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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

RESENHA HQ: Gotham – DPGC: No Cumprimento do Dever (Gotham Central)



GOTHAM – DPGC: NO CUMPRIMENTO DO DEVER (Gotham Central)
Roteiros: Ed Brubaker, Greg Rucka
Desenhos: Michael Lark
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2003 (BR: 2015)
Pág.: 244
O Universo do Batman pré-Novos 52 foi um dos mais expandidos pela DC Comics, ainda mais depois da saga Terra de Ninguém, onde Gotham City, após um terremoto que a devastou, se vê sitiada e fechada pelo governo estadunidense e para sobreviver as pessoas ou se fecham em suas casas ou se unem em grupos como se fossem guerrilhas. Um desses grupos, liderados pelo ex-comissário James Gordon e sua esposa a comissária Sara Essen-Gordon, eram os Azulões. Eles chegaram a se dividir devido a divergências de opiniões, mas a Força Policial buscou manter a ordem e a paz – de uma forma meio hierárquica – em Gotham City. Membros da DPGC, como Renee Montoya e Harvey Bullock, eram integrantes do grupo. Quando a cidade começou seu processo de restauração graças a Lex Luthor, terminou perdendo sua comissária, que foi assassinada pelo Coringa. Nessa Gotham a força policial ganhou reforços com a chegada da Capitã Maggie Sawyer. Ex-membro do Departamento de Polícia de Metrópolis, Maggie decidiu se mudar para Gotham e ajudar na restruturação da polícia. Com a morte de Sara, Gordon voltou a aposentadoria e lá se manteve durante anos. Outro novo membro da Força policial é o detetive Crispus Allen que, como Maggie, servia na polícia de Metrópolis. Ele se tornou parceiro de Renee, após ela perder a parceria de Bullock que fora demitido devido a irregularidades que o Assuntos Internos investigou. As histórias do DPGC sempre estiveram interligadas com o Batman, principalmente porque ele auxilia a polícia em casos que envolvem os “anormais” de Gotham, então era comum ver os personagens do Departamento aparecendo em histórias, demonstrando seu apreço ou seu desagrado com a figura do morcego.
Em 2003, os roteiristas Ed Brubaker e Greg Rucka juntaram ideias e criaram Gotham Central. Na revista, que durou até 2006, contava-se o cotidiano dos policiais de Gotham City, principalmente os membros da Unidade de Crimes Graves. Nas histórias víamos seus dramas, seus relacionamentos com os parceiros, família e outros membros do Departamento de Polícia. A série começa narrando o encontro de dois policiais com o Senhor Frio, enquanto investigavam um crime de sequestro. Com isso descobre que Victor Fries planeja algo grande e por conta de acontecimentos que ocorrem, o detetive Marcus Driver pede ao Comissário Mike Akins para não envolver o Batman no caso. No arco seguinte, a investigação do sequestro da jovem do primeiro arco se torna um crime de assassinato, então Driver se junta com a detetive Romy Chandler para descobrir quem foi o culpado pelo homicídio. Enquanto isso uma onda de incêndios vem ocorrendo em Gotham e o sargento Jackson Davies e o detetive Nate Patton investigam o caso, acreditando que o Mariposa retornou.
No arco final do encadernado vemos a detetive Renee Montoya no meio de uma trama de ódio e preconceito, pois é relevada a sua homossexualidade. Nisso ela se vê envolvida em crime que não cometera e, por causa disso, se torna alvo de investigação da Assuntos Internos e de assédio por um dos piores inimigos do Batman.

“Gotham – DPGC: No Cumprimento do Dever” é uma das melhores coisas já escritas de ação policial nos últimos tempos. Tá, podemos considerar antigo, mas ainda é atual e muito bem escrito. Para melhorar, a ação é toda desenhada por Michael Lark, que dá o clima de série policial a história. Sua arte me lembrou bastante o trabalho de David Mazzucchelli em Batman: Ano Um. Mesmo que ele tenha sua própria forma de incrementar sombras e cenas, ele se aproximou muito daquilo que eu mais gosto no trabalho de Mazzucchelli no recomeço de Batman, um tom realista e dramático que vemos pouco nos quadrinhos.
Brubaker, Rucka e Lark nos presentearam com uma verdadeira obra-prima dos quadrinhos. Não é a toa que o arco “Meia Vida” ganhou em 2004 o Eisner e o Harvey, dois dos maiores prêmios dos quadrinhos. Eu não sou acostumado a gostar de Batman como coadjuvante em histórias, mas faz toda a diferença ser assim nessa série, pois demonstra o grau de importância do Departamento de Polícia de Gotham e o que eles precisam enfrentar e encarar para não ficarem sempre “na sombra do Batman”.
O encadernado ficou de excelente qualidade e torço que em um futuro próximo a Panini nos presenteie com continuações dessas histórias, pois ainda temos mais trinta edições pela frente, escritas por Ed Brubaker e Greg Rucka e desenhadas – em sua maioria – por Michael Lark.


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