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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

RESENHA CINEMA: Creed II (2019)

CREED II (2019)

Direção: Steven Caple Jr.
Roteiro: Cheo Hodari Coker, Sascha Penn, Sylvester Stallone, Juel Taylor
Elenco: Michael B. Jordan,  Sylvester Stallone, Thessa Thompson, Phylicia Rashed, Wood Harris, Dolph Ludgren, Florian Munteanu, Russel Hornsby, Brigitte Nielsen, Milo Ventimiglia, Robbie Johns

Viktor Drago (Florian Munteanu) foi criado por seu pai, Ivan Drago (Dolph Ludgren), alimentado pelo ódio que este tem na derrota para Rocky Balboa (Sylvester Stallone) há 34 anos. Ivan foi o grande responsável pela morte do pugilista Apollo “Doutrinador” Creed, deixando Adônis “Donnie” Creed (Michael B. Jordan) órfão de pai. Graças ao agenciador de lutas, Buddy Marcelle (Russell Hornsby), Viktor tem a oportunidade de trazer o nome dos Drago de volta ao auge e, ao mesmo tempo, poderá fazer como seu pai, enquanto Adônis vê a possibilidade de fazer justiça ao seu pai no ringue.
“Creed II” é um novo capítulo na história da franquia “Rocky Balboa”. Tá, chega a ser injusto coloca-lo dessa forma, pois “Creed” e “Creed II” são dois capítulos bem diferentes que têm a participação de Rocky. Temos os momentos de Rocky e a clara nostalgia de vê-lo visitar o túmulo de Adrian ou falando de seu filho, mas ele não é o centro da história, mas sim Adônis Creed.
Nesse novo capítulo, Adônis está no auge de sua carreira, está com a mulher de sua vida – vivida, novamente (e de forma maravilhosa) pela atriz Tessa Thompson – e não tem do que reclamar. Mas o desafio de Viktor Drago abre uma ferida que, de certa forma, foi um dos temas centrais do primeiro filme, seu pai, Apollo Creed. Assim que essa ferida se abre, todos os sentimentos de revolta, rancor e desejo de vingança retornam. Mas não é somente Adônis que é alimentado por estes desejos, temos Viktor também.
Ele é um carregador de uma loja de material de construção que, nas horas vagas, luta boxe de forma amadora. Seu jeito de lutar é selvagem e alimentado pelo ódio pelo povo russo que abandonou seu pai assim que ele perdeu para Rocky. A história de Viktor tem uma profundidade e seu ódio é visceral, você sente a todo momento na sua forma de olhar. Um bom trabalho para o boxeador romeno Florian Munteanu em seu primeiro trabalho significativo no cinema. Já a paixão e ferocidade de Adônis, vivido por Michael B. Jordan, nós já conhecemos e ela volta com força total, da mesma forma visceral.
Vale pontuar também a ótima atuação da atriz Tessa Thompson, voltando no papel da cantora surda Bianca, noiva e parceira de Adônis em todos os momentos, sejam de alegrias ou tristezas. Ela passa por dilemas nos quais Adônis precisará ajuda-la muito.
Quanto a Sylvester “Sly” Stallone? Como eu já disse, é nostálgico vê-lo em cena, mas você percebe um amadurecimento de um de seus maiores personagens. Rocky Balboa é a carreira de Stallone do começo ao fim. Foi um personagem que ele criou com um drama pessoal bem claro. Ele conhece o boxe, ele sabe o que é o boxe. Não pode passar isso para seu filho, pois não desejava que ele tivesse esse futuro, mas passou para Adonis Creed. Rocky é o Mentor da história de Ulisses, que ensina ao filho do grande herói tudo o que ele precisa saber. Ele passa toda sua sabedoria para que ele continue em frente. É maravilhoso ver Sly – tomando uma liberdade que não me foi dada – nesse nível de trabalho.
É difícil não se comover, não se contagiar com “Creed II”. Não se influenciar com toda a catarse promovida pelo filme. Parando para pensar um pouco, o filme é um “Rocky III” inverso e com mais história (se alguns considerarem isso como um spoiler, peço as mais sinceras desculpas).
Mesmo que eu soltasse todos os spoilers mais possíveis e imagináveis, “Creed II” continuaria sendo um filme para você assistir no cinema e vibrar, se emocionar e se deliciar com cada momento.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

RESENHA CINEMA: Vidro (Glass, 2019)


VIDRO (Glass, 2019)

Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Elenco: Samuel L. Jackson, Bruce Willis, James McAvoy, Sarah Poulson, Anya Taylor-Joy, Spencer Treat Clark, Charlayne Woodard, Luke Kirby, Adam David Thompson

David Dunn (Bruce Willis) está de volta. Ele e seu filho, Joseph (Spencer Treat Clark) abriram uma empresa de artigos de segurança. Mas David ainda age como “O Vigilante”, sempre buscando tratar os marginais como eles merecem.
Joseph investiga os casos das meninas desaparecidas e sabe que para encontra-lo seu pai teria de ir às ruas, mas ele vem sendo procurado pela polícia por causa de sua forma de agir. Ignorando esse fato, David vai ao bairro onde o filho acredita que as garotas possam estar e, após entrar em contato com Hedwig (James McAvoy), ele descobre onde estão, mas ele termina tendo de enfrentar A Besta (James McAvoy) e, por causa disso, são capturados e levados a uma Instituição para Doentes Mentais. Lá, David reencontra Elijah Price (Samuel L. Jackson), que tem planos bem interessantes para Kevin (James McAvoy) e todas as suas outras 13 personalidades, principalmente A Besta. Mas para isso ele precisa superar a influência da Dra. Ellie Staple (Sarah Poulson) que deseja convencê-los de que eles não são o que creem – e sabem – ser.
“Vidro” é a terceira parte de uma série de filmes de M. Night Shyamalan.
Tudo se iniciou em 2000, com Corpo Fechado, onde nos era apresentado David Dunn e seus poderes. Ele é a descoberta de Elijah Price, proprietário da galeria de arte “Primeira Edição”, que tem uma doença rara onde seus ossos quebram como vidro. Elijah acreditava possuir uma contraparte, um inquebrável, e causou um acidente de trem para descobrir Dunn. A história termina com ambos se descobrindo com inimigos mortais.
Em 2016, Shyamalan estendeu seu universo para “Fragmentado”, onde nos apresenta Kevin Wendell Krumb e oito de suas treze personalidades, entre elas A Besta, um ser com força sobrenatural e que suporta tiros de bala. Dentro de Kevin vive A Horda, como se chamam as suas trezes personalidades. Eles sequestram a jovem Casey Cooke (Anya Taylor-Joy) e outras duas moças. Casey consegue convencer A Besta a soltá-la, sendo a única a sobreviver à Horda. Esse terceiro filme, une os dois, criando o Shyamalanverso.
O filme tem uma história que, em determinados momentos é arrastada, pois Shyamalan desenvolve toda a história por trás da doutora e os planos de Elijah, mas tem seu ápice nas cenas de luta entre A Besta e Dunn. O enredo é mais um emaranhado de ideias de Shyamalan, que desenvolve mais enigmas e mais mistérios. Você percebe onde ele quer chegar, mas tenta entender quando ele vai chegar, sendo assim, talvez, se houver uma sequência, saberemos o que nos espera.
“Vidro” não se compara a “Corpo Fechado” e “Fragmentado”, que parecem ser histórias mais coesas e centradas, pois tem uma ideia de começo, meio e fim. Já “Vidro” fica a curiosidade do que tem mais para vir. É um bom filme, mas que fica a dever uma conclusão mais concreta e determinada. Mistérios são legais, mas ficamos querendo saber quando – e se – eles vão acontecer. Vale a pena? Sim, se você já está familiarizado com Shyamalanverso e com a forma de M. Night Shyamalan desenvolver seus filmes. Mas se não, se familiarize antes para ter certeza se deseja ou não assistir “Vidro”.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

RESENHA ANIMAÇÃO: O Reino dos Supermen (Reign of the Supermen, 2019)


O REINO DOS SUPERMEN (Reign of the Supermen, 2019)

Direção: Sam Liu
Roteiro: James Krieg, Tim Sheridan
Elenco: Jerry O’Connell, Rebecca Romjin, Rainn Wilson, Patrick Fabian, Charles Halford, Cameron Monaghan, Cress Williams, Rosario Dawson, Nathan Fillion, Christopher Groham, Shemar Moore, Nyambi Nyambi, Jason O’Mara

