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domingo, 12 de abril de 2015

RESENHA SÉRIES: Marvel – Demolidor

daredevil-bannerMatthew Murdock (Charlie Cox) cresceu em Hell’s Kitchen. Durante um acidente onde ele salvou um senhor de ser atropelado, produtos químicos caíram em seus olhos, tornando-o cego, mas ampliando seus outros sentidos. Filho do boxeador em final de carreira, Jack “Batalhador” Murdock (John Patrick Hayden), sempre se dedicou aos estudos a pedido do pai, que terminou assassinado após vencer uma luta que deveria perder. Adulto, Matt se torna um advogado, sócio do seu melhor amigo Franklin “Foggy” Nelson (Elden Henson), ambos montam um escritório após deixarem uma agência de renome. Mas Matt tem uma vida dupla, pois à noite ele se veste de preto para enfrentar os marginais de Hell’s Kitchen, se tornando um vigilante.

daredevil-black-suitMas a vida de vigilante não é fácil, pois mesmo com todas as habilidades e treinamento, Matt tem alguns “acidentes de percurso”, brigando contra russos, Yakuza e Tríade, isso tudo para chegar a alguém maior, Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio).

O primeiro caso de Matt - e Foggy, lógico - como advogado é a defesa da jovem Karen Page (Deborah Ann Woll), acusada de assassinato. Mas ela é a ponta de um gigantesco iceberg, que envolve muitos criminosos. Ao mesmo tempo, como vigilante, Matt corre para salvar um garoto sequestrado pelos russos. Tudo isso é somente o começo de uma série de treze episódios, onde o enredo é bem engendrado, temos muita ação e cenas bem realistas.

Demolidor é a melhor série que a Marvel poderia providenciar. Adoro Marvel’s Agent Carter, mas a ação e as atuações da série do protetor de Hell’s Kitchen beira a excelência. Atores dos mais talentosos foram escolhidos para essa série. Desde seu protagonista, Charlie Cox, onde vi atuando pela primeira vez em “Stardust: O Mistério da Estrela” (2007), e lá já o achei um ótimo ator, deu uma interpretação primaz ao advogado cego e vigilante, demonstrando os altos e baixos da personalidade de Matthew Murdock.

O antagonista é interpretado pelo excelente Vincent D’Onofrio – ao qual vi pela primeira vez em “Nascido Para Matar” (1987) –, que sempre pegou papéis obscuros, nos dá um Wilson Fisk que vive uma dualidade dentro de si, achando que os fins levam aos meios e que tudo que faz é para o bem da cidade de Nova Iorque, mesmo sendo um verdadeiro monstro. D’Onofrio consegue passar um sentimento de culpa que Fisk sente por seu passado, mas ao mesmo tempo demonstra que ele pode vir a ser um romântico incomparável para conquistar sua linda marchant Vanessa Marianna, interpretada pela bela israelita Ayelet Zurer, que interpretou Lara Jor-El em “O Homem de Aço” (2013). Ayelet nos dá uma Vanessa fascinada pelo perigo que ronda a vida de Wilson Fisk, e esse fascínio a faz se aprofundar cada vez mais na vida do seu amado.daredevil-banner

Ao lado do protagonista temos seus aliados. Elden Henson dá corpo e voz ao advogado Foggy Nelson. A primeira vez que prestei atenção na interpretação de Henson foi no filme “Sempre Amigos” (1998), que ele faz um jovem com problemas de aceitação que consegue uma amizade inesperada. Na série, Henson nos dá um Foggy Nelson com momentos bem engraçados, mas com uma compreensão única de tudo que ocorre a sua volta, demonstrando uma grande determinação no que faz. Outra que demonstra grande determinação é a personagem Karen Page, interpretada pela atriz Deborah Ann Woll. O mais interessante da personagem é que além de sua determinação, possui um enorme mistério a sua volta. Alguns conhecemos no seriado, mas outros devem ser melhor desenvolvidos numa  - assim espero – segunda temporada. Outro aliado é o repórter Ben Urich, que é interpretado pelo ator Vondie Curtis-Hall. Este sempre pegou papéis de coadjuvante, mas sempre demonstrou uma enorme dedicação a cada personagem que fez. Ele nos dá um Urich que tem como objetivo a verdade, mesmo que seja “castrado” pelo jornal em que trabalha. Ele demonstra uma crença enorme na busca de Karen, Foggy e Matt pela verdade por trás de Wilson Fisk. Para fechar o grupo de aliados temos a personagem da atriz Rosario Dawson. Desde sua participação no polêmico “Kids” (1995), Dawson vem pegando personagens desafiadoras, que as vezes exigem bastante de seu talento, como a enfermeira Claire Temple, que ajuda Matthew Murdock com curativos e o salva sempre que possível.

