu levando os rebanhos que viera buscar. Avisado por Menoites, guardião dos bois de Hades, cujas pastagens ficavam próximas, Geríon veio correndo para deter Héracles, e o enfrentou às margens do rio Ântemo, onde o herói o abateu com suas flechas. Héracles embarcou o gado na bacia de Hélios e atravessou por Tartesso, na outra margem do Oceano. Iniciando a viagem de volta, Héracles rumou primeiro para o norte, seguindo pela costa da Ibéria, e depois continuou, e depois continuou em direção ao leste - a Gália, a Itália e a Sicília - caminho da Grécia. Na antiguidade havia nesse roteiro santuários dedicados ao herói. No trajeto Héracles teve de repelir ataques de numerosos bandidos, que tentavam despojá-lo dos rebanhos conquistados. Primeiro foi na Ligúria, onde ele matou tantos nativos que lhe faltaram flechas; sem munição, o herói apelou para Zeus, que provocou uma chuva de pedras; usando-as como projetéis, Héracles eliminou os demais atacantes. Ainda na Ligúria dois bandidos - Alebión e Dercino, filhos de Poseidon - tentaram roubar-lhe os bois, mas Héracles matou-os.
Prosseguindo em seu caminho de volta, o herói chegou a Région (na atual Calábria), onde um dos touros do rebanho desgarrou-se e atravessou a nado o Estreito de Messina, que separa a Itália da Sicília. O touro chegou a planície de Êrix, no território do élimos, cujo rei, Êrix, que deu o nome a região, tentou apoderar-se do animal, mas foi morto por Héracles. Chegando afinal ao lado grego do mar Jônio, os bois sofreram um ataque de moscardos mandados por Hera e ficaram furiosos, dispersando-se nas proximidades das montanhas da Trácia. Héracles conseguiu reagrupar uma parte dos rebanhos e levou os animais restantes a Euristeu, que mandou sacrificá-los a Hera.

Hércules: Os Doze Trabalhos (3/5)

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 20/07/2014.

5. Os Estábulos do Rei Augias. Augias, rei de Élis no Peloponeso, herdara de seus pais rebanhos imensos, mas não mandava remover o esterco acumulado em seus estábulos. Por causa dessa negligência suas terras não recebiam o estrume que as fertilizaria, e tornaram-se estéreis. Querendo humilhar Héracles, Euristeu impôs-lhe a tarefa de limpar esse estábulos. Antes de realizar o trabalho o herói pediu a Augias, como recompensa, uma parte de seu reino (ou a décima parte de seus rebanhos) se fizesse a limpeza em um dia. Héracles conseguiu desincumbir-se da tarefa aparentemente impossível desviando o curso dos rios Alfeio e Peneio, de maneira a fazê-los passar por dentro dos estábulos.augeanstables1
Noutra versão da lenda Augias ter-se-ia recusado dar-lhe a recompensa prometida, e teria expulsado o herói de seu reino. Mais tarde Héracles entrou em guerra contra ele. Euristeu não considerou esse trabalho realizado de acordo com suas ordens, pois o herói obtivera uma recompensa de Augias e portanto não estivera a seu serviço.
lake stymphalus6. As Aves do Lago Estínfalo. Viviam nas imediações do lago Estínfalo umas aves monstruosas que se alimentavam de carne humana e alvejavam suas vítimas com suas penas de aço pontiagudas como se fossem flechas. A fim de desalojá-las das florestas impenetráveis onde se refugiavam, Héracles agitou as castanholas de bronze ganhas de Atena , cujo ruído ensurdecedor as assustou; quando elas apareceram o herói matou-as com suas flechas, cumprindo as ordens de Euristeu.
bull of crete7. O Touro de Creta. Num dia em que Minos prometera sacrificar a Poseidon qualquer criatura que surgisse das águas, um touro prodigioso saiu do mar. Impressionado com a beleza daquele touro, Minos misturou-o aos seus próprios rebanhos e sacrificou outro a Poseidon. Indignado, o deus fez o animal ficar furioso. Recebendo ordens de Euristeu para trazer-lhe esse touro vivo, Héracles viajou para Creta, onde pediu a colaboração de Minos; este recusou-lhe auxílio, mas deu-lhe permissão para agir sozinho. Héracles envolveu o animal numa rede de caça e o capturou. De volta a Grécia com o touro o herói entregou-o a Euristeu, que desejou dedicá-lo a Hera. A deusa, entretanto, não quis aceitar um presente trazido por Héracles e soltou o touro, que depois de percorrer a Argolis atravessou o istmo de Corinto e chegou a Ática, onde foi morto por Teseu.
men-eating mares of king diomedes8. As Éguas de Diomedes. Diomedes, filho de Ares e rei dos bistões (o povo mais selvagem da Trácia), possuía quatro éguas, que se chamavam Deino, Lâmpon, Podargo e Xanto; eram animais indomáveis, que tinham de ser presos com correntes de ferro às suas manjedouras de bronze, e atacavam e devoravam os naufrágos lançados à costa pelas tempestades. Cumprindo ordens de Euristeu para ir buscá-las, Héracles desembarcou na região onde elas viviam, subjugou-as e levou-as para a praia, onde teve de enfrentar os bistões, vindos do interior. Na luta o herói matou o rei desse povo e o lançou às suas próprias éguas, que o devoraram.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Hércules: Os Doze Trabalhos (2/5)

