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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Os últimos deuses retornam no Catarse.


“Para quem os deuses oram? Do que são capazes quando entram em desespero?”
Com essa premissa Hiro Kawahara abre o Apoio Coletivo no Catarse para “Os Últimos Deuses”.
Esse trabalho que ele desenvolve em conjunto com Eric Peleias (Até o Fim) traz como premissa o fim da humanidade e os deuses desesperados para ter uma sub-sobrevivência, sendo que um ser mais antigo e poderoso do que eles está a solta e desejando vingança. Na história acompanharemos Odin, Hércules, Savitar,Isimud, Fortuna, Quetzalcóatl, Epione, Rá e Sol na busca para continuarem a existir, a qualquer custo.
A base são os deuses das religiões antigas, muitas delas esquecidas quando o cristianismo se prevaleceu como religião base para a humanidade. Esses deuses, em boa parte, estão decadentes e com vários problemas de saúde e mental. O que mostra o valor que as pessoas dão as religiões antigas, fazendo prevalecer as crenças novas em detrimento destas.
O apoio no Catarse está nos seus últimos dias, mas ainda permite que possa ser apoiado e, como sempre contam com vários tipos de brindes que vão de marcadores de página a cursos presenciais ou online de desenho com o próprio Hiro Kawahara.
O livro, em si, terá 80 páginas e para aqueles que apoiarem, virá com uma sobre capa contendo o amuleto Vegvisir, um símbolo antigo que ajudava seu portador a encontrar o caminho certo (veg = estrada ou trilha; visir = guia) para os povos islandeses. O amuleto também estará em um adesivo que alguns apoiadores receberão (de R$ 50 para cima).

Acredito que será uma aquisição imperdível essa graphic novel, pois será desenvolvida em algo que muitos consideram como esquecido ou morto, e uma revisitação a esse tipo de religiões sempre acrescenta mais, como ocorre com “Deuses Americanos” de Neil Gaiman.
 Caso desejem apoiar esse projeto, cliquem no link: https://www.catarse.me/ultimosdeuses

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

RESENHA HQ: Horácio: Mãe


HORÁCIO: MÃE

Roteiro: Fábio Coala
Arte: Fábio Coala
Editora: Panini Comics
Ano: 2018
Pág.: 96

Horácio é um pequeno tiranossauro rex, que ama alfaces, mas nunca conheceu sua mãe. Quando ele descobre que ela, possivelmente, pode estar presa em uma enorme cratera, parte em uma aventura ao lado de dois novos amigos que conhecera, encarando os mais constantes perigos para encontrá-la.
Se eu não quiser entregar muito dessa fantástica história, cheguei ao limite nessa pequena sinopse.
Desde que comecei a ter melhores conhecimentos sobre o universo de personagens da Maurício de Sousa Produções, ouvia falar que o personagem Horácio era o “preferido” de Maurício de Sousa. Não que ele gostasse menos da Turma da Mônica, da Turma de Bidu, da Turma de Penadinho, da Turma da Mata, da Turma do Papa Capim, da Turma do Piteco, da Turma do Chico Bento, mas muito do que ele escreve nas histórias do Horácio – sim, Maurício de Sousa ainda escreve histórias – é bem pessoal, coisas que ele pensa, que ele reflete. Então vê-lo permitindo que outro escreva uma história para o tiranossaurozinho é algo incrível. Também demonstra sua total confiança de que Fábio Coala – conhecido artista brasileiro das tirinhas “Mentirinhas” – faria um ótimo trabalho com seu personagem, e é isso que temos em mãos com essa nova Graphic MSP.
Bem, em um breve resumo, as Graphics MSP são revistas com começo, meio e fim, onde o artista Maurício de Sousa disponibiliza seus personagens para que outros artistas independentes escrevam histórias. Dessa forma, temos o Astronauta, Turma da Mônica, Chico Bento, Piteco, Bidu, Penadinho, Turma da Mata, Louco, Papa-Capim, Mônica, Capitão Feio, Jeremias e, agora, Horácio. As histórias contam com histórias e arte diferentes do que geralmente se veem nos contextos das revistas mensais da Maurício de Sousa Produções, o que dá ainda mais valor ao trabalho desses artistas. Isso tudo se iniciou quando Maurício de Sousa completou 50 anos e foram feitas três edições de comemoração com vários artistas brasileiros, mostrando sua própria visão dos personagens. Hoje, as Graphics MSP estão tendo vida própria, tanto que a história “Turma da Mônica: Laços”, de Vitor e Lu Cafaggi, está sendo adaptada para os cinemas e deve estrear em 2019.
A confiança de Maurício de Sousa em Fabio Coala foi gratificante para quem lê essa história do Horácio, pois Coala faz uma visita ao passado mais remoto do personagem. Um passado que não se conhecia nos quadrinhos. O mais legal é o respeito que Coala demonstra pelo personagem e pelo trabalho de Maurício de Sousa. A forma de caracterizar o personagem, possui um busca na realidade, mas não perde a forma do seu criador. Para uma melhor compreensão da busca de Horácio, também temos sequências de flashback com sua mãe, fazendo com que acompanhemos e compreendemos melhor o que ocorreu.
Maravilhosa, emocionante, cativante, “Horácio: Mãe” é o 19º volume dessa coleção e só traz mais valor a toda ela.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Alfa: A Primeira Ordem. Chega ao Catarse a continuação.


