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domingo, 27 de dezembro de 2015

Star Wars X Mad Max?... só na sua cabeça!

Há alguns dias atrás, nas redes sociais, após a estreia da esperadíssima continuação da saga dos Skywalker, via-se pessoas fazendo comparações absurdas a respeito de dois dos grandes sucessos de críticas desse ano de 2015: Mad Max: Estrada da Fúria e Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força.
Bem, a trilogia anterior (1999-2005) não teve uma receptividade muito boa da crítica e dos fãs, com várias opiniões contrárias ao que George Lucas apresentou nos três filmes que definiam o destino de Anakin Skywalker, sua sedução pelo Lado Sombrio a partir do Chanceler Palpatine, também conhecido como Darth Sidious, e sua transformação em Darth Vader. Muitos criticaram, achando que os filmes não estavam à altura da saga ou mesmo da trilogia anterior. Fãs mais... exaltados, chegaram a dizer que Lucas havia perdido o “jeito”, achando que o universo expandido escrito por outros autores era melhor.
Não critico essas pessoas, elas têm sua visão sobre o que precisa ser Star Wars e espero que sejam felizes com isso. São fãs afoitas do Universo Expandido e dificilmente não mudaram de opinião. Mas creio que essas pessoas, como várias outras, também esperavam pelo novo filme animadamente. Mas vi muitos chegarem a criticar o filme antes mesmo da estreia, somente com alguns teasers sendo apresentados. Creio que muitos morderam a língua depois disso.
Quanto a Mad Max, o diretor e criador da série, George Miller, não lançava um filme desde “Mad Max – Além da Cúpula do Trovão”, em 1985, então o retorno da franquia era imensamente esperado. O lance é que, mesmo tendo “Mad” Max Rockatansky como personagem central dos filmes, são sempre histórias fechadas, sem pensamentos em sequências ou continuações. Se Miller tivesse ficado somente com “Mad Max” (1979), não faria diferença, mas ele tinha muitas outras histórias a contar, por isso ocorreram os lançamentos seguintes como Mad Max 2 (1981), – já citado – Mad Max – Além da Cúpula do Trovão e o atual – também já citado – Mad Max: Estrada da Fúria. Só que vendo cada um dos filmes, eles são totalmente independentes um do outro, sem menções aos anteriores, somente pequenas referências ao primeiro, como a morte da família de Max e o apocalipse nuclear que assolou o mundo.
Quanto a tal competição? Bem, isso não existe. Não porque Star Wars VII seja o filme mais lucrativo do mundo, como comprovado recentemente. Nos seus dez dias de bilheteria o filme arrecadou um total de US$ 544.573.329, nos Estados Unidos, e mais de US$ 1 bilhão, mundialmente, de acordo com o Box Office Mojo. Nem por ter uma horda de fãs que competiria facilmente com a maior torcida de futebol do mundo (sei lá qual é). Muito menos por ser um filme considerado um marco da cultura pop (sim, eu ouvi isso de pessoas que nem gostam de Star Wars... é incrível!). Mas são filmes dedicados a diferentes tipos de pessoas.
Como eu disse acima, começa por Mad Max ser um filme fechado, com começo, meio e fim, sem deixar espaços para uma sequência. Miller pode ou não voltar com um novo filme, somente depende dele isso. Ele nos dá algo pronto, finalizado, que mesmo se não lermos as histórias em quadrinhos, publicadas pela DC Comics, compreendemos. Já Star Wars VII, mesmo tendo uma finalização, deixa espaços para questionamentos, espaço para novas questões a serem respondidas em filmes futuros. Seu final é uma incógnita, não sabemos o que virá a seguir, ficamos sem respostas para várias situações e deixa espaço para milhares de especulações. Às vezes, para ligarmos pontos em aberto, se faz necessário ler livros, quadrinhos, assistir animações. Isso é ruim? Muito pelo contrário, um Universo Expandido consiste em uma gama de informações das mais variadas. Sendo assim, os livros, sejam Legends ou baseados na nova franquia, as revistas em quadrinhos, as animações, tudo se complementa. Isso é necessário.
