Divulgaram uma imagem do Coringa em comemoração ao surgimento do personagem há 75 anos em Batman #1, mas uma peça terminou ficando de fora, pois três meses antes do nêmeses do Batman assoprar as velinhas, na Detective Comics #38, surgiu o jovem Richard “Dick” Grayson, também conhecido como Robin.
Não sei se isso fora proposital, mas nem mesmo a DC Comics lembrou de comemorar o aniversário do personagem. Alguns dirão: “Ah, mas ela está com a saga Convergence, que ocupa suas revistas durante a transição da empresa de Nova Iorque para a Califórnia”; terão aqueles que insistirão: “O Robin é um personagem inútil, por isso que a DC preferiu esquecer-se de comemorar”. Mas a estes eu lhes escrevo em caixa alta: NÃO!
O Robin é um marco na história dos quadrinhos, pois graças a eles surgiram personagens como Ricardito (Speedy), Bucky, Kid Flash, e tantos outros.
Robin surgiu e trouxe a onda sidekick, ou simplesmente, parceiro-mirim. Eles surgiram para atrair as crianças, que cada vez mais se afastavam por falta de identificação. O Batman mesmo, devido ao nível de violência, era restringido pelos pais estadunidenses com seu nível de moralismo exacerbado. A vinda do Robin foi para amenizar isso. Não que o nível de violência caíra, pois na edição de estreia do Menino-Prodígio ele joga um bandido pela beirada de um prédio em construção, mas pelo menos as crianças tinham um personagem a se assemelhar. Mas, ao mesmo tempo que isso trouxe gratificações, trouxeram problemas, pois por Bruce e Dick não terem ligações paternas (Bruce adotou o jovem como seu tutor), o psiquiatra Fredric Wertham, considerou a relação deles como algo homossexual e que Bruce Wayne possuía conotações de pedofilia. Com isso personagens femininas foram adicionadas, como tia Agatha Wayne, que surgiu na Batman #89, Batwoman (Kathy Kane), que surgiu em Detective Comics #233, e Bat-Girl (Betty Kane), que surgiu na Batman #139.
Quando os personagens foram parar no seriado televisivo “Batman” em 1966, o traje do Robin era motivo de chacota, pois usava uma sunguinha e meias-calças, dando mais assunto sobre as motivações comportamentais da dupla dinâmica. Com isso, tudo, na década de 1970, o editor das revistas do Batman decidiram por colocá-lo novamente sozinho nas ações em suas revistas, enquanto Dick Grayson ia para a faculdade e tinha suas aventuras com a Turma Titã.
Na década de 1980, quando Batman assumiu a tutela do jovem Jason Todd, Dick se tornou Asa Noturna, criando um novo traje e voltando a liderar os Novos Titãs, ao qual havia saído para se dedicar a sua vida privada, mas que não dera certo devido ao ataque de Slade Wilson, o Exterminado, durante o evento “Contrato de Judas”.
Dick agia em Nova Iorque, sempre ao lado do seu grupo, os Novos Titãs. Somente voltou a Gotham após a morte de Jason Todd, um pouco antes de Timothy Drake assumir o seu antigo manto.
Timothy, o terceiro a assumir o manto do Robin, aprendeu com Batman, com um mestre de Bruce Wayne, com Lady Shiva e com Dick Grayson como ser um excelente combatente do crime. Para não ficar muito longe do seu tutor, Dick começou a trabalhar como policial em Blüdhaven e a agir como Asa Noturna na cidade, também. Chegou a assumir um grupo tático da Liga da Justiça, mas não deu muito certo, deixando então de lado.
Durante um curto período, posterior ao Bruce se recuperar da coluna quebrada por Bane, Dick assumiu o manto do Batman na minissérie “Prodígio”, isso depois de Jean-Paul Valley denegrir a imagem do Homem-Morcego e durante o período que Bruce buscava criar confiança novamente.
Então, após um terremoto ocorrido em Gotham City, Dick se deslocou para a cidade para ajudar na contenção. Ele ficou responsável para cuidar da prisão Blackgate e, além de enfrentar os bandidos de alta-periculosidade que estavam lá, teve de enfrentar o Carcereiro e KGBesta, que assumiram a prisão.
Voltando à Blüdhaven, teve de enfrentar e combater o segundo Arrasa Quarteirão, que terminou morto enquanto eles lutavam, o que fez com que Dick deixasse o seu traje e o combate ao crime de lado, durante um tempo.
Ele retornou ao seu traje de Asa Noturna, após encarar Jason Todd, que havia deturpado a imagem do vigilante. Ele encarou, ao lado do Batman e do Robin III, as crises e eventos que ocorreram com os heróis da DC Comics, mas após a – suposta – morte do Batman, lutou contra Duas-Caras e – novamente - Jason Todd, que “quebrou” Timothy enquanto este trajava um dos uniformes do Batman. Dick relutou muito em assumir o manto do Batman, mas nas próprias condições se tornou o Homem-Morcego. O filho de Bruce Wayne, Damian, que aparecera há pouco tempo, assumiu o manto de Robin ao lado de Dick, o novo Batman, enquanto Timothy assumia o traje de Robin Vermelho, antes usado por Jason Todd na saga 52.
Quando Bruce Wayne retorna, Dick continua como Batman na – agora fundada – Corporação Batman. Permaneceu no manto do morcego até o evento Flashpoint, que redefiniu todo o Universo DC, onde voltou a ser o Asa Noturna, com um novo uniforme.
Durante a minissérie Vilania Eterna, Dick foi torturado e desmascarado frente às câmeras, o que ocasionou em abandonar – novamente – o uniforme de Asa Noturna. Hoje, completando 75 anos neste mês de abril de 2015, ele está à frente da revista mensal “Grayson”, onde se tornou o agente 37 da Spyral, uma organização secreta fundada em nome da ONU pelo Dr. Dedalus (ou Agente Zero).
A história de Dick na DC, de ajudante mirim do Batman a agente secreto de uma organização não governamental, é tão longa e detalhada, com momentos distintos. Ele já encarou todos os tipos de vilões, já namorou grandes beldades do Universo DC, é considerado o segundo maior detetive do Universo DC, excelente estrategista, grande líder de campo (liderou a Turma Titã, os Novos Titãs, Força Tarefa Liga da Justiça, Renegados, Titãs, Liga da Justiça) e exímio combatente do crime.
O esquecimento desse personagem é uma grande falta e defeito da DC Comics, pois é um personagem que mesmo dividindo opiniões, é adorado por muito (dentre eles este que vos escreve). Essa “falta” com ele, demonstra bem o que pretendem com o personagem, como mostrado em uma breve imagem de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça que estreia no ano que vem. Mas isso não me abala, por esse motivo eu não poderia deixar passar despercebido e então, por minha conta, comemorar o aniversário desse personagem fantástico e com uma longa história contada.