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 20/07/2014.

corça de Cerinia3. A Corça de Cerínia. Uma corça velocíssima, do tamanho de um touro, que vivia em Oinoe, consagrada a Ártemis. Euristeu determinou que a Héracles que a capturasse e trouxesse viva. O herói perseguiu-a inutilmente durante um ano, mas afinal conseguiu encurralá-la no monte Artemísion. A corça tentou atravessar ainda o rio Ládon, na Arcádia, e aproveitando essa oportunidade Héracles feriu-a levemente com uma flecha; o herói pode então segurá-la e carregou-a nos ombros. Enquanto ele a levava assim através de Arcádia apareceram Ártemis e Apolo, que o acusaram de haver tentado matar um animal consagrado. Héracles pôs a culpa em Euristeu e as divindades deram-lhe permissão para continuar a levar a corça contigo.
4. O Javali de Erímanto. O quarto trabalho imposto por Euristeu a Héracles foi trazer-lhe vivo um javali monstruoso que devastava a região adjacente ao monte Erímantos. Com seu gritos tonitruantes o herói obrigou a fera a sair de seu covil e forçou-a a ir para a neve que recobria o solo; o monstro perdeu as forças, dando a Héracles o ensejo de capturá-lo. Em seguida ele levou em seus ombros até Micenas. Ao ver aquele espetáculo Euristeu ficou de tal maneira apavorado que se ocultou num grande vaso de bronze feito para servir-lhe de abrigo em caso de perigo.
javali de erímantoContava-se que durante essa caçada Héracles encontrou-se com o centauro Folo, que o recebeu hospitaleiramente, oferecendo-lhe carne assada enquanto comia carne crua. Héracles pediu vinho e Folo alegou que lá havia apenas um odre, pertencente a todos os centauros. O herói disse-lhe que não havia motivo para temores, mas quando o odre aberto os outros centauros, atraídos pelo odor do vinho, correram para a gruta onde morava Folo, armados de tochas, de árvores e até de rochedos. Héracles teve de lutar contra eles, matando alguns com suas flechas envenenadas. Enquanto enterrava seus companheiros mortos pelo herói, perguntou como a flecha, tão pequena, podia causar a morte. Nesse ínterim uma flecha caiu em um de seus pés e o feriu mortalmente. Héracles proporcionou-lhe funerais condignos.

Hércules: Os Doze Trabalhos (1/5)

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 20/07/2014.

