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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

RESENHA HQ: Superman: O Homem de Aço (DC Comics Coleção de Graphic Novel da Eaglemoss).

SUPERMAN: O HOMEM DE AÇO (DC Comics Coleção de Graphic Novel da Eaglemoss).

Roteiro: John Byrne
Desenhos: John Byrne
Arte-final: Dick Giordano
Título original: Superman: Man of Steel

Lirismo (nome masculino): 2. estilo elevado, mavioso (harmonioso) e apaixonado (Fonte: Dicionário Lingua Portuguesa versão 1.0 – Grupo Porto Editora)

Essa é a palavra que serve como adjetivo para essa edição da coleção de graphic novels da DC Comics que a Eaglemoss vem lançando.
Quando surgiu em junho de 1938, na Action Comics #1, Superman era um super ser com capacidades incomparáveis. Ele saltava sobre prédios, tinha uma força titânica, somente uma bala de morteiro poderia pará-lo e corria mais rápido do que um trem expresso. Nessa sua primeira aparição também temos a estreia de Lois Lane, destemida repórter, colega de trabalho de Clark, que não leva desaforo para casa e, por isso, sempre se mete em apuros, sendo salva pelo Homem de Aço.
A história de origem do Superman recebeu uma expansão um ano depois em Superman #1 (junho de 1939), contando mais detalhes sobre suas origens kriptonianas. Nessa mesma edição fez-se a primeira aparição dos Kent – chamados de John e Mary Kent –, o casal que adota Clark no orfanato.
No ano de 1940, na Action Comics #23 (abril de 1940), surge o maior inimigo do Superman, Alexei “Lex” Luthor, um grande cientista que sempre se vê derrotado pelo Superman. Já em agosto de 1948, na revista Superman #53, Superman ganha seu nome kriptoniano, Kal-L, e seus pais biológicos também ganham nomes, Jor-L e Lora.
Esse é, praticamente, o pontapé inicial para tudo que viria a ser o Superman nos dias de hoje. Mudanças de algumas histórias e alguns fatos – na Era de Prata ele se torna Kal-El e seus pais biológicos se tornam Jor-El e Lara, John e Mary se tornam Jonathan e Martha Kent e Alexei Luthor se torna Alexander Luthor – dão novas dimensões ao personagem, mas sua história andava tão confusa – Ele fora um Superboy (More Fun Comics #101 (janeiro de 1945) na sua infância e adolescência, antes de assumir o manto de Superman, de único sobrevivente de Krypton, Superman ganha um cão, Krypto (Adventure Comics #210 (março de 1955)). Depois ele ganha uma prima Kara Zor-El, a Supergirl (Action Comics #252 (maio de 1959)). Surgem Beppo (Superboy #76 (outubro de 1959)) – um macaco que é usado por Jor-El em experiências espaciais –, Rajado (Action Comics #261 (fevereiro de 1960) – o gato de estimação da Supergirl que ganha super-poderes ao ser exposto a kriptonita-X – e Cometa (Adventure Comics #293 (fevereiro de 1962)) – Biron, um centauro da Grécia Antiga, que fora transformado pela bruxa Circe em um cavalo. –, como de todo o Multiverso DC, que em abril de 1985 os roteiristas Marv Wolfman e Robert Greenberger e o desenhista George Pérez iniciaram a Crise nas Infinitas Terras. Ao final desta, em março de 1986, todo o Universo DC começou a ser reestruturado.
Em “A História do Universo DC” (1986), Wolfman e Pérez reestabelecem como tudo acontecerá no Universo DC. Então roteiristas e desenhistas conhecidos são chamados para refazer a histórias dos personagens mais importantes do Universo DC. George Pérez fica incumbido de refazer a história da Mulher-Maravilha, Frank Miller e David Mazzucchelli reestabelecem as origens de Batman e ficou a cargo de John Byrne a reformulação do Superman, e esta obra-prima que lemos nessa edição.
Dividida em 6 partes, “Superman: O Homem de Aço” redefine a origem do Homem-de-Aço respeitando o seu cânone, mas criando uma das mais belas obras de ficção científica da DC Comics.
Na introdução vemos a história de Krypton, um planeta onde a sociedade vive de princípios científicos, expurgando as emoções e vivendo da razão. Nela o jovem cientista Jor-El descobre que o seu planeta está em vias de extinção e por isso retira sua matriz, que fecundara o óvulo da jovem Lara, das câmeras de gestação e a coloca em uma nave. Antes de o planeta ser destruído, ele envia a nave em direção à Terra.
No primeiro tomo, Clark vence, praticamente sozinho, a final de futebol americano por sua escola em Smallville. Como uma forma de alerta, Jonathan Kent, seu pai, lhe conta sobre o dia em que ele “nasceu”. Ciente disso, Clark decide partir em sinal de remissão por usar seus poderes para usufruto próprio, assim conhecendo melhor e aos seus poderes. Durante um tempo ele passa despercebido, salvando pessoas e resolvendo problemas pelo mundo, mas quando um ônibus espacial sofre um acidente, ele termina se revelando e salvando o veículo. Ele então retorna para Smallville, onde Martha lhe faz um traje e ele se torna o Superman.
