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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

RESENHA HQ: Superman: O Homem de Aço (DC Comics Coleção de Graphic Novel da Eaglemoss).

SUPERMAN: O HOMEM DE AÇO (DC Comics Coleção de Graphic Novel da Eaglemoss).

Roteiro: John Byrne
Desenhos: John Byrne
Arte-final: Dick Giordano
Título original: Superman: Man of Steel

Lirismo (nome masculino): 2. estilo elevado, mavioso (harmonioso) e apaixonado (Fonte: Dicionário Lingua Portuguesa versão 1.0 – Grupo Porto Editora)

Essa é a palavra que serve como adjetivo para essa edição da coleção de graphic novels da DC Comics que a Eaglemoss vem lançando.
Quando surgiu em junho de 1938, na Action Comics #1, Superman era um super ser com capacidades incomparáveis. Ele saltava sobre prédios, tinha uma força titânica, somente uma bala de morteiro poderia pará-lo e corria mais rápido do que um trem expresso. Nessa sua primeira aparição também temos a estreia de Lois Lane, destemida repórter, colega de trabalho de Clark, que não leva desaforo para casa e, por isso, sempre se mete em apuros, sendo salva pelo Homem de Aço.
A história de origem do Superman recebeu uma expansão um ano depois em Superman #1 (junho de 1939), contando mais detalhes sobre suas origens kriptonianas. Nessa mesma edição fez-se a primeira aparição dos Kent – chamados de John e Mary Kent –, o casal que adota Clark no orfanato.
No ano de 1940, na Action Comics #23 (abril de 1940), surge o maior inimigo do Superman, Alexei “Lex” Luthor, um grande cientista que sempre se vê derrotado pelo Superman. Já em agosto de 1948, na revista Superman #53, Superman ganha seu nome kriptoniano, Kal-L, e seus pais biológicos também ganham nomes, Jor-L e Lora.
Esse é, praticamente, o pontapé inicial para tudo que viria a ser o Superman nos dias de hoje. Mudanças de algumas histórias e alguns fatos – na Era de Prata ele se torna Kal-El e seus pais biológicos se tornam Jor-El e Lara, John e Mary se tornam Jonathan e Martha Kent e Alexei Luthor se torna Alexander Luthor – dão novas dimensões ao personagem, mas sua história andava tão confusa – Ele fora um Superboy (More Fun Comics #101 (janeiro de 1945) na sua infância e adolescência, antes de assumir o manto de Superman, de único sobrevivente de Krypton, Superman ganha um cão, Krypto (Adventure Comics #210 (março de 1955)). Depois ele ganha uma prima Kara Zor-El, a Supergirl (Action Comics #252 (maio de 1959)). Surgem Beppo (Superboy #76 (outubro de 1959)) – um macaco que é usado por Jor-El em experiências espaciais –, Rajado (Action Comics #261 (fevereiro de 1960) – o gato de estimação da Supergirl que ganha super-poderes ao ser exposto a kriptonita-X – e Cometa (Adventure Comics #293 (fevereiro de 1962)) – Biron, um centauro da Grécia Antiga, que fora transformado pela bruxa Circe em um cavalo. –, como de todo o Multiverso DC, que em abril de 1985 os roteiristas Marv Wolfman e Robert Greenberger e o desenhista George Pérez iniciaram a Crise nas Infinitas Terras. Ao final desta, em março de 1986, todo o Universo DC começou a ser reestruturado.
Em “A História do Universo DC” (1986), Wolfman e Pérez reestabelecem como tudo acontecerá no Universo DC. Então roteiristas e desenhistas conhecidos são chamados para refazer a histórias dos personagens mais importantes do Universo DC. George Pérez fica incumbido de refazer a história da Mulher-Maravilha, Frank Miller e David Mazzucchelli reestabelecem as origens de Batman e ficou a cargo de John Byrne a reformulação do Superman, e esta obra-prima que lemos nessa edição.
Dividida em 6 partes, “Superman: O Homem de Aço” redefine a origem do Homem-de-Aço respeitando o seu cânone, mas criando uma das mais belas obras de ficção científica da DC Comics.
Na introdução vemos a história de Krypton, um planeta onde a sociedade vive de princípios científicos, expurgando as emoções e vivendo da razão. Nela o jovem cientista Jor-El descobre que o seu planeta está em vias de extinção e por isso retira sua matriz, que fecundara o óvulo da jovem Lara, das câmeras de gestação e a coloca em uma nave. Antes de o planeta ser destruído, ele envia a nave em direção à Terra.
No primeiro tomo, Clark vence, praticamente sozinho, a final de futebol americano por sua escola em Smallville. Como uma forma de alerta, Jonathan Kent, seu pai, lhe conta sobre o dia em que ele “nasceu”. Ciente disso, Clark decide partir em sinal de remissão por usar seus poderes para usufruto próprio, assim conhecendo melhor e aos seus poderes. Durante um tempo ele passa despercebido, salvando pessoas e resolvendo problemas pelo mundo, mas quando um ônibus espacial sofre um acidente, ele termina se revelando e salvando o veículo. Ele então retorna para Smallville, onde Martha lhe faz um traje e ele se torna o Superman.
No segundo tomo, vemos a repórter Lois Lane, que fora salva por Clark no acidente com o ônibus espacial e o nomeara como Superman, indo atrás dele para conseguir uma entrevista exclusiva. Então somos apresentados a Perry White, editor-chefe do Planeta Diário e ao jovem Jimmy Olsen, fotógrafo free-lancer do editorial. Sendo capaz de qualquer coisa para conseguir o que deseja, Lois termina sendo vencida por Clark Kent, que se torna repórter do Planeta Diário após conseguir a primeira exclusiva com o Homem-de-Aço.
No terceiro tomo, Superman fica sabendo de um notório vigilante que age à noite em Gotham City e decide intervir e prende-lo, mas termina se aliando a ele para deter uma lunática que anda roubando artefatos raros e de extremo valor.
No quarto tomo, Clark Kent e Lois Lane são convidados pelo milionário Lex Luthor para participar de uma festa em seu transatlântico. Luthor então demonstra toda sua sagacidade ao tentar comprar o Superman, que salva os passageiros do navio de piratas modernos, mas ao final termina arcando com sua ignorância.
No quinto tomo, Luthor busca uma forma de ter Superman trabalhando para ele, assim pede aos seus cientistas que criem um clone do Homem de Aço, só que este sai defeituoso. Em Metrópolis, Lucy Lane, irmão de Lois, a visita, mas após ficar cega por ter tido ácido jogado nos olhos, ela se sente impotente e busca o suicídio, mas é salva pelo clone do Superman que termina enfrentado o Homem do Amanhã.
No sexto e último tomo, Clark retorna à Smalville, onde reencontra sua paixão de juventude, Lana Lang. Além disso, ele também descobre mais coisas sobre o seu passado, o que faz perceber de onde veio e sobre quem são seus pais biológicos. Entçao fecha-se o arco.
A continuidade dessas histórias puderam ser lidas em Superman, na Action Comics e em The Adventures of Superman, onde John Byrne deu continuidade ao seu trabalho, fosse somente como roteirista ou como roteirista/desenhista.  Ele dimensionou o que desenvolvera de forma harmoniosa e sem igual. Estabeleceu novas ideias de como as coisas aconteceram com a Legião de Super-Heróis, por exemplo, que sempre se inspiraram no Superboy para a criação do grupo. Este vinha de um Universo Compacto, criado pelo Senhor do Tempo, bem como a nova Supergirl – que não era uma prima de Krypton. Ela era uma matriz plasmática desenvolvida por Alexander Luthor do Universo Compacto para enfrentar Zod, Zaora e Quex-Ul, com base em Lana Luthor. Também criou personagens que fizeram história no universo do Homem-de-Aço, como a Capitã Maggie Sawyer e o detetive Dan Turpin, a Dra. Kitty  Falkner – que se transformava na Fúria –, a vilã Banshee de Prata, sem contar os personagens que ganharam novas roupagens, como Metallo e Sr. Mxyzptlk. Para deixar uma base mais sólida para os futuros roteiristas do Superman, Byrne ainda escreveu as minisséries O Mundo de Krypton (dezembro de 1987-março de 1988), O Mundo de Smallville (abril-julho de 1988) e O Mundo de Metrópolis (agosto-novembro de 1988). Mas, infelizmente, seu conceito foi desconsiderado, como muitas das coisas que foram feitas depois de Crise nas Infinitas Terras foram.
“Superman: O Homem de Aço” iniciou uma nova história na vida do Superman e ideias e conceitos que são usados até hoje. John Byrne foi um genial maestro ao reger essa minissérie. Ele fez pelo Homem do Amanhã algo que muitos outros roteiristas não haviam feitos nos 50 anos de história do personagem, uma base sólida e uma história que misturava ficção científica e ação de forma equilibrada.
Mas, nem tudo é maravilha nessa edição. Infelizmente ela possuiu alguns erros bobos, como o enquadramento de uma frase dentro de um recordatório e o nome do navio de Lex Luthor, que eles colocaram em caixa alta em português, mas logo acima aparece o nome em inglês, na parte branca. Mas isso são coisas menores que não diminuem a maravilhosa edição.
Para fechar com chave de ouro, temos a estreia do personagem na Action Comics #1.
Como disse mais acima, a história foi publicada em junho de 1938. Escrita por Jerry Siegel e desenhada por Joe Shuster, os dois jovens judeus de Cleveland, trazia as origens do Superman e explicações sobre seus super-poderes. Na sequência, testemunhamos sua afirmação como um super-herói, lutando por uma pessoa que seria executada injustamente e depois salvando a bela repórter Lois Lane de facínoras que a sequestram. O que Siegel e Shuster criam a partir daí é o que mitifica o super-herói moderno até os dias de hoje. É uma pessoa que usa seus dons para auxiliar àqueles que não têm condições de agir para benefício próprio. É o maravilhoso surgimento do super-herói na melhor forma que poderia ser estabelecida.
Nas próximas edições testemunharemos o surgimento da Liga da Justiça pós-Crise nas Infinitas Terras. “Liga da Justiça: Ano Um” é dividida em duas partes e fora escrita por Mark Waid e Brian Augustyn e desenhada por Barry Kitson.
Você pode procurar a coleção em bancas e lojas especializadas, mas se não conseguiu nenhum número e deseja adquiri-lo desde o começo, faça sua assinatura no site da EaglemossCollections, que também oferece brindes muito legais.


