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sexta-feira, 6 de março de 2015

RESENHA HQ: Saga – Volume Um

saga volume umSAGA – VOLUME UM

Roteiros: Brian K. Vaughan

Arte: Fiona Staples

Editora: Devir (EUA: Image)

Ano: 2014 (EUA: 2012)

Pág.: 168

O que Star Wars, os contos de Tolkien (Silmarillion, Contos Inacabados, O Hobbit e O Senhos dos Anéis), As Crônicas de Gelo e Fogo têm em comum? São todas grandes sagas escritas – inicialmente – por grandes escritores. Nessa categoria, eu incluo “Saga” de Brian K. Vaughan e Fiona Staples, lançada aqui pela Devir e nos Estados Unidos pela Image Comics.

Na década de 1990, a Image Comics surgiu como uma forma revolucionária de se fazer quadrinhos, onde roteiros pouco importavam, desde que a arte fosse impactante. Mas essa visão mudou rapidamente, quando as empresas que integravam a Image começaram a contratar roteiristas dando-lhes total liberdade para escrever e criar. Com isso, roteiristas como Alan Moore, Neil Gaiman, Frank Miller, Garth Ennis, e tantos outros tornaram a Image uma editora de respeito.

Entre esses roteiristas, estava, também, o genial Brian K. Vaughan, que escreveu para a Marvel a série Runaways e para a DC/Vertigo os sucessos Y: The Last Man, Ex-Machina e Os Leóes de Bagdá. Na Image, em 2012, ao lado da ilustradora Fiona Staples, Vaughan cria Saga.

A história tem tudo para ser o próprio nome, pois conta, desde o início, o nascimento de Hazel, filha missigenada do luarino Marko com a aterrana Alana, que é perseguida por ambas as facções (os luarinos e aterranos) por causa dessa relação proibida.

O caso dos dois lembra mais um Romeu e Julieta da ficção científica, mas ao invés das famílias se odiarem, é algo um pouco maior, pois o povo de Marko reside na lua do planeta Aterro, Grinalda e, apesar de co-existirem e não poderem se atacar, pois isso causaria um problema de destruição de um ou do outro, eles ampliam o campo de combate para o resto da galáxia. Tanto que Hazel nasce no planeta Fenda, de onde seus pais buscam fugir para salvaguardar a vida dela.

O primeiro volume tráz a primeira parte de forma magistral.

Brian K. Vaughan já está acostumado a contar histórias assim, pois – o único que li, por enquanto – Y: O Último Homem é uma grande saga do último homem do mundo perseguido por hordas de mulheres que desejam usá-lo e/ou matá-lo. Em Saga ele volta a usar a forma de contar um épico.

Durante toda a histórias temos bastante ação, com momentos de descontração, piadas bem colocadas e que soam como uma ironia (geralmente é Alana que as solta), dramas pessoais e muito suspense. E isso fica rico com o trabalho da artista Fiona Staples. Não conhecia o trabalho da artista, que já desenhou The Secret History of the Authority: Hawksmoor (Wildstorm), DV8: Gods and Monsters (Wildstorm) e THUNDER Agents (IDW), mas a interpretação que ela dá para cada raça é cheia de detalhes, sem contar a riqueza dos desenhos dos corpos dos personagens.

Saga entrou na categoria de melhores graphic novels (essa sim é uma graphic novel) que eu já li. Agora eu entendo porque ganharam tantos prêmios Eisner e Harvey. Não vejo a hora da Devir lançar o Volume Dois, pois desejo ansiosamente acompanhar essa “Saga” inteira.

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