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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

RESENHA HQ: Turma da Mônica: Lições (2015)

turma da monica - licoesTURMA DA MÔNICA: LIÇÕES

Roteiro: Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi

Arte: Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi

Editora: Panini Comics

Ano: 2015

Pág.: 84

“- Quer brincar?

- De casinha?

- Ok, mas não conta pro Cebolinha”.

Pegar uma Graphic MSP escrita e desenhada por Vitor e Lu Cafaggi é fazer uma verdadeira viagem no tempo.

Esses dois mineiros, belo-horizontinos, sabem desenvolver uma história de encantar a qualquer leitor de quadrinhos.

“Turma da Mônica: Lições” é um retorno deles à Turma da Mônica, com quem tiveram contato em 2013 na história “Turma da Mônica: Laços”. Na primeira, eles fazem a Turma se aventurar para reencontrar o cachorro do Cebolinha, Floquinho, que havia fugido. Nesta nova história eles falam sobre os variados estilos de lições que a Turma precisa de aprender, depois de um dos “planos infalíveis” do Cebolinha que termina muito mal.msp - licoes

O mais legal de se ler a história e notar os detalhes, nos quais eles sempre se preocupam, desde easter-eggs escondidos no decorrer da história até pequenas coisas que você pode terminar recordando que tinha na sua infância. Eu fico maravilhado e sem palavras para falar desse trabalho fantástico dos dois.

Vitor e Lu Cafaggi simplesmente me encantam e me fazem perceber o quão diferente era uma infância recheada de inocência e liberdade, onde o mais importante era tentar se aventurar, sem correr riscos, fazendo – as vezes – diabruras e picardias infantis que poderiam terminar sendo desastrosas.msp - licoes2

Alguns momentos me senti como vivesse aquela história da Turma, pois me lembrou de coisas que aprontei com meu irmão, em total inocência infantil, que me fazem rir nos dias de hoje.

Eu não quero falar demais para não soltar spoilers, pois “Turma da Mônica: Lições” é simplesmente lindo, tanto em enredo como na arte em si. Os momentos de recordação de Mônica e Cebolinha, você percebe a dedicação desses dois mineirinhos em se preocupar com detalhes. Você ri e se emociona constantemente lendo essa divina história da coleção Graphic MSP.turma-da-monica-licoes-vitor-cafaggi-lu-cafaggi-graphic-msp-preview-06

Só tenho a agradecer a Maurício de Sousa e Sidney Gusman por nos proporcionarem o prazer de poder ler e ver o trabalho de Vitor e Lu Cafaggi novamente. E se você é chegado a lembranças de uma infância mágica, “Turma da Mônica: Lições” é algo que deve fazer parte de sua coleção.

Se fosse falar, em uma palavra, sobre “Turma da Mônica: Lições”, eu diria LINDO! Obrigado Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi por mais essa Graphic MSP memorável.

RESENHA HQ: Batman: A Noite das Corujas (Batman Vol. 2: The City of the Owls, 2013).

batman-a-noite-das-corujasBATMAN: A NOITE DAS CORUJAS (Batman Vol.2: The City of the Owls)

Roteiros: Scott Snyder, James T. Tynion IV

Desenhos: Greg Capullo, Rafael Albuquerque, Becky Cloonan, Andy Clarke, Jason Fabok

Arte-final: Jonathan Glapion

Editora: DC Comics (BR: Panini Books)

Ano: 2013 (BR: 2015)

Pág.: 208

Chega à conclusão a minissérie “A Corte das Corujas”, que iniciou na mensal Batman #1 (novembro de 2011), ganhando um encadernado em maio de 2012.

Este segundo encadernado intitulado “A Noite das Corujas” traz as partes da conclusão que transcorreram nas edições Batman #8 a #11 (junho a setembro de 2012), além de suas repercussões em Batman #12 (outubro de 2012) e Batman Annual #1 (julho de 2012).

Nessa segunda parte, Batman sofre ainda com o que enfrentara na Corte das Corujas, mas a mansão é atacada pelos Garras. Além de enfrentá-los, Batman ainda precisa salvar as pessoas de uma lista de futuros assassinatos das Corujas – contando com a ajuda de sua “família” –, desmascarar a Corte e enfrentar um novo Garra, muito superior aos outros e que traz uma surpresa para a vida de Bruce.

Na segunda história, conhecemos o pai de Alfred, Jarvis Pennyworth, que era mordomo da família Wayne antes dele e terminou tendo de encarar as consequências de Martha Wayne desafiar a Corte das Corujas. Já na terceira, nos encontramos novamente com a jovem Harper Row, que após ela e o irmão serem salvos pelo Batman, decide que precisa retribuir o favor.

Na última história, vemos Victor Fries fugindo da prisão. Após descobrir que sua fórmula foi usada com sucesso pela Corte das Corujas, decide que irá usá-la em sua esposa, mas uma surpresa o espera.

Bem, eu preferi não fazer uma resenha sobre o primeiro volume, pois sei que muitos não gostariam do que eu iria escrever, ainda mais se for para criticar Scott Snyder.

Antes de começar a falar sobre as histórias eu quero dizer que adoro “Vampiro Americano” e a minissérie “O Despertar”. Vejo nesses trabalhos de Snyder uma grande dedicação e um empenho enorme de contar histórias maravilhosas. Suas personagens femininas Têm uma força sem igual e não ficam a dever a nenhum personagem masculino, pelo contrário, podem até se sair melhor do que eles. Dito isso, eu falo agora que não gosto do Batman desenvolvido por Snyder.

Batman-the-city-of-owls_variant-coverEntendam, eu cresci sendo fã do Batman e sempre o vi como um personagem forte e decidido. Ele usa sistemas tecnológicos, mas não depende deles para agir, pelo contrário, ele depende de sua mente e é isso que o torna o maior detetive do Universo DC. Não que ele saiba tudo, mas sempre busca estar um passo a frente do seu adversário e para vencê-lo você precisa submetê-lo ao pior, como ocorreu em “A Queda do Morcego”, onde ele precisa enfrentar sozinho a fuga do Arkham e de Blackgate, além de encarar um homem que descobre sua identidade e pode destruir sua vida e a de seus parceiros.

Quando comecei a ler “A Corte das Corujas”, logo de cara me fez falta o Batman decidido que eu estava acostumado. Esse novo Batman (sim, ele é novo!) parece menos confiante e mais dependente da tecnologia a sua volta. Algumas coisas que cheguei a ler sobre esse começo de Novos 52 dizia que já tinha mais de cinco anos que o Batman estava em ação, tanto que ele já havia tido dois pupilos (Dick e Jason haviam sido Robin), um seguidor – Timothy, nessa nova realidade, nunca fora um Robin – e agora seu filho era o Robin. Isso demonstra que não tem pouco tempo que Bruce Wayne age como o Batman e ele é bem experiente em ação. Outra coisa que senti como um ponto negativo foi esse lance de Bruce não conhecer tudo de Gotham. Se sempre existiu uma coisa que ele buscou saber era tudo sobre Gotham, mesmo que fossem lendas e mitos. É isso que o torna o maior detetive da DC, pois mesmo que não acredite, ele tem conhecimento.

Alguns falaram. “Ah, mas em ‘Batman: Ano Dois’, o Batman não sabia da existência do Ceifador”. Bem, se perceberem bem, a Ano Dois é ainda o começo de carreira de Bruce Wayne como Batman. Ele havia começado a conquistar a confiança de Gordon, tinha bem menos de dois anos que havia iniciado seu vigilantismo e nem tinha Dick Grayson como parceiro, ainda, ou seja, estava bem no começo de carreira para conhecer toda a extensão de vilões ou outros vigilantes da cidade. Sem contar que ele sempre procurou entender sobre a morte dos pais deles, se havia sido um simples assalto ou se existia algo mais por trás. Aonde eu quero chegar com isso? Fica difícil acreditar que o Batman não tivesse nenhum pouco de conhecimento sobre a Corte das Corujas. Fica difícil crer que ele acharia que a Corte seria somente uma cantiga de ninar, e isso tornou o Batman muito fraco, essa submissão ao desconhecimento.

Se eu fosse ficar falando de tudo que eu não gosto na história central de “A Corte das Corujas”, ficaria páginas e páginas me explicando e muitos me odiariam mais do que já me odeiam por tecer opiniões contrárias a Novos 52, sendo assim, vou me prender ao pontos positivos desse segundo volume, principalmente.

Batman-Jarvis-PennyworthA segunda história do encadernado nos apresenta Jarvis Pennyworth, o pai Alfred, que no primeiro encadernado aparece na lista de perseguidos pela Corte das Corujas. Nessa história é mostrado de forma bem interessante como ele entra para a lista negra. É fascinante como um personagem que tem uma ligação indireta com o Batman pôde ser retratado de forma tão significativa nessa história. Jarvis esteve presente, até certo momento, na infância de Bruce e testemunhou e vivenciou coisas com a família Wayne que Alfred termina não tomando conhecimento. E a forma como Snyder – junto à James T. Tynion IV, que co-escreve a história – narra os acontecimento dá um dinamismo todo novo. Me lembrou, em certo momento, “O Despertar” e algumas histórias de “Vampiro Americano”. Mas a história seguinte me lembrou muito “Vampiro Americano”.