domingo, 24 de janeiro de 2016

RESENHA HQ: Homem-Animal: O Evangelho do Coiote (Animal Man, Book 1 – Animal Man)

HOMEM-ANIMAL: O EVANGELHO DO COIOTE (Animal Man, Book 1 – Animal Man)

Roteiro: Grant Morrison
Desenhos: Chaz Truog, Tom Grummett
Arte-final: Doug Hazlewood
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2001 (BR: 2015)
Pág.: 252

Eu gostaria de fazer com Homem-Animal de Grant Morrison o mesmo que fiz com O Monstro do Pântano de Alan Moore, mas para evitar a fadiga de ficar dizendo as pessoas que não é tudo que Morrison fez para a DC Comics que eu não gosto, preferi me adiantar com esse primeiro encadernado que publica as edições 1 a 9 da revista Animal Man (1988-1995).
Grant Morrison ficou na revista somente até a edição 26 (agosto de 1990), sempre ao lado do desenhista Chaz Truog – que dera lugar para Tom Grummett nas edições #9 e #14 (março e agosto de 1989) e Paris Cullins na edição #22 (abril de 1990) – e do arte-finalista Doug Hazlewood – que dera espaço para Mark McKenna na edição #10 (abril de 1989), Steve Montano na edição #14 (agosto de 1989) e foi substituído por Mark Farmer nas edições #25 e #26 (julho e agosto de 1990), as duas últimas de Morrison no título.
Eu acompanhei as histórias de Morrison em Homem-Animal pela extinta DC 2000 (janeiro de 1990-novembro de 1994), da Editora Abril Jovem, onde ele estreou na edição #3 (março de 1990).
Bem, nessa primeira edição encontramos o Buddy Baker, o Homem-Animal, buscando ser aceito como super-herói. Desempregado, sendo sustentado pela esposa Ellen e tendo dois filhos com ela, Cliff e Maxine, Buddy não tem uma boa reputação por causa de seus poderes, pois ele pode similar as capacidades de animais, e nada mais que isso. Mas como ele primeira missão ele é chamado para ir aos Laboratórios STAR onde vê uma anomalia de chimpanzés fundidos em uma massa disforme. Sua investigação o leva a encarar o herói africano Fera B'wana, que pretende salvar uma chimpanzé amiga.
Na sequência temos a história que dá título à edição. Nela Buddy se depara com uma anomalia, um coiote do deserto vindo de animações que busca ajuda. Ele enfrenta problemas nos quais não está acostumado e o Homem-Animal precisa auxilia-lo.
Depois embarcamos na saga Invasão, onde o Homem-Animal enfrenta os thanagarianos, povo alado de onde veio Katar Hol, o Gavião Negro, e Shayera Thal, a Mulher-Gavião. Continuamos em Invasão, mas Buddy precisa encarar um vilão das antigas, o Máscara Vermelha, que tem uma conversa sobre suas origens com o Homem-Animal e nunca teve um momento de glória em toda sua carreira criminosa.
Ao final, Homem-Animal sofreu certos problemas com a bomba antimetagene, jogada pela raça dos dominións ao final da saga, que alterou a genética de vários meta-humanos e fez vários outros despertarem. Mas a participação ativa de Buddy durante a saga o propiciou uma vaga na Liga da Justiça Europa. Sua constante luta pelo benefício dos animais, que iniciou após o encontro com Fera Bwana o traz problemas com um super-vilão que invade a sua casa. Após saber disso, J’onn J’onzz leva uma equipe para cuidar da segurança na casa de Buddy e conversa com ele sobre seus problemas.
Desde sua criação em Strange Adventures #180 (setembro de 1965), por Dave Wood e Carmine Infantino, o Homem-Animal nunca teve um tratamento tão vip em toda sua existência, sempre aparecendo em histórias esparsas ou como coadjuvante. Chegou a ser membro do grupo Heróis Esquecidos, formado por personagens obscuros da DC Comics, que ficaram anos fazendo participações especiais ou ficando no limbo editorial da DC, como Adam Strange, Cavaleiro Atômico, Congo Bill, Delfim, Capitão Cometa, Homem-Imortal, Ressurreição, Rick Flag, Rip Hunter, Dane Dorrance (líder dos Demônios do Mar) e o geologista Cave Carson. Parte do grupo chegou a fazer uma aparição em Crise nas Infinitas Terras.