Superman está morto. Mas as esperanças surgem quando quatro novos super-heróis aparecem usando o emblema do kryptoniano: o Superboy, o Homem de Aço, o Último Filho de Krypton e o Homem do Amanhã.
Cada um deles lembra o Superman em determinado momento e isso deixa as pessoas confusas, pensando em quem eles acreditam ser o grande super-herói. A Liga da Justiça está para lançar seu satélite em órbita da Terra, mas termina sendo capturada e desaparecendo, deixando a Terra na mão desses quatro super-seres, mas será que eles são confiáveis? Quais são suas intenções? Algum deles é verdadeiramente o Superman ou não?
Foi lançado, nos Estados Unidos, a tão esperada conclusão da animação “A Morte do Superman”, mas, para mim, é uma tremenda decepção.
Bem, teci grandes elogios para a primeira parte dessa minissérie lançada direta para DVD/Blu-ray, pois ela trazia da forma mais fiel possível a adaptação do clássico que fora responsável pela morte do Superman, lançado entre dezembro de 1992 e janeiro de 1993 (no Brasil foi lançada em uma edição especial de novembro de 1993, pela Editora Abril). Mas, nesse momento, a sequência é decepcionante, pois não segue em nada o original, com mudanças radicais.
A história até começa bem, mas você nota certas estranhezas no desenrolar da história. Eu, sinceramente, gostaria de entender o que James Krieg e Tim Sheridan quiseram fazer com isso, pois para mim, foi um desastre.
Como conhecedor do enredo original, eu esperava mais da história. Tá, o traidor é o mesmo, mas a pessoa com quem ele trabalha, não. Isso foi extremamente desnecessário.
Eu não gosto de fazer resenhas das coisas que me decepcionam, seja no cinema, séries, quadrinhos ou animações, mas tinha que falar o quão triste fiquei com “O Reino dos Supermen”.
Um conhecido meu que também assistiu a animação disse que aquele final é necessário para continuidade do universo criado para as animações. Tá, e por que o final original também não seria algo para dar continuação? Diria até que seriam mais adaptações de histórias interessantes que ainda não foram exploradas.
Eu acredito que fiquei muito esperançoso com essa adaptação, por causa da primeira parte. Mas foi... broxante! Me fez lembrar o quão decepcionado fiquei com outras adaptações, como “O Contrato de Judas”, um dos grandes clássicos de Marv Wolfman e George Pérez com os Novos Titãs que ficou a desejar, pois incluíram elementos que não fazem parte do contexto da história. Eu não entendo o motivo disso. Para fazer parte da continuidade das Animações da DC? Pra quê? São quadrinhos clássico, com roteiros fantásticos. Não precisam ser integrados a uma continuidade DC nas animações. Por que “Liga da Justiça: A Nova Fronteira”, “Mulher-Maravilha”, “Lanterna Verde: Primeiro Voo”, “Superman/Batman: Inimigos Públicos”, Liga da Justiça: Crise em Duas Terras”, “Batman Contra o Capuz Vermelho”, “Superman/Batman: Apocalipse”, “Grandes Astros Superman”, “Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda”, “Batman: Ano Um”, “Liga da Justiça: Legião do Mal”, “Superman contra a Elite”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas I e II” e “Superman: Sem Limites” são boas adaptações? Pois se preocupam com a história de onde vêm. Mesmo “Liga da Justiça: Legião do Mal” que adapta a minissérie Torre de Babel, mudando os vilões principais, consegue ser bem feito.
Desde que ocorreu “Liga da Justiça: Ponto de Ignição”, eu tenho tentado aturar as animações da DC, mas tem sido difícil. Talvez porque não aceitei bem Os Novos 52 e as animações seguiram por esse conceito, mas mesmo “Batman: Piada Mortal” e “Batman: 1889” foram totalmente uma decepção. Tá, nem tudo é de se jogar fora, pois temos “Batman: Ataque ao Arkham”, “Liga da Justiça: Deuses e Monstros”, “Batman: Sangue Ruim”, “Batman e Arlequina”, “Esquadrão Suicida: Acerto de Contas” e “A Morte do Superman”, mas em sua maioria, se não existisse não faria falta. E, infelizmente, “O Reino dos Supermen” entra para essa lista daqueles que não deveriam ter acontecido.
“Ah, mas é muita história para contar”... Sim, e por que resumir tudo em somente dois episódios? Poderiam ter apresentado melhor os personagens, a história do Superboy, os problemas do Aco, quem era o Erradicador e tornar mais válida a aceitação do Super-ciborgue, mas empurraram tudo em 87 minutos. Seria até uma forma de ganhar mais dinheiro.
Sinceramente, não quero e nem tentarei entender o que ocorreu, mas “O Reino dos Supermen” é extremamente decepcionante e frustrante. Antes não tivessem lançado.


sábado, 12 de janeiro de 2019

RESENHA SÉRIES: Titãs (Titans, 2018)