Já em Mad Max, mesmo que se criem coisas paralelas ou tente expandir seu universo, é totalmente desnecessário. A história que Max vive em cada filme, seja enfrentando uma gangue de motoqueiros, salvando um vilarejo, encarando um monstro em um domo ou ajudando uma caminhoneira, não tem uma ligação entre uma ou outra. E mesmo que viessem a explicar como cada personagem chegou até aquele momento, não fará diferença, pois o que acontece está ali e em algum determinado momento será explicado dentro do filme, não em outras mídias. Isso também é muito bom, pois nos faz concentrar naquele momento que está ocorrendo e não nos preocuparmos com a necessidade de ler algo ou assistir alguma animação.
Aí falam, “mas a bilheteria de Star Wars é quilométrica, ganha de muito de Mad Max”. Sério, vocês querem comparar um oceano de fãs de uma das mais clássicas e antigas franquias do mundo com um filme que tem outros três cuja única ligação é o personagem “Mad” Max Rockatansky? Sem contar o conteúdo dos dois. Star Wars é um filme direcionado a um público mais jovem, cuja censura é definida como livre. Já Mad Max é um filme voltado para um público mais velho, com um teor violento maior. Tem cenas em Mad Max que nunca seriam mostrados em um filme como Star Wars. Mesmo que Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith seja um filme mais... sinistro, não tem um terço da violência de Mad Max: Além da Cúpula do Trovão (considero-o o mais leve dos quatro filmes).
Aí virão e falam: “Ah, mas estão dizendo que Mad Max é o filme do ano”... sinceramente, cada um tem o direito de achar o que desejar. Ainda vemos pessoas que não gostam de Star Wars, bem como vemos pessoas que ojerizam Star Trek, 007, Jurassic Park e, principalmente, Mad Max. Se um o consideram o filme do ano – me coloco entre esses – deixe estar. Cada um tem sua visão. Comparações são desnecessárias. Ficar escrevendo “E agora Mad Max?”, quando Star Wars atingiu a bilheteria de mais de US$ 240 milhões em seu fim de semana de estreia é suar no molhado, não faz diferença.
Mad Max: Estrada da Fúria é um filme que teve como objetivo trazer de volta algo que não se via há mais de trinta anos, ou seja, uma história de Max em seu mundo apocalíptico, com um novo ator fazendo o protagonista. E conseguiu, pois não teve um fã, não teve uma crítica que negativou o filme. Não teve uma bilheteria brilhante, pois somente arrecadou US$ 375.836.354 (US$ 153.636.354, nos EUA), mundialmente, mas comprovou-se muito bom, melhor do que o esperado.
Já Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, para muitos, foi um reascender da chama, foi uma glorificação daquilo que eles gostavam, pois consideram os três filmes de 1999, 2002 e 2005, perniciosos, insossos e desnecessários.
Não sei porque isso, já que foram feitos pelo criador de Star Wars e contam tudo que ocorrera desde a descoberta de Anakin em Tattoine até sua transformação em Darth Vader. Fico me perguntando se existem mesmo fãs de Star Wars ou se existem fãs do Universo Expandido, o que considero como uma grande diferença, pois desde que Lucas decidiu contar o que ele tinha guardado e arquivado, juntando com material que fora dado no Universo Expandido, isso é válido. Agora não é dele? Agora pertence à Disney? Pode ser, mas ele criou, ele estabeleceu aquilo que conhecemos antes do VII (pelo menos, eu conheço, já que nunca li nada do Universo Expandido... sim, sou um bitolado). I, II, III, IV, V e VI são criações de Lucas, são seu universo Star Wars. Ele deu espaço para outros criarem? Sim. Considerou algumas coisas parte de seu universo? Sim. Mas isso não desfaz o que ele criou, o que ele fez.
Tá, fugi um pouco do objetivo da resenha, mas não façam comparações de coisas que não cabem a nós compararmos. Curtam! Aproveitem! Para isso serve Star Wars e Mad Max. Se eu tivesse filhos novos, lhes apresentaria o universo Star Wars, mas somente apresentaria os filmes de Mad Max depois dos 18 anos, pois são forma diferentes de contar histórias. Deixemos Max viver em seu mundo apocalíptico, enquanto a saga dos Skywalker habita mundos muito, muito distantes (tá, foi proposital e, possivelmente, sem necessidade). Vamos curtir e pensar antes de criticar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