Não sei o que motivou a Grant Morrison pegar um personagem como o Homem-Animal, mas ele trouxe o personagem a uma ascensão sem igual. Com histórias falando sobre consciência ambiental, proteção à vida animal, batalhas memoráveis, Morrison tornou Buddy Baker de um personagem sem graça e sem repercussão em um personagem a ser respeitado e estimado nos quadrinhos.

Se hoje o Homem-Animal é um personagem que as pessoas se interessam e escritores gostam de incluir em suas histórias, tem muito a ver do que Morrison fez pelo personagem em sua passagem pela revista-solo.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

As músicas nos trailers do Esquadrão Suicida.

No dia 20 de janeiro de 2016, a Warner Bros. lançou o segundo trailer de “Esquadrão Suicida” durante o DC Films presents: Dawn of the Justice League, apresentado por Kevin Smith e Geoff Johns. O filme estreia em 04 de agosto de 2016 e David Ayer vem guardando bastante suspense quanto ao “vilão” da história, mesmo que alguns especulem que seja Magia (Cara Delevingne). Mas eu não vim conversar sobre isso aqui, pois após o lançamento do trailer, eu já vi pessoas fazendo comparações com o último trailer de “Guardiões das Galáxias”, devido uso de músicas que fizeram sucesso na década de 1980. Sinceramente, nunca vi comparação tão sem fundamento quanto essa.
Por que isso? Bem, enquanto a ideia das músicas em “Guardiões das Galáxias” queria fundamentar o fato de que Peter Quill (Chris Pratt) havia sido sequestrado por seres espaciais na década de 1980 e tudo que ele tinha era o seu mix, para lembrar-se de casa, da mãe e tal (tô ainda tentando descobrir como ele conseguiu um tocador de fitas K7 no espaço), as músicas que compõem os dois trailers de Esquadrão Suicida (sim, pois mais de três minutos de trailer não é teaser... e nunca será!) são totalmente dentro do contexto dos temas.
Vamos começar pela primeira. “I Started a Joke” é uma composição dos irmãos Maurice Gibb (1949-2003), Robin Gibb (1949-2012) e Barry Gibb, membros do grupo Bee Gees, feita em 1968. O trecho que aparece no trailer: Eu comecei uma piada/Que fez o mundo inteiro chorar/Mas eu não vi/Que a piada era eu; entra no contexto do que nos é apresentado no trailer, pois ele nos mostra um tipo de piada macabra na qual Amanda Waller (Viola Davis) diz durante um jantar com um militar e um político, onde ela pretende formar um grupo com “os piores dos piores”, e que “[...] se algo acontecer, nós os culparemos e negaremos tudo”. Quando questionada como os controlará, ela diz “[...] fazer as pessoas agirem contra os seus interesses é o meu trabalho”. A introdução da música do Bee Gees entra logo após essa conversa, cantada de uma forma bem... sinistra pela cantora Becky Hanson, dando o tom ideal para o lado obscuro do filme.
O segundo trailer abre com a música “Bohemain Rhapsody”, do Queen. Escrita e cantada por Freddie Mercury (1946-1991), a música foi composta em 1975 e as partes mostrada no trailer falam sobre insanidade, assassinato e suicídio: “Isso é a vida real?/Isso é só fantasia?/Pego num desmoronamento/Sem escapatória da realidade//Abra seus olhos/Olhe para os céus e veja/Eu sou só um pobre garoto/Eu não preciso de compaixão/Porque eu fácil venho, fácil vou/E possuo altos e baixos/De qualquer jeito o vento sopra/Nada realmente importa para mim”; ou seja, mais dentro da ideia do filme seria impossível. É interessante como ela casa com o que você vê no trailer, a fantasia em meio à realidade, sem poder escapar dela. Um total desequilíbrio mental de alguns e a desesperança – percebe-se isso ao ver enquanto Floyd Lawton (Will Smith) observa a chuva por uma fresta de sua cela em Belle Reeve – em outros. A parte do assassinato e suicídio aparecem no restante do trecho: “Mamãe, acabei de matar um homem/Coloquei uma arma contra sua cabeça/Puxei o gatilho, agora ele está morto/Mamãe, a vida acabou de começar/Mas agora eu joguei tudo isso fora/Mamãe, oh!/Não foi minha intenção te fazer chorar/Se eu não estiver de volta a esta hora amanhã/Continue, continue/Como se nada realmente importasse/Tarde demais, chegou minha hora/Sinto arrepios em minha espinha/Meu corpo está doendo todo o tempo/Adeus a todos, eu tenho que ir/Tenho que deixar todos vocês para trás e encarar a verdade/Mamãe, oh!/(De qualquer jeito o vento sopra)/Eu não quero morrer/Às vezes eu desejo nunca ter nascido!”; é impressionante como Ayer conseguiu contextualizar bem os temas.
O talento do diretor é claro, pois quem vê “Corações de Ferro” (Fury, 2014) percebe como ele consegue trabalhar um filme de ação, envolvendo o drama de vários personagens. Mesmo que existam poucos protagonistas, ele trabalha a identidade de cada um de forma que você entenda-os dentro do filme. A questão das músicas sendo usadas nos trailers de “Esquadrão Suicida”, tem como principal objetivo mostrar o que ocorre, mostrar que o psicológico, que o sombrio fará parte do filme. Elas não são somente músicas famosas usadas para dar um ritmo ao filme, elas são colocadas com o objetivo de contextualizar o que você está vendo.
Não somos estadunidenses. Nossa língua natal é o português, mas com certeza, para as pessoas que falam a língua inglesa, a ideia da música deve ter feito todo o sentido, já que ela não serve somente como um teminha para a ação do filme, ela busca mostrar uma piada macabra, uma loucura inerente, uma solidão obscura e um terror concreto.
Quando prestamos atenção nas letras das músicas “I Started a Joke” e “Bohemain Rhapsody”, percebemos que a ideia de coloca-las nos trailers beira a genialidade. David Ayer foi extremamente inteligente ao introduzi-las nos trailers, dando o ambiente que teremos. Não é somente pelo “Esquadrão Suicida” ser desconhecido do grande público que essas músicas foram colocadas, mas sim para dar o ambiente que todos assistiram. Isso torna “Esquadrão Suicida” ainda mais interessante do que se pode pensar.
"Esquadrão Suicida" é dirigido e roteirizado por David Ayer (Corações de Ferro) e tem no elenco Will Smith (Floyd Lawton/Pistoleiro), Margot Robbie (Dra. Harleen Quinzel/Harley Quinn), Jared Leto (Coringa), Joel Kinnaman (Rick Flagg), Viola Davis (Amanda Waller), Cara Delevingne (June Moon/Magia), Jai Courtney (Goerge "Digger" Harkness/Capitão Bumerangue), Adewale Akinnuoye-Agbaje (Waylon Jones/Crocodilo), Adam Beach (Christopher Weiss/Amarra), Jay Hernandez (Chato Santana/El Diablo), Karen Fukuhara (Tatsuo Yamashiro/Katana) e Scott Eastwood.

