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quarta-feira, 29 de abril de 2015

75 anos de um prodígio.

Divulgaram uma imagem do Coringa em comemoração ao surgimento do personagem há 75 anos em Batman #1, mas uma peça terminou ficando de fora, pois três meses antes do nêmeses do Batman assoprar as velinhas, na Detective Comics #38, surgiu o jovem Richard “Dick” Grayson, também conhecido como Robin.Robin-to-Nightwing-by-George-Perez

Não sei se isso fora proposital, mas nem mesmo a DC Comics lembrou de comemorar o aniversário do personagem. Alguns dirão: “Ah, mas ela está com a saga Convergence, que ocupa suas revistas durante a transição da empresa de Nova Iorque para a Califórnia”; terão aqueles que insistirão: “O Robin é um personagem inútil, por isso que a DC preferiu esquecer-se de comemorar”. Mas a estes eu lhes escrevo em caixa alta: NÃO!

Robin_Dick_GraysonO Robin é um marco na história dos quadrinhos, pois graças a eles surgiram personagens como Ricardito (Speedy), Bucky, Kid Flash, e tantos outros.

Robin surgiu e trouxe a onda sidekick, ou simplesmente, parceiro-mirim. Eles surgiram para atrair as crianças, que cada vez mais se afastavam por falta de identificação. O Batman mesmo, devido ao nível de violência, era restringido pelos pais estadunidenses com seu nível de moralismo exacerbado. A vinda do Robin foi para amenizar isso. Não que o nível de violência caíra, pois na edição de estreia do Menino-Prodígio ele joga um bandido pela beirada de um prédio em construção, mas pelo menos as crianças tinham um personagem a se assemelhar. Mas, ao mesmo tempo que isso trouxe gratificações, trouxeram problemas, pois por Bruce e Dick não terem ligações paternas (Bruce adotou o jovem como seu tutor), o psiquiatra Fredric Wertham, considerou a relação deles como algo homossexual e que Bruce Wayne possuía conotações de pedofilia. Com isso personagens femininas foram adicionadas, como tia Agatha Wayne, que surgiu na Batman #89, Batwoman (Kathy Kane), que surgiu em Detective Comics #233, e Bat-Girl (Betty Kane), que surgiu na Batman #139.

Robin-Burt_WardQuando os personagens foram parar no seriado televisivo “Batman” em 1966, o traje do Robin era motivo de chacota, pois usava uma sunguinha e meias-calças, dando mais assunto sobre as motivações comportamentais da dupla dinâmica. Com isso, tudo, na década de 1970, o editor das revistas do Batman decidiram por colocá-lo novamente sozinho nas ações em suas revistas, enquanto Dick Grayson ia para a faculdade e tinha suas aventuras com a Turma Titã.

nightwing first costumeNa década de 1980, quando Batman assumiu a tutela do jovem Jason Todd, Dick se tornou Asa Noturna, criando um novo traje e voltando a liderar os Novos Titãs, ao qual havia saído para se dedicar a sua vida privada, mas que não dera certo devido ao ataque de Slade Wilson, o Exterminado, durante o evento “Contrato de Judas”.

Dick agia em Nova Iorque, sempre ao lado do seu grupo, os Novos Titãs. Somente voltou a Gotham após a morte de Jason Todd, um pouco antes de Timothy Drake assumir o seu antigo manto.

Timothy, o terceiro a assumir o manto do Robin, aprendeu com Batman, com um mestre de Bruce Wayne, com Lady Shiva e com Dick Grayson como ser um excelente combatente do crime. Para não ficar muito longe do seu tutor, Dick começou a trabalhar como policial em Blüdhaven e a agir como Asa Noturna na cidade, também. Chegou a assumir um grupo tático da Liga da Justiça, mas não deu muito certo, deixando então de lado.

batman_prodigal_01Durante um curto período, posterior ao Bruce se recuperar da coluna quebrada por Bane, Dick assumiu o manto do Batman na minissérie “Prodígio”, isso depois de Jean-Paul Valley denegrir a imagem do Homem-Morcego e durante o período que Bruce buscava criar confiança novamente.

Nightwing_0003Então, após um terremoto ocorrido em Gotham City, Dick se deslocou para a cidade para ajudar na contenção. Ele ficou responsável para cuidar da prisão Blackgate e, além de enfrentar os bandidos de alta-periculosidade que estavam lá, teve de enfrentar o Carcereiro e KGBesta, que assumiram a prisão.

Voltando à Blüdhaven, teve de enfrentar e combater o segundo Arrasa Quarteirão, que terminou morto enquanto eles lutavam, o que fez com que Dick deixasse o seu traje e o combate ao crime de lado, durante um tempo.