RESENHA CINEMA: Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens, 2015)

STAR WARS: EPISÓDIO VII – O DESPERTAR DA FORÇA (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens, 2015)
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Lawrence Kasdan, J.J. Abrams, Michael Arndt
Elenco: Harrison Ford, Mark Hammil, Carrie Fisher, Adam Driver, Daisy Ricdley, John Boyega, Oscar Isaac, Lupita Nyong’o, Andy Serkis, Domhnall Gleeson, Anthony Daniels, Max Von Sydow, Peter Mayhew, Gwendoline Christie.
Em uma galáxia muito, muito distante... uma saga recomeça.
Em 1977, o diretor George Lucas iniciou uma das maiores sagas do cinema. Nela o jovem Luke Skywalker (Mark Hammil) tem todo seu destino mudado após encontrar dois dróides, C-3PO e R2-D2. Eles chegam ao planeta Tattoine com uma mensagem da Princesa Leia Organa (Carrie Fisher) para um velho guerreiro Jedi, Obi-Wan Kenobi (Alec Guinness). Ele encontra o velho Ben Kenobi, que vê a mensagem e, após verem que os tios de Luke foram assassinados por Stormtroopers, ambos vão à procura de um piloto para levá-los no resgate da princesa, que se tornou cativa do lorde sith, Darth Vader (David Prowse – James Earl Jones (voz)). Durante seu cativeiro, Leia testemunha a nova máquina do Império Galáctico, a Estrela da Morte, sob o comando do Grand Moff Tarkin (Peter Cushing), destruir seu planeta-natal, Alderaan. Luke e Ben conhecem Han Solo (Harrison Ford), piloto da nave Millenium Falcon, e seu co-piloto, Chewbacca (Peter Mayhew), que Ben já conhecia há tempos. Com olhos cintilando com uma riqueza prometida por Luke, que disse à Han que Leia era uma princesa, eles partem em seu resgate e a grande aventura começa.