Como eu disse antes, Snyder desenvolve personagens femininas fortes, destemidas e que não desistem por qualquer coisa. Foi assim com Pearl Jones, Hattie Hargrove, Dra. Lee Archer e Leeward, e não poderia ser diferente com Harper Row, então a terceira história é – praticamente – dedicada a ela.

Harper-Row-Batman-12-Andy-Clarke-1Eu sinceramente pensei que não fosse gostar da personagem. Pensei que seria uma tapa buraco ou algo assim, mas quando Snyder decide desenvolve-la sem ligação com o Batman – ou, pelo menos, tendo somente uma participação especial do Homem-Morcego – ele encanta. Harper chega ser tão genial quanto Timothy era antes de Novos 52. Ela é totalmente dedicada ao irmão, que sofre preconceitos – acho que ele é gay, mas não tenho certeza ainda – por conta de pessoas do bairro, e é capaz de qualquer coisa para defende-lo. Criativa, engenhosa, Harper Row é maravilhosa. Para que Snyder traria outras personagens do universo do Morcego se ele estava construindo Harper? Se teve alguma coisa que eu fiquei simplesmente fascinado foi essa personagem que tem um grande futuro pela frente e – torço eu – seja bem explorada futuramente nas revistas, pois ela supera uma Stephanie Brown fácil, fácil.

Já a última história vou voltar a ser chato – e vou terminar entregando alguns SPOILERS –, pois Snyder decide mexer em algo que não deveria ser mexido e dessa vez é na história de Victor Fries, o Senhor Frio.

Um dos dramas mais fascinantes dos vilões de Batman é o do Dr. Victor Fries, que congela o corpo da esposa enquanto busca a cura para seu problema de coração. Chega a ser emocionante a dedicação do vilão. Mas Snyder decide quebrar esse mito e me decepcionou com isso, pois a forma como ele nos entrega Fries é como mais um maníaco psicopata do Arkham.

Sempre fui apaixonado pelos dos vilões insanos do Batman, pois suas insanidades tinham uma motivação maior do que ser somente um louco. Existia uma certa nobreza em suas insanidades, e quando vejo isso ser quebrado, me entristece muito.

Batman: A Noite das Corujas finaliza a minissérie, mas não finaliza a ação da Corte em Gotham City, pelo contrário, Snyder implanta mais um mito dentro da cidade do Batman. Isso é legal e interessante, mas seria mais ainda se ele não tornasse o Batman um fraco e desinformado, totalmente suscetível à Corte. Vamos ver o que mais vem por aí.batman 11

domingo, 30 de agosto de 2015

RESENHA HQ: Aquaman: As Profundezas (Aquaman Volume 1: The Trench, 2013).

AquamanAsProfundezasAQUAMAN: AS PROFUNDEZAS (Aquaman Volume 1: The Trench)

Roteiro: Geoff Johns

Desenhos: Ivan Reis

Arte-final: Joe Prado

Editora: DC Comics (BR: Panini Books)

Ano: 2013 (BR: 2015)

Pág.: 148

Arthur Curry, também conhecido como Aquaman, vive em um farol com sua consorte Mera. Intitulado Senhor de Atlântida, Arthur busca uma vida calma e comum em Mercy Reef, cidade costeira do Estados Unidos onde nasceu e cresceu, mesmo que as vezes busque agir como super-herói. Discriminado por ser uma pessoa que possui a capacidade de se comunicar com seres aquáticos, Aquaman busca mostrar que ele pode ser mais do que motivo de piadas e chacota, principalmente quando uma ameaça chega à uma cidade vizinha da sua. Ao enfrentar essa ameaça ele descobre coisas do seu passado que podem ser muito relevantes para o seu futuro.

Até os dias de hoje eu ainda ouço piadas sobre Aquaman. E isso terminou mais motivado pelo canal infantil Cartoon Network e pelo seriado The Big Bang Theory. O que Geoff Johns busca é mudar essa visão.

Aquaman_0156Aquaman: As Profundezas é a revitalização de Novos 52 mais aclamada pelo público dos quadrinhos, sendo considerada a melhor caracterização do personagem nos quadrinhos... isso se você for desinformado.

Não vou tirar os méritos de Johns, que remodelou as histórias do Lanterna Verde e trouxe Barry Allen de volta (esta segunda tenho minhas críticas como TOTALMENTE desnecessária), mas considerar essa a melhor revitalização do Aquaman está totalmente fora da realidade.

Tá certo, Aquaman é o personagem mais execrado dos quadrinhos, mas ele teve muitos momentos maravilhosos. Uma das suas revitalizações memoráveis foi nas mãos de Neal Pozner em uma minissérie de quatro partes (1986), que se tivesse ido em frente teria modificado não somente o uniforme do personagem, mas toda a forma de ação de suas revistas, e depois nas mãos de Peter David que iniciou seu trabalho com o personagem na Aquaman #0 (outubro de 1994) indo até a Aquaman #46 (agosto de 1998), onde revolucionou o personagem (isso sim foi uma revolução, pois mudou totalmente a forma de Aquaman se vestir e agir).

Johns traz de volta vários fatores da mitologia do personagem, como sua parcial invulnerabilidade, sua capacidade de longos saltos, sua força descomunal e desmistificou o lance de “conversar com os peixes” (que foi bem explorado por David durante seu período com o Aquaman, sem tornar uma chacota), mostrando que, telepaticamente, ele dá ordens e os peixes obedecem. Ele também retorna a história da herança atlante de Arthur, colocando – neste ponto – novidades sobre isso.

Johns não ignora o que fora feito com o personagem nos seus 70 anos de criação (vale lembrar que essa história começou em New 52 - Aquaman #1 (novembro de 2011)), pelo contrário, ele busca trazer tudo de maneira que possa ser introduzido nessa nova mitologia, além de brincar com as chacotas que o personagem geralmente sofre.

E a arte de Ivan Reis complementa a história com sua força de retratação de cenas. Seus desenhos estão melhores do que nunca e impressionam em alguns momentos, com os detalhes que nem sempre alguns desenhistas se preocupam. Seu trabalho é fantástico, que é bem ressaltado com a arte-final de Joe Prado.aquaman1

A parceria dos dois me faz lembrar o trabalho de Jim Lee e Scott Williams, que simplesmente se completam e fazem trabalhos fantásticos até hoje.

Até o momento, de tudo dentro de Novos 52, Aquaman é o único personagem que mais me interessou, pois o resto buscou tornar os personagens menores ou usaram de roteirismo para torna-los grandes demais.

Aquaman – As Profundezas é curto perto dos outros encadernados que vêm sendo lançados, mas é muito bom como início de algo que eu torço tenha continuidade.

sábado, 29 de agosto de 2015

RESENHA HQ: Flash: Seguindo em Frente (Flash Volume 1: Move Forward, 2013)

FlashSeguindoFrenteFLASH: SEGUINDO EM FRENTE (Flash Volume 1: Move Forward)

Roteiro: Francis Manapul

Desenhos: Brian Buccellato

Editora: DC Comics (BR: Panini Books)

Ano: 2013 (BR: 2015)

Pág.: 196

Barry Allen é um cientista forense que divide seu tempo sendo o super-herói Flash. Ele trabalha no Departamento de Polícia de Central City ao lado de sua parceira e namorada Patty Spivot, mas é sempre assediado pela bela repórter do Cidadão de Central City, Iris West, que deseja sempre decifrar mais coisas sobre o Flash. Desacreditado pela mídia, perseguido pela polícia, Barry não desiste de ser super-herói, mesmo quando descobre que seus poderes ligados à Força da Aceleração podem ser prejudiciais para Central City e sua “irmã gêmea”, Keystone City.

Este é o primeiro volume de uma coleção de encadernados de histórias publicadas na revista The Flash, no atual universo Novos 52. Esse, por exemplo, corresponde as oito primeira edições, por isso sua conclusão fica ambígua, deixando um ponto de partida para uma próxima que a Panini pode ou não lançar, dependendo do sucesso dessa (algo que, pelo que tenho visto, acontecerá!).

Bem, acabo de crer que devo ser o DCnauta mais chato, mais enjoado de todo o mundo, pois “Seguindo em Frente” não me agradou. Nada contra o roteiro de Francis Manapul, que parece concreto, coeso e tem uma direção a seguir, muito menos a arte de Brian Buccellato que é de encher os olhos, mas sim no âmago do roteiro e a forma como ele é construído, em cima de roteirismo.

Tá, aí você se pergunta “o que é roteirismo?”, no que eu lhe respondo que é a tendência do roteirista quantificar ou denegrir em demasia a imagem do personagem, neste caso o Flash.

flash vibrates airplaneTá, eu sei que Flash é o maior velocista do Universo DC e – possivelmente – do universo dos quadrinhos em um todo, mas existem coisas que precisam seguir uma certa coerência nas histórias e precisam saber respeitar a inteligência do leitor. Uma das cenas que eu critico com o excesso de roteirismo é a queda do avião no qual Flash vibra para que ele passe pela ponte que interliga as Cidades Gêmeas, sem prejudicar nem os passageiros e muito menos a ponte, e quando digo vibra, eu estou falando de tudo, ou seja, avião e passageiros.