Ele retornou ao seu traje de Asa Noturna, após encarar Jason Todd, que havia deturpado a imagem do vigilante. Ele encarou, ao lado do Batman e do Robin III, as crises e eventos que ocorreram com os heróis da DC Comics, mas após a – suposta – morte do Batman, lutou contra Duas-Caras e – novamente - Jason Todd, que “quebrou” Timothy enquanto este trajava um dos uniformes do Batman. batman-battle-for-the-cowlDick relutou muito em assumir o manto do Batman, mas nas próprias condições se tornou o Homem-Morcego. Batman_Dick_Grayson_0002O filho de Bruce Wayne, Damian, que aparecera há pouco tempo, assumiu o manto de Robin ao lado de Dick, o novo Batman, enquanto Timothy assumia o traje de Robin Vermelho, antes usado por Jason Todd na saga 52.

Quando Bruce Wayne retorna, Dick continua como Batman na – agora fundada – Corporação Batman. Permaneceu no manto do morcego até o evento Flashpoint, que redefiniu todo o Universo DC, onde voltou a ser o Asa Noturna, com um novo uniforme.

Durante a minissérie Vilania Eterna, Dick foi torturado e desmascarado frente às câmeras, o que ocasionou em abandonar – novamente – o uniforme de Asa Noturna. Hoje, completando 75 anos neste mês de abril de 2015, ele está à frente da revista mensal “Grayson”, onde se tornou o agente 37 da Spyral, uma organização secreta fundada em nome da ONU pelo Dr. Dedalus (ou Agente Zero).

A história de Dick na DC, de ajudante mirim do Batman a agente secreto de uma organização não governamental, é tão longa e detalhada, com momentos distintos. Ele já encarou todos os tipos de vilões, já namorou grandes beldades do Universo DC, é considerado o segundo maior detetive do Universo DC, excelente estrategista, grande líder de campo (liderou a Turma Titã, os Novos Titãs, Força Tarefa Liga da Justiça, Renegados, Titãs, Liga da Justiça) e exímio combatente do crime.evolution_of_dick_grayson_by_vo5-d4dx3z9

O esquecimento desse personagem é uma grande falta e defeito da DC Comics, pois é um personagem que mesmo dividindo opiniões, é adorado por muito (dentre eles este que vos escreve). Essa “falta” com ele, demonstra bem o que pretendem com o personagem, como mostrado em uma breve imagem de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça que estreia no ano que vem. Mas isso não me abala, por esse motivo eu não poderia deixar passar despercebido e então, por minha conta, comemorar o aniversário desse personagem fantástico e com uma longa história contada.Grayson_Vol_1_1_Textless_Janin_Variant

domingo, 26 de abril de 2015

Eis o Coringa... ou talvez não!

jared-leto-platinum-hair[8]Há mais de um mês eu publiquei no blog as várias faces do Coringa no decorrer de sua história na TV e no cinema. As interpretações dadas pelos atores César Romero (1907-1994), Jack Nicholson e Heath Ledger (1979-2008). Cheguei a citar até a participação no fan-film “Batman: Dead End” de Sandy Corolla, sendo interpretado por Andrew Koenig (1968-2010). Isso tudo para chegar ao começo da caracterização do ator Jared Leto (Clube de Compras Dallas).

joker18f-2-webNa época da matéria, Leto havia descolorido e cortado o cabelo bem curto, iniciando assim o processo que o levaria ao Coringa no filme Esquadrão Suicida (Suicide Squad), programado para estear em 2016. De lá para cá, nessa margem de um mês, novas imagens do ator surgiram com ele já de cabelo verde de tom bem forte e uma pele esbranquiçada. Ele mesmo, pelo seu Twitter e Instagram, vem nos dados imagens das mais diversas, as vezes imitando até a capa Piada Mortal (The Killing Joke, 1988).

leto-joker-131770Ontem (25/04), fervilhou pela internet a imagem de Leto no que alguns creem seja a caracterização bem próxima do Coringa do filme. A comoção foi provocada pelo diretor e roteirista do filme, David Ayer, que publicou a imagem.

