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quinta-feira, 23 de julho de 2015

RESENHA CINEMA: Exterminador do Futuro: Genêsis



EXTERMINADOR DE FUTURO: GENÊSIS (Terminator Genesys, 2015)
 
Direção: Alan Taylor
Roteiro: Laeta Kalogridis e Patrick Lussier
Elenco: Arnold Schwarzenegger. Emilia Clarke, Jai Courtney, Jason Clarke, J.K. Simmons.

Eu faço parte da geração que viu o primeiro Exterminador do Futuro quando este passou nos cinemas brasileiros, isso em 1985. Depois eu o revi em 1988 no canal SBT, quando foi passado pela primeira vez. A história rodava em torno de Sarah Connor, na época interpretada pela atriz Linda Hamilton, que é perseguida por um exterminador que veio do futuro para matar os pais dos líderes da revolução humana contra as máquinas. O exterminador era – e ainda é – interpretado pelo fisiculturista – e ex-governador da Califórnia – Arnold Schwarzenegger. Sarah é salva por Kyle Reese, na época interpretado pelo ator Michael Biehn, que fora enviado pelo filho de Sarah, John Connor, para que a mantivesse viva e – lógico – para gerá-lo, já que Reese era pai biológico de John (sim, é bem doido!).
Trinta anos depois – e três filmes depois – vou ao cinema para ver o reboot desse que foi um dos grandes sucessos de ficção científica na década de 1980 e me deparo com algo TOTALMENTE diferente.
Como assim? Bem, o filme já começa se estruturando no futuro, quando a Skynet já domina o mundo e captura humanos para exterminá-los. No filme antigo somente temos um vislumbre desse futuro, mas nesse uma boa parte da ação inicial acontece lá. Depois vamos para o passado, em 1985, quando Kyle Reese (Jai Courtney) e o exterminador (Arnold Schwarzenegger) chegam, um para salvar Sarah Connor (Emilia Clarke) e o outro para exterminá-la e a outros pais e mães de líderes dos rebeldes, mas a partir daí muita coisa se altera. Não posso passar daqui sem terminar soltando muitos spoilers, pois o que se vê nos trailers é um terço de tudo que acontece no filme todo. Todas as cenas que vemos são acontecimentos que ocorrem em determinados momentos-chaves do filme “Exterminado do Futuro: Gênesis” e são detalhes que servem para se prestar atenção constantemente. O mais interessante é que a presença do exterminador ao lado de Sarah Connor e a forma como Reese chega ao passado, alteram totalmente o futuro deles, e esse filme parece colocar um ponto final à saga, definitivamente.
A direção de Alan Taylor é muito bem realizada nesse filme, que mesmo temos momentos de “como isso pode acontecer”, mantém-se dentro do roteiro. Existem coisas que possivelmente acreditamos ser impossíveis de acontecer, mas é o mundo de Hollywood, onde uma pena pode fazer um carro explodir, então não se surpreenda.
Como eu falei acima, parece que o roteiro da americana Laeta Kalogridis e do canadense Patrick Lussier é o último tijolo que faltava para finalizar a saga do Exterminador. É difícil dizer isso, pois a franquia já voltou tantas vezes que é quase impossível fazer essa afirmação. Mas o roteiro deles é digno da franquia, trazendo vários elementos do filme original (com muitas modificações) e estendendo-o de forma que possamos ver tudo acontecer o fim de algo que é um dos grandes acontecimentos da ficção científica.
Quando James Cameron realizou esse filme na década de 1980, acredito que ele nunca imaginaria que chegaria tão longe. O próprio diretor se disse satisfeito e feliz com esse filme, o que, para mim, é mais que satisfatório. Mas lógico que não somente o bater de martelo dele significa que o filme é bom, pois além do roteiro que funciona, da direção que deu vida e manteve isso de forma bem feita, temos o elenco bem entrosado, pelo menos Sarah Connor e "Pops".
Emilia Clarke e Arnold Schwarzenegger estão à vontade em cena. Os dois funcionam em uma relação paternal incrível. Ele se tornou a figura paterna para ela como só vi acontecer dele com Edward Furlong em “Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”. Schwarzenegger, que conhece seu personagem de cor e salteado, está mais engraçado do que nunca em sua constante tentativa de “parecer humano”. Jai Courtney não compromete, mas também não é um ator ao qual você pode dizer que tem uma atuação elogiável. Mas quando está em cena com Emilia Clarke, Schwarzenegger e Jason Clarke, funciona. Falando deste último, ele também não está no seu melhor momento nesse filme. Gostei mais dele em “A Hora Mais Escura” ou “Planeta dos Macacos: O Confronto”, do que como John Connor.
Alguns argumentaram das faltas de assimilaridade com o original, mas precisam entender que a ideia foi reiniciar a franquia, então eventos que ocorrem criam essa falta de semelhança, e tudo começa logo na viagem de Reese para o passado, por isso é necessário ficar atento aos detalhes.
No geral, “Exterminador do Futuro: Gênesis” é um bom filme e entra na minha lista de bons filmes do ano, superando “Vingadores: Era de Ultron” e “Homem-Formiga”.

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