Os doze trabalhos são façanhas realizadas por Héracles a serviço de seu primo Euristeu. O herói submeteu-se a esse período de servidão para expiar os assassínios cometidos durante o acesso de loucura provocado por Hera. Em seguida à mortandade Héracles foi a Delfos consultar o oráculo de Apolo, e o deus lhe ordenou por meio de Pítia que passasse a servir a Euristeu durante doze anos. Apolo prometeu-lhe a imortalidade após essa provação (em outra versão da lenda a promessa teria sido feita por Atena).
Leão de Neméia1. O Leão de Neméia era um monstro invulnerável filho de Ortro (filho de Tífon) e de Êquidna, e irmão da Esfinge; trazido para a região que devastava por Hera (ou por Selene (a Lua)), lá ele devorava os habitantes e seus rebanhos. Depois de tentar inutilmente atingí-lo com suas flechas, Héracles forçou-o com o bordão a entrar em sua caverna. Em seguida o herói segurou-o pelo pescoço com seus braços e o estrangulou. Após a morte do leão Héracles o esfolou e passou a recobrir-se com sua pele, enquanto sua cabeça lhe servia de capacete. Contava-se que quando quis esfolar o leão o herói descobriu que somente as próprias garras da fera podiam cortar-lhe a pele, resistente até ao ferro da sua espada afiadíssima.
Durante a caçada Héracles encontrou-se com Molorco, um camponês que vivia nos arredores de Neméia, cujo filho fora devorado pelo leão. Molorco hospedou-o bondosamente por ocasião de sua chegada à região, e quis homenagear seu hóspede sacrificando um carneiro, o único bem que possuía. Héracles dissuadiu-o dessa ideia, pedindo-lhe que esperasse trinta dias para matar o animal; se passado os trinta dias ele não voltasse, Molorco poderia considerá-lo morto e sacrificar o carneiro em sua intenção, mas se antes de findar o prazo ele regressasse trazendo o leão, o sacrifício seria a Zeus salvador. No trigésimo dia o herói não tinha reaparecido; imaginando que ele morrera, Molorco já iniciava os preparativos para sacrificar o carneiro em honra a Héracles; pouco antes da consumação do sacrifício surgiu o herói, já recoberto com a pele do leão. Molorco imolou então o carneiro a Zeus salvador, e no exato lugar do sacrifício Heraclés instituiu os Jogos Nemeus em honra a Zeus. Héracles levou a pele do leão para Micenas, e Euristeu, com receio do herói que fora capaz de matar aquela fera monstruosa, não permitiu a sua entrada na cidade, dando-lhe ordens para deixar os despojos obtidos naquele e nos trabalhos futuros diante das portas fechadas a ele. Para perpetuar a memória da façanha de Héracles, Zeus transformou o leão de Neméia numa constelação.
hidra de lerna2. A Hidra de Lerna. Filha de Êquidna (à semelhança do leão de Neméia) e de Tífon, imaginada por Hera para por à prova a coragem de Héracles. Era uma criatura monstruosa, em forma de serpente com muitas cabeças, as vezes humanas, cujo número variava de cinco até cem, dependendo das fontes. Seu hálito era mortal para quem se aproximasse dela. Para combater a Hidra, que também destruía os rebanhos e as colheitas da região, Héracles usou flechas flamejantes, ou, segundo uma variante da lenda, cortou suas cabeças com uma espada curta ajudado pelo seu sobrinho Iolau. Mas as cabeças renasciam a proporção que eram decepadas, e para evitar seu renascimento o herói pediu a Iolau que incendiasse uma floresta vizinha,de onde o sobrinho lhe trazia tições para cauterizar o lugar do corte, impedindo assim a renovação. A cabeça principal era praticamente imortal, mas Héracles decepou-a e enterrou-a, pondo por cima dela um rochedo enorme.Depois de eliminar a Hidra dessa maneira Héracles molhou as pontas de suas flechas no sangue venenoso do monstro. Para ajudar a Hidra Hera mandou contra o herói um caranguejo gigantesco, que mordeu o pé de Héracles, mas este o esmagou. Euristeu não levou em conta a realização desde trabalho porque o herói recebeu a ajuda de Iolau. <continua>

Hércules

Em julho de 2014, publiquei no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis um material sobre o personagem mítico Hércules (ou Héracles ou Heraclés, para os gregos), que estava para estrear um filme homônimo com o ator Dwayne “The Rock” Johnson. Eu dividi em 21 posts e agora disponibilizo eles para vocês apreciarem. Boa leitura!

Em homenagem ao nosso caro moderador Ricardo Quartim, que espera há tempos pelo filme Hércules, estrelado pelo ex-lutador de WWF e ator Dwayne "The Rock" Johnson, venho a postar um material sobre o maior herói dos mitos helênicos.
Antes de começar, alguns esclarecimentos: Eu usarei o nome Héracles, pois era o nome helênico do herói (ou Heraclés ou Herácles, dependendo da fonte). Narrarei a tudo aqui mesmo, sem criar vários tópicos e em partes, para não ficarem textos longos.
O conteúdo do texto que colocarei aqui não é de minha autoria, mas sim do escritor Mário da Gama Kury, prolífico tradutor dos escritos helênicos que criou o Dicionário de Mitologia Grega e Romana (1994, 3 ed. Ed. Jorge Zahar) que pode ser encontrado em várias livrarias. Vamos lá!