Alguns acreditam que seja a imagem final, outros já creem que seja somente algo promocional, pois difere – um pouco de outras imagens divulgadas anteriormente. Muitos já iniciaram mimimis, outros acharam muito interessante e outros – como eu – consideram cedo para julgar.

jared-leto-spotted-with-green-suicide-squad-hair-in-toronto-02Quanto a galera que já criou injúria com a imagem, fica o recado: NÃO ESTAMOS FALANDO DO UNIVERSO QUADRINHÍSTICO, onde este mesmo já nos deu várias versões do Coringa, desde sua criação em 1940 na Batman #1. O Universo Cinematográfico já caracterizou o Coringa de duas formas. Em 1989, ele era um gangster que cai em um tonel de produtos químicos e, quando retorna, deseja vingança com os responsáveis pelo seu infortúnio. Em 2008, desconhecemos sua origem, mas sabemos que seu maior desejo é um mundo caótico, tentando demonstrar que qualquer um é capaz de gerar o caos, desde que tenha a motivação correta.

leto-jokerNão sabemos qual será a motivação desse Coringa que Leto fará, mas com certeza terá novas características – ou não. Se alguns não gostam das tatuagens, vale lembrar que em All-Star Batman & Robin, The Boy Wonder #6, a capa desenhada por Jim Lee nos traz um Coringa com uma enorme tatuagem de dragão nas costas. Essas tatuagens, se elas permanecerem, demonstram o tamanho da insanidade do personagem, tatuando sorrisos macabros e onomatopeias de risos em seu corpo.

Este que vos escreve, como já disse, acha cedo para julgar. Inicialmente achei estranho, mas a medida que observo a imagem polêmica, me acostumo com ela e creio que, com o currículo de Leto, ele não nos decepcionará em sua atuação, que é mais importante do que qualquer outra coisa.joker.leto.42515

sábado, 25 de abril de 2015

RESENHA CINEMA: Vingadores: Era de Ultron

VINGADORES: ERA DE ULTRON (Avengers: Age of Ultron, 2015)

Direção: Joss Whedon

Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Mark Rufallo, Jeremy Renner, Colbie Smulders, Samuel L. Jackson, Paul Bettany, Aaron Taylor Johnson, Elizabeth Olsen, James Spader, Don Cheadle, Anthony Mackie, Hayler Atwell, Linda Cardellini, Idris Elba, Stellan Skarsgård, Claudia Kim, Thomas Kretschmann, Andy Serkis.

“Vingadores: Era de Ultron” é o retorno de Os Maiores Heróis da Terra para a tela grande. Três anos depois de encararem uma invasão alienígena em Nova Iorque, o grupo agora tem uma base operacional na Torre Stark (agora Torre dos Vingadores), onde todos residem. Todos os equipamentos são criados e financiados por Tony Stark (Robert Downey Jr.), mas o líder da equipe é o Capitão América (Chris Evans).

A união da equipe, dessa vez, inicialmente, acontece para que eles confrontem uma das últimas células ativas da H.I.D.R.A., depois dos acontecimentos em Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014). Ela é liderara pelo Barão Wolfgang Von Strucker (Thomas Kretschmann) na pequena cidade do leste europeu, Sovokia. Os sovokianos não parecem gostar muito de um dos membros dos Vingadores, o Homem-de-Ferro, principalmente dois deles, os gêmeos modificados (não são mutantes, pois esse termo e os personagens tem licenciamento na Twentieth Century Fox) Pietro (Aaron Taylor-Johnson) e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), mantidos cativos por Von Strucker. Mas a principal missão do grupo é conseguir o cetro de Loki que estava de posse da S.H.I.E.L.D. após os eventos da Batalha de Nova Iorque e foi parar nas mãos de Von Strucker pra fazer experimentos.

Depois de vencerem a batalha em Savokia, desmantelarem a célula e aprisionarem Von Strucker, Tony Stark pede a Thor (Chris Hemsworth) para que ele e o Dr. Bruce Banner (Mark Ruffalo) façam experimentos e testes com o cetro. Durante os experimentos, Stark descobre que a orbe do topo do cajado possui um tipo de mente própria e então planeja, com a ajuda de Banner e do seu fiel companheiro, a Inteligência Artificial J.A.R.V.I.S. (voz de Paul Bettany), mas sem o conhecimento do restante da equipe, descobrir como usar o artefato para criar Ultron, um projeto de Stark e Banner que traria a tão sonhada paz e não precisaria mais dos Vingadores, tornando-os obsoletos. Mas, durante os experimentos, algo sai muito errado e Ultron (voz de James Spader) se volta contra os Vingadores e toda a humanidade.

Esse é, praticamente, o passo inicial para a trama do segundo filme do grupo. No desenrolar da história vemos uma união temporária entre Ultron e os gêmeos Maximoff, conhecemos – parcialmente – Wakanda e conhecemos o mercenário Ulysses Klaw (Andy Serkis), conhecido nos quadrinhos como Garra. Vemos o lado mais humano de Clint Barton (Jeremy Renner), o Gavião Arqueiro, com sua família, vemos – também – um affair surgir entre Banner e Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), a Viúva Negra. Também conhecemos o lado mais humano desta personagem.