TITÃS (Titans, 2018)
Dick Grayson (Brenton Thwaites) é um detetive na cidade de Detroit, quando é chamado para falar com a jovem Rachel Roth (Teagan Croft). Ela chega à cidade após fugir de pessoas que desejam imensamente sequestrá-la. O que Rachel não sabe – e ninguém dentro da Central de Detroit – é que Dick é o primeiro parceiro do Batman, Robin. Ele decidiu sair “debaixo da capa” de seu mentor e seguir uma carreira solo.
Após uma terceira tentativa de sequestro, Dick decide ajudar Rachel, levando-a para Washington, onde deveria ficar segura com os “amigos” de Dick, Hank Hall (Alan Ritchson) e Dawn Granger (Minka Kelly), que são as identidades secretas dos vigilantes Rapina e Columba. Enquanto isso, do outro lado do mundo, a desmemoriada Kory Anders (Anna Diop), tenta descobrir o motivo de estar querendo ir atrás da jovem Rachel. Ela busca descobrir sobre seu passado e, ao mesmo tempo, saber porquê Rachel é tão importante para ela.
Enquanto viaja, Rachel termina conhecendo o jovem Gar Logan (Ryan Potter), um transmorfo que vira um tigre verde. Ele é membro de uma família disfuncional composta por um ex-piloto de corridas, Cliff Steele (Jake Michaels), que após um acidente teve se cérebro transportado para um corpo robótico, se tornando o Homem-Robô, a ex-modelo Rita Farr (April Bowlby), que após um acidente ganhou a capacidade de se esticar e se tornou a Mulher-Elástica, o ex-piloto de testes Larry Trainor (Dwain Murphy), que depois de um acidente com radiação ficou com o corpo desfigurado e, agora, consegue projetar uma sombra energética, além de absorver energias e gerar altas doses de calor, ficando conhecido como Homem-Negativo. Todos eles foram unidos pelo Dr. Niles Caulder (Bruno Bichir), conhecido como O Chefe, que conseguiu controlar seus poderes e os chama de Patrulha do Destino.
Para ajuda-lo a descobrir mais sobre Rachel e todos aqueles que o cercam, Dick busca a ajuda de sua mais antiga amiga Donna Troy (Conor Leslie), a Moça-Maravilha, antiga parceira da Mulher-Maravilha. Dick precisa entender o que está acontecendo antes que um grande mal chegue à Terra de outra dimensão.
Falar mais do que isso seria entregar a história inteira e estragaria as melhores surpresas da série – tá, acho que já estraguei algumas. “Titãs” estreou nos Estados Unidos em 12 de outubro de 2018, no sistema de streaming DC Universe. Foram 11 episódios – eram prometidos 12 episódios – onde o clima, do começo ao fim, era de extrema tensão. No Brasil, a Netflix adquiriu a série e estreou no dia 11 de janeiro de 2019.
Nesses 11 episódios conhecemos um grupo bem diferente do que se vê nos quadrinhos e nas séries animadas “Os Jovens Titãs” e “Jovens Titãs em Ação”. Robin está mais sombrio, aderindo a extrema violência na hora que age. Ele não poupa shurikens – no formato do “R” de sua logo – e ossos quebrados. Não chega a matar, mas com certeza, muitos não poderão nem ter filhos. Ravena – ou Rachel Roth, já que na série ela não aderiu ao codinome – tem uma essência mais malévola, como se estivesse possuída por esse mal. Estelar – outra que ainda não aderiu ao codinome – é violenta, como nos quadrinhos, mas não poupa energia para causar grandes estragos, se for necessário. Já Mutano tem o poder contido – acho que a falta de orçamento pesou... só não entendi porque escolheram um tigre – e é o menos violento de todos.
“Titãs” pesa a mão na violência, mostrando que não veio para ser assistida por crianças. Não dosam nas cenas de sangue voando para todos os lados e jorrando no chão. Mas, mesmo assim, é a melhor série já feita da união DC/ Warner.
Ao contrário das séries do canal The CW, “Titãs” traz mais da essência dos quadrinhos, não sendo tão melodramática. Ela tem fanservice, mas esse não é somente uma menção em determinado momento, fazendo parte do contexto da história. Como temos o Robin, precisamos do Batman e, no decorrer da série, nós o vemos, seja uma sombra na janela, uma mão sobre um ombro, uma silhueta ou de costas, Bruce Wayne aparece na série. Lógico, o foco não é nele, então não precisamos tanto de um rosto.
“Titãs” é uma série que possui um clima denso do começo ao fim. É quase uma série de terror com bastante ação e violência. Não ficamos presos a draminhas pessoais, ela tem o motivo de mostrar os jovens – nem tão jovens assim – heróis agindo em busca de respostas, constantemente. Você conhece mais sobre cada um deles no transcorrer da série. Mesmo àqueles que não são os protagonistas, estão com suas histórias contadas.
Quando se assiste “Titãs”, você sente falta de algumas coisas e alguns personagens, mas como é o começo da construção de um novo universo – agora da streaming –, de cara com o spin-off Patrulha do Destino, sabemos que tem muito para vir por aí.
“Titãs”, mesmo com a excessiva violência e o clima tenso, é a melhor série com personagens da DC da atualidade, superando seus colegas do Arrowverse. Longa vida aos Titãs!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

