BATMAN: O
LONGO DIA DAS BRUXAS (DC Comics Coleção de Graphic Novels da Eaglemoss).
Roteiro: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale
Título original: Batman: The Long
Halloween.
Em dezembro de 1993, a editora-executiva
- e também Editora-chefe da DC Comics – Jenette Kahn lançou a primeira edição
especial de Halloween da série “Batman: Legends of the Dark Knight”. Escrita
por Jeph Loeb – que havia saído dos cinemas e ido para os quadrinhos, começando
em “Challengers of the Unknown” #1 (março de 1991) – e desenhada por Tim Sale –
que começara na DC Comics, também, em “Challengers of the Unknown” #1, tendo
trabalhado antes na série de fantasia Myth Adventures –, a primeira história levava
o Homem-Morcego em uma aventura de terror e suspense contra o Espantalho. Ao
mesmo tempo, Bruce Wayne se apaixonava por Jillian Maxwell, uma misteriosa
socialite que aparece em sua vida. O conto tem uma tensão e um suspense que
encanta aos leitores do Batman, sendo assim, Loeb e Sale retornam em 1994 e
1995 para mais dois especiais, “Madness” e “Ghosts”, respectivamente.
O sucesso com esses especiais foi
tanto que em dezembro de 1996, o editor-executivo Mike Carlin iniciou com Loeb,
Sale e o colorista Gregory Wright “O Longo Dia das Bruxas”.
A minissérie, em 13 partes, trazia
o Batman ainda em carreira-solo, fazendo uma aliança com o capitão James Gordon
e o promotor-público Harvey Dent no intuito de desbaratar o Império do mafioso
Carmine “Romano” Falcone. Nesse meio-tempo surge um novo assassino em Gotham,
Feriado. Esse assassino em série mata as pessoas em datas comemorativas do ano,
deixando lembranças que remetem a essas datas, uma pistola calibre .22 sem
registro e um bico de mamadeira como silenciador caseiro. A maioria das vítimas
do assassino são homens ligados a Carmine Falcone, sendo a primeira vítima seu
sobrinho, Johnny Viti, filho de sua irmã Carla Vitti. Além disso, Falcone passa
por problemas para ampliar seu império, principalmente quando Bruce Wayne se
torna presidente do Banco de Gotham. Com esse problema e pensando em
desmascarar o assassino, Falcone se alia aos “malucos” de Gotham.
O Longo Dia das Bruxas é uma das
melhores minisséries já escritas para o Batman. Nela temos uma infinidade de
inimigos corriqueiros do Morcego, aparecendo esporadicamente, mas não
desnecessariamente. Eu o considero um dos mais primorosos trabalhos de Jeph
Loeb para a DC Comics e com o Cavaleiro das Trevas. Nela temos uma sequência de
acontecimentos que fazem você tentar agir como um detetive junto com o Batman,
buscando descobrir quem é Feriado. As surpresas são diversas no transcorrer da
série, pois vemos uma aliança sendo formada entre os três maiores símbolos da
justiça de Gotham City, uma parcial união entre Batman e Mulher-Gato, mantendo
a tensão de romance e perseguição, algo comum entre os dois, depois da
minissérie em quatro partes “Catwoman” (1989), escrita por Mindy Newell. Temos
também uma tensão familiar em três diferentes vertentes: na família Romano,
temos a busca de Sofia “Gigante” Falcone, que saíra da prisão recentemente,
para ser aceita pelo sei pai como seu braço direito; na família Gordon, temos a
constante divisão do capitão James Gordon em conciliar seu serviço com a vida
de pai e marido; e na família Dent, temos o promotor-público Harvey tentando
ser um marido atencioso com sua esposa Gilda, mas falhando constantemente.
A arte de Tim Sale, nesse
trabalho, às vezes parece deformada, mas ele trabalha muito bem sombras e
momentos de ação. Sua arte combina bem com o suspense e a tensão que a
minissérie mantém. Eu senti certo incomodo com algumas coisas, como o abdômen
excessivamente definido da Mulher-Gato, parecendo mais uma mulher marombada do
que atlética. O tamanho do Batman em certas cenas parecia com um gigante
musculoso deformado, como em uma cena onde ele segura a pistola do Feriado e
ela parece ter o tamanho da palma de sua mão. Mas em determinados momentos,
funciona muito bem, como em um encontro do Batman com Falcone na sacada da
varanda do mafioso.
As cores de Gregory Wright
completam o conjunto, dando um tom de sombriedade e mistério. Wright usa tons
de cores mais escuros em toda a minissérie. Mesmo os tons brancos possuem uma dosagem
de acinzentado. Não existem cores vivas ou expressivas em nenhum momento da
série, mantendo a tensão que ela exige.
É maravilhoso ver que ainda
existem editoras que publiquem um material de tão excelente qualidade como O
Longo Dia das Bruxas. Sei que a Panini já havia lançado um encadernado da
minissérie, mas poder adquiri-lo dentro de uma coleção, com um trato tão bem
cuidado, me deixa muito feliz.
No próximo volume da coleção de
Graphic Novels da DC Comics que a Eaglemoss está lançando teremos o mestre John
Byrne dando-nos sua ideia sobre o Superman. Ainda considero – depois de seu
surgimento em 1938 – uma das melhores concepções para o personagem.
Como já informei outras vezes – e
continuarei a fazê-lo - a coleção pode ser adquirida em bancas e lojas
especializadas, mas também pode ser através de assinatura no site da Eaglemoss
Collections: http://www.assinecolecoeseaglemoss.com.br/dcgraphicnovels/, que
também oferece brindes muito legais.
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