red-daredevil-costumeAté mesmo os personagens com pequenas participações são impressionantes. Desde o ator que vive o pai de Matthew até o padre que houve suas confissões, todos possuem uma profundidade particular e um drama pessoal que vemos pouco em seriados baseados em quadrinhos. Personagens como o braço-direito de Wilson Fisk, Wesley, interpretado pelo ator Toby Leonard Moore, o contador Leland Owlsley interpretado pelo ator Bob Gunton, o líder da Yakuza, Nobu, interpretado por Peter Shinkoda, a líder da Tríade, Sra. Gao, interpretada pela atriz Wai Ching Ho, tem suas histórias pessoais e são bem desenvolvidos, como podemos ver no decorrer da série. Até mesmo Stick, interpretado pelo ator Scott Glenn tem seu momento essencial na série, nos dando uma das melhores lutas da série (as outra são com o Nobu e Fisk (memorável!)).

Isso tudo graças as brilhantes direções de Phil Abraham, Steven S. DeKnight (que também escreveu roteiros e teve responsabilidade na produção da série), Ken Girotti, Adam Kane, Stephen Surjik e Brad Turner, que souberam trabalhar muito bem juntos, além da excelente produção executiva, que soube escolher bem o elenco, e os roteiristas, que contam com DeKnight e do criador da série, Drew Goddard, o verdadeiro engendrador por trás da série toda.

Desde o começo, DeKnight e Goddard falaram que a série seria algo único, diferente de tudo que vimos no Universo Cinematográfico-Televisivo Marvel. As cenas de luta são totalmente críveis e bem elaboradas. Tão reais que cada ferimento ao qual Matthew consegue no decorrer da série, poderia ter ocorrido mesmo.

Não é difícil gostar de uma série quando ela cria sua própria identidade e respeita o cânone de um personagem, pois é isso que esperamos a cada vez que assistimos algo ligado aos quadrinhos. Mesmo as pequenas referências são válidas, demonstrando as fontes de inspiração dos roteiristas. Por isso recomendo que aqueles que não leram “Demolidor: O Homem Sem Medo”, de Frank Miller e John Romita Jr., busquem ler, pois perceberão que a minissérie é muito importante.

Acredito que haverá uma segunda temporada, pois Marvel – Demolidor é uma excelência no quesito de séries baseadas em super-heróis. E por mais que estejam cansados de ler eu escrevendo isso, acredito que toda a série precise de sua identidade. E quando digo isso, quero dizer que uma série precisa ter seu próprio rumo, sem depender do que ocorrerá em determinada mídia. Isso faz grande diferença e vemos isso nas séries da Warner/DC, em Marvel’s Agent Carter e, agora, em Marvel – Demolidor.

Não sei como alguém conseguirá assistir somente um episódio de Marvel – Demolidor por dia até a estréia de Vingadores: Era de Ultron. Mas eu não consegui, pois ela é intensa, emocionante, intrigante, adrenalizante e empolgante. Vale a pena assistí-la, sem interrupções. Eu acredito que Marvel – Demolidor veio para ficar e vai superar todas as outras.

3 comentários:

  1. A Marvel Studius devia se envergonhar de produzir tanto conteúdo pipocão em que o cara tem que desligar o cérebro para assistir até o final. Leio a Marvel a anos, e nunca me conformei com a baixa qualidade de muita coisa é ovacionada hoje em dia como se fosse algo relevante a se acrescentar na linha do tempo do cinema. Até que enfim, uma empresa profissional como a Netflix mostrou um potêncial elevado, dentre tantos grandes personagens que a Marvel tem que viram não mais que uma moda passageira adolescente.

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    1. Apesar de mais erros do que acertos, a Marvel Studios produziu material muito interessante, principalmente com um dos seus personagens mais antigos que mal tem o envolvimento de Stan Lee (dizem que quando mais jovem ele deu a ideia do escudo redondo para Simon e Kirby), Capitão América. Gosto muito dos dois filmes e seus desenvolvimentos, assim como gosto de Marvel's Agent Carter. Principalmente por seguirem com ideias próprias, bem esquematizadas e com enredos concisos e próprios.
      O envolvimento da Netflix no seriado Demolidor foi excelente, pois desenvolveu uma história própria. E por mais que tenham referências dos outros heróis da Marvel, vive um ambiente próprio, sem "interferência externa". Gostei disso. Espero que os próximos seriados sejam tão interessantes como esse foi.

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    2. Sr. André, vim lhe recrutar para um projeto chamado "20 Sons Imersivos" que consiste em selecionar um número x de sons, com alguns blogueiros participando e assim eu fechando um CD que fica para download. Já lancei três volumes, tô querendo lançar o quarto esse mês ainda, tô chamando todos os outros parceiros do meu blog. Dessa vez é fazer um CD com 10 sons, 1 indicado por cada pessoa. Queria saber se o sr se interessaria em participar. É só responder no link:
      http://ozymandiasrealista.blogspot.com.br/2015/04/26-sons-imersivos-vol-3.html

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