Direção: Adrian Grunberg
Roteiro: Matthew Cirulnick, Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Paz Vega, Adriana Barraza,
Yvette Monreal, Óscar Jaenada, Sergio Peris-Mencheta
Desde que retornou da Tailândia, John Rambo (Sylvester
Stallone) tem vivido uma vida pacífica na fazenda de sua família, ajudando as
pessoas quando pode e auxiliando Maria Beltran (Adriana Barraza) a criar sua neta,
Gabrielle (Yvette Monreal). Mas, antes de ir à faculdade, Gabrielle deseja
reencontrar seu pai e vai ao México, onde é sequestrada, levando Rambo a voltar
ao seu extinto de combatente para resgatá-la.
Em 1982, Sylvester Stallone iniciou a saga de John Rambo nos
cinemas com “Rambo – Programado para Matar” (no original, “First Blood”),
baseado no livro de David Morrell, narrando a história de um veterano do Vietnã
que termina em uma cidade do interior dos EUA, onde sofre preconceitos por parte
dos policiais e termina tornando a vida deles um inferno.
Contra todas as hipóteses – já que no final do livro Trautman
o matava, e não prendia –, Rambo retorna em uma continuação três anos depois
com “Rambo II: A Missão” (no original “Rambo: First Blood Part II”), onde ele
retorna ao Vietnã e termina encontrando prisioneiros da guerra que os EUA gostariam
de esquecer e tenta resgatá-los. Depois, Trautman volta a chamar Rambo para uma
missão no Afeganistão e, quando o coronel favorito de Rambo termina preso, o Boina
Verde “5º Dan” entra em uma guerra que a União Soviética gostaria de esquecer,
em “Rambo III”, de 1988. Vinte anos depois, em “Rambo IV” (no original “Rambo”,
somente) John Rambo vive na Tailândia e trabalha como guia e, após ser
contratado, leva um grupo de missionários para o interior da Birmânia e termina
em uma guerra que ele não gostaria de se envolver. No final, ele retorna à
fazenda de sua família e fica vivendo lá., e é de onde parte o novo filme – não
vou narrar tudo de novo, pois vai ficar chato.
Sylvester Stallone, novamente, soube como entreter aquele
público que vai ao cinema descompromissado com um enredo amarrado, buscando
somente ação e explosões – apesar da história ser completamente compreensível.
Com uma classificação mais adulta, o “exército de um homem
só” – estilo de filme que consagrou Stallone e outros atores nas décadas de
1980 e 1990 –, John Rambo, consegue mostrar que ainda está em plena forma –
mesmo que Stallone esteja com 73 anos. Ele é um fazendeiro que vive com as
lembranças de seu passado como boina verde, buscando manter esse “demônio”
contido, enquanto ajuda na criação de uma jovem. Quando tudo foge do seu
controle, esse “demônio” volta a despertar.
Quem conhece bem o trabalho de Stallone como Rambo, sempre
percebe quando o modo “Boina Verde 5º Dan” desperta nele. Não que o ator seja
uma primazia de atuação, mas ele já vive a tanto tempo o personagem, que se
percebe algumas nuances dessa personalidade.
Diferente do filme anterior, Stallone somente preferiu ficar
na criação do roteiro do filme, deixando a direção para Adrian Grunberg, que
trabalhara como diretor de “Plano de Fuga”, com Mel Gibson. Acredito que esse
seu conhecimento quanto aos ambientes marginais do México foram fatores
importantes para que o filme ficasse mais interessante.
Não estou dizendo que eles retrataram uma realidade do
México – sabemos que, por vezes, os estadunidenses têm sua própria
interpretação de países latino-americanos, não se importando com suas
realidades –, mas Grunberg sabe buscar a ação em filmes feitos por esses atores
seniors da ação do tiro e explosão.
Como eu disse, “Rambo: Até o Fim” é o típico filme que você
vai para se entreter, sem compromisso, somente se importando em ver tiros,
explosões e cruezas nas mortes, sem piadinhas fora do contexto e cujo enredo
cai para segundo plano. Não é o típico filme para pessoas de estômago fraco,
que não estão esperando uma ação exacerbante, mas sim uma historinha com alguma
ação e piadinhas. É um filme casca-grossa, alpha male, pica das
galáxias.
“Rambo: Até o Fim” é um filme para quem gosta desse tipo de
filme... e Longa Vida a John Rambo!