Durante a chamada “Trilogia clássica”, descobrimos que Luke e Leia são gêmeos, filhos de Darth Vader, que já fora o cavaleiro Jedi Anakin Skywalker, mas influenciado pelo Chanceler Supremo Palpatine (Ian MacDiarmid), foi seduzido pelo Lado Negro da Força. Sabemos que a Força é grande entre os Skywalker, pois como seu pai, Leia e Luke também possuem uma ligação muito forte.
A Trilogia clássica finalizou em 1983 com o “O Retorno de Jedi”, onde temos um final apoteótico e fantástico, com a Aliança Rebelde vencendo o Império Galáctico e o Imperador Palpatine vendo seu fim pelas mãos de Anakin Skywalker.
Entre 1999 e 2005, George Lucas decide lançar um prequel da Trilogia clássica, contando como Anakin Skywalker chegou a se tornar um padawan, depois um Jedi, depois sendo cativado pelo Lado Negro e se tornando Darth Vader, um dos maiores vilões do cinema de ficção científica. A história teve extensões em animações para TV e cinema, que deram mais elementos fantásticos a grande mitologia de Lucas.
Em outubro de 2012, a Disney compra a Lucasfilm e com isso adquire os direitos de filmagem de Star Wars. Então, preparando a saga para uma nova geração, a Disney contrata o diretor J.J. Abrams e o roteirista Lawrence Kasdan, que escrevera com Lucas “O Império Contra-Ataca” e “O Retorno de Jedi”, para compor o roteiro do novo filme que iniciaria uma nova franquia.
Eu sempre fui fã de Star Wars. Nunca cheguei aos pés do meu irmão em fixação pela saga dos Skywalker, mas sempre gostei dos personagens, da história, da ação, dos efeitos especiais. Sempre achei uma das mais brilhantes histórias que o cinema já proveu, e por isso não podia perder a estreia do novo filme. J.J. Abrams nos leva anos no tempo, para ser mais exato 30 anos no futuro após a Aliança Rebelde derrotar o Império Galáctico. Mas o desejo do retorno da República está longe de se realizar, pois A Primeira Ordem assume aonde o Império parou e toma o poder para eles. Liderados pelo Supremo Líder Snoke (Andy Serkis), A Primeira Ordem faz com que a Resistência ressurja, agora liderada pela general Leia Organa. Leia deseja reencontrar seu irmão, Luke, que desaparecera após uma grande decepção como líder Jedi. Então ela envia seu melhor piloto, Poe Dameron (Oscar Isaac) para o planeta Jakku, com o objetivo de encontrar um mapa que levara a Resistência à Luke e restaurar à Ordem. Poe é capturado, mas deixa seu dróide BB8 em Jakku. Este é encontrado pela jovem Rey (Daisy Ridley), uma catadora de carcaças, e ambos permanecem juntos. Poe é torturado por Kylo Ren (Adam Driver), que deseja o mapa para que A Primeira Ordem encontre Luke antes da Resistência, mas termina salvo pelo stormtrooper que ele nomeia como Finn (John Boyega). Ambos retornam a Jakku, e Finn se une a Rey e BB8 em uma fuga fantástica. A partir daqui, qualquer coisa que eu viesse a escrever seria spoilers, pois as coisas que ocorreram até aqui, é de conhecimento de todos.
“Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força” é uma brilhante retomada da saga dos Skywalker. Temos drama, ação desenfreada, muitas risadas, muita nostalgia, cenas de tirar o fòlego e uma história que pode se perder de vista. É um verdadeiro recomeço de Star Wars.

Não vou desmerecer nunca os filmes de 1999 a 2005, pois eles colocam pontos finais em coisas que somente imaginávamos da Trilogia clássica. Mas essa nova franquia parece que dará um novo vigor a algo que poucos gostaram na última trilogia. Temos o drama entre Leia e Han, que nem parecem que ficaram tanto tempo sem atuarem juntos. Ver Carrie Fisher e Harrison Ford em cena, juntos, é revigorante e extasiante. Da mesma forma me senti com a nova dupla de atores, Daisy Ridley e John Boyega. O trabalho em conjunto deles é muito bom. Eles praticamente se completam em cena. É uma combinação perfeita no trabalho.
Agora meu maior destaque vai para o novo dróide, BB-8. É impressionante o charme deste pequeno dróide. A cada cena que ele aparece, se destaca pela forma de agir. Você pode não entende-lo, mas consegue compreender seus “sentimentos”, seus trejeitos em cena. Ele é tão motivado quanto R2-D2 fora em todos os filmes da série ou mesmo Chopper é na animação “Star Wars Rebels”. Você ri com ele, se entristece quando ele fica “cabisbaixo”, se empolga quando ele está em ação, é muito catártico ver aquele pequeno dróide no filme. É uma das coisas geniais do filme.
Mas, para mim, o sétimo episódio da saga Star Wars ainda tem muita história para contar e para se construir. Por exemplo, como Kylo Ren se tornou membros dos Cavaleiros de Ren? Ou quem é o Supremo Líder Snoke? Sei que são perguntas que poderão ser respondidas no decorrer da saga e nos filmes adicionais, como “Rogue One”, mas isso o torna o segundo melhor filme do ano para mim.