Hércules (2)Héracles. Filho de Zeus e Alcmene. É o herói por excelência da mitologia grega, identificado pelos latinos com o seu Hércules. Inicialmente seu noe era Alcides, um patronímico derivado de Alceu (nome de seu avô), ou em outras versões da lenda simplesmente Alceu, nome derivado de Alké - força física. Depois de matar os filhos que tivera com Mêgara, o herói foi perguntar ao oráculo de Delfos como deveria expiar o crime; o oráculo manifestou-se a respeito da expiação, e em seguida lhe disse para passar a usar o nome de Héracles ("Glória de Hera"), numa alusão à fama que lhe adviria da realização dos Trabalhos que a deusa lhe imporia.
As circunstâncias do nascimento de Héracles, que pertencia à raça dos Perseidas (descendentes de Perseu), foram as seguintes. Anfitrião, marido de Alcmene e pai mortal do herói, teve de ausentar-se de Tebas no comando de uma expedição contra os teleboios. Zeus, que desejavaunir-se a Alcmene, aproveitou essa ausência, tomou a aparência de Anfitrião e durante uma noite miraculosamente prolongada possuiu Alcmene,deixando-a grávida de Héracles. Hércules (3)Ao voltar no dia seguinte Anfitrião uniu-se à sua mulher e engendrou Ificlés, irmão gêmeo de Héracles. Pouco tempo depois Hera ouviu Zeus vangloriar-se de que o filho por ele engendrado, da raçados Perseidas, reinaria sobre Argos. Enciumada, Hera deu ordens à sua filha Ilítia, deusa protetora das parturientes, para retardar o nascimento de Héracles e apressar o de Euristeu, seu primo, filho de Estênelo. Em face da intervenção de Ilítia, Euristeu nasce aos sete meses, enquanto Héracles veio ao mundo aos dez meses. De acordo com uma das versões da lenda, a imortalidade de Héracles dependia de seu aleitamento por Hera, sua arquiinimiga desde antes de seu nascimento. Hermes, então, pôs Héracles no colo da deusa enquanto ela dormia e ele começou a sugar-lhe o seio. Quando Hera acordou afastou de si o recém-nascido, mas este já conseguira mamar. O leite que ainda saiu do seio de Hera correu pelo céu e formou a Via Láctea. Em outra versão da lenda, Alcmene, receando o ciúme de Hera, enjeitou Héracles recém-nascido nas proximidades de Argos, num lugar desde então conhecido como Prado de Héracles. Hera e Atena passaram por lá, e esta última, impressionada com a robustez e beleza do recém-nascido, apanhou-o e pediu a Hera que o amamentasse. Hera concordou, mas Héracles sugou-lhe o seios com tanta avidez que magoou a deusa; Hera lançou-o à distância, porém Atena o restituiu a Alcmene para criá-lo sem receios. Hércules (4)Quando Héracles estava com oito meses (ou dez), a rancorosa Hera tentou tirar-lhe a vida. Certa noite Alcmene deixara no berço seus dois filhos gêmeos e adormecera. à meia-noite Hera soltou no quarto onde eles estavam duas serpentes enormes, e cada uma delas atacou um dos recém-nascidos. Ificlés começou a gritar, e Héracles segurou corajosamente as serpentes, uma em cada mão, e as estrangulou. Quando Anfitrião apareceu para socorrer os filhos e viu as serpentes mortas ainda nas mãos de Héracles, sentiu que seu filho era um deus. Seu primeiro mestre foi o músico Lino, morto pelo discípulo por ser muito exigente, com uma pancada com a lira durante um acesso de cólera. Anfitrião querendo evitar novos desatinos do filho, mandou-o para o campo, onde ele deveria cuidar de seus rebanhos. Lá Héracles continuou o seu aprendizado com um cita chamado Têutaro, e com Êurito, que lhe ensinaram a arte de manejar o arco e as flechas. Chegando à adolescência o herói já ostentava uma estrutura descomunal - cerca de 2m50 -; Hércules (5)aos dezoito anos ele matou o leão de Citéron, uma fera enorme que devastava os rebanhos de Anfitrião e de Téspio, rei de um território contíguo a Tebas. Para a caçada Héracles instalou-se no palácio do rei Téspio, e depois de cinquenta dias de tentativas feriu mortalmente o leão. Nesse ínterim Téspio, que tinha cinquenta filhas de sua mulher Megamede, e queria que elas (as Tespiades) lhe dessem netos filhos de Héracles, punha a cada noite no leito do herói uma delas. Héracles possuiu todas as filhas de Téspio pensando que se deitava sempre com a mesma, e teve com elas cinquenta filhos. Regressando da caçada do leão de Citéron, Héracles encontrou-se nas proximidades de Tebas com os arautos de Érgino, rei de Orcômeno, cuja missão era recolher op tributo anual pago pelos tebanos aos orcomênios. O herói atacou-os e cortou-lhes as orelhas e os narizes; depois de enfiá-los em cordéis pendurou-os nos pescoços dos arautos, e mandou-os levarem aquele tributo ao rei. Indignado, Êrginos marchou contra Tebas à frente dos orcomênios, mas foi derrotado por Héracles, que impôs aos vencidos um tributo duas vezes maior que o exigido dos tebanos. As armas usadas por Héracles nesse combate foram um presente de Atena ao herói. Creonte, rei de Tebas, querendo demonstrar sua gratidão a Héracles, deu-lhe em casamento Mêgara, e ofereceu sua filha mais moça a Ificlés. Do casamento de Héracles com Mêgara nasceram muitos filhos, e do casamento de Ificlés com a irmã de Mêgara nasceram dois.
A essa altura da vida de Héracles, Hera, sempre rancorosa, quis pô-lo a serviço de Euristeu. Para atingir o seu objetivo a deusa provocou um acesso de loucura no herói, durante o qual ele matou os filhos que tivera de Mêgara e os dois de Ificlés com sua irmã; Héracles tentou também matar Anfitrião, seu pai, e só não consumou o parricídio porque Atena o fez adormecer no momento em que estava prestes a deferir o golpe mortal. Para purificar-se dessa carnificina Héracles teve de sujeitar-se a servir Euristeu, que lhe impôs os doze trabalhos famosos (em breve). Recuperando-se do acesso de loucura Héracles abandonou Mêgara, dando-a em segundas núpcias ao seu sobrinho Iolau.

