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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

RESENHA CINEMA: O Predador (The Predator, 2018)


O PREDADOR (The Predator, 2018).

Direção: Shane Black
Roteiro: Shane Black, Fred Dekker
Elenco: Boyd Holbrook, Trevante Rhodes, Jacob Tremblay, Keegan-Michael Key, Olivia Munn, Sterling K. Brown, Thomas Jane, Alfie Allen, Augusto Aguilera, Brian A. Prince.

Uma nave alienígena entra na atmosfera da Terra e pousa em meio a uma selva tropical, atrapalhando a ação do atirador de elite Quinn McKenna (Boyd Holbrook) e sua equipe, que estavam em uma operação de resgate. Nela está um predador, um ser do espaço que é um exímio caçador, fazendo disso seu esporte. Mas, dessa vez, ele não veio para caçar humanos, mas sim para escapar de uma mutação genética que tem a pele extremamente densa como uma couraça. Durante o conflito com o predador, McKenna consegue vencê-lo e captura seus artefatos, enviando para sua casa nos Estados Unidos.  Quando retorna, após ser capturado pelo agente do governo Will Treager (Keegan- Michael Key), é enviado para um hospital de tratamento psiquiátrico com outros soldados. Nesse ínterim, a bióloga Casey Bracket (Olivia Munn) é levada à base onde encontra-se o corpo do predador, para estudá-lo. Só que a ameaça ao ser alienígena não terminou e veio atrás dele para cumprir sua missão de eliminar a ameaça e todos que tentarem ajudá-lo.
“O Predador” é o quarto filme que segue uma franquia iniciada em 1987, protagonizada por Arnold Schwarzenegger (Exterminador do Futuro). O filme faz referência ao filme de Schwarzenegger e, também, ao filme de 1990 estrelado por Danny Glover (Máquina Mortífera), Gary Busey (Caçadores de Emoção) e Maria Conchita Alonso (O Sobrevivente). Somente não se menciona o filme de 2010, protagonizado por Adrien Brody (O Pianista), Laurence Fishburne (Homem de Aço), Topher Grace (Homem-Aranha 3) e Alice Braga (Elysium), pois este se passa em outro planeta.
No novo filme, que tem direção e roteiro – escrito com Fred Dekker (Robocop 3) – de Shane Black (Homem de Ferro 3), a ação costumeira do filme e o suspense permanecem fazendo parte da trama, mas também se percebe uma tentativa de tornar a tensão mais amena, principalmente com alívios cômicos.
Sempre achei que todos os filmes precisam de alívios em determinados momentos para não deixar a trama muito pesada, mas o problema é quando isso extrapola, o que eu chamo de “efeito Marvel”.
Como bem sabemos os sucessos dos filmes do Universo Cinematográfico da Marvel tem sido devido aos seus vários momentos de alívios cômicos, dando uma chance para o público respirar. Isso torna o filme voltado para a família e para a diversão de todos, o que não é o caso de “O Predador”.
A franquia foi criada em cima de um personagem que tem prazer em caçar e matar todos os seres vivos, guardando seus crânios como troféus, então você já percebe uma força tensa pairando no ar quando pensa nisso. Ele não perdoa nenhum ser vivo que porta uma arma e quando mata tem toques de crueldade na ação. Os filmes da franquia Predador tem corpos mutilados, sangue jorrando, que não é para pessoas de estômago fraco. Mas quando você vê isso misturado com uma discussão por causa do nome “Predador” ou mesmo o ser alienígena demonstrando zoeira, percebe que tem algo errado.
Sei que muitos irão gostar das tiradas do filme, eu mesmo ri em vários momentos, mas o alívio de tensão é algo muito constante no filme, desequilibrando a força do suspense que um filme como esse deveria ter.
Não sei se isso tem algo a ver com a “reprovação” do público quanto a “Homem de Ferro 3”, onde Black economiza nas tiradas cômicas e dá uma tensão aflorada no filme, mas “O Predador” foi exagerado, na minha visão. Além disso, tem coisas que ficam fora de compreensão no filme, pois são escolhidas saídas simples de determinadas cenas, principalmente perto do final.
Eu vejo “O Predador” como um filme que busca uma sequência – que dependerá de seu sucesso nas bilheterias estadunidenses –, mas se seguir o mesmo ritmo, se tornará cansativo antes mesmo que começar, ficando fadado a ser igual a filmes que tiveram um bom começo, mas com sequências péssimas. Torcemos para que isso não ocorra.

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