Acredito que, futuramente, Adam Driver poderá se tornar um grande vilão dos cinemas, mas ainda parecia inseguro no papel de Kylo Ren. O personagem de Oscar Isaac parece ser fantástico, mas ele parece deslocado em cena. Um grande piloto, mas...
“Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força” é um excelente filme, com cenas maravilhosas, que nos transporta de volta no tempo, definitivamente, mas existem coisas que ainda se amarrarão com o passar do tempo. Eu não perco essa saga nos cinemas por nada, por mais que me entristeça ou deixe feliz, faz parte da minha história como fã de cinemas de ação e ficção científica. Eu mesmo pretendo assiti-lo novamente, pois merece ser visto várias vezes, como sempre foi e sempre será com as duas trilogias anteriores.

Que a Força fique com vocês!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

RESENHA HQ: Gotham – DPGC: No Cumprimento do Dever (Gotham Central)



GOTHAM – DPGC: NO CUMPRIMENTO DO DEVER (Gotham Central)
Roteiros: Ed Brubaker, Greg Rucka
Desenhos: Michael Lark
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2003 (BR: 2015)
Pág.: 244
O Universo do Batman pré-Novos 52 foi um dos mais expandidos pela DC Comics, ainda mais depois da saga Terra de Ninguém, onde Gotham City, após um terremoto que a devastou, se vê sitiada e fechada pelo governo estadunidense e para sobreviver as pessoas ou se fecham em suas casas ou se unem em grupos como se fossem guerrilhas. Um desses grupos, liderados pelo ex-comissário James Gordon e sua esposa a comissária Sara Essen-Gordon, eram os Azulões. Eles chegaram a se dividir devido a divergências de opiniões, mas a Força Policial buscou manter a ordem e a paz – de uma forma meio hierárquica – em Gotham City. Membros da DPGC, como Renee Montoya e Harvey Bullock, eram integrantes do grupo. Quando a cidade começou seu processo de restauração graças a Lex Luthor, terminou perdendo sua comissária, que foi assassinada pelo Coringa. Nessa Gotham a força policial ganhou reforços com a chegada da Capitã Maggie Sawyer. Ex-membro do Departamento de Polícia de Metrópolis, Maggie decidiu se mudar para Gotham e ajudar na restruturação da polícia. Com a morte de Sara, Gordon voltou a aposentadoria e lá se manteve durante anos. Outro novo membro da Força policial é o detetive Crispus Allen que, como Maggie, servia na polícia de Metrópolis. Ele se tornou parceiro de Renee, após ela perder a parceria de Bullock que fora demitido devido a irregularidades que o Assuntos Internos investigou. As histórias do DPGC sempre estiveram interligadas com o Batman, principalmente porque ele auxilia a polícia em casos que envolvem os “anormais” de Gotham, então era comum ver os personagens do Departamento aparecendo em histórias, demonstrando seu apreço ou seu desagrado com a figura do morcego.
Em 2003, os roteiristas Ed Brubaker e Greg Rucka juntaram ideias e criaram Gotham Central. Na revista, que durou até 2006, contava-se o cotidiano dos policiais de Gotham City, principalmente os membros da Unidade de Crimes Graves. Nas histórias víamos seus dramas, seus relacionamentos com os parceiros, família e outros membros do Departamento de Polícia. A série começa narrando o encontro de dois policiais com o Senhor Frio, enquanto investigavam um crime de sequestro. Com isso descobre que Victor Fries planeja algo grande e por conta de acontecimentos que ocorrem, o detetive Marcus Driver pede ao Comissário Mike Akins para não envolver o Batman no caso. No arco seguinte, a investigação do sequestro da jovem do primeiro arco se torna um crime de assassinato, então Driver se junta com a detetive Romy Chandler para descobrir quem foi o culpado pelo homicídio. Enquanto isso uma onda de incêndios vem ocorrendo em Gotham e o sargento Jackson Davies e o detetive Nate Patton investigam o caso, acreditando que o Mariposa retornou.
No arco final do encadernado vemos a detetive Renee Montoya no meio de uma trama de ódio e preconceito, pois é relevada a sua homossexualidade. Nisso ela se vê envolvida em crime que não cometera e, por causa disso, se torna alvo de investigação da Assuntos Internos e de assédio por um dos piores inimigos do Batman.