Sim, É um Pássaro…

Publicado no grupo Revista Mundo dos Super-Heróis em 21/05/2014.

Sabe quando você pega uma revista em quadrinhos em uma banca, comic shop ou livraria, olha para ela, não dá muito por ela, mas compra para ver se vai gostar (se você não faz isso, com certeza, não é com você... rsss), pois então, foi o que ocorreu comigo quando peguei "É um pássaro...", de Steven T. Seagle e Teddy Kristiansen. Por várias vezes eu a vi na estante da Saraiva Mega Store do Shopping Vitória e não dava nada por ela. Mas no meu impulso de consumidor compulsivo de quadrinhos, decidi comprá-la e me supreendi.
CARAI... que história fora de série!
"É um Pássaro..." é - quase - um livro auto-biográfico de Seagle, pois ele parte do momento que recebe um convite da DC Comics para escrever uma história do Superman. Mas, além de não gostar do personagem por razões pessoais, Seagle está passando por problemas familiares.
A história toda é contada de forma que enquanto Steven T. Seagle coloque os contras da existência do Superman, os outros colocam os prós, desde seu amigo mecânico até editores e escritores da DC Comics.
Os desenhos de Kristiansen só enriquecem ainda mais o roteiro de Seagle, com cenas que vão desde rabiscos a caracterizações de personagens (bem merecido o Eisner que Kristiasen ganhou). Fiquei muito impressionado com a qualidade textual de Seagle nesse trabalho. Foi uma maravilhosa aquisição, sem compromisso.

Título: É um pássaro... (It's a Bird..., em inglês)
Editora: New Pop
Editora Original: Vertigo/DC
Autor: Steven T. Seagle
Arte: Teddy Kristiansen
Páginas: 186
Ano: 2004
Valor: R$ 39,00 é um pássaro...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Nona arte na sétima arte - Parte 4

Publicado na fanpage do Overdose HQ em 01/10/2014.

(Antes da leitura, uns esclarecimentos: 1º- O texto a seguir se refere a personagens que tiveram suas interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos, sendo assim, muitos super-heróis terminaram ficando de fora, pois eram originais da sétima arte; 2º- O material teve como fonte o Wikipedia, o IMDB e o Box Office Mojo. boa leitura).