No segundo tomo, vemos a repórter Lois Lane, que fora salva por Clark no acidente com o ônibus espacial e o nomeara como Superman, indo atrás dele para conseguir uma entrevista exclusiva. Então somos apresentados a Perry White, editor-chefe do Planeta Diário e ao jovem Jimmy Olsen, fotógrafo free-lancer do editorial. Sendo capaz de qualquer coisa para conseguir o que deseja, Lois termina sendo vencida por Clark Kent, que se torna repórter do Planeta Diário após conseguir a primeira exclusiva com o Homem-de-Aço.
No terceiro tomo, Superman fica sabendo de um notório vigilante que age à noite em Gotham City e decide intervir e prende-lo, mas termina se aliando a ele para deter uma lunática que anda roubando artefatos raros e de extremo valor.
No quarto tomo, Clark Kent e Lois Lane são convidados pelo milionário Lex Luthor para participar de uma festa em seu transatlântico. Luthor então demonstra toda sua sagacidade ao tentar comprar o Superman, que salva os passageiros do navio de piratas modernos, mas ao final termina arcando com sua ignorância.
No quinto tomo, Luthor busca uma forma de ter Superman trabalhando para ele, assim pede aos seus cientistas que criem um clone do Homem de Aço, só que este sai defeituoso. Em Metrópolis, Lucy Lane, irmão de Lois, a visita, mas após ficar cega por ter tido ácido jogado nos olhos, ela se sente impotente e busca o suicídio, mas é salva pelo clone do Superman que termina enfrentado o Homem do Amanhã.
No sexto e último tomo, Clark retorna à Smalville, onde reencontra sua paixão de juventude, Lana Lang. Além disso, ele também descobre mais coisas sobre o seu passado, o que faz perceber de onde veio e sobre quem são seus pais biológicos. Entçao fecha-se o arco.
A continuidade dessas histórias puderam ser lidas em Superman, na Action Comics e em The Adventures of Superman, onde John Byrne deu continuidade ao seu trabalho, fosse somente como roteirista ou como roteirista/desenhista.  Ele dimensionou o que desenvolvera de forma harmoniosa e sem igual. Estabeleceu novas ideias de como as coisas aconteceram com a Legião de Super-Heróis, por exemplo, que sempre se inspiraram no Superboy para a criação do grupo. Este vinha de um Universo Compacto, criado pelo Senhor do Tempo, bem como a nova Supergirl – que não era uma prima de Krypton. Ela era uma matriz plasmática desenvolvida por Alexander Luthor do Universo Compacto para enfrentar Zod, Zaora e Quex-Ul, com base em Lana Luthor. Também criou personagens que fizeram história no universo do Homem-de-Aço, como a Capitã Maggie Sawyer e o detetive Dan Turpin, a Dra. Kitty  Falkner – que se transformava na Fúria –, a vilã Banshee de Prata, sem contar os personagens que ganharam novas roupagens, como Metallo e Sr. Mxyzptlk. Para deixar uma base mais sólida para os futuros roteiristas do Superman, Byrne ainda escreveu as minisséries O Mundo de Krypton (dezembro de 1987-março de 1988), O Mundo de Smallville (abril-julho de 1988) e O Mundo de Metrópolis (agosto-novembro de 1988). Mas, infelizmente, seu conceito foi desconsiderado, como muitas das coisas que foram feitas depois de Crise nas Infinitas Terras foram.
“Superman: O Homem de Aço” iniciou uma nova história na vida do Superman e ideias e conceitos que são usados até hoje. John Byrne foi um genial maestro ao reger essa minissérie. Ele fez pelo Homem do Amanhã algo que muitos outros roteiristas não haviam feitos nos 50 anos de história do personagem, uma base sólida e uma história que misturava ficção científica e ação de forma equilibrada.
Mas, nem tudo é maravilha nessa edição. Infelizmente ela possuiu alguns erros bobos, como o enquadramento de uma frase dentro de um recordatório e o nome do navio de Lex Luthor, que eles colocaram em caixa alta em português, mas logo acima aparece o nome em inglês, na parte branca. Mas isso são coisas menores que não diminuem a maravilhosa edição.
Para fechar com chave de ouro, temos a estreia do personagem na Action Comics #1.
Como disse mais acima, a história foi publicada em junho de 1938. Escrita por Jerry Siegel e desenhada por Joe Shuster, os dois jovens judeus de Cleveland, trazia as origens do Superman e explicações sobre seus super-poderes. Na sequência, testemunhamos sua afirmação como um super-herói, lutando por uma pessoa que seria executada injustamente e depois salvando a bela repórter Lois Lane de facínoras que a sequestram. O que Siegel e Shuster criam a partir daí é o que mitifica o super-herói moderno até os dias de hoje. É uma pessoa que usa seus dons para auxiliar àqueles que não têm condições de agir para benefício próprio. É o maravilhoso surgimento do super-herói na melhor forma que poderia ser estabelecida.
Nas próximas edições testemunharemos o surgimento da Liga da Justiça pós-Crise nas Infinitas Terras. “Liga da Justiça: Ano Um” é dividida em duas partes e fora escrita por Mark Waid e Brian Augustyn e desenhada por Barry Kitson.
Você pode procurar a coleção em bancas e lojas especializadas, mas se não conseguiu nenhum número e deseja adquiri-lo desde o começo, faça sua assinatura no site da EaglemossCollections, que também oferece brindes muito legais.


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