Desde 2014, Elenildo Lopes vem buscando um fato incrível, unir o maior número de super-heróis brasileiros em uma bela edição.
Sua primeira tentativa ”Álbum DBQ – Heróis Brasileiros: A Ordem” não conseguiu o financiamento necessário pela Catarse. Mas Elenildo não desistiu. Criador do personagem Capitão R.E.D. e Vélox – que também está no Catarse aguardando o apoio para poder ser lançado –, ele relançou o projeto com um novo nome, “Protocolo: A Ordem”.
“Protocolo: A Ordem” une os maiores super-heróis brasileiros para enfrentar um grande mal que assola a nossa nação e somente a união deles poderá fazer a diferença.
Elenildo relançou esse projeto e, depois de repensar alguns procedimentos a tomar no Catarse, trocou o nome para “Protocolo: A Ordem” e, em outubro de 2015, ele se tornou algo real. Tanto que ganhou o Prêmio AbraHQ (2016) e o Prêmio Angelo Agostini (2017).
Foi um grande sucesso, com mais de 200 pessoas apoiando a publicação da revista. Isso motivou Elenildo a um novo projeto, agora intitulado “Alfa – A Primeira Ordem: Parte 1”. Esse novo projeto já nasceu para serem duas partes – ambas escritas por Gian Danton, desenhadas por Marcio Abreu e coloridas por Vinicius Townsend –, principalmente porque iria trazer super-heróis clássicos como Capitão 7, Raio Negro, Capitão Gralha, Homem-Lua e o Flama.
Cada um dos personagens clássicos foram criados entre as décadas de 1950 e 1960 – com exceção do Capitão Gralha que foi criado para as comemorações do aniversário do personagem O Gralha, com uma história fictícia a respeito de sua criação – e, na história, em determinado momento eles se uniram para enfrentar uma ameaça alienígena e terminaram desaparecendo. Na continuação, Capitão R.E.D., Velta, Jou Ventania, Lagarto Negro, Jaguara, entre outros, unem-se novamente para descobrir o que ocorrera no passado, ainda mais quando uma ameaça semelhante a que os grande heróis clássicos enfrentaram reaparece.
Lógico que, como a história é preparada para duas partes, a primeira edição não tem um fim. Dessa forma, Elenildo lançou “Alfa – A PrimeiraOrdem: Parte 2 – O Final” em agosto de 2018. Como na primeira parte, a campanha é flexível, ou seja, não tem a necessidade de atingir o limite das contribuições para receber o incentivo.
Como todos os projetos na Catarse, “Alfa – A Primeira Ordem: Parte 2 – O Final” vem com várias formas para apoiar o projeto que acarretará nos mais diversificados brindes, como prints em A4, revistas do Capitão R.E.D. e/ou Lagarto Negro, chaveiros, marcador de páginas exclusivo, adesivos, arte de um personagem, criação sua, pelo artista Pedro Lucas ou no “Painel dos Sentinelas da ALFA” ou participando da revista, camisas, e muitos outros prêmios. Os valores variam de R$ 40,00 a R$ 450,00 (sendo que os dois últimos são para varejistas).
Vamos lá, participe dessa revolução! Entre para essa luta apoiando os super-heróis brasileiros a enfrentar um grande ameaça.