I STARTED A JOKE (B. Gibb, M. Gibb e R. Gibb)
Eu comecei uma piada
Que fez o mundo inteiro chorar
Mas eu não vi
Que a piada era eu

Eu comecei a chorar
O que fez o mundo inteiro rir
Ah, se eu apenas tivesse visto
Que a piada era eu

Eu olhei para o céu
Passando as mãos sobre os meus olhos
E eu caí da cama
Machucando a cabeça com as coisas que eu disse

Até que eu finalmente morri
O que fez o mundo inteiro viver
Ah, se eu apenas tivesse visto que a piada era eu

Eu olhei para o céu
Passando as mãos
Sobre os meus olhos
E eu caí da cama
Machucando a cabeça com as coisas que eu disse

Até que eu finalmente morri
O que fez o mundo inteiro viver
Ah, se eu apenas tivesse visto que a piada era eu
Ah, não! Que a piada era eu
Oh


BOHEMAIN RHAPSODY (Freddie Mercury)

Isso é a vida real?
Isso é só fantasia?
Pego num desmoronamento
Sem escapatória da realidade

Abra seus olhos
Olhe para os céus e veja
Eu sou só um pobre garoto
Eu não preciso de compaixão
Porque eu fácil venho, fácil vou
E possuo altos e baixos
De qualquer jeito o vento sopra
Nada realmente importa para mim, para mim

Mamãe, acabei de matar um homem
Coloquei uma arma contra sua cabeça
Puxei o gatilho, agora ele está morto
Mamãe, a vida acabou de começar
Mas agora eu joguei tudo isso fora
Mamãe, oh!
Não foi minha intenção te fazer chorar
Se eu não estiver de volta a esta hora amanhã
Continue, continue
Como se nada realmente importasse
Tarde demais, chegou minha hora
Sinto arrepios em minha espinha
Meu corpo está doendo todo o tempo
Adeus a todos, eu tenho que ir
Tenho que deixar todos vocês para trás e encarar a verdade
Mamãe, oh!
(De qualquer jeito o vento sopra)
Eu não quero morrer
Às vezes eu desejo nunca ter nascido!

Eu vejo a pequena silhueta de um homem
Palhaço! Palhaço! Você dançará o fandango?
Raios e relâmpagos me assustam muito, muito
Galileo! Galileo!
Galileo! Galileo!
Galileo Figaro!
Magnífico, oh!
Eu sou só um pobre garoto e ninguém me ama
Ele é só um pobre garoto de uma família pobre
Poupe sua vida, desta monstruosidade
Fácil venho, fácil vou , vocês me deixarão ir?
Em nome de Deus! Não, nós não te deixaremos ir! (Deixe-o ir!)
Em nome de Deus! Nós não te deixaremos ir! (Deixe-o ir!)
Em nome de Deus! Nós não te deixaremos ir! (Deixe-me ir!)
Nós não te deixaremos ir! (Deixe-me ir!)
Nós nuca não te deixaremos ir!
Nunca! nunca! nunca me deixarão ir, oh!
Não, não, não, não, não, não, não!
Oh, meu Deus, meu Deus! Meu Deus, me deixe ir!
Belzebu, tem um diabo reservado para mim, para mim, para mim

Então você acha que pode me apedrejar e cuspir em meu olho?
Então você acha que pode me amar e me deixar morrer?
Oh, amor! Você não pode fazer isso comigo, amor!
Só tenho que sair
Só tenho que sair logo daqui

Oh, sim! Oh, sim!

Nada realmente importa
Qualquer um pode ver
Nada realmente importa
Nada realmente importa para mim


De qualquer jeito o vento sopra

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A noite em que todo DCnauta sorriu.