Esses momentos mais humanos dos personagens, para mim, são peças chaves do filme, pois por mais que vamos para o cinema ver um filme de ação, o ponto de mostrar que eles são pessoas comuns, que têm famílias, sofreram muito para serem quem são, é bem importante, também. Vemos isso em “O Homem de Aço” (2013), “Capitão América 2: O Soldado Invernal” – mesmo que rapidamente, “O Espetacular Homem-Aranha” (2012), “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2008), pois mostra que até mesmo os super-heróis podem ser menos do que super-heróis.

avengers-age-of-ultron-collageMas o filme tem seus momentos de extensa – e intensa - ação, também. O filme já começa com o ataque a célula de H.I.D.R.A. em Savokia, depois temos as batalhas contra Ultron na Torre dos Vingadores, em Wakanda, finalizando em Savokia (como um círculo vicioso, voltando ao ponto inicial e fugindo um pouco de mais uma batalha nos Estados Unidos). Alguns dos pontos altos são a batalha de Hulk vs. Hulkbuster (chamado no filme de Olívia, se bem me lembro) e o surgimento de Visão (Paul Bettany). Mas o filme não é nenhum Capitão América 2, ou seja, tem muitos problemas para ser considerado um ótimo filme.Avengers-Age-of-Ultron-Fight-Fathead

É melhor do que o primeiro Vingadores? Sim, com certeza, mas a história parece vazia em determinados momentos, sem contar que a maioria dos embates parecem repetições dos que aconteceram no primeiro filme. Sem contar que poderiam ter aumentado o contingente de personagens, mas preferiram manter o mesmo núcleo, o que torna o filme repetitivo, de certa forma.

Vemos a aparição de James Rhodes (Don Cheadle), o Máquina de Combate, e Sam Wilson (Anthony Mackie), o Falcão, bem como Maria Hill (Colbie Smulders) e até mesmo Nick Fury (Samuel L. Jackson) que, de início, me lembrou sua aparição em “Homem-de-Ferro” (2008).Avengers-Age-of-Ultron-Trailer-1-Nick-Fury

O que achei mais... ofensivo foi a forma como trataram Ultron. Dos vilões da Marvel, sempre o achei um dos maiores, daqueles que você odeia com prazer, que deturpa as ideias dos motivos que fora criado para benefício próprio. No filme, Ultron é uma mera imagem do que é nos quadrinhos. Soltando piadinhas e ironias, o Ultron é um personagem cariacato, no qual cheguei, as vezes, sentir pena. Sua horda de robôs parece feitos de papel-marche, o que me impressiona é que, apesar de todos serem uma fração de Ultron, ele somente construiu um corpo poderoso.

Existem também as pontas soltas do filme, como as motivações de Steve Trevor e Sam Wilson ao final de Capitão América 2. Quem bem lembra, eles sairiam em busca de Bucky Barnes, o Soldado Invernal. Pretendiam encontra-lo, mas, aparentemente, deixaram a busca de lado. Bem como Natasha sairia em busca de uma nova identidade, mas ou a encontrou ou simplesmente achou melhor que ficasse como estava e se juntou aos Vingadores. E por que Stark construiu um exército de robôs se havia desistido das suas armaduras ao final de Homem-de-Ferro 3? São perguntas sem respostas.

Mas há algo importante nesse filme, pois ele nos dá a cartada para o início da Fase 3, mostrando o caminho para os filmes “Capitão América: Guerra Civil” (2016), “Thor: Ragnarok” (2017), “Pantera Negra” (2018) e “Vingadores: Guerra Infinita – Partes I e II” (2018-2019).

A direção de Joss Whedon não é falha nesse filme, mas repetitiva. Sim, ele dirige muito bem um elenco grande, se saiu até melhor nesse filme, dando mais espaço para personagens menos super, mas ainda assim heróis. Mas repete a ação, como se fosse uma roda girando sem se mover. Vendo a batalha final desse segundo filme, é como ver a do primeiro, somente em outra locação e sem monstros gigantes.