Você também pode adquirir "Alfa - A Primeira Ordem: Parte 1" pelo site da Kimera Publicações.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Vem aí Chaos!


Felipe Folgosi é um ator conhecido pelos seus trabalhos na televisão, fazendo novelas para a Globo, o SBT e a Record. Mas, além disso, o que poucos sabem, é seu fascínio por quadrinhos.
Em 2014, através do Catarse, ele conseguiu financiar o projeto da revista “Aurora”. Na revista ele conta a história de um pescador que se vê em meio a uma tempestade cósmica que termina lhe concedendo poderes extranormais. O roteiro de “Aurora” era de um projeto de filme que Folgosi tinha em mente, mas que ele preferiu adaptar para os quadrinhos e deu muito certo.
Em 2016, ele conseguiu financiar outro projeto dele maravilhoso, “Comunhão”. Usando algo muito comum na sua vida, que é a religião, Folgosi conta um thriller de suspense com a arte toda no nanquim, sem colorização, em uma homenagem aos clássicos das histórias de quadrinhos de terror.
Com esses dois projetos em mãos, ele vem visitando várias convenções de quadrinhos e, com certeza, as pessoas devem lhe perguntar sobre seu próximo projeto. Então em fevereiro de 2018, no Telecine Play e no Google Play Folgosi, junto com Jun Sakuma, lança “Traço Livre – O Quadrinho Independente no Brasil”.
O documentário, apresentado por Folgosi e com direção de Sakuma, mostra o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos artistas independentes no Brasil, que lutam o dia-a-dia para tirar seus projetos da obscuridade. Muito bem feito, com entrevistas e demonstrações da realidade que os quadrinhistas brasileiros passam, “Traço Livre (...)” mostra para o que veio.
No dia 01 de agosto de 2018, Felipe Folgosi lançou um vídeo promocional apresentando o mais novo projeto dele que será lançado no Catarse, Chaos.
Chaos é uma continuação direta da primeira HQ de Folgosi, “Aurora”. Nela conheceremos mais sobre o filho do pescador Rafael, que foi tomado por uma energia cósmica e foi totalmente transformado. Gabriel tem poderes extrasensoriais como telepatia e telecinésia, e a história promete ser tão interessante quanto sua antecessora.
A campanha já começou nas redes sociais, onde Folgosi tem apresentado alguns work in progress de vários artistas como Alzir Alves, Flavio Luiz Nogueira e Luciano Salles. Para participar do financiamento coletivo de “Chaos”, as pessoas terão de entrar no catarse.me/aurora2chaos, escolher a forma de financiar e aguardar mais um trabalho de qualidade desenvolvido pelo ator/roteirista/argumentista Felipe Folgosi.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A internet e as polêmicas