Eu posso não entender patavina de física, mas eu acredito que quando você desestabiliza moléculas de um corpo, quando elas se reajuntam, ou o corpo explode ou a pessoa terá sérios problemas pelo resto da vida, mas nessa história tudo leva a crer que todos ficaram muito bem.

Tá, alguns dirão “Ah, mas é história em quadrinhos, não precisa ter lógica”... sério??? E é por aceitar essas coisas que todos nós, fãs de quadrinhos, somos considerados insensatos

Além disso, tem essa “culpa por qualquer coisa” que impõem ao Flash. É algo como “PQP um cachorro mijou no pneu do meu carro... é culpa do Flash!” ou “Que m..., levantei do lado errado da cama... é culpa do Flash!”. Acho que já entenderam o conceito.

Por mais que não existam provas de que o Flash é culpado de certas situações que ocorrem nas histórias que compõem o encadernado (não é um arco somente, mas vários que possuem um eixo central), a maioria tende a culpa-lo por não encontrar mais nada para culpar, algo do tipo “se aberrações acontecem é culpa de uma aberração”. Me parece uma busca da DC Comics usar conceitos desenvolvidos pela concorrente na criação dos mutantes, mas usa com seus super-heróis. Antes respeitados e adorados, agora personagens como Flash são considerados problemas para aqueles que eles querem auxiliar ou mesmo é culpado por qualquer acontecimento fora do comum.

Entendam apesar das críticas quando alguns caminhos e decisões na história, Flash: Seguindo em Frente é muito bom e mostra fatores sobre a Força da Aceleração que não foram consideradas por outros roteiristas antes, o que deixa bem interessante e com muitas possibilidades de exploração.Flash_Move_Forward_design-1 copy

Como disse antes, sou um cara chato com alguns fatos de Novos 52, mas nem por isso vou dizer que esse novo Flash não seja possível de leitura, pelo contrário, vale a pena lê-lo e ainda torcer pela continuidade das encadernações.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

RESENHA HQ: 100 Balas: Irmão Lono (100 Bullets: Brother Lono, 2014)

100_Balas_Irmao_Lono100 BALAS: IRMÃO LONO (100 Bullets: Brother Lono. 2014)

Roteiro: Brian Azzarello

Desenhos: Eduardo Risso

Editora: DC/Vertigo (BR: Panini Comics)

Ano: 2014 (BR: 2015)

Pág.: 196

Desde a edição 100 Balas #100 (abril de 2009), Lono foi dado como desaparecido, mas eis que ele surge no México trabalhando ao lado do padre Manny, que cuida de uma igreja e um abrigo para menores nos arredores de Durango, uma cidade dominada pelo tráfico de drogas e prostituição da organização Torres Gemelas. O gerente da organização é Cortez, um homem com segredos sinistros e doentios, que não poupa esforços para manter a organização à frente nos negócios.

Lono busca manter uma passividade anormal em sua vida, tanto que quando sente-se motivado a deixar despertar seu antigo "eu", devido ir para a prisão para ser enjaulado como um animal. Mas tudo parece mudar quando Crânio, um dos homens de Cortez, descobre que o DEA (Drug Enforcement Administration), o departamento contra drogas e entorpecentes dos EUA, envia um agente para descobrir mais sobre a Torres Gemelas e desbarata-la. Isso coincide com a chegada da Irmã June, que descobre corpos enterrados no quintal da igreja, causando um tensão que trará muitos problemas.

Depois de republicações e encadernações, em 2013, Brian Azzarello e Eduardo Risso anunciaram seu retorno a 100 Balas, mas tomando um ponto de vista mais solitário, amarrando a ponta solta do que aconteceu com Lono.100-Bullets-Brother-Lono-22

100 Balas é uma série que teve seu começo misterioso, seu meio intrigante e seu fim grandioso, algo típico dos trabalhos dessa dupla que ganharam vários Eisner e Harvey com 100 Balas. Irmão Lono é uma historia que te prende do começo ao fim e você não consegue parar de ler. O enredo nos mostra o trafico de drogas no interior do México, sua ligação com os EUA e sua influencia nas pequenas cidades do país. Os desenhos de Risso são um dos maiores assombros dessa minissérie, pois tudo que vemos na clássica série, parece ter ganho uma grandiosidade absurda, enriquecendo o roteiro de Azzarello, que mostra como prender o leitor com seus diálogos dinâmicos, seus momentos esdrúxulos e suas cenas caóticas e de violência crua. É uma das parcerias mais ricas dos quadrinhos, poucas vezes testemunhada e duradoura. O que completa ainda a série são as capas de Dave Johnson, que deixam cada uma das oito edições mais ricas.

Se todos consideravam que Lono não teve um final digno em 100 Balas, com certeza ficarão felizes de ler 100 Balas: Irmão Lono.

RESENHA HQ: Origem II (Origin II, 2014)

Origem IIORIGEM II (Origin II)

Argumento: Kieron Gillen

Desenhos: Adam Kubert

Editora: Marvel Comics (BR: Panini Books)

Ano: 2014 (BR: 2015)

Pág.: 148

Começo do século XX, alguns anos se passaram desde que James “Logan” Howlett deixou a pedreira na Columbia Britânica para viver de forma errática com uma alcatéia, até que acontecimentos o levam de volta a civilização, vivendo como uma aberração de circo ou como cobaia de laboratório e conhecendo um homem chamado Creed.

Essa é uma continuação direta da minissérie publicada em seis edições (aqui no Brasil a Panini colocou em três) pela Marvel Comics entre os anos de 2001 e 2002. Na primeira vemos como tudo começou na vida de James Howlett, uma criança com vários problemas de saúde. Após eventos que levaram seus pais à morte, James foge com a bela Rose, que foi criada com ele, para a Columbia Britânica, onde ele cresce como Logan, mas mais problemas terminam levando-o ao isolamento.

Muitos gostam de “Origem”, mas eu faço parte do grupo que não gosta muito.

Logan, também conhecido como Wolverine, sempre foi um dos grandes mistérios da Marvel Comics. Sua primeira aparição ocorreu na revista The Incredible Hulk #180 (outubro de 1974), e de lá para cá ele cresceu no gosto dos fãs dos mutantes. Sua forma despojada, truculenta, violenta de agir agradou a todos, tanto que sua popularidade lhe rendeu uma revista solo, algo inédito entre todos os mutantes da Marvel. Em 1991, Barry Windsor-Smith desenvolveu a história onde Logan ganhava o adamantium em seu corpo, mas os mistérios de suas raízes, de sua ascendência, sempre foram mantidas intactas, até que o – naquela época – editor-chefe da Marvel, Joe Quesada, incumbiu os roteiristas Bill Jemas e Paul Jenkins a contarem, junto com ele, a origem de Wolverine, tendo como desenhista Andy Kubert, que já havia trabalhado durante anos com Logan em sua revista mensal. A ideia cativou alguns que adorariam saber como tudo começo na vida de Logan, mas outros mais saudosistas – dentre estes, eu – não achou a ideia tão boa, pois como eu disse acima, Wolverine é um mistério genial. Nada se conhecia de seu passado. Lógico que Quesada não parou por aí e lançou Wolverine: Origins (2006-2010), onde várias coisas do passado de Logan foram reveladas.

Sim, existem coisas mostradas em algumas revistas, como no encontro dos X-Men com os Wild CATs, mas eram aleatórias, fora de um foco central. Mistérios, ideias, conceitos de um passado distante de Logan, mas ao criar sua origem na minissérie homônima, Quesada quebrou a magia por trás do personagem. Agora então, Kieron Gillen cria momentos que todos achavam ser mais distantes e nos quais eu achava bem diferentes. Bem, gostando ou não, “Origem II” está aí dando continuidade na criação do passado de Wolverine, vamos ver o que mais virá pela frente.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O mundo dá adeus a Yvonne Craig, a eterna - e primeira - Batgirl.

 

yvonne-craig-batgirlEm 1966, Batman ganhava sua primeira série televisiva. O sucesso foi tanto que iniciou a primeira batmania. Um pouco antes da estreia da terceira temporada da série, o produtor - e criador - do seriado, William Dozier, introduziu a Batgirl/Barbara Gordon.

Uma personagem semelhante já existia nos quadrinhos, mas esta nova Batgirl - que ficou conhecida no Brasil, durante anos, como Batmoça - era bem diferente da original. Barbara Gordon era uma jovem bibliotecária, filha do Comissário Gordon que, inspirada no Batman, veste o traje da Batgirl. Sua primeira aparição ocorreu em 1967, em um curta para a TV, com participações de Adam West (Bruce Wayne/Batman), Burt Ward (Dick Grayson/Robin) e Neil Hamilton (Comissário Gordon), que apresentavam a bela Yvonne Craig.