age-of-ultron-10-things-that-will-make-you-cry-in-avengers-age-of-ultronQuanto a atuação, muitos melhoraram, pois estão mais sintonizados com o personagem, como foi o caso de Chris Evans, que evoluiu mais ainda como Steve Rogers.  Robert Downey Jr. já está calejado como Tony Stark, vemos até um outro lado do personagem nesse filme, mais obcecado pelo que ele acredita ser a “paz mundial”. Já Mark Ruffalo está mais envolvido a psique de Banner/Hulk. Mas os que mais gostei, como citei mais acima, foi de Jeremy Renner e Scarlett Johansson. Renner demonstrou algo que nunca havia visto em nenhum personagem que já o vi interpretar. Avengers_Age_Of_Ultron_Unpublished_Character_Poster_i_JPostersSempre fez personagens fortes, sem se importar muito com nada, mas nessa sua interpretação de Clint Barton o vemos ligado a família. Já no caso da personagem da Srta. Johansson, vemos algo totalmente novo, pois apesar da Viúva Negra ser uma personagem forte e impactante, ela nos mostra um lado mais sensível, que dificilmente se imaginaria. Chris Hemsworth parece não modificar muito do que criou para Thor Odinson, o que é uma pena, pois poderiam ter buscado algo mais próximo de humano e menos deus. As introduções dos atores Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen dão um ar novo a franquia. A interação de ambos, que surgiu quando fizeram esposa e marido em Godzilla, continua nesse filme. Taylo-Johnson é bem conhecido pelo seu trabalho em “Kick-Ass: Quebrando Tudo” (2010) e “Kick-Ass 2” (2013), já Elizabeth Olsen – irmã das gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen – é uma ótima atriz. Já a vi em filmes como “Very Good Girls” (2013), com Dakota Fanning, e “Oldboy: Dias de Vingança” (2013), com Josh Brolin. Ambos estão muito bem em seus papéis e não comprometem em nada. O mesmo posso dizer de Paul Bettany, que antes somente fazia a voz da I. A. J.A.R.V.I.S., agora mostra as caras como Visão. Bettany tem um extenso currículo em sua carreira de papéis intensos, e está ótimo, novamente, mesmo no curto período que aparece no filme. Já James Spader, que eu esperava muito mais, deu um ar caricato – beirando o cômico – para Ultron. Spader é bem conhecido por personagens desse tipo, com um tom de ironia, mas, mesmo em The Blacklist, já o vi dar mais força ao seu personagem, indo além da ironia. Faltou, para mim, um trabalho melhor de composição do personagem, se preocupando em uma ironia desmedida com frases coloquiais e sem impacto.

Como diversão e entretenimento, “Vingadores: Era de Ultron” é um excelente atrativo, mas infelizmente é raso como uma piscina de bebês. Tem momentos bem interessantes, mas tem uma história repetitiva e cenas que muito se assemelham ao filme anterior. Se vale a pena? Com certeza, é um blockbuster sem igual. Mas como escrevi acima, é pura diversão e entretenimento, se é isso que buscam. Eu me diverti muito, ri bastante, mas continuo considerando “Capitão América 2: O Soldado Invernal” o melhor filme que a Marvel Studios já fez. Se fosse dar uma nota ao filme, seria 8,5.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Surge o teaser de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça.

Semana passada – mais exatamente na sexta-feira passada (17/04/2015) – a Warner lançou o primeiro teaser de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (Batman v Superman: Dawn of Justice), que terá estreia mundial entre os dias 23 e 26 de março de 2016.batmanvssuperman

O lançamento do teaser foi antecipado depois deste vazar na internet. Mas no dia 20/04/2015, a Warner lançou um trailer de 15 minutos em 14 cinemas estadunidenses, com tecnologia iMax. Zack Snyder, diretor do filme, pediu que nenhuma imagem do trailer vazasse na internet, mas não adiantou muito, pois imagens de Batman e Superman indo de encontro pulularam pelas redes sociais, causando um novo alvoroço.

Não é de hoje que esse tipo de encontro é esperado pelos fãs dos personagens de quadrinhos, principalmente pelos fãs da DC Comics. Batman e Superman são dois dos maiores ícones da editora, senão dos quadrinhos mundiais, pois há 75 anos alimentam a imaginação de quem os lê.

batman v superman 40'sSempre que a DC Comics pensava em liberar direitos para séries e filmes, os dois encabeçavam as escolhas, tanto que Batman foi o primeiro a ganhar uma série para matinês de cinemas nos Estados Unidos. Estrelada por Lewis Wilson (Bruce Wayne/Batman) e Douglas Croft (Dick Grayson/Robin), a série de 15 episódios da Columbia Pictures trazia, pela primeira vez, um personagem da DC Comics para os seriados cinematográficos. A qualidade da série não era das melhores, mas rendeu tanta diversão e público que três anos depois, em 1949, uma nova série foi desenvolvida. “Batman and Robin”, traziam nos papéis-títulos os atores Robert Lowery (Bruce Wayne/Batman) e Johnny Duncan (Dick Grayson/Robin), em mais 15 episódios.

