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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

RESENHA HQ: Edição Definitiva Sandman: Volume 1 (The Absolute Sandman I).

EDIÇÃO DEFINITIVA SANDMAN: VOLUME 1 (The Absolute Sandman I).

sandman-ed-definitiva-vol1Roteiro: Neil Gaiman

Artes: Chris Bachalo, Coleen Doran, Mike Dringenberg, Kelley Jones, Malcolm Jones III, Sam Kieth, Steve Parkhouse, Charles Vess, Michael Zulli

Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Books)

Ano: 2006 (BR: 2010)

Pág.: 616

Em 1916, ao usar o Livro Místico de Madalena na intenção de aprisionar à Morte, Rodrerick Burgess termina aprisionando seu irmão mais novo, o Sonho.

Também conhecido como Morfeu, Oneiros, L'zoril, Kai'ckul, Moldador, ele ficou preso por mais de setenta anos, causando anomalias conhecidas como narcolepsia, a doença do sono.

A prisão de Sonho é um globo de vidro, cercado por um círculo místico que o mantém dentro. Quando o círculo é quebrado, ele escapa e, depois de se vingar de Alex Burgess, filho de Rodrerick, que ainda o manteve cativo, sai em busca de suas ferramentas. Sua algibeira que o John Constantine sabe onde está, seu elmo que está no inferno e sua pedra dos sonhos que fora recuperada pela Liga da Justiça ao combaterem o Dr. Destino, um vilão que fora aprisionado no Arkham. Após recuperar essas ferramentas, Sonho precisa combater um vórtice que pode destruir Sonhar, além de recuperar suas criações que fugiram de seu reino durante sua ausência. Entremeios, conhecemos alguns dos amores de Morfeu, alguns de seus irmãos/irmãs, membros dos Perpétuos como ele, e seus amigos.

Eu não sei o motivo de ter demorado tanto para conhecer esse Universo Gaimaniano, mas finalmente me adentrei nele. Comecei meio de trás para frente, mas me embrenhei no mundo dos Perpétuos e me encanto com a riqueza de detalhes e acontecimentos.

O mais interessante é que além de um exímio escritor, Neil Gaiman não gosta de deixar pontas soltas, além de nos mostrar várias possibilidades de seus personagens.

Nesse primeiro volume somente temos uma pequena visualização desse rico universo. Conhecemos a história de como Sonho é preso e as repercussões de sua prisão – interessantíssima a forma como Gaiman liga a narcolepsia à ausência de Morfeu em Sonhar. Fazer relação de personagens como Caim (criado por Bob Haney, Jack Sparling e Joe Orlando em House of Mystery #175 (agosto de 1968)) e Abel (criado por Mark Hannerfeld e Bill Draut em House of Secrets #81 (setembro de 1969)), John Constantine (criado por Alan Moore e Steve Bissette em Swamp Thing #37 (junho de 1985)), Etrigan (criado por Jack Kirby em The Demon #1 (setembro de 1972)), Liga da Justiça Internacional (criado por J.M. DeMatteis, Keith Giffen e Kevin Maguire em Justice League #1 (maio de 1987)), Doutor Destino (criado por Gardner Fox e Mike Sekowsky em Justice League of America #5 (julho de 1961)) com as ferramentas perdidas de Sonho, usar personagens como Moça-Elemento (criada por Bob Haney e Ramona Fradon em Metamorpho #10 (fevereiro de 1967)). A ligação intrínseca entre as histórias, sem perder as intenções de cada uma delas, é simplesmente genial.

Neil Gaiman faz ligação aos mitos conhecidos e desconhecidos, como no caso de J’onn J’onzz, o Caçador de Marte e o deus dos sonhos, L’zoril, criando uma amplitude enorme em suas histórias. O que Gaiman faz é dimensionar sua criação, usando artifícios já existentes para quantifica-la. O mito de Nada e Kai’ckul, a musa Calíope, além de usá-lo como artífice para uma das criações máximas de William Shakespeare, “Sonhos de Um Noite de Verão”, que reúne mitologia greco-romana com elementos anglo-saxônicos.Sandman1

O único problema do primeiro volume são as páginas trocadas, pois assim que terminei a página 98, logo em seguida me deparo com a página 335. Acredito que fora algum problema da Panini Books na organização das páginas ou então algum problema de impressão, mas mesmo assim não tira nenhum pouco o prazer da leitura, pelo contrário, se torna uma viagem pela leitura. Talvez muito não gostariam de ficar caçando a continuação de determinada história, mas para mim foi uma aventura sem igual.

Quando sempre falam que Sandman é uma obra máxima dos quadrinhos, depois que o lemos, percebemos que as pessoas têm toda a razão. Edição Definitiva Sandman: Volume 1 dá um início a um universo que pretendo ler sem parar, mesmo que não tenha começado pelo começo e me apaixonado pelas outras edições, conhecer Sandman pelo seu começo é algo fascinante e maravilhoso.

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