Yvonne_Craig_1960Yvonne Craig começou sua carreira aos 20 anos quando fez uma participação no filme “Eighteen and Anxious” (1957). Em 1959 fez mais três filmes: “Maldosamente Ingênua”, “Ódio Destruidor” e “O Rei do Ritmo”, onde colocou um pouco de seu conhecimento de dança na personagem Gloria Corregio; mas eram sempre papéis pequenos, somente em 1963, graças ao seu namorico com o Elvis Presley, ganhou um papel mais significativo em “Loiras, Ruivas e Morenas” e em 1964 em “Com Caipira Não se Brinca”.

Yvonne Craig chegou a fazer participações em séries como “Perry Mason” (1958), “Bronco” (1959), “The Barbara Stanwick Show (1960), “The Dick Powell Show” (1962), “O Agente da UNCLE” (1965), “Meu Marciano Favorito” (1965) e “The Wild Wild West” (1966), antes de debutar em “Batman”.

A ideia inicial de William Dozier era criar um spinoff com a Batgirl, mas não deu muito certo, então introduziu a personagem na série para fazer parceria com Batman e Robin, sempre respondendo aos chamados da polícia, que ela tinha conhecimento por ser filha do comissário de Gotham City.

yvonne-craig-batgirl-batman-66Yvonne Craig permaneceu no papel até o fim da série em 1968, mas sua carreira televisiva não cessou. Ela chegou a fazer participações em séries como “O Rei dos Ladrões” (1968), “Jornadas nas Estrelas” (1969), “Terra de Gigantes” (1970), “Kojak” (1973), “O Homem de Seis Milhões de Dólares” (1977), “Starsky e Hutch” (1979) e “Ilha da Fantasia” (1983). Entre 2009 e 2011, Craig dublou a personagem Vovó no desenho “Olivia” do canal Nickelodeon.yvonne-craig-super-169

Ela veio a falecer na segunda-feira (17/08/2015), devido a complicações de um câncer de mama com metástase para o fígado, de acordo com informe divulgado pela família dela. Nos seus últimos dias de vida, a eterna Batgirl disse a sua família que não ficassem de luto ou tristes por perdê-la, mas que celebrassem as suas realizações e toda a sorte que ela tenha tido em vida.

DESCANSE EM PAZ, ETERNA VIGILANTE DE GOTHAM, POIS JAMAIS SERÁ ESQUECIDA!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

PRIMEIRA OLHADA: Lucifer (2015)

 

Lucifer-FOX-2016Lúcifer Morningstar (Tom Ellis) foi o líder de uma revolução que levou-o a ser exilado e a governar o inferno por ordem de seu Pai, mas ele cansou daquilo e decidiu largar tudo para trás e morar em Los Angeles, onde monta uma boate, a Lux. Sua bartender é Mazikeen (Lesley-Ann Brandt), que foi com ele para a Cidade dos Anjos. Um dia ele recebe a visita de uma velha amiga que termina sendo assassinada na sua frente. Então ele se junta com a policial Chloe Dancer (Lauren German) para descobrir que assassinou sua amiga, além de ser ameaçado por Amenadiel (D.B. Woodside), que acredita no desequilíbrio, pois enquanto Deus reina no Firmamento, Lúcifer deveria cuidar do inferno.

O piloto da série que foi lançado em 09 de agosto de 2015 é basicamente isso. A base da série é o personagem da Vertigo Comics criado por Neil Gaiman e Sam Keith para a revista Sandman #4 (abril de 1989) e depois fora aprimorado na revista mensal Lucifer (junho de 2000 a agosto de 2006), escrita por Mike Carey. Nota-se algumas características do personagem na interpretação do ator britânico Tom Ellis (As Aventuras de Merlin), mas infelizmente se perde nas expressões.

Eu não vou me prender a detalhes banais como cor do cabelo, cor de olhos tez da pele, mas vou sim falar sobre a caracterização dos personagens na série e a ideia do enredo.

Bem, voltando a Lúcifer, senti mais falta da sua placidez com as questões humanas, pois este parece se interessar e importar demais com as pessoas. Sem contar que nos momentos que cruza com o anjo Amenadiel, parece teme-lo, algo que não se nota nele nos quadrinhos. Se ele teme outros anjos, ele nunca demonstra, pois ele foi “escolhido” para governar o submundo, ele é superior a todos os outros anjos.

Também senti falta do uso da magia neste piloto. Tá, tudo bem, é o primeiro, mas Lúcifer não somente manipula os humanos, ele faz uso de magia para conseguir alcançar os meios. Ele É um ser mágico, sobrenatural.

Temos também Mazikeen, que é interpretada pela atriz Lesley-Ann Brandt (Spartacus: Deuses da Arena). Linda e sedutora, ela acompanhou Lúcifer do inferno para Los Angeles, onde se tornou bartender da boate de Lúcifer e tende a lembra-lo – como se isso fosse necessário (parece que na série é) – que ele é o senhor daquele reino e deve se portar como tal. Sinceramente, foi a maior das descaracterizações da série.Tom-Ellis-in-Lucifer

Eu conheci Mazikeen pelo encadernado “Lúcifer: O Diabo à Porta", que cheguei até a resenhar, e ela é totalmente o oposto da personagem da série. Nesse ponto vou me prender a detalhes, pois uma das maiores características da “consorte” de Lúcifer é uma máscara a la Fantasma da Ópera que usa para tampar parte de seu rosto deformado. Ela é a única pessoa com quem Lúcifer demonstra alguma afeição e está longe de ser promíscua e viver de sexo. É uma guerreira e se porta como tal, ou seja, em momentos de calmaria se mantém apaziguada, mas quando se vê em guerra com algo ou alguém, se torna brutal. Ela nunca deixaria Lúcifer ser ameaçado por ninguém e nem demonstraria se arrepender de ter saído do inferno, pois se importa de estar ao lado do senhor do inferno e nada mais.

O “ponto-fraco” de Lúcifer surge na figura da policial Chloe Dancer, interpretada pela atriz Lauren German (O Albergue 2). Ela é o ponto-fraco, pois algo nela mexe com Lúcifer o que faz com que ele se importe em demasia com ela.

Vejo a personagem Chloe Dancer igual a personagem Zed Martin em Constantine, ou seja, um empecilho para a série ousar. A necessidade de se ter uma personagem feminina que faça o contraponto com o personagem masculino, tendo uma tensão sexual entre eles, mesmo que seja metafórica ou platônica, é algo que se vê em várias séries que terminaram falhando na primeira temporada. “Moolight” com Mick St. John (Alex O’Laughlin) e Beth Turner (Sophia Myles) e “Constantine” com John Constantine (Matt Ryan) e Zed Martin (Angélica Celaya) são claros exemplos disso. Mas lógico que pode funcionar como – por mais que eu ache chata e desnecessária – Catherine Chandler (Kristin Kreuk) e Vincent Keller (Jay Ryan) em “Bela e a Fera” e – essa eu gosto, mas ficou difícil acompanhar – Ichabod Crane (Tom Mison) e Abbie Mills (Nicole Beharie) em “Sleepy Hollow”.

lucifer-660x350Não estou dizendo que “Lucifer” será um fracasso, mas poderiam desenvolvê-lo bem mais, sem a necessidade de Chloe Dancer, pois é um personagem forte por si só, com personagens que o rodeiam de uma força igual. A mitologia de Lúcifer cresceu por si só nos quadrinhos e poderia muito bem ser transposta na TV, se não fosse a necessidade de podá-la.

O piloto não me agradou por todos os motivos acima, mas vamos esperar que a série seja mais do que o primeiro episódio apresentado e que “Lucifer” perdure por várias temporadas.

LUCIFER

Produção: Jerry Bruckheimer, Tom Kapinos (criador da série), Jonathan Littman, Len Wiseman.

Elenco: Tom Ellis, Lauren German, Lesley-Ann Brandt, D.B. Woodside, Kevin Alejandro, Scarlett Stevez.

RESENHA SÉRIES: Heroes Reborn: Dark Matters (2015)

 

HEROES REBORN: DARK MATTERS (2015)

Direção: Tanner Kling

Elenco: Aislinn Paul, Henry Zebrowski, Greta Onieogou, Clé Bennett.

[pode conter SPOILERS, por isso leia por sua conta e risco]

Heroes_Reborn_Dark-MattersApós a revelação de Claire Bennet (Hayden Panettiere) em “Heroes: Runaways” (2009-2010), o EVO’s (abreviação de Evolved Humans ou Humanos Evoluídos, em português) começaram a ser mais discriminados. Para ter um controle sobre esses evoluídos, os governos começaram a catalogá-los, mas existe a resistência que injeta vídeos virais na internet, mostrando para outros semelhantes a eles se revelarem e é o que ocorre com Phoebe Frady (Aislinn Paul), que consegue controlar a própria sombra. Incentivada pelos vídeos na internet, Phoebe decide se revelar para o irmão, Quentin (Henry Zebrowski), que fica fascinado pela irmã ser uma EVO.