Eu sou DCnauta, nunca escondi isso de ninguém e sempre fui feliz por ser. Me tornei DCnauta no dia em que minha mãe colocou em minhas mãos minha primeira revista do Batman, em formatinho, da extinta Ebal.
No dia 20/01/2016, as 00:30 (horário de Brasília), todos DCnautas como eu procuraram em alguma parte da internet um local que estivesse transmitindo um dos maiores eventos aguardados por todos, a apresentação “DC Films presents: Dawn of the Justice League”.
Depois de penar esperando por um streaming que não funcionou, fui direcionado ao site The Flash Brasil que estava transmitindo, ao vivo, o programa apresentado pelo roteirista Kevin Smith (Arqueiro Verde: Espírito da Flecha, Batman: Cacofonia) e pelo Chefe Criativo da DC Comics Geoff Johns (A Noite Mais Densa, O Dia Mais Claro). Na introdução do programa, temos Ben Affleck e Henry Cavill fazendo uma apresentação inicial, depois embarcamos no que é o Universo DC e o seus personagens. Vemos entrevistas com atores e diretores dos filmes “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça”, “Esquadrão Suicida” e “Mulher-Maravilha”, para então partirmos ao Universo Cinematográfico DC, começando com “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça”, que estreia dia 24 de março de 2016 nos cinemas brasileiros.
Na apresentação vemos o diretor Zack Snyder (300 de Esparta, O Homem de Aço) falando um pouco sobre o filmes, como também vemos os atores Henry Cavill, Ben Affleck, Gal Gadot, Amy Adams, Lawrence Fishburne e Jesse Eisenberg, falando um pouco do que poderemos esperar do filme e dos personagens Batman, Superman, Mulher-Maravilha e Lex Luthor.
Na sequência, somos transportados para “Esquadrão Suicida”, filme que estreia no Brasil em 04 de agosto de 2016. Durante a apresentação temos entrevistas feitas com Will Smith, Margot Robbie, Jared Leto, Cara Delevingne, Viola Davis e Joel Kinnaman, falando da ação do filme, da loucura inserida nele e como será a histórias do personagens envolvidos.
Depois somos brindados por breves imagens do filme “Mulher-Maravilha”, que estreia no Brasil em 23 de junho de 2017. Então temos Gal Gadot, Chris Pine e a diretora Patty Jenkins falando sobre a personagem, sua história e sua motivação para estar no “Mundo do Patriarcado”. Geoff Johns e Kevin Smith também dão suas dicas, falando sobre a força da personagem, sobre ela ser um ícone dos quadrinhos sobre mulheres, só não soltam spoilers, para não entregar a ação do filme que ainda está sendo desenvolvida.
Na continuação, Kevin Smith pede – quase clama – que Johns fale sobre o que mais vem pela frente, começando com Aquaman, que tem previsão de estreia em 27 de julho de 2018 nos cinemas brasileiros. Johns fala sobre os poderes de Aquaman, sobre sua divisão devido ser filho de “duas terras”, tendo um breve depoimento do havaiano Jason Momoa, que interpretará Arthur Curry/Orin/Aquaman.
Na continuidade, ele fala sobre Flash, que tem previsão de estreia em 23 de março de 2018 no Brasil, iniciando sobre o sucesso da série Flash na TV, mas intensifica a fala de que este é um novo Flash, ele pertence ao Universo Cinematográfico DC. Pelo que fala a história se assemelha um pouco com a série, ou seja, Barry é se tornou um médico forense depois de sua mãe ser assassinada e seu pai ser acusado injustamente. No intuito de descobrir o que acontecera, ele desenvolve esse fascínio pela ciência forense. Depois surge Ezra Miller, que interpretará o Flash dos cinemas, falando um pouco sobre seu personagem, sobre como ele age, o que ele faz e suas intenções de justiça. Tendo pequenos brakes com imagens do uniforme do Flash no cinema, que mais parece uma armadura, como no game “Injustice: Gods Among Us”.
Na sequência, Johns fala sobre o filme do Cyborg, que ele diz ser seu personagem preferido do Novos Titãs (talvez por isso o tenha incluído na Liga da Justiça durante a reformulação em Novos 52). A previsão de estreia do filme é para 09 de abril de 2020. Ele e o ator Ray Fisher – em uma breve aparição – falam sobre a formação do personagem, como e porque ele se torna metade homem, metade máquina, e da força de caráter do personagem.
Johns e Smith finalizam com uma bela surpresa, pois o filme que está previsto para estrear em 25 de junho de 2020 será intitulado “Tropa dos Lanternas Verdes”, numa alusão ao grupo de Lanternas Verdes que habitam o Setor 2814 e que integram o esquadrão de Oa. Nas imagens mostrada, baseadas nos quadrinhos, vemos Hal Jordan e John Stwart, mas também temos mostras de Guy Gardner, Kyle Rayner e Simon Baz. Não é falado muito sobre o filme, mas podemos ter belas surpresas pela frente.
No último bloco, Margot Robbie nos apresenta o novo trailer de “Esquadrão Suicida” – que eu já comentei aqui.
DC Films presents: Dawn of the Justice League é uma lavada de alma para todo DCnauta que não se importa em qual mídia verá seus personagens favoritos, desde que eles apareçam.
A DC é uma das maiores pioneiras do mundo. Foi a primeira a lançar um super-herói em 1938 na Action Comics #1. Foi a primeira a lançar uma animação com super-heróis em 1940, quando a Fleischer/Famous Studios lançou “The Superman Series”. Foi a inovadora em seriado de TV com super-herói com “The Adventures of Superman”, em 1950 e a primeira a lançar um filme longa-metragem de super-herói com “Superman and the Mole-Men” em 1951 – ambos estrelados pelo ator George Reeves. Ela também foi a primeira a ter uma personagem feminina estrelando um seriado de TV com a super-heroína Isis, entre os anos de 1975 e 1977.
Hoje as pessoas vangloriam a concorrência, como se ela tivesse inovado nos cinemas, esquecendo que muitos se baseiam na ideia desenvolvida por Christopher Nolan ao co-roteirizar e dirigir “Batman Begins” (2005). A ideia do “realismo cinematográfico” foi desenvolvido em um filme de um personagem da DC.
A apresentação da madrugada do dia 20/01/2016, somente nos fez acreditar que o Universo DC tem muito a nos dar no que diz respeito ao cinema, não deixando a dever a ninguém, pois ela estará inovando ao fazer o primeiro filme direcionado a uma super-heroína dos quadrinhos, com Mulher- Maravilha.

Ser DCnauta, neste momento, me faz abrir um sorriso largo no rosto que competiria com o do Coringa.

Trailer comentado “Esquadrão Suicida”.