Nos dias de hoje internet serve para tudo. Se você quer acalmar, assiste a um vídeo divertido, onde você possa rir. Se quiser entrar em contato com um amigo distante, pode entrar em um Instant Messenger ou em uma plataforma de conversa virtual, podendo até mesmo vê-lo e à família dele, em vídeo. Mas também serve para gerar polêmicas, fazer denúncias e até demitir pessoas.
Bem, por que estou entrando nesse assunto em um blog sobre cultura nerd? De uns tempos para cá, o Twitter, Instagram e Facebook, serviram como forma de se descobrir mais coisas sobre determinados artistas, sejam diretores, produtores e atores de filmes e/ou seriados, ou mesmo argumentistas, roteiristas, desenhistas e arte-finalistas de quadrinhos. Vira e mexe surge alguma polêmica que podemos ou não discutir, que podemos ou não concordar, mas que viralizaram facilmente.
Como um exemplo, em outubro de 2017 o produtor de filmes Harvey Weinstein (Amityville: O Despertar), proprietário junto com seu irmão, Bob Weinstein, da Weinstein Company, foi denunciado como sexista e estuprador por várias atrizes de Hollywood. As denúncias iam de assédio a estupro e, simplesmente, levaram a demissão do produtor da própria empresa. Uma das denúncias aconteceu no Instagram, na página da atriz Cara Delevigne (Esquadrão Suicida).
Na postagem da atriz, ela fala como Weinstein a havia abordado após uma reunião, como foi coagida a ir ao quarto do diretor e outras coisas mais. Mas as denúncias não pararam, pois no mesmo mês, o site BuzzFeed News surgiu com a polêmica em torno do ator Kevin Spacey.
Kevin Spacey é extensamente conhecido por todos seus trabalhos no cinema e pelo seu excelente trabalho na série “House of Cards”, onde vive o presidente Francis Underwood. Ele chegou a ganhar dois prêmios da Academia – o Oscar – pelos seus trabalhos em “Os Suspeitos” (Melhor Ator Coadjuvante) e “Beleza Americana” (Melhor Ator) e o Golden Globe de Melhor Ator de série Televisiva por seu trabalho em “House of Cards”. A denúncia ao BuzzFeed News veio por parte do ator Anthony Rapp (Star Trek: Discovery).
De acordo com Rapp, Spacey o havia assediado e – quase – estuprado quando ele tinha 14 anos. Com isso, Spacey foi investigado e vários podres surgiram, levando-o a ser demitido da série que ele protagonizava. Ambas as denúncias geraram muitas polêmicas e surgiram mais escândalos de assédio, como foi o caso do produtor/diretor Brett Ratner (Hércules).
Brett Ratner, diretor e produtor de vários filmes de sucesso – e outros nem tanto –, proprietário da Ratpac Entertainment, foi acusado de assediar sexualmente várias atrizes, como Ellen Page (X-Men 2). Mesmo negando que tenha ocorrido, isso levou a atriz Gal Gadot (Liga da Justiça) e a diretora Patty Jenkins (Monster) ameaçarem se desligar da continuação do sucesso “Mulher-Maravilha”, caso o produtor e sua empresa continuassem ligadas ao filme. Devido ao sucesso do primeiro filme, a Warner Bros. Pictures rescindiu o contrato com Brett Ratner e sua empresa. Mas não é somente na indústria dos cinemas que as denúncias surgiram em 2017, pois a nona arte também teve seus casos como do editor da DC Comics, Eddie Berganza (Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeraldas).
Eddie Berganza começou em 1998 na editora de quadrinhos DC Comics, escrevendo e editando histórias para as revistas Supergirl, Teen Titans e Wednesday Comics, além do grande sucesso da editora, a minissérie “Lanterna Verde: A Noite Mais Densa”. Em 2010, o – então – editor-chefe da empresa, Bob Harras, tornou Berganza editor executivo. Quando chega em 2012, Berganza terminou voltando ao cargo de editor, pois havia denúncias de “indiscrições” contra ele, mas essas vieram a público em novembro de 2017, quando o site BuzzFeed News publicou que o editor havia assediado duas funcionárias da DC Comics.