2005-ElektraO ano de 2005 foi o ano dos lançamentos de super-heróis de quadrinhos no cinema. Já começou com a estreia de um filme de super-herói da Marvel, Elektra. Dirigido por Rob Bowman (Reino de Fogo), o filme era um spin-off de Demolidor, do diretor Mark Steven Johnson, que veio somente como produtor desse filme. No elenco, a atriz Jennifer Garner (Demolidor) reprisava sua personagem Elektra Natchios, e se juntavam a ela, Terence Stamp (Superman) como Stick, Goran Visnjic (Da Magia à Sedução) como Mark Miller, Kirsten Prout como Abby Miller, Will Yun Lee (007 – Um Novo Dia para Morrer) como Kirigi, Cary-Hiroyuki Tagawa (Mortal Kombat) como Roshi, Natassia Malthe (Pânico no Lago) como Tifóide, Bob Sapp (Golpe Baixo) como Stone, Chris Ackerman como Tattoo, o dublê Edson T. Ribeiro como Kinkou, Colin Cunningham (O 6º Dia) como McCabe, Hiro Kanagawa (Desafio Radical) como Meizumi e Mark Houghton (Golpe Fulminante) como Bauer. O filme, que custou à Twentieth Century Fox US$ 43 milhões, somente rendeu, mundialmente, ínfimos US$ 56.681.566.
2005-ConstantineNo mesmo ano, um mês depois, a Warner Bros. lançou Constantine. O filme contava a história de um investigador paranormal que tinha um revista mensal publicada pela Vertigo, subsidiária da DC Comics, intitulado Hellblazer. O filme era dirigido por Francis Lawrence, que estreava dirigindo filmes, pois somente havia dirigidos clipes musicais, e tinha no seu elenco Keanu Reeves (Matrix Revolutions) como John Constantine, Rachel Weisz (O Retorno da Múmia) como as gêmeas Angela e Isabel Dodson, Shia LaBeouf (Eu, Robô) como Chas Kramer, Max Baker (A Máquina do Tempo) como Beeman, Djimon Hounsou (Lara Croft: Tom Raider – A Origem da Vida) como Meia-Noite, o músico Gavin Rossdale (A Agenda Secreta do Meu Namorado) como Balthazar. Tilda Swinton (Adaptação) como Gabriel e Peter Stormare (Bad Boys II) como Satã. A Warner gastou US$ 100 milhões para fazer o filme, que teve uma renda global de US$ 230.884.728, o que, também, pode ser considerado como um fracasso, mas não perto do lançamento feito no mesmo mês pela New Line Cinema.
2005-O Máskara 2A New Line voltou a se arriscar com o personagem da Dark Horse, o Máskara, lançando O Filho do Máskara. O risco foi grande, com um investimento de US$ 84 milhões, mais do que o triplo do valor investido no filme anterior, o filme dirigido por Lawrence Guterman (Como Cães e Gatos), tinha no elenco atores com pouca expressividade como Jamie Kennedy (Pânico) como Tim Avery (clara homenagem ao artista Tex Avery), Alan Cumming (X-Men 2) como Loki, Traylor Howard (Eu, Eu Mesmo e Irene) como Tonya Avery e Steven Wright (O Otário) como Daniel Moss. A arrecadação do filme, em todo o mundo, ficou em US$ 57.552.641, sendo considerada a mais fraca das arrecadações desta época.
2005-A Lenda de ZorroOutra a voltar com um personagem foi a Columbia Pictures. Depois de sete anos, desde o lançamento de A Máscara de Zorro, o estúdio volta com A Lenda de Zorro. A direção ficou novamente nas mãos de Martin Campbell, e voltaram aos personagens Alejandro – agora – De La Vega e Elena De La Veja, os atores Antonio Banderas e Catherine Zeta-Jones, respectivamente. Juntaram-se a eles o ator-mirim Adrian Alonso como Joaquin De La Veja e Rufus Sewel (Coração de Cavaleiro) como Armand. Dessa vez o investimento da Columbia fora mais modesto US$ 75 milhões, mas mesmo assim a arrecadação pelos cinemas não foi a melhor, ficando em US$ 142.400.065, deixando a continuação como uma incógnita, que talvez nunca venha a ser realizada. Mas a melhor bilheteria está para chegar com o reboot do homem-morcego.
Após oito anos sem nenhum filme, mas com tentativas do próprio Joel Schumacher (a quem é atribuída a total culpa – injustamente - do fracasso de Batman & Robin) de realizar Batman – Ano Um, em um tom bem diferente do filme de 1997, ocorreu o lançamento de Batman Begins. 