Ontem (19/01/2016), durante a apresentação do DC Films Presents: Dawn of the Justice League, apresentado pelo roteirista Kevin Smith (Arqueiro Verde: O Espírito da Flecha) e pelo Chefe Criativo da DC Comics Geoff Johns (Lanterna Verde: Renascimento), vimos o segundo trailer de “Esquadrão Suicida”, filme que estreia em 04 de agosto de 2016 nos cinemas brasileiros. No trailer, temos uma visão mais geral de como será a ação do filme, mesmo que ainda não nos dê uma ideia de qual será o enredo.
O trailer começa com a música “Bohemain Rapsody”, do grupo Queen, sendo seguida com Digger Harkness, o Capitão Bumerange (Jai Courtney), aos gritos para ser liberado de sua cela, enquanto grita são mostradas imagens de Arlequina (Margot Robbie), Pistoleiro (Will Smith), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e El Diablo (Jay Hernandez), em suas celas. Arlequina bebe um café e lê um livro, enquanto Pistoleiro observando a chuva por uma fresta, Crocodilo faz flexões e El Diablo apaga chamas que ele gerou nas mãos, fechando com o rosto de Digger em um monitor. Então passamos para a cena em que Amanda Waller (Viola Davis) conversa com militares e políticos sobre a formação de uma equipe com os piores dos piores. Na sequência, vemos soldados invadirem a cela de Pistoleiro e imobiliza-lo, vemos Crocodilo preso e amordaçado e, enquanto Pistoleiro faz uma piada sarcástica, comparando aquilo com uma seleção de líderes de torcida, um saco é rasgado e Digger salta dele, socando o primeiro que vê pela frente, acontecendo o mesmo quando Amarra (Adam Beach) sai do carro que se encontrava, finalizando com Arlequina cumprimentando a todos de forma animada.
Depois partimos para Rick Flag (Joel Kinnaman) analisando as fichas dos detentos, iniciando por Pistoleiro, partindo para Crocodilo, depois El Diablo, Magia e Arlequina. Ainda com ela, começa a gritar que precisa matar todos e fugir, dizendo que são as suas vozes na cabeça, mas que na verdade era brincadeira. Daí então partimos para uma cena de ação com helicópteros, onde Flag explica aos detentos como funcionará a ação deles. Temos Pistoleiro ombro a ombro com Flag, Arlequina – aparentemente – fugindo, Crocodilo derrubando alguém e fechando com Arlequina e aparecendo o Coringa (Jared Leto).
Coringa então surge com uma metralhadora e usando smoking, enquanto é mostrado em sequência rápida tiros de uma metralhadora, seguido pelo “Palhaço do Crime” mexendo em uma luminária e sua lamborghini rosa metálico aparece logo em seguida. Então temos Magia dialogando com algum agente e Digger aparece ao lado de Arlequina, para fechar com Coringa deitado no chão, cercado de armas de fogo e facas.
Então aparece Katana, manuseando sua espada tomadora de almas, explosões, Pistoleiro preparando armas para um combate, El Diablo gritando e Digger abrindo uma cerveja e bebendo. Os olhos de Katana se alteram, atrás da máscara, enquanto Arlequina aponta seu bastão de beisebol como se fosse uma arma de fogo, tendo na sequência um helicóptero que dispara contra-medidas. Então vemos um urso de metralhadora, soldados da tropa de Flag se cumprimentando, um monstro – não identificável – destruindo o metrô. Então temos sequências rápidas com Coringa, Crocodilo e Katana, Dra. Harleen Quinzel – antes da transformação em Arlequina – tiros e explosões, aparecendo Pistoleiro com seu visor no olho esquerdo, mais tiros, Arlequina, o tal “monstro” (acredito que seja Magia), June Moon (sem estar possuída), Coringa, El Diablo, Arlequina olhando para cima, Magia, Digger e fecha com o Coringa dando um mergulho e resgatando o corpo inerte de Arlequina, como se fosse a transformação dela.
Então temos Pistoleiro e Flag, tendo uma cena seguinte com Coringa. Na sequência rápida, Crocodilo rasga sua blusa, um helicópeto cai, Arlequina e Coringa dentro da Lamborghini, Pistoleiro socando um colchão, uma explosão, Arlequina saltando e finaliza com ela quebrando uma vitrine e sendo questionada por Flag, no que ela diz que como pessoas más é isso que eles fazem.
O trailer, pelo que vemos tem muitas cenas rápidas e sem ligação aparente. O diretor David Ayer – que também roteirizou o filme – não parece querer entregar o que acontecerá no filme. Mas conhecendo seu trabalho anterior, podemos esperar uma história que vai deixar todos presos do começo ao fim. As cenas de ação demonstram que tudo acontecerá no centro de uma cidade importante, mas não dá para definir ainda onde será. As sequências em que aparece o – suposto – monstro, pode ser alguma coisa ligada a June Moon, quando possuída por Magia. Ainda não temos definição dos papéis de nenhum personagem, somente quem eles são – com exceção de Scott Eastwood que aparece como um dos soldados comandados por Flag. Senti falta de Digger jogando bumerangues, pois seu personagem tem o nome de Capitão Bumerangue não é somente por ele ser australiano, mas sim por fazer uso do artefato. Somente o mostra como um brigão beberrão. As sequências de Katana são bem claras na questão dela usando a Espada Tomadora de Almas. Pelo trailer temos um foco mais centralizado em três personagens distintos: Arlequina, Pistoleiro e Coringa. Parece que o filme rola em torno deles, mas espero que seja somente para “vender o filme”, pois têm muitos personagens interessantes, com dramas pessoais e psicológicos tão interessantes quanto desses três.
Quem conhece o Esquadrão Suicida e o acompanhou antes da reformulação em Novos 52, sabe que cada personagem que era membro do grupo tinha sua própria personalidade bem distinta, principalmente Rick Flag, que buscava se afirmar, pois carregava o nome e sobrenome de seu pai, um dos primeiros agentes da Força Tarefa X, o primeiro Esquadrão Suicida. Também existem personagens que foram ditos que apareceriam no filme, mas não foram mostrados nesse segundo trailer como Tatuagem (Common) e Rei-Tubarão (Raymond Olubawale) – possivelmente foram cortados.

A expectativa para “Esquadrão Suicida” é grande e torcemos que seja um grande filme, pois tem um excelente diretor, um elenco grandioso – tanto de número, quanto de talento (to nem aí se não gostam dos atores, pois eu gosto da maioria deles). Vamos esperar pela estreia. 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

RESENHA HQ: Astro City Volume 2: Confissão (Kurt Busiek’s Astro City: Confession)

ASTRO CITY VOLUME 2: CONFISSÃO (Kurt Busiek’s Astro City: Confession)
Roteiro: Kurt Busiek
Desenhos: Brent E. Anderson
Arte-final: Will Blyberg
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 1999 (BR: 2015)
Pág,: 212
A cada volume que se lê de Astro City, percebe-se porque foi uma revista tão premiada pelos Eisner e Harvey, os prêmios máximos para revistas em quadrinhos.
No segundo volume da coleção conhecemos o jovem Brian Kinney, que abandonou a família para ir à Astro City na intenção de buscar algo mais para si. Começando de baixo, como um jovem garçom do bar Brutu’s, onde vários super-heróis de Astro City vão se encontrar, ele consegue um emprego no famoso Mordoms, onde a elite da cidade se encontra. Sua ação ao salvar os membros do clube privativo não passa despercebido e ele é chamado pelo Confessor para ser seu parceiro, Coroinha.
Como Coroinha, Brian descobre que a vida de super-herói não é tão fácil quanto todos pensam, ainda mais quando você não pode revelar a ninguém que é o herói que está salvando pessoas. Mas sua estreia vem cercada com um novo problema que chega às ruas de Astro City, pois alguém está desejando desmoralizar os super-heróis da cidade, primeiro com assassinatos de jovens que são encontradas perto do Morro da Sombra, depois fingindo ser Bambambão – herói egocêntrico que age nas ruas de Astro City – assaltando lojas e com isso fazendo o prefeito exigir que os super-heróis se registrem na cidade para conter as ameaças. Além desses problemas, Brian ainda deseja conhecer mais sobre o enigmático Confessor, buscando descobrir sua identidade secreta e como ele consegue fazer as coisas que faz, mas as surpresas de sua descoberta vão além do que ele pode imaginar.
Esse segundo volume de Astro City é praticamente focado em Brian Kinney e seu começo como o vigilante Coroinha. Mas a história que rola de fundo me lembrou dois momentos distintos dos quadrinhos da Marvel Comics. Primeiro Guerra Civil (registro de super-heróis para evitar acontecimentos que possam estar relacionados a eles) e o outro Invasão Secreta (alienígenas que se metamorfoseiam em super-heróis para desacreditar os super-heróis e dominar o planeta). O grande lance é que essa história de Astro City se passa anos antes de ambas às sagas da Marvel. Não quero tirar o crédito de Mark Millar (Guerra Civil) ou Brian Michael Bendis (Invasão Secreta), mas parece que eles tiveram uma bela inspiração no trabalho de Mark Waid – mesmo com diferenças díspares – para criar seus enredos.
Servindo ou não de inspiração, Astro City é uma das revistas mais fenomenais que fora publicada pela extinta Homage Comics. Mark Waid usou toda sua inspiração para criar as histórias. Tendo ou não como ponto de vista o Universo DC e o Universo Marvel – em vários sentidos –, Waid trabalhou conceitos e ideias próprias para os personagens. Ele presta homenagens constantes aos grandes autores de quadrinhos, como o Monte Kirby que é uma clara homenagem ao grande Jack Kirby. Só que as homenagens a Kirby não param por aí, pois também vemos na arte, tanto de Alex Ross (que cria o conceito dos uniformes dos personagens), quanto de Brent Anderson (que faz a arte externa dos quadrinhos e também ajudou na conceituação de alguns personagens), uma busca em criar personagens que lembrem os conceitos desenvolvidos pelo “Rei” quando concebeu todos os personagens que ele criou e/ou co-criou. Muito do que vemos é uma homenagem a Era de Ouro e Prata dos quadrinhos, mas o que diferencia é a forma como Waid desenvolve o psicológico dos personagens, como é o caso do Confessor e o Coroinha, seus conflitos, seus dilemas, sua necessidade de fazer o certo mesmo que não os considerem heróis.
“Astro City: Confissões” é mais um exemplar para constar na coleção de todo aficionado em quadrinhos de excelente qualidade.


