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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

RESENHA CINEMA: 007 Contra Spectre (Spectre, 2015)

007 contra specter007 CONTRA SPECTRE (Spectre, 2015)

Direção: Sam Mendes

Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade, Jez Butterworth

Elenco: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Dave Bautista, Ben Wishaw, Naomie Harris, Andrew Scott, Rory Kinnear

Mais uma vez James Bond (Daniel Craig) retorna aos cinemas. Eu não esperava muito desse filme, ainda mais com tantos elogios em sites de entretenimento, pois ultimamente tomei o princípio de não acreditar em tudo que escrevem nos sites, até mesmo em críticas, pois até isso estão comprando hoje em dia. Sendo assim, paguei para ver e valeu cada centavo gasto.

Começamos com a adrenalina inicial que os filmes de 007 vêm contando atualmente. Cenas de tirar o folego e sempre em missões suicidas, fazendo coisas que não veríamos qualquer um fazendo, ah não ser que seja um espião do MI6 ou do MIF (Mission: Impossible Force) ou um ex-agente do governo dos Estados Unidos que fora lobotomizado e busca vingança. Mas o que diferencia James Bom de Ethan Hunt e Jason Bourne, é sua carreira cinematográfica, iniciada com Sean Connery em “O Satânico Dr. No” (Dr. No, 1962). São 24 filmes, 6 atores, e muita história para contar.

Nessa nova história, Bond descobre que uma organização pretende causar várias destruições para ter o domínio global através de uma rede de corrupção e intriga. A única pista que ele tem sobre isso, é um anel com um símbolo. Ele então descobre que várias coisas que lhe aconteceram estão interligadas com essa organização, e que seu passado tem mais ligação ainda. Sendo assim, além de descobrir mais sobre esse grupo, ele precisa proteger a filha de um antigo rival. E as coisas começam a se complicar mais ainda quando o Programa 00 está para ser desativado, graças a um novo programa que será implementado, visando a segurança mundial.

Volto a dizer – pois disse mais acima – não é injustificável os elogios que vêm rolando nas redes sociais de entretenimento. O filme tem uma história envolvente, com muita intriga, mistério, revelações e traições. Como sempre, o James Bond de Craig não confia em ninguém. Não que tenha sido uma construção dele, pois desde a primeira participação do ator em “007 – Cassino Royale” (Casino Royale, 2006), seu personagem demonstra característica de confiar pouco – ou nada – em qualquer um, até mesmo em M (antes interpretado pela atriz Judi Dench, desde “Skyfall” o ator Ralph Fiennes tomou o lugar). Isso se torna interessante nessa construção, pois dá um novo clímax a 007, que continua um mulherengo inveterado, mas mais sisudo, enigmático e menos pragmático.

Nesse filme mais recente sentimos até um pouco mais de descontração do personagem, mesmo que as tensões e brigas que ele encare sempre são bem feitas e elaboradas. Uma das melhores cenas está nas cenas de Bond contra Hinx (Dave Bautista). A perseguição de carros e a briga no trem são totalmente excitantes e extasiantes. Até mesmo seu momentos com as duas bondgirls da vez, Lucia (Monica Belucci) e Madeleine Swann (Léa Seydoux), tem o clímax correto, digno de um filme de James Bond, sem parecer forçado e desnecessário.spectre-banner

O mais interessante ainda é que não somente Bond tem seus momentos no filme – sim, ele é o que mais aparece, pois o filme é de 007 –, deixando espaço para personagens como Q (Ben Whishaw) que tem uma perseguição no bondinho muito legal, além de ter as cenas de – parcial – alívio cômico no filme.

Também temos M se destacando. Enquanto vimos Judi Dench arregaçando a saia, dando tiros e correndo, dessa vez vemos Ralph Fiennes mostrando que Gareth Mallory não se tornou o chefe da divisão 00 à toa. Monnypenny (Naomie Harris) se torna a informante de Bond dentro do MI6, ajudando-o a desvendar os mistérios por trás da organização que M (Judi Dench) o incumbiu de desbaratar.

O vilão da vez ficou a cargo do ator austríaco Christoph Waltz. Fenomenal como sempre, Waltz se revela digno de ser mais uma vez um vilão em um filme de ação. De coronel do Terceiro Reich em “Bastardos Inglórios”, dono de um circo em “Água para Elefantes”, caçador de recompensas em “Django Livre”, percebemos que Waltz é um ator capaz de encarar 007 facilmente. Não quero falar muito de seu personagem para não estragar surpresas, mas ele está digno no seu papel de antagonista do agente secreto da rainha.

E mais uma vez Sam Mendes acerta na direção desse roteiro. Se ele foi muito bom em “Skyfall”, deixando o roteiro fluir de forma divina, em “Spectre” ele acerta em cheio.

Percebe-se os meandros e a teia construída no roteiro de John Logan, Neal Purvis, Robert Wade e Jez Butterworth. Creio que é algo grandioso para um diretor poder dirigir algo assim. Não existem momentos de calma em todo o decorrer da película, de uma perseguição de carros a explosões monumentais, o filme tem um enredo charmoso e fantástico, com muitas revelações. É uma grande montanha russa de eventos.007 contra specter - aston martin

Se eu fosse fazer uma lista de os 10 melhores filmes de 2015, com certeza “007 Contra Spectre” ficaria em segundo lugar (felizmente o primeiro já pertence a “Mad Max”). Mas ainda é cedo e o ano não finalizou. Mesmo assim, se você gosta de filmes de ação e adrenalina, “007 Contra Spectre” é totalmente recomendável. Mas se você prefere um filme com intriga, suspense e jogadas políticas, esse novo filme de James Bond não pode deixar de estar na sua lista.

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