A primeira ocorreu em 2006, quando Berganza encurralou Liz Gehrlein Marsham, beijando à força. Mesmo que esta o tivesse denunciado à editora, como mais nada havia ocorrido, ele recebeu a promoção. Então, no mesmo ano que se tornou Editor Executivo, outras denúncias surgiram como no caso da ex-editora da DC Comics, Janelle Asselin (Novos 52: Batman). Ela dizia que se preocupava com novas estagiárias, pois Berganza assediava a todas. Depois delas duas e mais três funcionárias denuncia-lo ao RH da empresa em 2010, demorou sete anos para que a DC Comics tomasse as providências e demitissem Berganza. E isso somente ocorreu, pois Marsham e Asselin foram entrevistadas pelo site BuzzFeed News.
Quando entramos em 2018, as denúncias dentro da indústria cinematográfica continuaram e, desta vez, foram dirigidas ao ator Morgan Freeman (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge).
Em maio de 2018, uma jovem assistente revelou que o ator Morgan Freeman havia a assediado durante as filmagens de “Despedida em Grande Estilo”, onde ele vive um aposentado que decide fazer um grande assalto a banco ao lado de dois amigos, vividos pelos atores Michael Caine (Truque de Mestre: O 2º Ato) e Alan Arkin (Argo).
De acordo com a entrevista dada ao CNN News, o ator tentou levantar a saia da jovem e somente parou porque o ator Alan Arkin chamou sua atenção. Com isso, outra denúncia surgiu sobre Freeman durante as filmagens de “Truque de Mestre”, onde ele assediou sexualmente uma mulher que era membro sênior da equipe de produção. Também foi denunciado por ter assediado a assistente dessa mulher.
Dias depois da denúncia de comportamento inapropriado e assédio, o advogado de Morgan Freeman alegou que a CNN teve “... intenção maliciosa, falsidades, truques, falta de controle editorial e má conduta jornalística”, pois a pessoa que iniciara a denúncia, a jornalista Chloe Melas, havia atraído e estimulado as testemunhas a falar contra Morgan Freeman. As consequências das denúncias contra Freeman foram as rescisões de vários contratos que ele já tinha firmado.
Mas nem sempre a internet vem com denúncias de terceiros para que uma pessoa ligada à indústria do entretenimento tenha problemas, às vezes vem do próprio causador, como ocorreu com o diretor James Gunn (Guardiões das Galáxias Vol. 2).
James Gunn ficou conhecido depois de dirigir e roteirizar o filme Super, uma sátira aos filmes de super-heróis que surgiam. Em 2012, Gunn foi convidado pela Marvel Studios para realizar um filme para eles e surgiu “Os Guardiões da Galáxia”. O filme se baseia em um grupo pouco conhecido da Marvel Comics, mas quando este estreou em 2014, foi um sucesso imediato. O sucesso em crítica e público foi tão grande que logo foi anunciada sua continuação.
James Gunn possui redes sociais (Twitter e Instagram), onde ele expõe imagens do desenvolvimento dos filmes e coisas bem pessoais. Algumas muito pessoais mesmo, que chegam a ser bem ofensivas.
Entre os anos de 2009 e 2011, James Gunn se expressou de forma bem ofensiva no seu Twitter. Eram textos com teor de pedofilia, e com um pouco de sadismo. Ele falava sobre garotos lhe tocarem em partes íntimas, sobre ficar excitado na presença de jovens, sobre sexo oral em garotos, entre outras coisas que são extremamente execráveis.
Em 2018, os “tweets” do diretor chegaram à cúpula maior da Disney, detentora dos direitos sobre a Marvel Studios e os personagens que compõem o Universo Cinematográfico Marvel.
Consciente disso, a Disney demitiu o diretor que chegou a se retratar no seu Twitter dizendo que tudo escrito era porque buscava provocar, usando coisas ultrajantes e tentando quebrar o tabu da sociedade. Eram coisas esperando uma reação, movidas por uma raiva pessoal. Disse ainda ter se desculpado publicamente e agora se vê movido por amor ao seu trabalho e pelas pessoas a sua volta.
Numa opinião bem pessoal, existem formas de provocar e gerar polêmica, principalmente na internet, um mundo aberto para todos que estão nela, sem precisar mencionar pedofilia e qualquer coisa que seja ofensivo às pessoas que lhe acompanham e seguem. E mesmo que seja parte do seu passado tortuoso, quando nos expressamos existem pequenas verdades no que escrevemos, pequenos desejos no que expressamos através das palavras. Ele é um roteirista e diretor, deve saber que tudo que se escreve possui parte de quem nós somos e do que desejamos, mesmo que seja expresso através de ficção. Mas isso é algo que escrevo de minha livre vontade, refletindo sobre o que li das postagens dele.