Acredito que será uma pena quando chegarmos ao fim desses volumes, pois um demonstra ser melhor do que outro, sequencialmente. Waid desenvolveu um maravilhoso universo que deveria ser explorado durante anos e anos, a fio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

RESENHA FILMES: Sherlock: A Noiva Abominável (Sherlock: The Abominable Bride, 2016)

Sherlock: A Noiva Abominável (Sherlock: the Abominable Bride, 2016)

Direção: Douglas Mackinnon
Roteiro: Mark Gatiss, Steven Moffat
Elenco: Benedict Cumberbatch, Martin Freeman, Uma Stubbs, Rupert Graves, Mark Gatiss, Amanda Abbington, Andrew Scott, Louise Brealey.

Em 1887, Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930) iniciava as aventuras de Sherlock Holmes no romance “Um Estudo em Vermelho”. Nessa história ele nos apresentava Dr. James Watson, veterano de guerra que procurava um local para morar e lhe foi recomendado morar com o detetive consultor, Sherlock Holmes, iniciando assim suas aventuras.
Doyle narrava as histórias do ponto de vista de Watson, como se ele fosse o médico. Foram 58 publicações em periódicos, sendo que dois viraram romances (O Cão dos Baskerville, O Vale do Medo), mais dois romances (Um Estudo em Vermelho, O Signo dos Quatro). Vários contos ele juntou e fez cinco livros de histórias curtas (As Aventuras de Sherlock Holmes, As Memórias de Sherlock Holmes, O Retorno de Sherlock Holmes, Os Últimos Casos de Sherlock Holmes, O Arquivo Secreto de Sherlock Holmes). Conta-se que ele não gostava muito do personagem, pois quando tentou mata-lo no conto “O Problema Final” (dezembro de 1893), ouve uma clemência popular pelo retorno do personagem, algo que ele fez – a contragosto – em agosto de 1901 ao escrever “O Cão dos Baskerville”.
Acredita-se que a primeira produção para o cinema foi um curta-metragem estadunidense de 1900, intitulado “Sherlock Holmes Baffled” (algo como Sherlock Holmes Confuso). Em 1905, o personagem ganha mais um curta-metragem, “The Adventures of Sherlock Holmes”. Entre 1908 e 1910, a Dinamarca desenvolveu uma série de cinema mudo intitulada “Sherlock Holmes”. Em 1916 surge o primeiro filme longa-metragem “Sherlock Holmes”. Em 1951, o canal inglês BBC produz a primeira minissérie televisiva do detetive dando o pontapé inicial para várias séries, minisséries e filmes para TV que viriam na sequência.
Em 2010, a própria BBC lançou uma nova telesserie intitulada, somente, Sherlock. Nela, o detetive britânico da Era Vitoriana era trazido para os dias modernos. Interpretado pelo – na época – pouco conhecido Benedict Cumberbatch (A Outra, A Informante) e por Martin Freeman (O Guia do Mochileiro das Galáxias, Chumbo Grosso), interpretando Sherlock Holmes e Dr. James Watson, respectivamente, víamos o começo das histórias vividas por ambos, contando com as modernidades do dia-a-dia. Mesmo assim, Sherlock mantinha o charme de usar a dedução e a ciência forense clássica para solucionar os problemas, mostrando que a mente humana ainda é o melhor instrumento para uma investigação. O “diário de bordo” de Watson se tornou um blog, onde ele contava todos os casos que ele ajudava Holmes a solucionar. Cada temporada era fechada com três episódios de uma hora e meia, mais ou menos (com exceção da primeira que teve o piloto, com duração de 55 minutos). Nela víamos o desenrolar das histórias da forma mais fiel possível. Tínhamos o inspetor da Scotland Yard, Greg Lestrade (Rupert Graves), o belo interesse romântico de Holmes, Irene Adler (Lara Pulver), a esposa de Watson, Mary Morstan Watson (Amanda Abbington), a proprietária do 221B da Rua Baker, Martha Louise Hudson (Una Stubbs), o irmão mais velho de Holmes, Mycroft Holmes (Mark Gatiss, que também produz a série) e o eterno arqui-inimigo de Holmes, o Napoleão do Crime, James Moriarty (Andrew Scott).
Em 2012, com uma ideia muito similar, ou seja, Sherlock Holmes nos tempos modernos, mas mudando o ambiente de Holmes para Nova Iorque, estreou a série “Elementary”. Nela a médica psicóloga Joan Watson (Lucy Liu) é contratada para cuidar de um paciente que sofreu com dependência química, Sherlock Holmes (Jonny Lee Miller). Para cuidar dele, ela se muda para o apartamento 221 B, onde se torna colega de quarto de Holmes. Ele, vivendo em Nova Iorque, auxilia o capitão Thomas Gregson na elucidação de casos com seus métodos de dedução. Mesmo que se passe em uma época mais atual, as diferenças não ficam somente no ambiente de cada um, mas também no desenrolar de ambas as histórias. Mas ainda considero a série da BBC a que fica mais perto da fidelidade ao personagem.
Numa demonstração de sua busca por essa fidelidade, em 01 de janeiro de 2016, o canal BBC lançou o especial “Sherlock: A Noiva Abominável”. Nele os personagens da série são enviados a Era Vitoriana, onde investigam o caso de uma noiva que volta dos mortos para se vingar. Holmes se vê com seu psicológico abalado na busca da solução desse caso, ainda mais quando seu parceiro crê no sobrenatural. Acontecimentos bem surpreendentes acontecem que deixaram muitos fãs surpresos com o trabalho fantástico que desenvolveram com esse episódio.
O elenco continua afinado como um violino. Cumberbatch e Freeman nem parecem enfrentar os longos intervalos entre as filmagens dos episódios, pois funcionam como um relógio preciso. Os momentos de discussões e de companheirismo ocorrem de forma espontânea, sem fugir do natural. Eu acho que isso mostra o bom entrosamento de bons atores e atrizes, pois Amanda Abbington e Una Stubbs estão muito bem em seus papéis, também, bem como os atores e atrizes coadjuvante e elenco de apoio.
A história escrita por Mark Gatiss e Steven Moffat poderia muito bem fazer parte dos contos de Conan Doyle, se não fosse elementos extras que exigiriam muito da imaginação “oitentista” do autor.

