Não tinha como fazer outra coisa a não ser comentar a
remasterização desse clássico da Disney.
“O Rei Leão” chegou aos cinemas na semana passada em uma
nova versão e já alcançou a bilheteria mundial de US$ 564.663.379,00 – de acordo
com o Box
Office Mojo –, bem mais realística... impressionantemente realística!
Não tenho como fazer um resumo, pois é a mesmíssima
história, mas posso comentar o quão impressionante é ver todo o filme em uma
visão bem mais próxima da realidade.
Sempre fui um fã de Animal Planet, então, por vezes, assisti
a vários documentários sobre leões, hienas, elefantes, zebras, e toda a fauna
africana, então ver a capacidade que o CGI (símbolo que representa Imagem
Gerada por Computador) chegou, me deixou maravilhado no cinema.
O filme vai além de uma mera animação, sendo assim,
expressar emoções com as faces dos animais é bem diferente, então ficou o
desafio aos dubladores o expressar através de suas vozes.
Já inicio falando do retorno de uma das vozes mais
maravilhosas entre os atores estadunidenses, James Earl Jones, que volta como
Mufasa – assisti a versão legendada... que somente tem uma sessão no cinema que
eu fui! Sério, fica difícil definir poucas palavras sobre a dublagem desse
grande ator. Ele já foi Darth Vader, já foi o Almirante James Greer da série de
filmes de Jack Ryan... sua majestade James Earl Jones. Ele é o ganhador do EGOT
(designação dada para artistas que ganharam os quatro principais prêmios
estadunidenses: Emmy, Grammy, Oscar – Prêmio Honorário da Academia – e Tony),
um título dado para poucos nos EUA. A partir daí as coisas somente melhoram,
pois temos Alfre Woodard, Chiwetel Ejiofor, Donald Glover e Beyoncé, enriquecendo
ainda mais a dublagem do filme.
A escolha de um elenco afro-americano pode ter sido
proposital, mas eu sempre considerei que os atores negros americanos têm talento
a transbordar pelos seus poros. Até mesmo o elenco infantil – que fazem as
vozes de Simba e Nala, crianças –, constituído JD McCrary e Shahadi Wright
Joseph, demonstra de forma primorosa os sentimentos pela dublagem. Muitos diriam
que isso tem a ver com a direção de Jon Favreau – que, novamente, transforma um
filme da Disney (Homem-de-Ferro É da Disney, já que a Marvel Studios pertence a
ela) algo elogioso e maravilhoso –, mas eu vejo além da direção, pelas palavras
que já teci sobre os atores afro-americanos.
Tá, temos atores brancos também no filme, dando o tom de
comédia. Começamos com o inglês John Oliver – AMARIA ouvir Rowan Atkinson
também reprisando a dublagem – que dá o ar de nobreza inglesa para o Valete Zazu,
um Calau bico-vermelho. Com exceção de – atual primeiro-ministro britânico – Boris
Johnson, a forma do inglês dos britânicos traz um ar... nobre. Já Pumbaa e
Timão, o javali e o suricato mais amados dos desenhos animados, têm a dublagem
de Seth Rogen e Billy Eichner, respectivamente, dois conhecidos atores
comediantes.
Com esse elenco, Jon Favreau teve o exímio trabalho de que
eles viessem expressar sentimentos aos animais realisticamente constituídos
(tá, estou sendo repetitivo... mas somente você assistindo para entender).
Como muitos já citaram em 1994, “O Rei Leão” dá sua própria
interpretação da tragédia de William Shakespeare, “Hamlet”, então podemos dizer
que 25 anos depois, consegue trazer novamente essa reinterpretação. A história
original está toda lá – criada por Irene Mecchi, Jonathan Roberts e Linda Woolverton
– bem como a trilha sonora original criada por Hans Zimmer, Elton John e Tim
Rice, com a introdução das músicas “Spirit” – interpretada por Beyoncé – e “He Lives
in You” – interpretada por Lebo M. (que também nos dá “Mbube” de Solomon
Linda).
“O Rei Leão” poderia ser caracterizado como um filme
infantil, dedicado às crianças, mas mesmo tendo censura – lógico, uma mãe ou um
pai podem levar seus filh@s menores de 10 anos – é um filme para ser assistido
por aquela pessoa que foi criança a 25 anos atrás, pelo pai deste, pelos filh@s...
Por toda a família! A magia está lá e encanta!
Já vi classificações do filme como “live action”, o
que não deixa de ser verdade, pois mesmo sendo feito por CGI você acredita
naquilo que vê, de tão real que parece. “O Rei Leão” chegou a um nível de
perfeição para um leigo como eu de maestria. Não tem como comparar com qualquer
outro filme – talvez com os novos filmes da série “Planeta dos Macacos”... mas
eles foram captação de movimentos – deixando em um patamar a ser superado.
Dessa forma, o que mais a Disney poderá fazer?
Eu lembro de quando fizeram um documentário sobre Walt
Disney e dele desenvolvendo seus filmes. Disney levava seus artistas ao
zoológico para que eles captassem os movimentos dos animais que apareceriam nas
animações. Assim o movimento de um gamo, de uma gazela, de um veado, de um
coelho, de um pássaro, apareceriam de forma mais real nas animações. Com “O Rei
Leão”, acredito que Walt Disney deve estar sorrindo no Elísio e dizendo: “Eles
conseguiram!”
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