Quando vai para a faculdade, Phoebe se torna colega de quarto de Aly (Greta Onieogou), que conhece as capacidades da jovem. Phoebe se torna mais ativa no movimento pró-EVO e termina sendo presa e catalogada. Durante uma busca por estágio na faculdade ela é abordada por Harris Prime (Clé Bennett), que lhe oferece emprego em uma companhia que contrata EVO’s. Com seus poderes aumentando, Phoebe termina desaparecendo e levando seu irmão em uma busca desenfreada por ela e por respostas.

Qualquer coisa que eu venha a falar mais será entregar demais os seis episódios dessa webssérie de apresentação do que virá pela frente.Heroes_Reborn_Dark-Matters2

“Heroes Reborn: Dark Matters” é isso mesmo que escrevi acima, uma webssérie em seis episódios que duram em torno de 5 minutos, cada, contando o que aconteceu cinco anos depois do final de “Heroes: Runaways”. Nessa microssérie, já vemos o clima dramático que acontecerá no seriado que estreia em 24 de setembro na NBC. Somente temos um vislumbre dos personagens criados por Tim Kring em 2006, quando a saga de Heroes começou na NBC.

A série foi interrompida devido a baixa audiência e aos episódios que demoravam para desenrolar a trama. Com “Dark Matters” – não confundir com a série de ficção científica do Syfy que pretendo falar em breve – podemos perceber que a trama parece bem escrita e desenvolvida. Essa microssérie teve seis episódios, mantendo uma tensão e descobertas do começo ao fim, vamos torcer para que a série, com treze episódios, faça o mesmo. (todos os episódios podem ser  vistos no site da NBC (em inglês))

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

PRIMEIRA OLHADA: Zoo (2015)

 

zooComo seria o mundo se os animais começassem a se voltar contra a humanidade? Essa é a premissa da série da CBS “Zoo”.

Jackson Oz (James Wolk) é um especialista em comportamento animal que vive na região de safáris do continente africano, sendo ajudado pelo guia Abraham Kenyatta (Nonso Anozie), quando uma alcateia de leões machos decidem atacar uma tribo e depois uma expedição de turistas. Não somente na África, mas em outros cantos do mundo casos de animais se voltando contra a humanidade atraem a atenção da jornalista Jamie Campbell (Kristen Connolly) que procura o veterinário patologista Mitch Morgan (Billy Burke) com uma teoria de conspiração onde uma mega empresa é a grande responsável por todos os acontecimentos e mudança de comportamento dos animais. Enquanto isso, a agente do Serviço Secreto Francês – que estava na expedição de safári, onde foi salva por Jackson e Abraham –, Chloe Tousignant (Nora Arnezeder), é contatada para investigar esses casos e entra em contato com Mitch, por causa do que ocorrera no zoológico de Los Angeles. Enquanto isso, Jackson e Abraham investigam casos paralelos ligados ao pai de Jackson, o professor Robert Oz (Ken Olin), e todos terminam se cruzando e iniciando uma grande busca por respostas e soluções para o caso dos animais se virando contra a humanidade.

“Zoo” é um thriller de ficção criado por Josh Appelbaum (Missão: Impossível – Protocolo Fantasma, Alias), André Nemec (Missão: Impossível – Protocolo Fantasma, Alias), Jeff Pinkner (Missão: Impossível – Protocolo Fantasma, Alias) e Scott Rosenberg (60 Segundos, Con Air), baseado no romance de James Patterson (Na Teia de Aranha, A Sombra do Inimigo) e Michael Ledwidge, tendo como elenco principal os atores James Wolk (The Crazy Ones, Mad Men), Kristen Connolly (O Segredo da Cabana, House of Cards), Nonso Anozie (Ender’s Game, Operação Sombra – Jack Ryan), Nora Arnezeder (Protegendo o Inimigo) e Billy Burke (A Saga Crepúsculo, Revolução). As locações variam por vários cantos do mundo, dentre eles o Brasil. O tema lembra um pouco o romance “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell (1903-1950), mas com uma amplitude que ultrapassa uma fazenda e sem a liderança do porco Napoleão, mas com um instinto bem mais selvagem e mortal.

“Zoo” passa todas as terças-feiras, no canal CBS, as 20h00.

ZOO

Produção: Josh Appelbaum (criador, Steve Bowen, Leopoldo Gout, Michael Katleman, Cathy Konrad, James Mangold, André Nemec (criador), James Patterson (autor), Jeff Pinkner (criador), Bill Robinson, Scott Rosenberg (criador).

Elenco: James Wolk, Kristen Connolly, Nonso Anozie, Nora Arnezeder, Billy Burke.

domingo, 16 de agosto de 2015

PRIMEIRA OLHADA: Blindspot (2015)

 

blindspot_firstlookUma enorme bolsa é encontrada em plena Time Square e achando que é uma bomba isolam a área, mas assim que o Esquadrão Antibombas a abre, descobre uma mulher totalmente nua, mas com o corpo completamente coberto de tatuagens e totalmente sem lembranças de quem é ou de onde veio.

O FBI se vê totalmente envolvido no caso dessa Jane Doe (Jaimie Alexander), principalmente quando um dos seus melhores agentes, Kurt Weller (Sullivan Stapleton), tem seu nome tatuado nas costas dela. O mistério aumenta mais ainda quando ela descobre que sabe falar idiomas chineses e lutar.

A série foi criada por Martin Gero (SGU: Stargate Uniuverse, Dark Matter) para o canal NBC, tendo produção de Gero, Greg Berlanti e Sarah Schechter (Arrow, Flash, Supergirl) e Sarah Rath (Drop Dead Diva, Silicon Valley), tendo a bela Jaimie Alexander (Thor) no papel central da trama da série e Sullivan Stapleton (300: A Ascenção do Império) como seu principal parceiro.

“Blindspot” terá seis episódios e a estreia será no dia 21 de setembro de 2015 (segunda-feira), as 22h00, no canal NBC.

BLINDSPOT (2015)

Produção: Martin Gero (criador), Greg Berlanti, Sarah Schechter, Sarah Rath.

Elenco: Jaimie Alexander, Sullivan Stapleton, Marianne Jean-Baptiste, Audrey Sparza, Rob Brown, Ukweli Roach.

sábado, 15 de agosto de 2015

RESENHA CINEMA: Missão: Impossível - Nação Secreta (Mission: Impossible - Rogue Nation, 2015)

 

mission-impossible-5-posterMISSÃO: IMPOSSÍVEL – NAÇÃO SECRETA (Mission: Impossible – Rogue Nation, 2015)

Direção: Christopher McQuarrie

Roteiro: Christopher McQuarrie, Drew Pearce

Elenco: Tom Cruise, Simon Pegg, Jeremy Renner, Ving Rhames, Rebecca Fergunson, Sean Harris, Alec Baldwin

Em 1966 o produtor Bruce Geller criou a série de TV "Missão: Impossível", onde os agentes Barney Collier (Greg Morris (1933-1996)), Willy Armitage (Peter Lupus), Daniel Briggs (Steven Hill) e James Phelps (Peter Graves (1926-2010)) selecionavam especialistas em determinadas áreas para enfrentar grupos criminosos, redes terroristas, fanáticos religiosos, cartéis e ditadores. A primeira fase da série durou sete temporadas, trazendo atores conhecidos como Martin Landau, San Elliott e – “Vida Longa e Próspera” – Leonard Nimoy (1931-2015). Em 1969, a série ganhou um filme para a TV, intitulado “Mission Impossible Contra a Máfia”, trazendo o elenco original junto a outros personagens corriqueiros da série. A primeira fase de “Missão: Impossível” foi encerrada em 1973, mas em 1988 teve uma segunda fase, que trazia Phelps encabeçando um novo grupo de agentes, como Nicholas Black (Thaao Penghlis), Max Harte (Anthony Hamilton (1952-1995)) e Grant Collier (Phil Norris). Essa temporada se encerrou após 35 episódios em 1990. Somente seis anos depois ela retornaria, mas dessa vez nos cinemas.

Em 1996, a Paramount Pictures iniciava a franquia “Missão: Impossível”, encabeçada por Tom Cruise, que interpreta o agente da MIF (Mission: Impossible Force) Ethan Hunt. Nessa nova fase, Phelps é interpretado pelo ator Jon Voight (A Lenda do Tesouro Perdido) e ele tem uma filha, Claire Phelps, interpretada pela atriz francesa Emmanuelle Béart (D’Artagnan et lês trois mousquetaires). Phelps trai a MIF, desacredita Hunt e termina perseguido por ele, que busca sua inocência, em sequências de tirar o fôlego. Uma delas fica por conta da perseguição dentro do Eurotúnel.

