HOMEM-ANIMAL: O
EVANGELHO DO COIOTE (Animal Man, Book 1 – Animal Man)
Roteiro: Grant Morrison
Desenhos: Chaz Truog, Tom Grummett
Arte-final: Doug Hazlewood
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2001 (BR: 2015)
Pág.: 252
Eu gostaria de fazer com Homem-Animal de Grant Morrison o
mesmo que fiz com O Monstro do Pântano de Alan Moore, mas para evitar a fadiga
de ficar dizendo as pessoas que não é tudo que Morrison fez para a DC Comics
que eu não gosto, preferi me adiantar com esse primeiro encadernado que publica
as edições 1 a 9 da revista Animal Man (1988-1995).
Grant Morrison ficou na revista somente até a edição 26
(agosto de 1990), sempre ao lado do desenhista Chaz Truog – que dera lugar para
Tom Grummett nas edições #9 e #14 (março e agosto de 1989) e Paris Cullins na
edição #22 (abril de 1990) – e do arte-finalista Doug Hazlewood – que dera
espaço para Mark McKenna na edição #10 (abril de 1989), Steve Montano na edição
#14 (agosto de 1989) e foi substituído por Mark Farmer nas edições #25 e #26
(julho e agosto de 1990), as duas últimas de Morrison no título.
Eu acompanhei as histórias de Morrison em Homem-Animal pela
extinta DC 2000 (janeiro de 1990-novembro de 1994), da Editora Abril Jovem,
onde ele estreou na edição #3 (março de 1990).
Bem, nessa primeira edição encontramos o Buddy Baker, o
Homem-Animal, buscando ser aceito como super-herói. Desempregado, sendo
sustentado pela esposa Ellen e tendo dois filhos com ela, Cliff e Maxine, Buddy
não tem uma boa reputação por causa de seus poderes, pois ele pode similar as
capacidades de animais, e nada mais que isso. Mas como ele primeira missão ele
é chamado para ir aos Laboratórios STAR onde vê uma anomalia de chimpanzés
fundidos em uma massa disforme. Sua investigação o leva a encarar o herói
africano Fera B'wana, que pretende salvar uma chimpanzé amiga.
Na sequência temos a história que dá título à edição. Nela
Buddy se depara com uma anomalia, um coiote do deserto vindo de animações que busca
ajuda. Ele enfrenta problemas nos quais não está acostumado e o Homem-Animal
precisa auxilia-lo.
Depois embarcamos na saga Invasão, onde o Homem-Animal
enfrenta os thanagarianos, povo alado de onde veio Katar Hol, o Gavião Negro, e
Shayera Thal, a Mulher-Gavião. Continuamos em Invasão, mas Buddy precisa
encarar um vilão das antigas, o Máscara Vermelha, que tem uma conversa sobre
suas origens com o Homem-Animal e nunca teve um momento de glória em toda sua
carreira criminosa.
Ao final, Homem-Animal sofreu certos problemas com a bomba antimetagene,
jogada pela raça dos dominións ao final da saga, que alterou a genética de
vários meta-humanos e fez vários outros despertarem. Mas a participação ativa
de Buddy durante a saga o propiciou uma vaga na Liga da Justiça Europa. Sua
constante luta pelo benefício dos animais, que iniciou após o encontro com Fera
Bwana o traz problemas com um super-vilão que invade a sua casa. Após saber
disso, J’onn J’onzz leva uma equipe para cuidar da segurança na casa de Buddy e
conversa com ele sobre seus problemas.
Desde sua criação em Strange Adventures #180 (setembro de
1965), por Dave Wood e Carmine Infantino, o Homem-Animal nunca teve um
tratamento tão vip em toda sua existência, sempre aparecendo em histórias esparsas
ou como coadjuvante. Chegou a ser membro do grupo Heróis Esquecidos, formado
por personagens obscuros da DC Comics, que ficaram anos fazendo participações
especiais ou ficando no limbo editorial da DC, como Adam Strange, Cavaleiro
Atômico, Congo Bill, Delfim, Capitão Cometa, Homem-Imortal, Ressurreição, Rick
Flag, Rip Hunter, Dane Dorrance (líder dos Demônios do Mar) e o geologista Cave
Carson. Parte do grupo chegou a fazer uma aparição em Crise nas Infinitas
Terras.
Não sei o que motivou a Grant Morrison pegar um personagem
como o Homem-Animal, mas ele trouxe o personagem a uma ascensão sem igual. Com
histórias falando sobre consciência ambiental, proteção à vida animal, batalhas
memoráveis, Morrison tornou Buddy Baker de um personagem sem graça e sem
repercussão em um personagem a ser respeitado e estimado nos quadrinhos.
Se hoje o Homem-Animal é um personagem que as pessoas se
interessam e escritores gostam de incluir em suas histórias, tem muito a ver do
que Morrison fez pelo personagem em sua passagem pela revista-solo.
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