“Gotham – DPGC: No Cumprimento do Dever” é uma das melhores coisas já escritas de ação policial nos últimos tempos. Tá, podemos considerar antigo, mas ainda é atual e muito bem escrito. Para melhorar, a ação é toda desenhada por Michael Lark, que dá o clima de série policial a história. Sua arte me lembrou bastante o trabalho de David Mazzucchelli em Batman: Ano Um. Mesmo que ele tenha sua própria forma de incrementar sombras e cenas, ele se aproximou muito daquilo que eu mais gosto no trabalho de Mazzucchelli no recomeço de Batman, um tom realista e dramático que vemos pouco nos quadrinhos.
Brubaker, Rucka e Lark nos presentearam com uma verdadeira obra-prima dos quadrinhos. Não é a toa que o arco “Meia Vida” ganhou em 2004 o Eisner e o Harvey, dois dos maiores prêmios dos quadrinhos. Eu não sou acostumado a gostar de Batman como coadjuvante em histórias, mas faz toda a diferença ser assim nessa série, pois demonstra o grau de importância do Departamento de Polícia de Gotham e o que eles precisam enfrentar e encarar para não ficarem sempre “na sombra do Batman”.
O encadernado ficou de excelente qualidade e torço que em um futuro próximo a Panini nos presenteie com continuações dessas histórias, pois ainda temos mais trinta edições pela frente, escritas por Ed Brubaker e Greg Rucka e desenhadas – em sua maioria – por Michael Lark.


TRAILER COMENTADO: “X-Men: Apocalypse”