Depois a Paramount deu sequência à franquia, graças ao sucesso do primeiro. Em 2000 lançou Missão: Impossível 2, que apesar de ter dado uma excelente bilheteria, não agradou aos fãs do gênero. Em 2006 foi lançado Missão: Impossível 3, que já não rendeu tanto nas bilheterias, mas agradou os fãs. Em 2011, tentando mudar um pouco o time de ação, colocando Jeremy Renner, que interpreta o agente William Brandt, no lugar de Ving Rhames (que vinha acompanhando Cruise desde o primeiro filme, interpretando o personagem Luther Stickell) e dando mais destaque ao personagem Benji Dunn, interpretado pelo ator inglês Simon Pegg, chegou aos cinemas “Missão: Impossível – Protocolo Fantasma”, que dessa vez acertou na fórmula, se saindo bem nas bilheterias e nas críticas, o que ocasionou “Missão: Impossível – Nação Secreta” que estreou na quinta-feira (13/08) nos cinemas brasileiros.mission-impossible

“Missão: Impossível – Nação Secreta” vem com muita semelhança ao seu antecessor. A MIF está para ser desmantelada, enquanto Hunt investiga sobre o “Sindicato”, uma organização criminosa que contrata agentes de várias nações diferentes.

A primeira menção à organização foi na clássica série dos anos de 1960, quando sequestram a filha do agente Briggs. O Sindicato era corriqueira na série, sempre aparecendo para encarar o MIF, mas nunca fora mencionada nos filmes, o que causa surpresa, pois quando Benji Dunn a menciona, é como se fosse a grande culpada por tudo que acontece com Hunt, o que te faz pensar que ela pode ser a grande responsável pelos acontecimentos nos quatro filmes antecessores... seria interessante isso, mas não é bem assim que rola.mission-impossible-5-teaser-poster

Pensemos em todos os filmes da franquia “Missão: Impossível” até o momento, em todos os casos, e percebemos que cada um teve um evento em particular, não aparentando ter uma grande organização por trás. O que posso supor é que Benji se refira aos acontecimentos do filme, mas não são tantos acontecimentos assim a ponto de ser um grande problema, é algo até corriqueiro nos filmes: Hunt/MIF são desmoralizados, desacreditados e postos na inatividade. Hunt persegue a pessoa/grupo para desmantela-los e conseguir ser inocentado e voltar à ativa. Sim, o enredo é sempre muito semelhante, mas a forma como a ação é feita, todos os acontecimentos na história são as diferenças no filme, mas eu não consigo perder a sensação que os filmes da cinessérie são uma versão “007” estadunidense. Os gadgets, as mulheres fatais (não sei se alguém já usou o termo, mas seriam as “Hunt-girls”) e os carros possantes (Hunt tem uma variedade maior que Bond), sem contar a semelhança das abreviações MIF (Mission: Impossible Force) e MI6 (Military Intelligence – Sector 6), que podem não ter o mesmo significado, mas...

mission-impossible-rogue-nation-poster-tom-cruiseBem, tirando as semelhanças entre enredo e outra franquia, o elenco é único. Tom Cruise volta a reprisar seu personagem desde o primeiro filme e se mostra cada vez mais familiarizado com Ethan Hunt. É interessante que Cruise venha vivendo personagens repetidos (ele voltará para uma sequência de Jack Reacher, mas isso é outra história), mas convenhamos que a franquia “Missão: Impossível” é uma das mais lucrativas da história do cinema de ação. Nesse novo filme, sua intimidade com o personagem lhe permite novas coisas, como até ser engraçado. Mas nesse ponto Simon Pegg é excelência. Sem exagerar, sem passar do tom, Pegg como Benji Dunn é ótimo dando o tom cômico do filme, sem perder o andar da história. E esse tom, mesmo em toda a tensão e ação, faz parte do filme, pois até mesmo Jeremy Renner tem seus momentos no filme. Seu personagem William Brandt participa bem menos da ação, mas tem extrema importância na história. Ele demonstra o centralismo da história, sempre se dedicando a MIF, buscando ser o mais correto possível, mesmo que Hunt sempre o coloque em belas enrascadas, mas ele acredita no agente e por isso sempre o ajuda. Bem como o personagem de Ving Rhames, Luther Sitckwell. Como Hunt, está desde o primeiro filme, mesmo que somente tenha feito uma breve aparição em “Protocolo Fantasma”, a importância de Luther é grande pelo seu conhecimento de tecnologia. Ele e Benji trabalham em ótima harmonia, mesmo que tenham conhecimentos semelhantes. Também temos, do lado do bem, o personagem Alan Hunley, personagem de Alec Baldwin. Hunley é o chefe da CIA que acredita ser desnecessário o MIF e tenta desmantelá-la de qualquer forma, transferindo os agentes para a “Companhia”. Mesmo com uma importância e participação mais curta no filme, ele se mostra necessário e essencial para a trama.

missionimpossible-seanharrisJá no lado antagonista da história, temos o excelente Sean Harris. Já conhecia seu trabalho na série “Os Bórgia”, como Micheletto, guarda-costas e assassino profissional de César Bórgia, mas sua interpretação como Solomon Lane é fantástica. Ele parece um cão selvagem que somente para de atacar sua vítima quando a vê sucumbindo aos seus pés. Suas cenas são intensas igual seu personagem. Solomon supera até mesmo Owen Davian, interpretado pelo grandioso Philip Seymour Hoffman (1967-2014), pois seu olhar impassível o torna mais cruel ainda.

missionimpossible-ilsafaustE deixando por última a nossa Hunt-girl Rebecca Ferguson. Essa atriz britânica é mais conhecida por ter feito a personagem Ergenia em “Hércules” (2014), mas ela já fez papéis dramáticos em minisséries como “The White Queen” (2013) e “A Tenda Vermelha” (2014). Como a bela Ilsa Faust ela está de tirar o fôlego. Além de linda, é mortal. Suas cenas de ação são maravilhosas, sem dever nada a qualquer outra. Ela te enche os olhos em determinado momento, mas em outro ela te estrangula com uma chave de pernas.

A direção de Christopher McQuarrie dá a mão ao ritmo do filme. Não é como em “Jack Reacher”, onde cada detalhe era importante para o desenrolar, mas as cenas de ação em plano aberto ou fechado são bem trabalhadas, sem se confusas. Sua história, escrita com Drew Pearce segue as mesmas ideias de outras histórias da franquia, mas traz de volta o elemento que faltava que era o Sincidato. Mesmo com uma origem diferente do seriado, mostra-se de grande importância para o filme.

“Missão: Impossível – Nação Secreta” pode parecer mais do mesmo, pode parecer até repetitivo, sem contar que tem aqueles momentos que você se pergunta “como ele conseguiu isso?”, mas é um filme de ação, então não podemos esperar uma história com uma carga dramática e explicações plausíveis sobre determinados acontecimentos, mas sim podemos ter cenas de tirar o fôlego e deixa-lo preso a cadeira do cinema, do começo ao fim, sem tirar um minuto o olho da tela. Você fica com a sensação que se o fizer, perderá algo. A franquia levou o nome Missão: Impossível mais longe do que o criador da clássica série, Bruce Geller, poderia imaginar. Ela inovou e renovou – quase – tudo. Vale cada centavo ir ao cinema e ver o filme na tela grande.mi-banner-cruise

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

RESENHA CINEMA: Quarteto Fantástico (Fantastic Four, 2015)

 

QUARTETO FANTÁSTICO (Fantastic Four, 2015)

Direção: Josh Trank

Roteiro: Simon Kinberg, Jeremy Slater e Josh Trank

Elenco: Miles Teller, Jamie Bell, Kate Mara, Michael B. Jordan, Toby Kebell, Reg E. Cathey, Tim Blake Nelson.

Fantastic_Four_Vol_1_1Os primeiros super-heróis da Marvel Comics surgiram em 01 de novembro de 1961 (data que consta na capa da primeira edição do Quarteto Fantástico) a partir da revista Fantastic Four #1. Isso ocorreu, pois o publisher da editora Martin Goodman, durante um jogo de golfe com o editor da DC Comics, Julius Schwartz, ficou sabendo que ele pretendia iniciar um super-grupo com os personagens da editora se unindo aos novos super-heróis que surgiram como o novo Flash (Barry Allen), o novo Lanterna Verde (Hal Jordan) e o Caçador de Marte, criando assim a Liga da Justiça da América. Então Goodman encomendou com o sobrinho de sua esposa, o editor-chefe da Marvel Comics, Stan Lee, um super-grupo também. Sendo assim, Lee se uniu a Jack Kirby e ambos criaram o Quarteto Fantástico, um grupo bem diferente da LJA, pois funcionava mais como uma família. Reed Richards era um cientista que tinha como melhor amigo o piloto de caças Ben Grimm. Reed namorava a jovem Sue Storm, que era irmã do mecânico Johnny Storm. Eles quatro decidem participar de uma viagem ao espaço que termina os transformando no Quarteto Fantástico. Reed ganha a capacidade de esticar o corpo, além de deixá-lo maleável, Ben tem a pele enrijecida como pedra, ficando alaranjada, além de ganhar uma força descomunal, Sue possui a capacidade de gerar campos de força invisíveis, além de tornar-se invisível também e Johnny ganha a capacidade de criar chamas sem se queimar, podendo revestir todo o corpo assim, além de poder voar. Nas primeiras aventuras, o Quarteto não usava fantasias (algo que somente veio a acontecer na edição número três de sua revista bimestral) e enfrentou monstros, ameaças alienígenas, Fantastic_Four_Vol_1_5magia e trouxeram de volta o príncipe submarino, Namor (Fantastic Four #4 (maio de 1962)), até que surgiu seu pior inimigo e nêmesis de Reed Richards, Victor Von Doom, o Doutor Destino (Fantastic Four #5 (julho de 1962)).

