Postado no blog Gothamita em 03/06/2009

Na intenção de dar-lhe mais
humanidade e fazê-lo mais ameno – além de atrair um público mais jovem, que não
podia ler suas revistas – Bob Kane se uniu a Bill Finger e
criaram um parceiro adolescente para o Batman.
Mas como fazer essa história
parecer interessante? Eles decidiram pelo trauma novamente. Um circo chega a
Gotham City (apelido que Nova Iorque ganhou no século XIX pelo escritor
Washigton Irving na revista Salmagundi) e nele vivem os Grayson’s Voadores (Flying
Grayson’s), acrobatas incríveis, que não usam rede de proteção durante suas
apresentações. O filho dos Grayson, Richard, é um prodígio como acrobata. Na
noite de estréia do circo na cidade, um mafioso conhecido como Tony Zucco
exige de suborno do dono do circo e se não pagar, um “acidente” poderia
acontecer. Com todos os riscos previstos, o dono do circo não aceita a
chantagem, então como vingança, Zucco sabota o trapézio.
Toda a apresentação decorre
normalmente, tendo até Bruce Wayne na platéia, assistindo a tudo. Então eis que
entram os Grayson e sobem ao trapézio, sem saber dos danos. Quando a mãe e o
pai de Dick (apelido do garoto) decidem fazer uma elaborada acrobacia, o pior
acontece e eles tombam do trapézio, tendo o próprio filho e Bruce Wayne, como
testemunhas.
Vendo no garoto o reflexo de uma
tragédia, Burce toma o ato altruista de tutelá-lo. Então leva Dick até a Mansão
Wayne, sua morada e lá revela ao garoto que é o Batman e que o ajudaria a
prender o criminoso que cometera o crime contra seus pais. Bruce o leva até a
Batcaverna e faz com que Dick faça um juramento, de combater a justiça, sem
tomar a vida de ninguém. Então lhe dá uma máscara, para ele usar com seu traje
de acrobata, assim nasce o Robin.
O nome Robin, foi justificado
tanto por Bob Kane quanto por Bill Finger. Ambos disseram que se basearam no
tordo americano (american robin), um pássaro de penugem avermelhada no
tórax, além de Robin Hood, o “príncipe” dos ladrões, que roubava dos ricos em
favor dos menos afortunados. Alguns chegaram a alegar que Kane e Finger criaram
um alvo vivo, já que Batman sendo um vigilante notívago, seria complicado
carregar um menino que trajava roupas vermelha e verde, com uma capa amarela.
Mas a personagem ultrapassou as expectativas, conquistando um público cativo.
A dupla dinâmica (um dos vários
nome que ganharam) combateram vários vilões juntos, até que em 1954 surgiu o
livro “Sedução do Inocente”, escrito pelo psicólogo alemão Fredric Wertham.
No livro, Wertham criticava
seriamente o método de ação do dito super-heróis e os elementos contidos nas
revistas, mas pegou mais pesado com Batman e Robin, chegando a alegar que ambos
mantinham uma relação homossexual, e a Mulher-Maravilha, criada pelo
também psicólogo William Mounton Marston, em 1941, dizendo que ela e
suas irmãs viviam uma vida lesbiana. O livro foi uma grande bomba no universo
dos quadrinhos, que estava em total crescimento.
Editoras fecharam e foi criado
o Comics Code Autorithy, um tipo de censura criada para dizer o que
podia ou não ser publicado. Com isso, Batman e Robin perderam um pouco o rumo
de suas histórias.
Na intenção de parar um pouco com
as alegações de Wertham, Bob Kane e Sheldon Moldolf criaram
“companheiras” para a dlupa dinâmica. Kathy Kane é Bat-Woman, uma
milionária que decide vestir uma capa e colocar uma máscara e combater o crime,
ao lado de sua inspiração, o Batman. Assim sua sobrinha, Betty Kane se
torna a Bat-Girl, em inspiração ao Robin.