2005-Batman BeginsO novo filme do Homem-Morcego foi envolto de mistérios antes de chegarem imagens do novo Batmóvel (o Tumbler), do novo traje, do enredo e tudo envolta do novo filme. Escrito por David S. Goyer (Blade Trinity) e Christopher Nolan (Amnésia), que também dirigiu o filme, ele trazia no elenco Christian Bale (Equilibrium) como Bruce Wayne/Batman, Sir Michael Caine (Austin Powers E O Homem do Membro de Ouro) como Alfred Pennyworth, Liam Neeson (Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma) Henri Ducard/Ra’s Al Ghul, Katie Holmes (Por Um Fio) como Rachel Dawes, Gary Oldman (Harry Potter E O Prisioneiro de Azkaban) Sgt. James Gordon, Linus Roache (A Guerra de Hart) como Thomas Wayne, Sara Stewart (Sua Majestade, Mrs. Brown) como Martha Wayne, Morgan Freeman (Cão de Briga) como Lucius Fox, Cillian Murphy (Extermínio) como Dr. Jonathan Crane/Espantalho, Tom Wilkinson (Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças) como Carmine Falcone, Rutger Hauer (Sin City: A Cidade do Pecado), Ken Watanabe (O Último Samurai) como Ra’s Al Ghul, Colin McFarlane como Comissário Loeb, Mark Boone Junior (+Velozes +Furiosos) como Sgt. Flass e Richard Brake (Cold Mountain) como Joe Chill. A nova abordagem ao Batman, que contou desde o assassinato de seus pais, passando pelo seu treinamento, até adquirir todos os aparatos que usa no combate ao crime em Gotham City, dava um caráter mais voltado ao realismo e menos ao fantástico, o que não agradou muito a todos os fãs. Mas nem por isso o filme não foi um sucesso de bilheteria. Com o custo de produção de US$ 150 milhões, o filme arrecadou, mundialmente, US$ 374.218.673, ou seja, um pouco mais do dobro de quanto custou, o que lhe garantiu uma continuação.
2005-Quarteto FantásticoA Twentieth Century Fox lançou, também, Quarteto Fantástico no ano de 2005. Mesmo amargando com o fracasso de Elektra no começo do ano, ela tinha esperanças do sucesso com o primeiro grupo de super-heróis da Marvel Comics, ainda mais que as repercurssões das fotos que eram divulgadas eram boas. Sob a direção de Tim Story (Táxi), o elenco contava com Ioan Gruffud (Rei Arthur) como Dr. Reed Richards/Sr. Fantástico, Jessica Alba (Sin City: A Cidade do Pecado) como Dra. Sue Storm/Mulher-Invisível, Chris Evans (Celular – Um Grito de Socorro) como Johnny Storm/Tocha-Humana, Michael Chiklis (do seriado The Shield – Acima da Lei) como Ben Grimm/O Coisa, Julian McMahon (Alucinado) como Dr. Victor Von Doom/Dr. Destino, Kerry Washington (Ray) como Alicia Masters e Hamish Linklater (A Festa Rave) como Leonard. O filme contava, de uma forma mais atualizada, como Reed, Sue, Johnny e Ben ganhavam seus poderes fantásticos, e dava poderes a Von Doom, também. O filme sempre foi considerado por uma grande maioria como fraco, mas nem por isso não foi sucesso nos cinemas. A Fox gastou US$ 100 milhões para fazê-lo e arrecadou US$ 330.579.719, mundialmente, o que garantiu o retorno do Quarteto aos cinemas.
2005-V de VingançaA Warner terminou fechando o ano de 2005 com um outro filme, também. V de Vingança estreou nos cinemas estadunidenses em 11/12/2005. Sob a direção de James McTeigue, que estreou como diretor depois de trabalhar com os produtores do filme, Andy e Lana Wachowski em Matrix, o filme trazia no elenco Hugo Weaving (O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei) como V, Natalie Portman (Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith) como Evey, Stephen Rea (Entrevista Com o Vampiro) como Eric Finch, Stephen Fry (A Vida e Morte de Peter Sellers) como Gordon Dietrich, John Hurt (A Chave Mestra) como Cancheler-Maior Adam Sutler, Tim Pigott-Smith (Johnny English) como Peter Creedy, Rupert Graves (Desafio Radical) como Dominic Stone, Roger Allam (RKO 281) como Lewis Prothero, Sinéad Cusack (Castelo dos Sonhos) como Dra. Delia Surridge e Sir John Standing (The Real Jane Austen) como bispo Anthony James Lilliman. O filme tinha como objetivo transpassar uma graphic novel da linha Vertigo, subsidiária da DC Comics, para o cinema. Para isso a Warner investiu US$ 54 milhões, e conseguiu arrecadar mundialmente US$ 132.511.035.
2006-X-Men IIIEm 2006, o ano dos personagens de super-heróis nos cinemas foi aberto com X-Men: O Confronto Final. Mais uma vez a Twentieth Century Fox levava os mutantes da Marvel Comics aos cinemas, como ocorrera em 2000 e 2003. Reprisando novamente o elenco do primeiro e do segundo filme, sob a direção de Brett Ratner (Dragão Vermelho), retornaram aos personagens Hugh Jackman como Logan/Wolverine, Halle Berry como Ororo Munroe/Tempestade, Sir Ian McKellen como Eric Lehnsherr/Magneto, Patrick Stewart como Prof. Charles Xavier, Famke Janssen como Jean Grey/Fênix, Anna Paquin como Marie/Vampira, James Marsden como Scott Summers/Ciclope, Rebecca Romjin como Mística, Shawn Ashmore como Bobby Drake/Homem-de-Gelo e Aaron Stanford como John Allerdyce/Pyro, e juntaram-se a eles Kelsey Grammer (A Última Aposta) como Dr. Hank McCoy/Fera, Vinnie Jones (Eurotrip – Passaporte para a Confusão) como Cain Marko/Fanático, Ellen Page (Menina Má.com) como Kitty Pryde/Lince Negra, Daniel Cudmore (Alone In The Drak – O Despertar do Mal) como Piotr “Peter” Rasputin/Colossus, Bem Foster (Alpha Dog) como Warren Worthington III/Anjo, Michael Murphy (Magnólia) como Warren Worthington II e Dania Ramirez (A Última Noite) como Callisto. O filme não agradou muito aos fãs dos mutantes, mas terminou agradando àqueles que vinham acompanhando a franquia nos cinemas, tanto que o filme custou exorbitantes US$ 210 milhões, e arrecadou pelo mundo US$ 459.359.555. Muito se conta que o filme foi dirigido por Brett Ratner, pois Bryan Singer, que dirigira os dois primeiros, desistira do terceiro filme, graças a um convite da Warner Bros. para que assumisse o filme do primeiros dos super-heróis, o Superman.