Assistir “Sherlock: A Noiva Abominável” é como fazer uma viagem pelos elementos que compõem os contos de Holmes em toda a sua literatura. É um prazer inenarrável ver um trabalho tão primoroso e tão bem realizado como essa história. Simplesmente imperdível.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

RESENHA HQ: Batman: O Longo Dia das Bruxas (DC Comics Coleção de Graphic Novels da Eaglemoss.

BATMAN: O LONGO DIA DAS BRUXAS (DC Comics Coleção de Graphic Novels da Eaglemoss).

Roteiro: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale
Título original: Batman: The Long Halloween.

Em dezembro de 1993, a editora-executiva - e também Editora-chefe da DC Comics – Jenette Kahn lançou a primeira edição especial de Halloween da série “Batman: Legends of the Dark Knight”. Escrita por Jeph Loeb – que havia saído dos cinemas e ido para os quadrinhos, começando em “Challengers of the Unknown” #1 (março de 1991) – e desenhada por Tim Sale – que começara na DC Comics, também, em “Challengers of the Unknown” #1, tendo trabalhado antes na série de fantasia Myth Adventures –, a primeira história levava o Homem-Morcego em uma aventura de terror e suspense contra o Espantalho. Ao mesmo tempo, Bruce Wayne se apaixonava por Jillian Maxwell, uma misteriosa socialite que aparece em sua vida. O conto tem uma tensão e um suspense que encanta aos leitores do Batman, sendo assim, Loeb e Sale retornam em 1994 e 1995 para mais dois especiais, “Madness” e “Ghosts”, respectivamente.

O sucesso com esses especiais foi tanto que em dezembro de 1996, o editor-executivo Mike Carlin iniciou com Loeb, Sale e o colorista Gregory Wright “O Longo Dia das Bruxas”.
A minissérie, em 13 partes, trazia o Batman ainda em carreira-solo, fazendo uma aliança com o capitão James Gordon e o promotor-público Harvey Dent no intuito de desbaratar o Império do mafioso Carmine “Romano” Falcone. Nesse meio-tempo surge um novo assassino em Gotham, Feriado. Esse assassino em série mata as pessoas em datas comemorativas do ano, deixando lembranças que remetem a essas datas, uma pistola calibre .22 sem registro e um bico de mamadeira como silenciador caseiro. A maioria das vítimas do assassino são homens ligados a Carmine Falcone, sendo a primeira vítima seu sobrinho, Johnny Viti, filho de sua irmã Carla Vitti. Além disso, Falcone passa por problemas para ampliar seu império, principalmente quando Bruce Wayne se torna presidente do Banco de Gotham. Com esse problema e pensando em desmascarar o assassino, Falcone se alia aos “malucos” de Gotham.

O Longo Dia das Bruxas é uma das melhores minisséries já escritas para o Batman. Nela temos uma infinidade de inimigos corriqueiros do Morcego, aparecendo esporadicamente, mas não desnecessariamente. Eu o considero um dos mais primorosos trabalhos de Jeph Loeb para a DC Comics e com o Cavaleiro das Trevas. Nela temos uma sequência de acontecimentos que fazem você tentar agir como um detetive junto com o Batman, buscando descobrir quem é Feriado. As surpresas são diversas no transcorrer da série, pois vemos uma aliança sendo formada entre os três maiores símbolos da justiça de Gotham City, uma parcial união entre Batman e Mulher-Gato, mantendo a tensão de romance e perseguição, algo comum entre os dois, depois da minissérie em quatro partes “Catwoman” (1989), escrita por Mindy Newell. Temos também uma tensão familiar em três diferentes vertentes: na família Romano, temos a busca de Sofia “Gigante” Falcone, que saíra da prisão recentemente, para ser aceita pelo sei pai como seu braço direito; na família Gordon, temos a constante divisão do capitão James Gordon em conciliar seu serviço com a vida de pai e marido; e na família Dent, temos o promotor-público Harvey tentando ser um marido atencioso com sua esposa Gilda, mas falhando constantemente.

A arte de Tim Sale, nesse trabalho, às vezes parece deformada, mas ele trabalha muito bem sombras e momentos de ação. Sua arte combina bem com o suspense e a tensão que a minissérie mantém. Eu senti certo incomodo com algumas coisas, como o abdômen excessivamente definido da Mulher-Gato, parecendo mais uma mulher marombada do que atlética. O tamanho do Batman em certas cenas parecia com um gigante musculoso deformado, como em uma cena onde ele segura a pistola do Feriado e ela parece ter o tamanho da palma de sua mão. Mas em determinados momentos, funciona muito bem, como em um encontro do Batman com Falcone na sacada da varanda do mafioso.
As cores de Gregory Wright completam o conjunto, dando um tom de sombriedade e mistério. Wright usa tons de cores mais escuros em toda a minissérie. Mesmo os tons brancos possuem uma dosagem de acinzentado. Não existem cores vivas ou expressivas em nenhum momento da série, mantendo a tensão que ela exige.
É maravilhoso ver que ainda existem editoras que publiquem um material de tão excelente qualidade como O Longo Dia das Bruxas. Sei que a Panini já havia lançado um encadernado da minissérie, mas poder adquiri-lo dentro de uma coleção, com um trato tão bem cuidado, me deixa muito feliz.
No próximo volume da coleção de Graphic Novels da DC Comics que a Eaglemoss está lançando teremos o mestre John Byrne dando-nos sua ideia sobre o Superman. Ainda considero – depois de seu surgimento em 1938 – uma das melhores concepções para o personagem.

Como já informei outras vezes – e continuarei a fazê-lo - a coleção pode ser adquirida em bancas e lojas especializadas, mas também pode ser através de assinatura no site da Eaglemoss Collections: http://www.assinecolecoeseaglemoss.com.br/dcgraphicnovels/, que também oferece brindes muito legais.