Numa crescente intenção de mudar
a vida do Batman e do Robin, fazem com que ambos viajem pelo espaço, além de
visitar outras dimensões e numa dessas visitas surge o Batmirim (Batmite,
em inglês), um ser diminuto que é fã do Batman e tenta sempre ajudá-lo, mas
termina sempre se metendo em confusão. E como era uma época de super-heróis
adotarem animais como coadjuvantes, é criado Ás, o Bat-cão (Ace, the
Bathound, em inglês).
Todos foram tentativas inuteis, que só deram
histórias tolas e sem sentido para a dupla dinâmica.
Então surge a década de 1960 e
com ela a série televisiva Batman & Robin. Batman era interpretado pelo
barrigudo Adam West e Robin pelo “nem tão adolescente” Burt Ward. Os trajes de
ambos eram verdadeiras aberrações. Robin de Ward, por exemplo, usa meias calças
e tinha o costume de ficar repetindo “Santa” alguma coisa. A série durou o
suficiente para voltarem com as alegações de homossexualismo entre os combatentes
do crime. Foi então que, na década de 1970, Batman caiu nas mãos dos
respeitadíssimos Denny (ou Dennis) O´Neil e Neal Adams.
Eles reformularam o universo do
morcego, enviando Dick para a Universidade Hudson, levando Bruce para o centro
de Gotham, onde ele moraria numa cobertura e colocando onde um morcego deve
viver, à noite.
Nisso Dick já fazia parte de um
grupo de heróis adolescente, a Turma Titã. O grupo surgiu em 1964, da
união dos side-kicks Robin, Kid Flash e Aqualad para
combater o Sr. Tormenta. O grupo se ampliou com a entrada de outros
side-kicks, Moça-Maravilha (Wonder Girl) e Ricardito (Speedy).
Eles se encontravam esporadicamente e começaram a ampliar com a entrada de
Aquamoça Aquagirl), namorada de Aqualad, o psiquica Lilith Clay e
Mal Duncan, que mais tarde viria a se tornar o Aráuto (Hornblower).
Veio a fazer parte do grupo o Rapaz-Fera (Beast Boy), membro da Patrulha
do Destino (Doom Patrol), que depois se tornou membro fixo, hoje
conhecido como Mutano (Changeling).
Com o sucesso da Turmã Titã, que
agora se chamava Novos Titãs, surge os Tiãs da Costa Oeste, formados pela jovem
Betty Kane, que agora adotara o no de Flamejante (Flamebird), Águia
Dourada (Golden Eagle), os irmãos Rapina e Columba (Hawk
and Dove), Lilith e Duela Dent, a filha do Coringa.
Os Novos Titãs tiveram membros
memoráveis e duradouros, na maioria das vezes sobre a liderança do Robin.
Alguns só duraram duas edições, como Gnaark, outro chegaram a se casar,
como Mal Duncan e Karen Beecher, a Abelha (Bumblebee), outros
chegaram a trair os Novos titãs, como Terra.
Quando os Novos Titãs ganharam a
formação de Robin, Moça-Maravilha, Kid Flash, Mutano, Cyborg, Estelar
(Starfire) e Ravena (Raven), ganharam também ótimas
histórias nas mãos de Marv Wolfman e George Pérez. As histórias
se preocupavam com o conceito do adolescente da década de 1980, falando sobre
sexo, drogas, gangues, além de enfrentarem os mais diversificados super-vilões,
como Doutor Luz (Dr. Light), a Irmandade Negra (Brotherhood
of Evil), o Irmão Sangue e a Colméia. Foi com a Colméia que
surgiu a personagem que seria o maior inimigo dos Novos Titãs, o Exterminador
(Deathstroke the Terminator).
