Translate

quarta-feira, 24 de julho de 2019

O Rei Leão (The Lion King, 2019)


Não tinha como fazer outra coisa a não ser comentar a remasterização desse clássico da Disney.
“O Rei Leão” chegou aos cinemas na semana passada em uma nova versão e já alcançou a bilheteria mundial de US$ 564.663.379,00 – de acordo com o Box Office Mojo –, bem mais realística... impressionantemente realística!
Não tenho como fazer um resumo, pois é a mesmíssima história, mas posso comentar o quão impressionante é ver todo o filme em uma visão bem mais próxima da realidade.
Sempre fui um fã de Animal Planet, então, por vezes, assisti a vários documentários sobre leões, hienas, elefantes, zebras, e toda a fauna africana, então ver a capacidade que o CGI (símbolo que representa Imagem Gerada por Computador) chegou, me deixou maravilhado no cinema.
O filme vai além de uma mera animação, sendo assim, expressar emoções com as faces dos animais é bem diferente, então ficou o desafio aos dubladores o expressar através de suas vozes.
Já inicio falando do retorno de uma das vozes mais maravilhosas entre os atores estadunidenses, James Earl Jones, que volta como Mufasa – assisti a versão legendada... que somente tem uma sessão no cinema que eu fui! Sério, fica difícil definir poucas palavras sobre a dublagem desse grande ator. Ele já foi Darth Vader, já foi o Almirante James Greer da série de filmes de Jack Ryan... sua majestade James Earl Jones. Ele é o ganhador do EGOT (designação dada para artistas que ganharam os quatro principais prêmios estadunidenses: Emmy, Grammy, Oscar – Prêmio Honorário da Academia – e Tony), um título dado para poucos nos EUA. A partir daí as coisas somente melhoram, pois temos Alfre Woodard, Chiwetel Ejiofor, Donald Glover e Beyoncé, enriquecendo ainda mais a dublagem do filme.
A escolha de um elenco afro-americano pode ter sido proposital, mas eu sempre considerei que os atores negros americanos têm talento a transbordar pelos seus poros. Até mesmo o elenco infantil – que fazem as vozes de Simba e Nala, crianças –, constituído JD McCrary e Shahadi Wright Joseph, demonstra de forma primorosa os sentimentos pela dublagem. Muitos diriam que isso tem a ver com a direção de Jon Favreau – que, novamente, transforma um filme da Disney (Homem-de-Ferro É da Disney, já que a Marvel Studios pertence a ela) algo elogioso e maravilhoso –, mas eu vejo além da direção, pelas palavras que já teci sobre os atores afro-americanos.
Tá, temos atores brancos também no filme, dando o tom de comédia. Começamos com o inglês John Oliver – AMARIA ouvir Rowan Atkinson também reprisando a dublagem – que dá o ar de nobreza inglesa para o Valete Zazu, um Calau bico-vermelho. Com exceção de – atual primeiro-ministro britânico – Boris Johnson, a forma do inglês dos britânicos traz um ar... nobre. Já Pumbaa e Timão, o javali e o suricato mais amados dos desenhos animados, têm a dublagem de Seth Rogen e Billy Eichner, respectivamente, dois conhecidos atores comediantes.
Com esse elenco, Jon Favreau teve o exímio trabalho de que eles viessem expressar sentimentos aos animais realisticamente constituídos (tá, estou sendo repetitivo... mas somente você assistindo para entender).
Como muitos já citaram em 1994, “O Rei Leão” dá sua própria interpretação da tragédia de William Shakespeare, “Hamlet”, então podemos dizer que 25 anos depois, consegue trazer novamente essa reinterpretação. A história original está toda lá – criada por Irene Mecchi, Jonathan Roberts e Linda Woolverton – bem como a trilha sonora original criada por Hans Zimmer, Elton John e Tim Rice, com a introdução das músicas “Spirit” – interpretada por Beyoncé – e “He Lives in You” – interpretada por Lebo M. (que também nos dá “Mbube” de Solomon Linda).
“O Rei Leão” poderia ser caracterizado como um filme infantil, dedicado às crianças, mas mesmo tendo censura – lógico, uma mãe ou um pai podem levar seus filh@s menores de 10 anos – é um filme para ser assistido por aquela pessoa que foi criança a 25 anos atrás, pelo pai deste, pelos filh@s... Por toda a família! A magia está lá e encanta!
Já vi classificações do filme como “live action”, o que não deixa de ser verdade, pois mesmo sendo feito por CGI você acredita naquilo que vê, de tão real que parece. “O Rei Leão” chegou a um nível de perfeição para um leigo como eu de maestria. Não tem como comparar com qualquer outro filme – talvez com os novos filmes da série “Planeta dos Macacos”... mas eles foram captação de movimentos – deixando em um patamar a ser superado. Dessa forma, o que mais a Disney poderá fazer?
Eu lembro de quando fizeram um documentário sobre Walt Disney e dele desenvolvendo seus filmes. Disney levava seus artistas ao zoológico para que eles captassem os movimentos dos animais que apareceriam nas animações. Assim o movimento de um gamo, de uma gazela, de um veado, de um coelho, de um pássaro, apareceriam de forma mais real nas animações. Com “O Rei Leão”, acredito que Walt Disney deve estar sorrindo no Elísio e dizendo: “Eles conseguiram!”


Nenhum comentário:

Postar um comentário