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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Resenha Cinema: Interestelar (2014)

INTERESTELAR

interstellarTítulo original: Interstellar

Ano: 2014

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan e Jonathan Nolan

Produção: Christopher Nolan, Lynda Obst e Emma Thomas

Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Sir Michael Caine, Jessica Chastain, Casey Affleck, John Lithgow, Mackenzie Foy, Timothée Chalamet, Wes Bentley, David Gyasi, Matt Damon.

Quando vou ao cinema, sempre espero ver um filme com um enredo que eu entenda e que seja totalmente fantástico, do começo ao fim. Que tenha uma história com um mínimo de coerência e que todo o filme seja completo, ou seja, boa trama, bons atores, e que percebamos que o diretor deu tudo de si para que tivéssemos algo digno, pois nos últimos tempos tem sido sofrível e difícil isso.

Eu sou fascinado por ficção científica, mas com exceção de filmes como Star Trek, tem sido complicado ter um enredo que me deixe totalmente interessado, mas hoje (16/11) eu consegui ver isso com o Interestelar, de Christopher Nolan.

Vamos ao enredo do filme: A Terra começou a se tornar um local com problemas sérios para a humanidade habitá-lo. Serviços como as forças armadas e engenharia se tornaram desnecessários, sendo os melhores empregos de agricultor. Mas mesmo as terras produtivas estão sendo tomados por pragas e areia, tendo constantes tempestades. Em um dessas tempestades, uma mensagem em código binário é deixada na casa do ex-piloto Cooper (Matthew McConaughey) pela poeira que entrou pela janela. Mas outras formas de comunicação são identificadas por sua filha de 10 anos, Murph (Mackenzie Foy), e isso os leva à NASA, onde Cooper é convocado pelo prof. Brand (Sir Michael Caine) para pilotar a nave que levara um trio de exploradores, incluindo a filha do Prof. Brand, a Dra. Amelia Brand (Anne Hathaway). O objetivo dessa expedição é encontrar outros três exploradores que encontraram planetas, possivelmente, habitáveis para que possa ser colonizado e habitados pelos terráqueos. O plano é que a missão dure 10 anos, mas devido a um erro de cálculo as coisas saem dos planos. Quando Cooper recebe uma mensagem de casa, seu filho mais velho, Tom (Casey Affleck) agora dirige a fazenda, após a morte do seu avô, Donald (John Lithgow), e Murph (Jessica Chastain), trabalha com o prof. Brand, buscando uma resposta para todas as perguntas ainda não respondidas e para a salvação da humanidade.

Bem, essa é uma sinopse básica para não estragar todas as surpresas do filme, que é um dos mais incríveis filmes de ficção científica que já vi. Viagens espaciais, buracos negros, outras galáxias, dimensões, tudo está no filme, composto de um elenco de gigantes. Desde a jovem Mackenzie Foy (Invocação do Mal) até Sir Michael Caine (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge), o elenco é composto por bons atores a ganhadores de prêmios, como Matthew McConaughey (Oscar e Globo de Ouro de Melhor Ator por Clube de Compras Dallas), Anne Hathaway (Oscar e Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante em Os Miseráveis), John Lithgow (Globo de Ouro de Melhor Ator de Série de TV (Comédia/Musical) em 3rd Rock From The Sun), Sir Michael Caine (dois oscars como Melhor Ator Coadjuvante por Regras da Vida (1999) e Hannah e suas Irmãs (1986) e três Globos de Ouro como Melhor Ator em Comédia ou Musical em Laura: A Voz de Uma Estrela (1998) e O Despertar de Rita (1983) e Melhor Ator de Minisséries ou Filme para a TV por Jack o Estripador (1988) e Jessica Chastain (Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático por A Hora Mais Escura).