RESENHA CINEMA: Máquinas Mortais (Mortal Engines, 2019)


MÁQUINAS MORTAIS (Mortal Engines, 2019)

Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson
Direção: Christian Rivers
Elenco: Hera Hilmer, Robert Sheehan, Hugo Weaving, Jihae, Leila George, Ronan Raftery, Stephen Lang, Regé-Jean Page, Menik Gooneratne, Frankie Adams, Leifur Sigurdarson, Kahn West, Colin Salmon, Patrick Malahide, Mark MItchinson, Andrew Lees, Sophie Cox, Kee Chan, Sarah Peirse, Mark Hadlow, Caren Pistorius, Pop Macleod, Joel Tobeck.

O planeta Terra foi devastado por um conflito sem precedentes que resultou na criação de cidades-móveis, sendo que algumas são mais evoluídas do que outras. Estas destroem as menores, no chamado darwinismo municipal. Entre as mais evoluídas está Londres, uma mega cidade-móvel, governada por Magnus Crome (Patrick Malahide). Entre seus moradores está o chefe da Guilda de Historiadores, Thaddeus Valentine (Hugo Weaving) e sua filha Katherine Leila George). Por causa disso, Katherine constantemente frequenta o Museu Britânico, administrado por Chudleigh Pomeroy (Colin Salmon), para conversar com seu amigo Tom Natsworthy (Robert Sheehan), um aprendiz.
Quando uma cidade mineradora é capturada por Londres, dentro dela está a jovem Hester Shaw (Hera Hilmar), cujo desejo de vingança faz com que cometa um atentado contra Valentine. Tudo poderia ter dado certo se Natsworthy não tivesse interferido, impedindo que Hester concluísse com o que desejava. Enquando foge, Hester revela algo para Natsworthy, algo obscuro do passado de Valentine, que o leva a se desfazer do rapaz.
As coisas somente pioram quando Valentine decide recriar uma arma mortal e somente Hester possui a chave para detê-lo.
“Máquinas Mortais” é um daqueles filmes com começo, meio e fim. Ou seja, não teremos continuações que se estenderão anos a fio, fazendo com que tentamos descobrir o que acontecerá no próximo filme.
Peter Jackson comprou os direitos para adaptar o livro escrito por Philip Reeve em 2009 e deixou o roteiro de molho até 2016, quando começou a adaptação, contando com a ajuda de duas antigas companheiras, Fran Walsh – sua esposa – e Philippa Boyens, que desenvolveram com ele a saga de O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Colocou na direção seu diretor assistente em O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, Christian Reeves, e partiu em frente.
O filme tem uma história bem interessante, mas muitos buracos no seu transcorrer – sendo que, alguns são contados em flashback. É um filme pós-apocalíptico de uma Terra totalmente distópica e, percebemos totalmente as diferenças entre protagonismo e antagonismo.
Valentine é o claro antagonista. Ambicioso, determinado, vil, capaz de qualquer coisa para conseguir alcançar seus objetivos, até mesmo matar. Já os protagonistas, Hester e Tom, são pessoas que não se entendem inicialmente, mas ambos têm a traição como pano de fundo, uma mais antiga e a outra mais recente. Eles tentam se completar no transcorrer do filme, mas a química não parece ocorrer.
De certa forma isso foi bom, pois não vemos nada desnecessário e fora do momento no filme.
É sempre complicado fazer uma análise de um filme com base em um livro sem antes tê-lo lido, mas percebe-se que falta algo na história. Coisas que não ficaram bem resolvidas.
“Máquinas Mortais” é um filme que não vai encantar a todos, mas cumpre com a missão de ser um bom filme de ficção cientifica pós-apocalíptico.