ASTRO CITY VOLUME 2:
CONFISSÃO (Kurt Busiek’s Astro City: Confession)
Roteiro: Kurt Busiek
Desenhos: Brent E. Anderson
Arte-final: Will Blyberg
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 1999 (BR: 2015)
Pág,: 212
A cada volume que se lê de Astro City, percebe-se porque foi
uma revista tão premiada pelos Eisner e Harvey, os prêmios máximos para
revistas em quadrinhos.
No segundo volume da coleção conhecemos o jovem Brian
Kinney, que abandonou a família para ir à Astro City na intenção de buscar algo
mais para si. Começando de baixo, como um jovem garçom do bar Brutu’s, onde
vários super-heróis de Astro City vão se encontrar, ele consegue um emprego no
famoso Mordoms, onde a elite da cidade se encontra. Sua ação ao salvar os
membros do clube privativo não passa despercebido e ele é chamado pelo
Confessor para ser seu parceiro, Coroinha.
Como Coroinha, Brian descobre que a vida de super-herói não
é tão fácil quanto todos pensam, ainda mais quando você não pode revelar a
ninguém que é o herói que está salvando pessoas. Mas sua estreia vem cercada
com um novo problema que chega às ruas de Astro City, pois alguém está
desejando desmoralizar os super-heróis da cidade, primeiro com assassinatos de
jovens que são encontradas perto do Morro da Sombra, depois fingindo ser
Bambambão – herói egocêntrico que age nas ruas de Astro City – assaltando lojas
e com isso fazendo o prefeito exigir que os super-heróis se registrem na cidade
para conter as ameaças. Além desses problemas, Brian ainda deseja conhecer mais
sobre o enigmático Confessor, buscando descobrir sua identidade secreta e como
ele consegue fazer as coisas que faz, mas as surpresas de sua descoberta vão
além do que ele pode imaginar.
Esse segundo volume de Astro City é praticamente focado em
Brian Kinney e seu começo como o vigilante Coroinha. Mas a história que rola de
fundo me lembrou dois momentos distintos dos quadrinhos da Marvel Comics.
Primeiro Guerra Civil (registro de super-heróis para evitar acontecimentos que
possam estar relacionados a eles) e o outro Invasão Secreta (alienígenas que se
metamorfoseiam em super-heróis para desacreditar os super-heróis e dominar o
planeta). O grande lance é que essa história de Astro City se passa anos antes
de ambas às sagas da Marvel. Não quero tirar o crédito de Mark Millar (Guerra
Civil) ou Brian Michael Bendis (Invasão Secreta), mas parece que eles tiveram
uma bela inspiração no trabalho de Mark Waid – mesmo com diferenças díspares –
para criar seus enredos.
Servindo ou não de inspiração, Astro City é uma das revistas
mais fenomenais que fora publicada pela extinta Homage Comics. Mark Waid usou
toda sua inspiração para criar as histórias. Tendo ou não como ponto de vista o
Universo DC e o Universo Marvel – em vários sentidos –, Waid trabalhou
conceitos e ideias próprias para os personagens. Ele presta homenagens
constantes aos grandes autores de quadrinhos, como o Monte Kirby que é uma
clara homenagem ao grande Jack Kirby. Só que as homenagens a Kirby não param
por aí, pois também vemos na arte, tanto de Alex Ross (que cria o conceito dos
uniformes dos personagens), quanto de Brent Anderson (que faz a arte externa
dos quadrinhos e também ajudou na conceituação de alguns personagens), uma
busca em criar personagens que lembrem os conceitos desenvolvidos pelo “Rei”
quando concebeu todos os personagens que ele criou e/ou co-criou. Muito do que
vemos é uma homenagem a Era de Ouro e Prata dos quadrinhos, mas o que
diferencia é a forma como Waid desenvolve o psicológico dos personagens, como é
o caso do Confessor e o Coroinha, seus conflitos, seus dilemas, sua necessidade
de fazer o certo mesmo que não os considerem heróis.
“Astro City: Confissões” é mais um exemplar para constar na
coleção de todo aficionado em quadrinhos de excelente qualidade.
Acredito que será uma pena quando chegarmos ao fim desses
volumes, pois um demonstra ser melhor do que outro, sequencialmente. Waid
desenvolveu um maravilhoso universo que deveria ser explorado durante anos e
anos, a fio.
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