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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

RESENHA CINEMA: It: A Coisa (IT, 2017)

IT: A COISA (IT, 2017).

Direção: Andy Muschietti
Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, Gary Dauberman
Elenco: Jaeden Lieberher, Jeremy Ray Taylor, Sophia Lillis, Finn Wolfhard, Chosen Jacobs, Jack Dylan Grazer, Wayatt Oleff, Bill Skarsgård, Nicholas Hamilton, Jake Sim, Logan Thompson, Owen Teague, Jackson Robert Scott.

Uma chuva torrencial acontece em Derry, no Maine, quando o jovem Georgie Denbrough (Jackson Robert Scott) decide sair de casa para testar o barquinho de papel feito pelo seu irmão mais velho, Bill (Jaeden Lieberher), que está de cama e não pode ir junto com ele. Mas Georgie termina desaparecendo após encontrar-se com Pennywise (Bill Skarsgård), o Palhaço Dançante, algo que vem acontecendo constantemente na cidade.
Quando o verão se inicia, Bill junta seus amigos Richie Tozier (Finn Wolfhard), Eddie Kaspbrak (Jack Dylan Grazer) e Stanley “Stan” Uris (Wyatt Oleff) para ajuda-lo a descobrir o que aconteceu ao seu irmão. Na busca, juntam-se a eles a jovem Beverly Marsh (Sophia Lillis), Ben Hanscom (Jeremy Ray Taylor) e Mike Hanlon (Chosen Jacobs), pois eles todos têm visões com Pennywise, visões tão concretas que eles creem que somente existe uma forma de deter o palhaço, enfrentando-o.
“It: A Coisa” não é a primeira adaptação da obra do mestre do Terror Moderno, Stephen King. Em 1990, o diretor Tommy Lee Wallace e o roteirista Lawrence D. Cohen decidiram fazer uma adaptação, colocando o passado da história – retratado nesse novo filme – como simples lembranças dos personagens centrais da história. Isso foi um erro, pois perdeu a riqueza de detalhes que essa história tem. Detalhes esses que foram amplamente abordados no novo filme.
O drama dos personagens, a dinâmica deles em grupo ou na luta contra Pennywise ou o personagem Henry Bowers (Nicholas Hamilton), fica melhor entendido no filme dirigido por Andy Muschietti. Temos uma melhor compreensão do que acontece com Beverly Marsh e seu pai, que não é somente um caso de violência doméstica com a menina, vai bem mais além. Até mesmo o próprio Bowers, é compreensível o medo dele com seu pai. Também temos uma maior amplitude quanto ao preconceito racial. Ou seja, Muschietti não quis colocar panos quentes em dramas profundos. E ele também tem uma grande sorte de ter um elenco juvenil capaz de dar a dramaticidade necessária aos filmes. São crianças e adolescentes na faixa etária de idade de 8 a 18 anos, que têm a capacidade de causar uma grande empatia no público, mostrando que It funciona como um grande filme de terror.
Mas, pelo que podemos testemunhar, Muschietti é um diretor que sabe trabalhar com crianças em seus filmes. Pois quem não se recorda do trabalhos das duas meninas criadas por um fantasma no aterrorizante “Mama”.
Esse diretor argentino tem um “dedo verde” para filme de tensão e terror. Ele gosta de trabalhar com formas antropomórficas e seres aberrantes, além de conseguir desenrolar um drama psicológico no filme, trabalhando cada um dos personagens, sem perde nenhum de vista, pois mesmo percebendo que o protagonista é Bill Denbrough, na sua busca em descobrir o que ocorrera com seu irmão indo de encontro com o antagonista central, o palhaço sobrenatural Pennywise, um mal que assola a cidade de tempos em tempos. Muschietti não esquece dos outros co-protagonistas e dos co-antagonistas, que são tão importantes para a trama.

“It: A Coisa” é um filme de terror de qualidade. Sim, vai ter os sustos esperados em um filme de terror, mas também tem a tensão, o clima e a dramaticidade necessária para o funcionamento do filme. Não consigo ver mais filmes de terror funcionando somente com meros sustos em momentos que não se espera. Tem que ter algo mais, algo que vai além do medo e da tensão e, esse algo, “It: A Coisa” tem de sobra.