Superman demorou um pouco mais para surgir nas séries de matinês, pois tinha um programa de rádio em seu nome, no mesmo estilo de “O Sombra” e “Besouro Verde”. Em 1948, estreou “Superman” com Kirk Alyn (Clark Kent/Superman) no papel-título. A série também tinha produção da Columbia Pictures e vinha no formato de 15 episódios. E deu tão certo que dois anos depois, em 1950, Alyn voltou ao papel de Superman em “Atom Man Vs. Superman” (curiosidade nerd: Kirk Alyn também estrelou a série de outro personagem da DC Comics, “O Falcão Negro” (Blackhawk), em 1952).

Eu sou um bebê perto desses filmes, sendo assim, não sei se as pessoas na época já imaginavam como seria um encontro entre esses dois gigantes dos quadrinhos.

Bem como não sei se as pessoas que assistiam televisão entre as décadas de 1950 e 1960 imaginavam um encontro entre o Superman e Batman das séries de TV.

batman v superman 60's“Adventures of Superman” estreou nas TV estadunidenses em 1952, tendo George Reeves no papel de Clark Kent/Superman. A série durou seis temporadas e surgiu após o filme para o cinema, “Superman and the Mole-Men” (1951), da Lippert Pictures.

Já Batman estreou em janeiro de 1966 sua série homônima. Com Adam West (Bruce Wayne/Batman) e Burt Ward (Dick Grayson/Robin), a série durou três temporadas e teve um filme que estreou em 30 de julho de 1966. Tanto a série do Superman como a do Batman foram transmitidas pelo canal ABC. Quem sabe se George Reeves não tivesse cometido o suicídio um ano após o cancelamento da série, um encontro entre ambos não poderia ter ocorrido, pois em 1966 ele teria 52 anos.

batman v superman 80'sSuperman retornou aos cinemas em 1978, em um mega-filme produzido pela Warner Bros. O filme trazia Christopher Reeve (Clark Kent/Superman) no papel-título. Este três sequências consecutivas, todas elas estreladas por Reeve. A última sequência foi em 1987, intitulada “Superman IV: Em Busca da Paz” (Superman IV: The Quest For Peace).

Dois anos após esse que seria o último filme do Superman com Reeve no papel, Batman faria 50 anos e ganharia seu primeiro filme em 22 anos. “Batman” estreou em 1989 e trazia Michael Keaton (Bruce Wayne/Batman) interpretando o personagem-título do filme. Este deu tão certo que retornou em 1992 em “Batman – O Retorno” (Batman Returns).

Nessa época já se pensava em juntar os dois em um filme, mas ninguém pensava que poderia ser Reeve e Keaton, mesmo que o primeiro tivesse imortalizado a imagem do Superman e o segundo tivesse reiniciado a batmania. Não pensavam, pois desejavam algo no estilo Batman: O Cavaleiro das Trevas (Batman: The Dark Knight Returns, 1986), imaginando atores bem mais velhos do que Reeve e Keaton.

batman v superman 90'sNem mesmo com a estreia da série Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman (Lois & Clark: The New Adventures of Superman, 1993), com Dean Cain (Clark Kent/Superman) e Teri Hatcher (Lois Lane) e a mudança de atores em Batman Eternamente (Batman Forever, 1995), estrelado por Val Kilmer (Bruce Wayne/Batman), se pensou em fazer um encontro entre esse dois titãs.

Mas depois de Batman Begins (2005), estrelado por Christian Bale (Bruce Wayne/Batman), e Superman Returns (2006), estrelado por Brandon Routh (Clark Kent/Superman), veio a se imaginar um encontro entre ambos. Tanto que um cartaz anunciando o filme aparece em “Eu Sou A Lenda” (I Am Legend, 2007), com data para 2010.

batman v superman 2K'sDepois deste cartaz, especulações surgiram aos montes e burburinhos foram muitos. Até surgiu um papo que em 2000 um filme que teria um encontro entre os dois aconteceria, mas o projeto não foi pra frente, sendo deixado de lado pela Warner em 2002. Sem contar o filme “Justice League: Mortal”, projeto iniciado em 2007, mas que não foi à frente devido à greve de roteiristas, que contaria não somente com Superman (D. J. Cotrona) e Batman (Armie Hammer), como também Lanterna Verde (Common), Flash (Adam Brody), Mulher-Maravilha (Megan Gale), Aquaman (Santiago Cabrera) e o Caçador de Marte (Hugh Keays-Byrne).

Esse encontro que é super-conhecido nos quadrinhos, as vezes mostrando-os como aliados e em outras como adversários, agora acontecerá em 2016.