Em junho de 2011, o diretor Matthew Vaughn (Kick-Ass), baseado no roteiro escrito por ele, Ashley Miller (Thor), Zack Stentz (Thor) e Jane Goldman (Kingsman: Serviço Secreto), deu o ponto zero da nova franquia dos mutantes da Marvel Comics com “X-Men: Primeira Classe”. Nele vemos a formação do grupo, a amizade do Professor Charles Xavier e Erik Lensherr e um dos maiores grupos inimigos dos X-Men, o Clube do Inferno. Mas também vemos elementos que foram criados para o filme, como a relação fraternal entre Xavier e Raven, a criação do Cérebro pelas mãos de Hank McCoy, o envolvimento de Sebastian Shaw com o desenvolvimento dos poderes de Erik Lensherr.
Depois disso, o diretor Bryan Singer retornou a franquia. Depois de dirigir dois filmes dos X-Men e ser o diretor do fracassado “Superman: O Retorno”, Singer dirigiu dois filmes para a TV, além de dirigir “Operação Valquíria” (2008) e “Jack, o Caçador de Gigantes” (2013). Seu retorno aconteceu em “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”, que mistura o passado e o futuro dos personagens mutantes. Na história, Wolverine viaja no tempo na intenção de impedir que Mística mate o Dr. Bolivar Trask, criador dos Sentinelas, robôs gigantes que conseguem se adaptar a cada mutante, podendo até mesmo mata-lo. As coisas não saem como ele espera, mas o futuro é modificado e tudo é reinicado.
Em 19 de maio de 2016 estreará o filme “X-Men: Apocalypse” dando continuação aos acontecimentos que finalizaram em 2014, nos pós-créditos de seu antecessor. Nesta cena, vemos En Sabah Nur construindo uma pirâmide e sendo louvado, mostrando que o futuro inimigo dos X-Men é extremamente poderoso.
No dia 11/12/2015, a Twentieth Century Fox lançou o primeiro trailer do filme. Isso veio depois dos trailers “Capitão América 3: Guerra Civil” e “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça”, que já deixaram os fãs de filmes de super-heróis em polvorosa. Até o momento, tudo que havia se visto eram imagens do set ou fotos divulgadas na revista Entertainment, que deixaram muitos fãs – meio – decepcionados com o Apocalypse do filme. Muitos falavam, “quando colocarem no filme, vai ficar melhor”, e o trailer nos mostrou que isso era verdade.
Vamos ao trailer, que começa com imagens dispersas de cenas do próprio. Então começamos com Jean Grey despertando de um pesadelo para dizer o professor Xavier que viu o fim do mundo e este lhe fala que não passa de um sonho. Passamos para os nomes aos quais Apocalypse era chamado no decorrer de sua vida, todos deuses dos povos antigos, daí então Xavier e Alex Summers se encontram com a agente da CIA, Moira MacTaggert, que lhes fala sobre sociedades secretas que veem Apocalypse como um presságio de que o fim está próximo. Que ele fora o primeiro mutante do mundo, nascido há anos.
Na sequência temos um breve discurso de Apocalypse mostrando novos mutantes que aparecerão nesse filme – Noturno e Jubileu – e velhos conhecidos da franquia, como Fera e Mística, fechando com Xavier. Partimos para outras cenas, iniciando com Magneto encontrando Apocalypse e Tempestade. Moira então segue explicando que Apocalypse sempre reaparece seguido por quatro guerreiros, conhecidos como os Cavaleiros de Apocalypse, mostrando imagens de Tempestade, Arcanjo, Psilocke e Magneto. Daí então temos Xavier conectado ao Cérebro, e uma cena com ele sendo carregado por Magneto, quando a mansão parece estar sendo atacado por Apocalypse e seus Cavaleiros e levam Xavier. McCoy e Mística conversam sobre o retorno dos X-Men e ela confessa que está ali para ajudar ao grupo a encarar essa nova ameaça.
Na continuidade, Ciclope confessa não conseguir controlar seus poderes, Mística lhe fala que não é necessário isso, pois eles estão em guerra. Então temos momentos de Magneto usando seus poderes, Arcanjo disparando suas “penas”, Mercúrio correndo dentro da Mansão X, Tempestade surgindo com raios elétricos, uma explosão dentro da Mansão X, isso tudo ladeado por Apocalypse declamando a construção de um novo mundo para os mutantes. A cena fecha com explosões no que parece ser o canal que separa Manhattan de Nova Iorque e Xavier sendo tomado por alguma coisa – na falta de uma palavra melhor. Ao final do trailer uma porta se abre e vemos Xavier careca.
O que falar do trailer? Bem, tudo é diferente, lembrando as histórias de “O que Aconteceria se...”. Ororo Munroe, Warren Wortington III e Betsy Braddock – também conhecidos como Tempestade, Arcanjo e Psylocke – são asseclas de Apocalypse e nunca foram membros dos X-Men. Daí podemos concluir que os eventos que ocorreram em “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” terminaram interferindo na formação do grupo dos cinemas, pois teremos Jubileu e Noturno integrando o grupo. É interessante também vermos que, aparentemente, a importância de Alex Summers cresceu nesse novo filme. Enquanto Xavier conversa com Moira, o jovem está ao lado do seu mentor, e ele também aparece na cena do sequestro de Charles.
Como nos filmes anteriores, os três personagens de grande importância continuarão sendo Xavier, Magneto e Mística, mesmo que a figura central seja Apocalypse. Tiramos isso pelas cenas mostradas, onde a importância dos três parece essencial para o filme. Não tiro mérito dos personagens, pois demonstraram um grande crescimento na medida em que os filmes eram desenvolvidos, então era de se esperar. Não vemos ainda Caliban, mas creio que ele terá sua importância. Eu acredito que mais uma vez a Fox tenha um sucesso em mãos com “X-Men: Apocalypse”.
“X-Men: Apocalypse” tem direção de Bryan Singer, baseado no roteiro de Simon Kinberg. No elenco temos Jennifer Lawrence (Raven Darkhölme/Mística), Michael Fassbender (Erik Lensherr/Magneto), James McAvoy (Charles Xavier), Oscar Isaac (Em Sabah Nur/Apocalypse), Nicholas Hoult (Hank McCoy/Fera), Rose Byrne (Moira MacTaggert), Lucas Till (Alex Summers/Destrutor), Sophie Turner (Jean Grey), Tye Sheridan (Scott Summers/Ciclope), Evan Peters (Peter Maximoff/Mercúrio), Olivia Munn (Betsy Braddock/Psilocke), Alexandra Shipp (Ororo Munroe/Tempestade), Ben Hardy (Warren Wortington III/Arcanjo), Lana Condor (Jabilation Lee/Jubileu), Kodi Smit-McPhee (Kurt Wagner/Noturno), Josh Helman (William Stryker) e Tómas Lemarquis (Caliban). O filme tem estreia marcada, no Brasil, no dia 19/05/2016.