Anos se passaram e a Marvel cresceu, tanto em número de personagens quanto em popularidade, ficando na maioria das vezes a frente da DC Comics, se tornando a maior rival da editora, mas o maior sonho do primeiro editor-chefe da Marvel, Stan Lee, era um dia conseguir levar seus personagens ao cinema. Por anos ele buscou negocia-los, mas o máximo que conseguira foram filmes para a TV para o Capitão América, desenhos animados e um seriado para o Hulk. Mas quando a Warner Bros. lançou em 1989 o filme do Batman, vários estúdios buscaram personagens no mesmo estilo. Lee conseguiu negociar o Quarteto com a empresa dinamarquesa Constantin Film Produktion e a estadunidense New Horizons, que o distibuiria, mas o material final ficou tão ruim, que fora proibida a distribuição, tanto nos cinemas quanto em vídeo

Depois do boom cinematográfico da Marvel com “Blade” (1998), “X-Men” (2000) e “Homem-Aranha” (2002), a Twentieth Century Fox, que detém os direitos de produção, filmagem e distribuição dos X-Men e do Quarteto Fantástico, decidiu lançar a família inaugural nos cinemas Fantastic_Four_postercom o filme “Quarteto Fantástico” (2005). O filme tinha direção de Tim Story, que havia dirigido às comédias “Uma Turma do Barulho” (2002) e “Táxi” (2004), e trazia nos papéis principais os atores Ioan Gruffudd (Reed Richards/Senhor Fantástico), Michael Chiklis (Ben Grimm/Coisa), Jessica Alba (Sue Storm/Mulher Invisível), Chris Evans (Johnny Storm/Tocha Humana) e Julian McMahon (Victor Von Doom/Doutor Destino). Em um clima mais família, o filme não foi bem recebido pela maioria dos fãs que criticaram o ritmo do filme e a caracterização do Doutor Destino. Mesmo assim o primeiro filme rendeu US$ 154.696.080, nos Estados Unidos (a produção ficou em torno de US$ 100 milhões), o que garantiu uma continuação que estreou em 2007 quarteto-fantastico-e-o-surfista-prateadocom o nome “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”. A direção ainda era de Story e trazia todo o elenco do filme original, além de Doug Jones como Surfista Prateado (a voz era do ator Lawrence Fishburne). A crítica ao ritmo do filme continuava, mas se estendeu a forma como o Surfista Prateado e o vilão Galactus foram interpretados, e isso impactou nas bilheterias estadunidenses, pois o filme, que custara aproximadamente US$ 130 milhões, rendeu somente US$ 131.921.738, o que mornou a franquia.

Um ano e meio antes de o primeiro filme do Quarteto chegar aos cinemas, a Marvel Comics Ultimate_Fantastic_Four_Vol_1_1lançou a revista em quadrinhos Ultimate Fantastic Four #1 (fevereiro de 2004), em uma iniciativa de reapresentar à nova geração os seus principais personagens (ela fizera algo parecido em novembro de 1996 após a saga “Massacre” (maio – outubro de 1996) com o relançamento de Fantastic Four #1 (novembro de 1996), na série “Heróis Renascem”, com roteiros de Jim Lee, Brandon Choi e James Robinson e desenhos de Jim Lee, Brett Booth, Ron Lim e Mike Wieringo). Os roteiros dessa nova versão ficaram sobre a responsabilidade de Brian Michael Bendis, Mark Millar, Warren Ellis, Mike Carey e Joe Pokaski, enquanto a arte ficou por conta de Adam Kubert, Stuart Immonen, Jae Lee, Greg Land, Pasqual Ferry, Scott Kolins, Tyler Kirkham, Eric Basaldua e Robert Atkins. Nesta nova versão os personagens são adolescentes que, em sua maioria, vivem no Edifício Baxter, que é gerenciado pelo Dr. Franklin Storm para o exército dos Estados Unidos. Esses jovens são prodígios que criam experiências para revolucionar o mundo, como no caso de Reed Richards, que cria uma portal onde envia objetos inanimados para a – chamada – Zona-N. No edifício Baxter, Reed conhece os filhos do Dr. Storm, Sue e Johnny. No passar dos anos, Reed busca ampliar o alcance do teletransporte para a Zona-N, mas sem sucesso, até que outro jovem, Victor Van Damme, refaz os cálculos de Reed, criando a possibilidade de um teletransportador em escala maior. Durante o experimento, Reed recebe a visita de seu melhor – e único – amigo, Ben Grimm. Mas durante o experimento do teletransportador, algo sai errado e macula as características físicas de Reed, Ben, Sue, Johnny e Victor, levando cada uma para um lugar diferente. Reed fica maleável, Ben fica com a pele endurecida, Sue consegue ficar invisível, Johnny entra em combustão espontânea e Van Damme tem o corpo deformado, mas aprende a manipular energia. Os quatro primeiros começam a trabalhar para o exército, mas Van Damme, culpando Reed pelo que aconteceu com ele (Reed acredita que fora Van Damme que causara o acidente, sabotando sua experiência), decide se vingar de todos. Essa versão do Quarteto Fantástico durou até setembro de 2009 na revista Ultimatum: Fantastic Four Requiem #1 e, aparentemente, é essa versão que serve como base da nova franquia do Quarteto Fantástico que estreia hoje nos cinemas brasileiros.

Digo base, pois vemos elementos que se assemelham ao universo Ultimate nessa nova versão.

quarteto-fantastico-posterO filme já começa nos apresentando Reed Richards bem jovem, dizendo ter criado o teletransporte, mas é descreditado pelo seu professor incrédulo e pessimista. À noite invade o Ferro-velho da família de Ben Grimm, que termina o ajudando no projeto que, anos depois o levaria a ser chamado pelo Dr. Franklin Storm (Reg E. Cathey) e sua filha Sue (Kate Mara) para trabalhar na Fundação Baxter. Reed (Miles Teller) ao chegar no prédio da Fundação descobre que trabalhará com o genial Victor Von Doom (Toby Kebell). Para ajudar eles dois e Sue, Dr. Storm chama seu filho rebelde, Johnny Storm (Michael B. Jordan). Quando eles finalizam o projeto e o primeiro experimento é um sucesso, eles são frustrados pela empresa que financia a Fundação, liderada pelo Dr. Allen (Tim Blake Nelson), um burocrata que acredita no uso da criação para outros fins. Mas Reed e Victor não se deixam abater e decidem, junto com Johnny, fazer a viagem. Como quarto membro, Reed chama Ben (Jamie Bell). Só que devido a tentativa de interferirem no ambiente tudo dá errado, e quando não conseguem um retorno, são salvos por Sue. Ao conseguir traze-los de volta, as coisas fogem ao controle e Reed, Ben, Sue e Johnny tornam-se anomalias. Reed foge, mas termina capturado para refazer a experiência, mas essa segunda vez torna-se uma ameaça ao nosso mundo e os quatro precisam deixar suas diferenças de lado para lutar em equipe.

O filme não é a melhor coisa que já foi feita com personagens da Marvel Comics, mas parece que a frase “se não é a Marvel Studios, não presta” fica batendo na cabeça dos fãs dos filmes da empresa. Sim, pois o filme não é tão medíocre quanto atestam. Há muitas falhas, o elenco não parece funcionar bem junto, mas a história é interessante. O que achei mais estranho foi que Josh Trank bateu o martelo que não usariam nenhuma versão da Marvel (nem o que estamos acostumados e nem o Ultimate), mas termina que o filme tem muitas semelhanças com da Terra-1610. Não somente pelos personagens serem mais jovens, praticamente saindo do ensino médio, mas o envolvimento do pai de Sue e Johnny, o Dr. Franklin Storm, o tele transportador para outra dimensão, a feira de ciências. Vai passando o filme e você percebe esses elementos do Universo Ultimate.