Depois do pequeno sucesso que “O Homem de Aço” (Man of Steel, 2013), estrelado por Henry Cavill (Clark Kent/Superman), fez nos cinemas, a Warner viu a possibilidade do início de um Universo Cinematográfico para os personagens da DC, e nada melhor para iniciar isso do que tendo esses dois ícones a frente. Apesar do alvoroço com o teaser que mostra o confronto deles, ainda teremos em “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça” participações de Diana/Mulher-Maravilha (Gal Gadot), Arthur Curry/Aquaman (Jason Momoa) e Victor Stone/Ciborgue (Ray Fisher). Mas somente a ideia de ver esse combate clássico já deixa o imaginário de todo fã em polvorosa.batman v superman dawn of justice

Batman vs. Superman: A Origem da Justiça traz Henry Cavill (Clark Kent/Superman), Ben Affleck (Bruce Wayne/Batman), Gal Gadot (Diana/Mulher-Maravilha), Jason Momoa (Arthur Curry/Aquaman), Ray Fisher (Victor Stone), Jesse Eisenberg (Lex Luthor), Amy Adams (Lois Lane), Jeremy Irons (Alfred Pennyworth), Laurence Fishburne (Perry White) e Diane Lane (Martha Kent). O filme estreia nos cinemas brasileiros em 24 de março de 2016. Abaixo fiquem com o teaser (em inglês).

domingo, 12 de abril de 2015

RESENHA SÉRIES: Marvel – Demolidor

daredevil-bannerMatthew Murdock (Charlie Cox) cresceu em Hell’s Kitchen. Durante um acidente onde ele salvou um senhor de ser atropelado, produtos químicos caíram em seus olhos, tornando-o cego, mas ampliando seus outros sentidos. Filho do boxeador em final de carreira, Jack “Batalhador” Murdock (John Patrick Hayden), sempre se dedicou aos estudos a pedido do pai, que terminou assassinado após vencer uma luta que deveria perder. Adulto, Matt se torna um advogado, sócio do seu melhor amigo Franklin “Foggy” Nelson (Elden Henson), ambos montam um escritório após deixarem uma agência de renome. Mas Matt tem uma vida dupla, pois à noite ele se veste de preto para enfrentar os marginais de Hell’s Kitchen, se tornando um vigilante.

daredevil-black-suitMas a vida de vigilante não é fácil, pois mesmo com todas as habilidades e treinamento, Matt tem alguns “acidentes de percurso”, brigando contra russos, Yakuza e Tríade, isso tudo para chegar a alguém maior, Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio).

O primeiro caso de Matt - e Foggy, lógico - como advogado é a defesa da jovem Karen Page (Deborah Ann Woll), acusada de assassinato. Mas ela é a ponta de um gigantesco iceberg, que envolve muitos criminosos. Ao mesmo tempo, como vigilante, Matt corre para salvar um garoto sequestrado pelos russos. Tudo isso é somente o começo de uma série de treze episódios, onde o enredo é bem engendrado, temos muita ação e cenas bem realistas.

Demolidor é a melhor série que a Marvel poderia providenciar. Adoro Marvel’s Agent Carter, mas a ação e as atuações da série do protetor de Hell’s Kitchen beira a excelência. Atores dos mais talentosos foram escolhidos para essa série. Desde seu protagonista, Charlie Cox, onde vi atuando pela primeira vez em “Stardust: O Mistério da Estrela” (2007), e lá já o achei um ótimo ator, deu uma interpretação primaz ao advogado cego e vigilante, demonstrando os altos e baixos da personalidade de Matthew Murdock.

O antagonista é interpretado pelo excelente Vincent D’Onofrio – ao qual vi pela primeira vez em “Nascido Para Matar” (1987) –, que sempre pegou papéis obscuros, nos dá um Wilson Fisk que vive uma dualidade dentro de si, achando que os fins levam aos meios e que tudo que faz é para o bem da cidade de Nova Iorque, mesmo sendo um verdadeiro monstro. D’Onofrio consegue passar um sentimento de culpa que Fisk sente por seu passado, mas ao mesmo tempo demonstra que ele pode vir a ser um romântico incomparável para conquistar sua linda marchant Vanessa Marianna, interpretada pela bela israelita Ayelet Zurer, que interpretou Lara Jor-El em “O Homem de Aço” (2013). Ayelet nos dá uma Vanessa fascinada pelo perigo que ronda a vida de Wilson Fisk, e esse fascínio a faz se aprofundar cada vez mais na vida do seu amado.daredevil-banner