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

RESENHA HQ: Batman/Planetary: Noite sobre a Terra (Edição de Luxo)



BATMAN/PLANETARY: NOITE SOBRE A TERRA (EDIÇÃO DE LUXO)
Roteiro: Warren Ellis
Desenhos: John Cassaday
Título original: Batman/Planetary: Night on Earth (Deluxe Edition)
Editora: DC Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2003 (BR: 2014)
Pág.: 100
O Planetary chega a Gotham City para prender John Black, um rapaz capaz de viajar entre as dimensões. Quando estão para prendê-lo, ele gera um campo de ambrosia que envolve a ele e os agentes do Planetary, Elijah Snow, Jakita Wagner e O Baterista, levando-os a uma dimensão onde eles têm de encarar ninguém menos que o Cavaleiro das Trevas, Batman.
Warren Ellis conseguiu fazer um crossover sem igual nessa história curta, mas empolgante. Como toda graphic novel tem de ser, essa Edição de Luxo do encontro do Batman com os agentes da Planetary tem começo, meio e fim, sem divisão de capítulos, ou seja, é uma revista só. A história em si tem 56 páginas, mais a inclusão de 44 páginas do roteiro escrito por Warren Ellis, totalizando 100 páginas. Como disse antes, Ellis nos dá um crossover sem proporções, pois ele cria uma Gotham City no universo do Planetary para que esse possa viajar entre no multiverso. A história foi algo que Ellis desenvolvera para o grupo da Wildstorm, viagens por vários universos que encontram-se em paralelo, ampliando suas ações e enfrentando perigos diversos. Seguindo essa ideia, que era a mesma usada na Era de Prata dos Quadrinhos na DC Comics (1956-1970), eles fazem uma viagem fantástica encarando as mais variadas versões do Batman, homenageando vários períodos do personagem nos quadrinhos e na TV. Os desenhos de John Cassaday fazem a composição mais do que ajustada nesse trabalho com Ellis. Mesmo sendo uma história breve, você percebe a dedicação aos detalhes de cada momento em que o Cavaleiro das Trevas mudando de Universo. Cassaday se preocupou com detalhes de cada momento do personagem, enquanto Ellis tinha a dedicação de interpretar nas falas do Batman seus momentos distintos. Sem contar que a Equipe Stormwatch, mesmo parecendo não se suportar, trabalha bem, mostrando que para se trabalhar assim não é necessário se gostarem, desde que tenha um certo respeito pela capacidade de cada um.
As cenas de ação, principalmente a batalha entre Jakita e os diversos Batmen, são alguns dos melhores momentos da história. A mais hilária é no momento que ela enfrenta o Batman do seriado de 1960.
“Batman/Planetary: Noite sobre a Terra” é uma graphic novel para ser chamada assim e merece estar na coleção de todos os colecionadores de quadrinhos.