Após a morte de seu filho, o Devastador
(Ravager), Slade Wilson decide se vingar do Novos Titãs,
culpando-os pelo caso. Então inflitra a jovem Donna Markov, a Terra, no
grupo. Ela analisa e estuda cada herói, mostrando seus pontos fracos, dando a
chance a Slade de capturá-los. Nessa época, Bruce adotara o jovem acrobata Jason
Todd, que sofrera uma perda igual a de Dick. Assim sendo, Jason se tornava
um novo Robin, fazendo com que Dick criasse uma nova identidade, Asa
Noturna.
Jason, por ter uma origem muito
parecida com a de Dick Grayson, precisou ser reformulado. Após a grandiosa saga
Crise nas Infinitas Terras, escrita por Marv Wolfman e desenhada por
George Pérez, Jerry Ordway e artefinalizada por Mike DeCarlo e Dick
Giordano, onde todos os grandes personagens tiveram suas histórias
revistas, Jason ganhou uma grande reformulação. De garoto acrobata, Jason Todd
se tornou um marginal nas ruas de Gotham que decide desafiar todas as chances
ao roubar as rodas do Batmóvel.
O pai do garoto havia sido
capanga do Duas-Caras (Two Faces), inimigo do Batman que tem
metade do rosto deformado e o deixara orfão. Jason tentava sobreviver da melhor
maneira que podia, na maioria das vezes como ladrão. Só que diferente do Dick
Grayson, é o Batman que leva o menino até a Batcaverna, e não Bruce Wayne.
Assim ele revela o seu segredo para o garoto e o treina no combate ao crime. Só
que Jason é muito cabeça quente e tem dificuldades em obedecer as ordens que
Bruce lhe dá, quase causando a própria morte quando ambos enfrentam o
Chapeleiro Maluco. A história parecia uma prévia para o que viria a acontecer.
No final dos anos de 1980, a
editora DC Comics decide criar uma história que viria a culminar em algo
histórico. Morte em Família (Batman: A Death in the Family),
escrita por Jim Starlin e desenhada por Jim Aparo, seria a derrocada de Jason
Todd. Poucos – no Brasil – sabem dos motivos de quererem matar o garoto, mas em
uma edição dos quadrinhos do Batman, o garoto deixa um bandido morrer, mesmo
quando Batman fala para não fazer aquilo. Isso foi o sufuciente para que todos
os fãs do Robin se mobilizassem em ligações para matar o garoto.
Jason foi assassinado pelo
Coringa, a golpes de pé de cabra, na Batman 429 (janeiro de 1989), e na Batman
436 (agosto de 1989),surgia Timothy Drake.
Tim (como é mais conhecido) foi
uma criação do editor das revistas do Batman, o mesmo que fizera com que Dick
Grayson fosse para a faculdade nos anos de 1970, Denny O’Neil. O garoto era
filho de dois milionários exploradores, que passavam pouco tempo com o filho.
Uma das únicas vezes que tinham feito algo junto, foi quando levaram o garoto
até o circo para assistir aos Grayson’s Voadores. Timothy, como Bruce e Dick,
testemunharam a morte dos pais do último. Depois daquilo eu viu o surgimento do
primeiro Robin, por quem Timothy se tornou fã. Timothy, muito curioso, começou
a juntar os pontos quando percebeu os novimentos deste Robin, que parciam
iguais do acrobata Dick Grayson. Então quando o Batman surgiu com um novo
parceiro adolescente e descobriu que um novo vigilante, Asa Noturna, estava
agindo em Nova Iorque, onde Dick estudava, ele se tornou um obcecado por
aquilo, indo até Dick e revelando o que descobrira, pois percebera que o Batman
andava agindo bem incontrolável e sozinho, novamente.

Mas como sempre, a tragédia ronda
a todos que se envolvem com o mundo do cavaleiro das trevas. Durante uma visita
ao Caribe, os pais de Timothy são sequestrados pelo Homem-Obea. A mãe
dele é morta e o pai fica em estado vegetativo. Isso, em vez de desmotivá-lo,
somente o estima a continuar. Timothy se torna um pouco mais sistemático,
pensando antes de fazer, estudando a tudo antes de agir. Se torna o terceiro
maior detetive dos quadrinhos (ficando somente atrás de Batman e Asa Noturna) e
forma sua própria equipe mirim.
