O PREDADOR (The Predator, 2018).
Direção: Shane
Black
Roteiro: Shane
Black, Fred Dekker
Elenco:
Boyd Holbrook, Trevante Rhodes, Jacob Tremblay, Keegan-Michael Key, Olivia
Munn, Sterling K. Brown, Thomas Jane, Alfie Allen, Augusto Aguilera, Brian A.
Prince.
Uma nave alienígena entra na atmosfera da Terra e pousa em
meio a uma selva tropical, atrapalhando a ação do atirador de elite Quinn
McKenna (Boyd Holbrook) e sua equipe, que estavam em uma operação de resgate.
Nela está um predador, um ser do espaço que é um exímio caçador, fazendo disso
seu esporte. Mas, dessa vez, ele não veio para caçar humanos, mas sim para
escapar de uma mutação genética que tem a pele extremamente densa como uma
couraça. Durante o conflito com o predador, McKenna consegue vencê-lo e captura
seus artefatos, enviando para sua casa nos Estados Unidos. Quando retorna, após ser capturado pelo
agente do governo Will Treager (Keegan- Michael Key), é enviado para um
hospital de tratamento psiquiátrico com outros soldados. Nesse ínterim, a bióloga
Casey Bracket (Olivia Munn) é levada à base onde encontra-se o corpo do
predador, para estudá-lo. Só que a ameaça ao ser alienígena não terminou e veio
atrás dele para cumprir sua missão de eliminar a ameaça e todos que tentarem
ajudá-lo.
“O Predador” é o quarto filme que segue uma franquia
iniciada em 1987, protagonizada por Arnold Schwarzenegger (Exterminador do
Futuro). O filme faz referência ao filme de Schwarzenegger e, também, ao filme
de 1990 estrelado por Danny Glover (Máquina Mortífera), Gary Busey (Caçadores
de Emoção) e Maria Conchita Alonso (O Sobrevivente). Somente não se menciona o
filme de 2010, protagonizado por Adrien Brody (O Pianista), Laurence Fishburne
(Homem de Aço), Topher Grace (Homem-Aranha 3) e Alice Braga (Elysium), pois
este se passa em outro planeta.
No novo filme, que tem direção e roteiro – escrito com Fred
Dekker (Robocop 3) – de Shane Black (Homem de Ferro 3), a ação costumeira do
filme e o suspense permanecem fazendo parte da trama, mas também se percebe uma
tentativa de tornar a tensão mais amena, principalmente com alívios cômicos.
Sempre achei que todos os filmes precisam de alívios em
determinados momentos para não deixar a trama muito pesada, mas o problema é
quando isso extrapola, o que eu chamo de “efeito Marvel”.
Como bem sabemos os sucessos dos filmes do Universo
Cinematográfico da Marvel tem sido devido aos seus vários momentos de alívios
cômicos, dando uma chance para o público respirar. Isso torna o filme voltado
para a família e para a diversão de todos, o que não é o caso de “O Predador”.
A franquia foi criada em cima de um personagem que tem
prazer em caçar e matar todos os seres vivos, guardando seus crânios como
troféus, então você já percebe uma força tensa pairando no ar quando pensa
nisso. Ele não perdoa nenhum ser vivo que porta uma arma e quando mata tem
toques de crueldade na ação. Os filmes da franquia Predador tem corpos
mutilados, sangue jorrando, que não é para pessoas de estômago fraco. Mas
quando você vê isso misturado com uma discussão por causa do nome “Predador” ou
mesmo o ser alienígena demonstrando zoeira, percebe que tem algo errado.
Sei que muitos irão gostar das tiradas do filme, eu mesmo ri
em vários momentos, mas o alívio de tensão é algo muito constante no filme,
desequilibrando a força do suspense que um filme como esse deveria ter.
Não sei se isso tem algo a ver com a “reprovação” do público
quanto a “Homem de Ferro 3”, onde Black economiza nas tiradas cômicas e dá uma
tensão aflorada no filme, mas “O Predador” foi exagerado, na minha visão. Além
disso, tem coisas que ficam fora de compreensão no filme, pois são escolhidas
saídas simples de determinadas cenas, principalmente perto do final.
Eu vejo “O Predador” como um filme que busca uma sequência –
que dependerá de seu sucesso nas bilheterias estadunidenses –, mas se seguir o
mesmo ritmo, se tornará cansativo antes mesmo que começar, ficando fadado a ser
igual a filmes que tiveram um bom começo, mas com sequências péssimas. Torcemos
para que isso não ocorra.
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