Lógico que a demissão de James Gunn, por parte da Disney, gerou uma turbulência imensa entre os fãs dos filmes. Alguns geraram o hashtag #JamesGunnDidNothingWrong, dizendo que tudo não passou de piadas. Ainda usam o que ocorreu com Robert Downey Jr. (Tony Stark/Homem de Ferro) para que recontratem James Gunn. Até mesmo temos duas petições na internet, uma que pede a recontratação dodiretor/roteirista, enquanto outra requerendo a Disney que não o recontratem.
Mais recentemente, o elenco de “Guardiões da Galáxia” revelou uma carta no Twitter e no Instagram, pedindo a recontratação de James Gunn.
Assinada por Chris Pratt (Senhor das Estrelas), Zoe Saldana (Gamora), Dave Bautista (Drax), Vin Diesel (Groot), Bradley Cooper (Rocket), Karen Gillan (Nebula), Michael Rooker (Yondu), Pom Klementieff (Mantis) e Sean Gunn (Kraglin) - irmão de James Gunn -, a carta vem agradecendo aos fãs que vêm pedindo a reintegração de Gunn e apoiam esse pedido, dizendo que tudo que ele escreveu, no pedido de desculpas, é verdadeiro. Revelam o quanto os anos de trabalho com o diretor foram gratificantes e que creem, de coração, na redenção de Gunn.
Revelam que não estão defendendo as piadas feitas por James Gunn “muitos anos atrás”, mas sim que têm a intenção de “compartilhar (a) experiência tendo passado muitos anos juntos no set fazendo Guardiões da Galáxia 1 e 2”.
Chegam a mencionar sobre as características políticas que o povo estadunidense vem vivendo e que o ocorrido com Gunn vem mostrar os cuidados que todos precisamos ter com o que escrevemos nas nossas redes sociais.
Chega a ser louvável a defesa do elenco com o diretor James Gunn, mas a internet é uma via de mão dupla. Como disse acima, existem outras formas de expressar sua revolta com a humanidade sem a necessidade de ser voltado a assuntos tão conturbados quanto os mencionados em suas postagens. Você pode chocar com coisas fúteis, mas deve sempre se lembrar que na internet as coisas podem se tornar eternas. A partir do momento que as postagens de James Gunn vieram à tona, se tornaram arquivos compartilhados no archive.is, onde as pessoas ainda expressam suas opiniões sobre o conteúdo. Atores e atrizes do Universo Cinematográfico Marvel, devido a repercussão do caso deixaram de seguir as postagens de James Gunn, tanto no Instagram quanto no Twitter.
Para alguns pode não significar nada, mas é o mesmo que se tornar um pária.
Não estou dizendo que isso ocorrerá com Gunn, mas já foi revelado que a Disney não pretende voltar atrás na decisão, pois adotou zero tolerância para atitudes extravagantes e de conteúdo pejorativo de pessoas ligadas aos filmes de qualquer um dos estúdios relacionados ao grupo.
Pode ser que voltem atrás? Talvez, pois não conhecemos o dia de amanhã e os filmes com direção de James Gunn faturaram milhões para os cofres da Disney (“Guardiões da Galáxia” faturou US$ 773.328.629 e “Guardiões da Galáxia Vol. 2” faturou US$ 863.756.051, totalizando US$ 1.637.084.680, mundialmente), mas enquanto isso o diretor entra para a lista daqueles que simplesmente perderam algo por causa das suas atitudes que chegaram ao público pela internet.
A internet é uma fonte de informações que pode ser favorável ou simplesmente te colocar com risco de difamação, prejudicando sua carreira, principalmente quando você é uma figura pública e termina agindo como um famoso sem senso, abusando de sua posição. Seja por acusações de assédio, comportamento abusivo ou mesmo por se expressar com conotações de pedofilia abusiva, você sempre estará sujeito ao julgamento popular. As pessoas não conseguem tolerar mais isso, estão cansadas de pessoas famosas saírem impunes de suas atitudes contra os outros. Então repense quem deseja ser, pois a fama não é mais segurança de nada, principalmente tendo a internet disponível.