O maior problema são as falhas do filme, pois nessa tentativa de se afastar dos universos Marvel, coisas perderam o sentido, como a forma que Reed, Ben, Sue e Johnny ganham seus poderes. No universo Ultimate o Dr. Storm percebe uma semelhança com os elementos da natureza, mas no filme não tem motivo nenhum, eles somente ganharam esses poderes por causa de acontecimentos aleatórios. O mais absurdo são os poderes de Sue Storm, pois vem de lugar nenhum. Eu já não gostava do que eu via nas fotos do Doutor Destino, no filme me desagradou mais ainda, sem contar que a sua “capa” surge de lugar nenhum, ele simplesmente a tem. Poderiam dizer que é a bandeira que Ben Grimm levara para a “Terra Zero” (cara, por que não chamaram de Zona-N?), mas não parecia ser, nem de perto era.

fantastic 4 bannerOutro grande problema é o entrosamento do elenco, que parecia ensaiado, não funcionando da forma como teria de funcionar. A amizade de Reed e Ben, mesmo que este último o tenha ajudado a carregar as malas para a Fundação Baxter (outra semelhança como o Universo Ultimate), parecia que era informal. Eles não pareciam como no Universo Ultimate, onde você os vê como irmãos, então a raiva de Ben, culpando Reed pelo seu infortuno, não teve a devida importância que deveria ter. Não vi a “química” funcionar entre o triângulo amoroso: Reed, Sue e Victor (sim, reprisaram essa ideia). Não parecia que ela tivesse um envolvimento com qualquer um dos dois, e quando citam que ambos confiam nela, eu fiquei pensando: “será mesmo?”, mas isso não quer dizer que as atuações sejam ruins. Miles Teller, que eu descobri toda sua força como ator em “Whiplash: Em Busca da Perfeição” (2014), está muito bem como Reed Richards. Você percebe quando ele fica surpreendido, deslumbrado com seu novo lar na Fundação Baxter, ao mesmo tempo que sente o peso que ele carrega, culpando-se pelo que ocorrera com seu melhor amigo no acidente do tele transporte. Pena que somente nele percebi um certo esforço pela dedicação ao personagem.

Michael B. Jordan, que tanto defendeu seu personagem, percebi qualquer coisa que podemos dizer que seja relevante. Já não gostava de Kate Mara, achando-a insossa e totalmente desnecessária, mas nesse filme ela não consegue criar química nenhuma com aqueles com quem deveria criar. Não sei se a intenção era fazer uma personagem fria, mas mesmo assim esperava ver uma “chama” surgindo entre ela e Teller. Nem a raiva dela pareceu real.

Mesmo não parecendo se entrosar com Teller, Jamie Bell, o eterno Billy Elliot, tem seus bons rompantes de atuação. Ele parece encantado pela jovem Sue Storm, quando a vê pela primeira vez (pena que não foi correspondido), demonstra felicidade pelo amigo quando vão para a Fundação Baxter, mas depois que vira o Coisa, sua voz se torna – quase – monotônica. Perdendo bastante das emoções que deveria demonstrar nesses momentos, já que – dessa vez – ele é revestido de pedras, mesmo.

Nunca considerei Toby Kebbell um ator expressivo. Se ele interpretasse uma estátua seria o mesmo que vê-lo atuar, só que com voz. Ele não tem a força necessária para interpretar o Doutor Destino.

Bem, quando você lê tudo que eu escrevi, deve pensar, “como esse filme não pode ser tão ruim?”, mas mesmo com todos esses problemas, essa renovação do Quarteto teve muitos problemas de bastidores, que percebemos no decorrer do filme, devido aos buracos contidos no filme. O roteiro teria tudo pra deixar muitos de boca aberta, se os atores tivessem trabalhado melhor em conjunto e o ritmo não fosse tão morno. Não estou culpando Josh Trank (que escreveu e dirigiu o fantástico “Poder Sem Limites” (2012)), mas creio que ele tenha se sentido pressionado por esse filme, o que causou problemas na direção. Se ele tivesse seguido o filme de acordo com o roteiro, com certeza, poderia ser um dos melhores filmes do ano, mas infelizmente não é o caso.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

RESENHA CINEMA: Pixels (2015)

 

pixelsPIXELS (2015)

Direção: Chris Columbus

Roteiro: Tim Herlihy, Timothy Dowling

Elenco: Adam Sandler, Kevin James, Michelle Monaghan, Peter Dinklage, Josh Gad, Brian Cox, Matt Lintz.

Em 1982, Sam Brenner se torna o fenômeno dos videogames, tanto que seu melhor amigo, Will Cooper, o convence de se inscrever no Campeonato Mundial de Video-Games. Lá ele conhece o prodígio Ludlow Lamonsoff, que vive criando teorias da conspiração. No final do campeonato, Brenner termina enfrentando Eddie Plant, e perde parar ele quando ambos jogam Donkey Kong.

Passam-se trinta e três anos e Brenner (Adam Sandler) é um mero instalador de aparelhagem eletrônica, enquanto Cooper (Kevin James) tornou-se presidente dos Estados Unidos com a menor taxa de popularidade de todos os tempos. Durante uma instalação de aparelho na cada da tenente-coronel Violet van Patten (Michelle Monaghan), conhece o filho dela Matty, com quem faz amizade. Só que termina convocado pelo presidente para verificar sobre uma invasão alienígena da base militar estadunidense de Guam, na Micronésia, descobrindo que o padrão lembra o jogo Galaga, que ele jogava quando criança. Discriminado pela tenente-coronel e pelo almirante Porter (Brian Cox), Brenner vai embora e é quase sequestrado por Lamonsoff (Josh Gad), este o leva para a casa de sua avó e lhe mostra uma gravação, provando que essa invasão é como um jogo de videogame, ou seja, eles precisam vencer os outros desafios senão a Terra será totalmente destruída.

Pixels é baseado no curta-metragem francês de 2010, escrito e dirigido por Patrick Jean, onde uma nuvem de pixels invade uma cidade e começa a gerar vários seres de videogames antigos que detonam a cidade, até que o mundo todo se torne um pixel (menor componente de uma imagem digital). O que os roteiristas Tim Herlihy e Timothy Dowling fizeram foram pegar a ideia e amplia-la para uma invasão alienígena de grandes proporções, onde somente os grandes jogadores de videogames dos anos de 1980 poderiam vencer. A ideia traz uma nostalgia gratificante, ainda mais se você cresceu e viveu nessa época e jogou alguns desses jogos, mas quando você vê o curta-metragem e depois – ou antes – o filme, percebe que a criatividade ficou meio estagnada, pois várias cenas são repetidas do curta-metragem, como o jogo de Tetris que começa a destruir prédios, ou o jogo de tênis, que detona uma ponte. É como se tivessem pego o roteiro e ampliado para 106 minutos de filme, colocando piadas escatológicas de gordo e nerd e acontecimentos sem o mínimo de sentido. Sem contar que, como sempre, Adam Sandler é o grande herói.

Filmes com Sandler sempre são muito complicados, pois ele nunca faz um papel secundário ou mesmo termina sozinho, pelo contrário, ele sempre se dá bem e sai com a mais bonita. Para compensar e dizer que não somente ele se deu bem e terminou com a bonitona, colocaram Kevin James como presidente dos Estados Unidos, casado com a bela Jane Krakowski (Um Maluco na TV, Alfie – O Sedutor), que interpreta a primeira-dama Jane Cooper. Mas a popularidade dele como presidente está tão em baixa, que você chega a ficar com pena do personagem, sem contar que o personagem de Sandler, constantemente, abusa da amizade, como se fosse comum tirar sarro do Comandante-Chefe dos Estados Unidos. O mesmo acontece com o personagem de Josh Gad, que é o gordinho nerd que é apaixonado por uma personagem do game Dojo Quest, Lady Lisa, interpretada pela estonteante Ashley Benson (Pretty Little Liars, Spring Breakers: Garotas Perigosas). Ele é o estereótipo TOTAL do nerd estadunidense: gordo, usa óculos, vive no porão da avó, que o criou como um filho, que entende muito de tecnologia e adora teorias de OVNI’s e conspirações governamentais. Já o personagem de Peter Dinklage não vive um estereótipo, mas para ser o melhor ele precisa trapacear. Dá para pensar que tem algo haver com ele ser um anão, que para se tornar maior, é necessário passar por cima dos outros e sempre se dar bem. Tipo, ele cria o próprio apelido, ele precisa sempre andar com mulheres lindas e estonteantes e não importa o que precise fazer para ganhar, ele fará.

A direção de Chris Columbus não é impecável, mas ele se sai bem, mesmo com um roteiro cheio de repetições, piadas difamatórias e situações absurdas que o fazem pensar: “como isso foi acontecer?!”. Depois de filmes muito bons como “O Homem-Bicentenário” (1999), “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001), Harry Potter e a Câmara Secreta” (2002) e “Rent: Os Boêmios”, parece que Columbus anda procurando projetos menos racionais, como a infame “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” (2010) e agora “Pixels”. Mas este último não posso culpá-lo muito, pois como eu disse, ele se sai bem, mas os roteiristas foram infelizes na forma de desenvolvê-lo. Faltou criatividade, as piadas infames de gordos e nerds são ofensivas, sem contar que parece que o filme foi desenvolvido para ter uma continuação, senão para virar outro tipo de diversão, como um desenho animado.

“Pixels” não é um mal necessário. Não recomendaria a ninguém gastar seu suado dinheiro para assisti-lo no cinema, pois é uma perda de tempo enorme. Se quiser esperar que chegue na TV aberta (não gaste o tempo assistindo-o na TV a cabo ou no Netflix), não fará mal nenhum, pois é mais um filme do Adam Sandler, então sempre se sabe o que esperar.