Roteiro: Brian Michael Bendis
Arte: Alex Maleev
Editora: Marvel Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2012 (BR: 2015)
Págs.: 280
Sempre considerei o Cavaleiro da Lua e seu alter-ego Marc
Spector personagens estranhos para mim. Primeiro que muitos sempre falaram que
a base da criação do personagem era o
Batman, mesmo com todo o misticismo por trás do personagem. Segundo que nunca
me interessei em ler nada dele com profundidade. Daí então eu comprei o
primeiro volume de “Recomeço”, com roteiros de Brian Michael Bendis e
ilustrações de Alex Maleev, e percebi o quão diferente o personagem é do
Cavaleiro das Trevas.
Não sei se ele sempre foi do mesmo jeito que Bendis o
interpretou nas doze edições que compõem os dois encadernados, mas ele tem um
tom de esquizofrenia bem estranho.
Começa com ele sendo convocado pelo Capitão América para
cumprir uma tarefa na cidade que adotou como sua, Los Angeles, pois está
surgindo um Rei do Crime naquela região e o Cavaleiro da Lua tem de tentar
detê-lo. Então ele se junta à vigilante Eco, mas então descobrimos que essa
convocação não passa da esquizofrenia de Spector, que vê, além do Capitão
América, o Homem-Aranha e o Wolverine, além de o perigo ser ainda maior do ele
poderia presumir. Pra piorar, o tal Rei do Crime da Costa Oeste é perigoso no
nível de Thor. Sendo assim, além de tentar lidar com a própria loucura, o
Cavaleiro da Lua tem de encarar esse perigo. Mas ele não está sozinho, pois
além de Eco, ele conta com o ex-agente da S.H.I.E.L.D., Buck Lime.
Cavaleiro da Lua enfrenta perigos como Mr. Hyde, Madame
Máscara, além de vilões de segunda como o Plantão Noturno e a Polícia de Los
Angeles.
O mais interessante de toda a história é Bendis trabalhar
essa quádrupla personalidade em Spector (levando em conta o próprio Cavaleiro
da Lua). Parece que o personagem não está contente com a própria identidade e
busca um aprimoramento fazendo uso de outras. Dá para se imaginar que o uso de
heróis tão diferentes em sua forma de agir, seja o que Spector busque para si,
fugindo da ideia de um mero vigilante noturno, só que beira a esquizofrenia,
pois ele mesmo não tem certeza do que é real e o que é imaginário.
A arte de Maleev combina bastante com esse sentido de
loucura que Bendis deseja dar a história. Mesmo que não seja um estilo que me
agrade muito, combine plenamente com a história, pois Maleev sabe fazer um bom
trabalho de sombras e de momentos de suspense com seus desenhos.
A história em si é bem divertida e, finalmente, eu conheci
alguma coisa do Cavaleiro da Lua, mesmo que seja somente essa minissérie em si.
Talvez agora venha a procurar outro material com ele para compreendê-lo melhor,
mas achei interessante o que foi feito por Bendis e Maleev. De certa forma eu
desvendei quem era o Senhor do Crime da Costa Oeste na primeira imagem que ele
aparece (ao final da parte dois do primeiro volume), mas o desenrolar é
surpreendente em vários momentos, principalmente com certos acontecimentos que
eram de desconhecimento do próprio Spector. A psicopatia dele o faz se
fantasiar até de Mercenário... o que cara é doido de pedra! Sem contar que,
aparentemente, toda Los Angeles já sabe de sua identidade secreta. A parceira
que estabelece com o policial me lembrou algo que se assemelhe ao Batman e
Gordon no começo da convivência deles. Não sei se isso foi intencional, mas não
passou disso.
Os dois volumes que compõem Cavaleiro da Lua – Recomeço mostram
que Marc Spector decidiu procurar seu canto para viver como super-herói, fora
do eixo Nova Iorque, mas nem por isso deixou de levar sua própria versão d’Os
Vingadores, mesmo que seja somente na sua mente.
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