Roteiros:
Ed Brubaker, Greg Rucka
Desenhos:
Michael Lark
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2003 (BR: 2015)
Pág.: 244
O
Universo do Batman pré-Novos 52 foi um dos mais expandidos pela DC Comics,
ainda mais depois da saga Terra de Ninguém, onde Gotham City, após um terremoto
que a devastou, se vê sitiada e fechada pelo governo estadunidense e para
sobreviver as pessoas ou se fecham em suas casas ou se unem em grupos como se
fossem guerrilhas. Um desses grupos, liderados pelo ex-comissário James Gordon
e sua esposa a comissária Sara Essen-Gordon, eram os Azulões. Eles chegaram a
se dividir devido a divergências de opiniões, mas a Força Policial buscou
manter a ordem e a paz – de uma forma meio hierárquica – em Gotham City. Membros
da DPGC, como Renee Montoya e Harvey Bullock, eram integrantes do grupo. Quando
a cidade começou seu processo de restauração graças a Lex Luthor, terminou
perdendo sua comissária, que foi assassinada pelo Coringa. Nessa Gotham a força
policial ganhou reforços com a chegada da Capitã Maggie Sawyer. Ex-membro do
Departamento de Polícia de Metrópolis, Maggie decidiu se mudar para Gotham e
ajudar na restruturação da polícia. Com a morte de Sara, Gordon voltou a
aposentadoria e lá se manteve durante anos. Outro novo membro da Força policial
é o detetive Crispus Allen que, como Maggie, servia na polícia de Metrópolis.
Ele se tornou parceiro de Renee, após ela perder a parceria de Bullock que fora
demitido devido a irregularidades que o Assuntos Internos investigou. As
histórias do DPGC sempre estiveram interligadas com o Batman, principalmente
porque ele auxilia a polícia em casos que envolvem os “anormais” de Gotham,
então era comum ver os personagens do Departamento aparecendo em histórias,
demonstrando seu apreço ou seu desagrado com a figura do morcego.
Em 2003,
os roteiristas Ed Brubaker e Greg Rucka juntaram ideias e criaram Gotham
Central. Na revista, que durou até 2006, contava-se o cotidiano dos policiais
de Gotham City, principalmente os membros da Unidade de Crimes Graves. Nas
histórias víamos seus dramas, seus relacionamentos com os parceiros, família e
outros membros do Departamento de Polícia. A série começa narrando o encontro
de dois policiais com o Senhor Frio, enquanto investigavam um crime de
sequestro. Com isso descobre que Victor Fries planeja algo grande e por conta
de acontecimentos que ocorrem, o detetive Marcus Driver pede ao Comissário Mike
Akins para não envolver o Batman no caso. No arco seguinte, a investigação do
sequestro da jovem do primeiro arco se torna um crime de assassinato, então
Driver se junta com a detetive Romy Chandler para descobrir quem foi o culpado
pelo homicídio. Enquanto isso uma onda de incêndios vem ocorrendo em Gotham e o
sargento Jackson Davies e o detetive Nate Patton investigam o caso, acreditando
que o Mariposa retornou.
No arco
final do encadernado vemos a detetive Renee Montoya no meio de uma trama de
ódio e preconceito, pois é relevada a sua homossexualidade. Nisso ela se vê
envolvida em crime que não cometera e, por causa disso, se torna alvo de investigação
da Assuntos Internos e de assédio por um dos piores inimigos do Batman.
“Gotham –
DPGC: No Cumprimento do Dever” é uma das melhores coisas já escritas de ação
policial nos últimos tempos. Tá, podemos considerar antigo, mas ainda é atual e
muito bem escrito. Para melhorar, a ação é toda desenhada por Michael Lark, que
dá o clima de série policial a história. Sua arte me lembrou bastante o trabalho
de David Mazzucchelli em Batman: Ano Um. Mesmo que ele tenha sua própria forma
de incrementar sombras e cenas, ele se aproximou muito daquilo que eu mais
gosto no trabalho de Mazzucchelli no recomeço de Batman, um tom realista e
dramático que vemos pouco nos quadrinhos.
Brubaker,
Rucka e Lark nos presentearam com uma verdadeira obra-prima dos quadrinhos. Não
é a toa que o arco “Meia Vida” ganhou em 2004 o Eisner e o Harvey, dois dos maiores
prêmios dos quadrinhos. Eu não sou acostumado a gostar de Batman como coadjuvante
em histórias, mas faz toda a diferença ser assim nessa série, pois demonstra o
grau de importância do Departamento de Polícia de Gotham e o que eles precisam
enfrentar e encarar para não ficarem sempre “na sombra do Batman”.
O
encadernado ficou de excelente qualidade e torço que em um futuro próximo a
Panini nos presenteie com continuações dessas histórias, pois ainda temos mais
trinta edições pela frente, escritas por Ed Brubaker e Greg Rucka e desenhadas –
em sua maioria – por Michael Lark.
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