Quanto ao roteiro, percebe-se uma preocupação enorme dos irmãos Christopher e Jonathan Nolan para entregar um filme de qualidade. Física, Astronomia, Astrofísica, Engenharia Espacial, teorias e cálculos do mais complexos que possa se ver estão nesse filme. Eles começam com uma bela apresentação dos personagens, como Cooper, uma engenheiro espacial e piloto que, após um acidente, se aposenta e vai dedicar-se a sua fazenda de milho, onde cria os dois filhos com auxílio do pai de sua esposa. Ambos são muito inteligentes, tanto o jovem Tom (Timothée Chalamet) quanto sua irmã Murphy, mas fadados a viver na fazenda e dela tirar o próprio sustento e de toda uma nação, já que outras funções não são mais necessárias no mundo. Mas temos o prof. Brand, sua filha Amelia, o geógrafo Doyle (Wes Bentley) e o físico Romilly (David Gyasi), que estão dispostos a encontrar um modo de sobrevivência para a humanidade, ou então, gerar uma continuação através de embriões. Apresentado os personagens, começa o segundo ato, a viagem especial em buscas dos outros três exploradores que partiram durante o projeto Lazarus, cuja missão era encontrar planetas que se assemelhassem a Terra e servissem para a nossa sobrevivência. Neste ato as teorias e ideias sobre física, astronomia e astrofísica são mais intensas, pois estamos falando sobre viagem para além do espaço conhecido, ou melhor, para além da nossa galáxia, através de um dos maiores mistérios do espaço, o Buraco Negro. A sensação de vazio e solidão é, ao mesmo tempo, assustadora e linda, pois o espaço é algo frio, mas também fascinante, e sua retratação no filme é tão divino quanto no filme com Sandra Bullock, Gravidade (2013). Sem estragar surpresas, partimos para o terceiro ato do filme, onde nos esbarramos em teorias e complexidades da física até hoje questionadas e que as pessoas buscam respostas, como um universo pandimensional, algo que poucos creem, mas que existem estudos sobre sua possível existência. A quebra da teia dimensional, a busca por respostas, está tudo no roteiro dos irmãos Nolan.

Quanto a direção de Christopher Nolan? Bem, sempre serei suspeito em falar, mas tentarei imparcialidade... tá, é difícil. Nolan consegue coordenar essas várias informações, um elenco estratosférico, e ainda nos deixar perplexos e estupefatos com todas as informações que nos coloca à disposição, sem parecer confuso ou mesmo chato e confuso. Temos momentos de extrema emoção (sério, chorei em vários deles), de tremenda expectativa e adrenalina, de surpresas, seja no elenco ou no andar do enredo, que deixam todo e qualquer fã de ficção científica orgulhoso por isso.

Existem falhas nas teorias e explicações? Bem, não sei dizer, pois não sou físico, astrônomo, astrofísico ou engenheiro, mas de tudo que pesquisei e procurei saber para escrever meus contos de “Em Busca do Conhecimento” estão lá. Teorias e cálculos que em mal compreendia, mas que eu vi sendo citadas no filme. Similaridade, buraco negro, wormholes, dimensões paralelas, teias dimensionais, viagem no tempo, Relatividade, tudo está ali.

Não sei se todos vão gostar do filme, quem sou eu para julgar isso. Mas me sinto muito feliz de ter ido vê-lo e ter tirado minhas próprias conclusões. Se valeu a pena pagar o ingresso? Sim, valeu. E se fosse possível (as temporadas de filmes na minha cidade duram pouco tempo) eu o veria de novo.

Interestelar – Trailer Legendado

2 comentários:

  1. Ótima resenha... um filme tão lúdico que consegue "pegar pelo pé" o espectador mais distraído! Uma pena que a Academia de Cinema tenha lembrado dele apenas no quesito Efeitos Visuais.

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    1. Obrigado. Sinceramente eu já esperava isso da Academia. Eu somente ficaria triste se ele perdesse até mesmo essa categoria.Mas eu vejo Nolan como um - sem comparações grandiosas - um "novo" Stanley Kubrick.

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