Ao lado do protagonista temos seus aliados. Elden Henson dá corpo e voz ao advogado Foggy Nelson. A primeira vez que prestei atenção na interpretação de Henson foi no filme “Sempre Amigos” (1998), que ele faz um jovem com problemas de aceitação que consegue uma amizade inesperada. Na série, Henson nos dá um Foggy Nelson com momentos bem engraçados, mas com uma compreensão única de tudo que ocorre a sua volta, demonstrando uma grande determinação no que faz. Outra que demonstra grande determinação é a personagem Karen Page, interpretada pela atriz Deborah Ann Woll. O mais interessante da personagem é que além de sua determinação, possui um enorme mistério a sua volta. Alguns conhecemos no seriado, mas outros devem ser melhor desenvolvidos numa  - assim espero – segunda temporada. Outro aliado é o repórter Ben Urich, que é interpretado pelo ator Vondie Curtis-Hall. Este sempre pegou papéis de coadjuvante, mas sempre demonstrou uma enorme dedicação a cada personagem que fez. Ele nos dá um Urich que tem como objetivo a verdade, mesmo que seja “castrado” pelo jornal em que trabalha. Ele demonstra uma crença enorme na busca de Karen, Foggy e Matt pela verdade por trás de Wilson Fisk. Para fechar o grupo de aliados temos a personagem da atriz Rosario Dawson. Desde sua participação no polêmico “Kids” (1995), Dawson vem pegando personagens desafiadoras, que as vezes exigem bastante de seu talento, como a enfermeira Claire Temple, que ajuda Matthew Murdock com curativos e o salva sempre que possível.

red-daredevil-costumeAté mesmo os personagens com pequenas participações são impressionantes. Desde o ator que vive o pai de Matthew até o padre que houve suas confissões, todos possuem uma profundidade particular e um drama pessoal que vemos pouco em seriados baseados em quadrinhos. Personagens como o braço-direito de Wilson Fisk, Wesley, interpretado pelo ator Toby Leonard Moore, o contador Leland Owlsley interpretado pelo ator Bob Gunton, o líder da Yakuza, Nobu, interpretado por Peter Shinkoda, a líder da Tríade, Sra. Gao, interpretada pela atriz Wai Ching Ho, tem suas histórias pessoais e são bem desenvolvidos, como podemos ver no decorrer da série. Até mesmo Stick, interpretado pelo ator Scott Glenn tem seu momento essencial na série, nos dando uma das melhores lutas da série (as outra são com o Nobu e Fisk (memorável!)).

Isso tudo graças as brilhantes direções de Phil Abraham, Steven S. DeKnight (que também escreveu roteiros e teve responsabilidade na produção da série), Ken Girotti, Adam Kane, Stephen Surjik e Brad Turner, que souberam trabalhar muito bem juntos, além da excelente produção executiva, que soube escolher bem o elenco, e os roteiristas, que contam com DeKnight e do criador da série, Drew Goddard, o verdadeiro engendrador por trás da série toda.

Desde o começo, DeKnight e Goddard falaram que a série seria algo único, diferente de tudo que vimos no Universo Cinematográfico-Televisivo Marvel. As cenas de luta são totalmente críveis e bem elaboradas. Tão reais que cada ferimento ao qual Matthew consegue no decorrer da série, poderia ter ocorrido mesmo.

Não é difícil gostar de uma série quando ela cria sua própria identidade e respeita o cânone de um personagem, pois é isso que esperamos a cada vez que assistimos algo ligado aos quadrinhos. Mesmo as pequenas referências são válidas, demonstrando as fontes de inspiração dos roteiristas. Por isso recomendo que aqueles que não leram “Demolidor: O Homem Sem Medo”, de Frank Miller e John Romita Jr., busquem ler, pois perceberão que a minissérie é muito importante.

Acredito que haverá uma segunda temporada, pois Marvel – Demolidor é uma excelência no quesito de séries baseadas em super-heróis. E por mais que estejam cansados de ler eu escrevendo isso, acredito que toda a série precise de sua identidade. E quando digo isso, quero dizer que uma série precisa ter seu próprio rumo, sem depender do que ocorrerá em determinada mídia. Isso faz grande diferença e vemos isso nas séries da Warner/DC, em Marvel’s Agent Carter e, agora, em Marvel – Demolidor.

Não sei como alguém conseguirá assistir somente um episódio de Marvel – Demolidor por dia até a estréia de Vingadores: Era de Ultron. Mas eu não consegui, pois ela é intensa, emocionante, intrigante, adrenalizante e empolgante. Vale a pena assistí-la, sem interrupções. Eu acredito que Marvel – Demolidor veio para ficar e vai superar todas as outras.