2006-Superman ReturnsSinger dirigiu Superman Returns, levando em conta os dois filmes anteriores que, de certa forma, foram dirigidos por Richard Donner. Como era o ano de 2006, tinham dois anos que o clássico Superman/Clark Kent, Christopher Reeve, havia falecido, o filme seria como um tributo. Tanto que para o papel principal contratou-se o pouco conhecido Brandon Routh, que fizera participações em seriados e lembrava um pouco Reeve. Se juntaram a ele no elenco Kate Bosworth (Crimes em Wonderland) como Lois Lane, Kevin Spacey (Edison – Poder e Corrupção) como Lex Luthor, Frank Langella (Boa Noite e Boa Sorte) como Perry White, Sam Huntington (River’s End) como Jimmy Olsen, Eva Marie Saint (Estrela Solitária) como Martha Kent, James Marsden (X-Men) como Richard White e Parker Posey (Blade: Trinity) como Kitty Kowalski. Ainda houve uma homenagem ao ator Marlon Brando (Superman: O Filme), que também falecera em 2004, usando imagens de arquivo dele. O filme terminou custando a Warner US$ 270 milhões, mas somente arrecadou US$ 391.081.192. A crítica não gostou do filme, assim como muitos fãs e o público geral não se identificou, causando um amargo regresso ao Homem-de-Aço.
2007-Motoqueiro Fantasma2007 começou com mais um personagem da Marvel Comics nos cinemas. Agora era a vez da Columbia Pictures levar o Motoqueiro Fantasma para as telonas. Dirigido por Mark Steven Johnson (Demolidor – O Homem Sem Medo), que também foi o responsável pelo roteiro e a história do filme, o filme trazia no seu elenco Nicolas Cage (O Sacríficio) como Johnny Blaze/Motoqueiro Fantasma, Peter Fonda (Fuga de Los Angeles) como Mefistófeles, Wes Bentley (Honra & Coragem: As Quatro Plumas) como Coração Negro, Donal Logue (Noivo em Fuga) como Mack, Eva Mendes (Hitch – Conselheiro Amoroso) como Roxanne Simpson e Brett Cullen (A Gangue Está em Campo) como Barton Blaze. O filme custou a Columbia US$ 110 milhões, mas arrecadou US$ 228.738.393, o que poderia se considerar baixo para os padrões do outro filme de super-herói da Columbia, o Homem-Aranha, que retornou no mesmo ano.
2007-Homem-Aranha 3Homem-Aranha 3 estreou dois meses depois de Motoqueiro Fantasma. Ele continuava sendo dirigido por Sam Raimi, e trouxe no elenco Tobey Maguire como Peter Parker/Homem-Aranha, Kirsten Dunst como Mary Jane Watson, James Franco como Harry Osborn/Duende Verde II, Rosemary Harris como Tia May e J.K. Simmons como J. Jonah Jameson. Se juntaram a eles Thomas Haden Church (Sideways – Entre Umas e Outras) como Flint Marko/Homem-Areia, Topher Grace (do seriado De Volta aos Anos 70) como Eddie Brock/Venom e Bryce Dallas Howard (A Dama na Água) como Gwen Stacy. As críticas foram pesadas ao filme, que custou a Columbia US$ 258 milhões, mas não deixou de ser um grande sucesso mundial, arrecadando US$ 890.871.626. Nunca um filme de super-herói havia visto tamanha bilheteria, a não ser o primeiro Homem-Aranha.
2007-Quarteto Fantástico 2A Twentieth Century Fox, ainda visando sucesso com o Quarteto Fantástico, lançou em 2007 Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado. Tim Story voltava no papel do diretor, assim como o elenco original também. Composto por Ioan Gruffud como Dr. Reed Richards/Sr. Fantástico, Jessica Alba como Dra. Sue Storm/Mulher-Invisível, Chris Evans como Johnny Storm/Tocha-Humana, Michael Chiklis como Ben Grimm/O Coisa, Julian McMahon como Dr. Victor Von Doom/Dr. Destino e Kerry Washington como Alicia Masters, ganhou reforço com Doug Jones (Hellboy) como Surfista Prateado (a voz era de Lawrence Fishburne (Matrix)). O custo desta continuação foi um pouco maior que o anterior US$ 130 milhões, mas a arrecadação nas bilheterias foi sofrível, somente conseguindo US$ 289.047.763, deixando o Quarteto na geladeira durante um tempo. Mas a Marvel percebeu que a sétima arte estava aberta as adaptações de seus personagens, então era hora de começar a investir mais e mais pesado.