Num encontro coincidente para
ajudar uma jovem com poderes enigmáticos, Robin, Superboy e Impulso
(Impulse) formam o Justiça Jovem (Young Justice). De cara
Robin demonstra ser o mais adequado para liderança, e eles tomam o antigo
esconderijo da Liga da Justiça (Justice League), como base, tendo
Tornado Vermelho (Red Tornado) como orientador do grupo. Veio a
fazer parte do grupo a segunda Moça-Maravilha, Flechete, Segredo
(a jovem que eles ajudaram), uma versão mirim do caçador de recompensas Lobo,
dentre muitos outros heróis mirins.
O pai de Timothy saiu do estado
vegetativo e foi curado pelos dons curativos da Dra. Shondra Kinsolving.
Começou um treinamento para voltar a andar e terminou se relacionando com sua
fisioterapeuta. Quando descobriu que o filho se vestia de Robin e agia como
vigilante em Gotham o proibiu terminantemente de fazer isso, abrindo vaga para
o quarto Robin, Stephanie Brown, a Salteadora (Spoiler).
O Batman já havia tido uma
parceira feminina, na minissérie O Cavaleiro das Trevas (The Dark
Knight Returns). A minissérie, escrita e desenhada por Frank Miller, levava-nos a um futuro onde Bruce Wayne era um velho e tinha aposentado o traje de homem-morcego, devido a uma lei de proibição de vigilantes e super-heróis, decretada pelo governo estadunidense. Percebendo o estado em que sua cidade havia chegado, Bruce decide vestir o traje novamente. Ao saber do retorno do Cavaleiros das Trevas, a jovem Carrie Kelly, confecciona um traje de “menina” prodígio e sai as ruas portando um estilingue (ou atiradreira). Ela então encontra o Batman e se torna sua parceira. Só que Stephanie Brown viria a ser diferente. Proibida de agir nas ruas de Gotham, pelo próprio Batman, Stephanie adota o uniforme na intenção de ter aprovação do cruzado encapuzado. Ele a aceita como nova Robin, mas a garota comete um erro sério ao descobrir Jogos de Guerra, elaborados pelo Batman, para caso acontecesse outro acidente como quando a cidade se tornou Terra de Ninguém, sendo exilada pelo governo estadunidense. Quando ela libera as táticas de guerra, o Máscara Negra, mafioso com um problema no qual seu rosto parece uma máscara cadavérica e negra, descobre e toma a cidade de assalto. Tentando recuperar-se, ela vai lutar contra o vilão e termina gravemente ferida. quando a Dra. Leslie Thompkins decide não socorrê-la, a jovem é dada como morta, forçando Timothy retornar ao uniforme.
Mas problemas poucos são bobagem,
um vilão descobre a identidade dos heróis e começa a vendê-las, assim sendo, o Capitão
Bumerangue, mas comumente visto como inimigo do super-herói Flash,
vai até a casa do pai de Timothy e o mata.
Timothy, que agora era líder de
uma nova formação dos Novos Titãs, tendo seus amigos Superboy, Kid Flash (antes
conhecido como Impulso) e Moça-Maravilha, ao seu lado, termina tendo de
enfrentar uma crise única, quando o Superboy se torna uma ameaça a todos.
Recuperado, e querendo se
redimir, ele se junta ao Superman, para enfrentar o Superboy Prime,
e termina morto.
Timothy decide refazer seu
uniforme, devido as suas perdas, deixando-o mais obscuro. Ele então reformula
os Novos Titãs e continua, ao lado do Batman, ao lado do Asa Noturna ou mesmo
sozinho, a defender Gotham City.
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