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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

RESENHA HQ: Astro City: Portas Abertas (Astro City: Throug Open Doors)

ASTRO CITY: PORTAS ABERTAS (Astro City: Throug Open Doors).

Roteiro: Kurt Busiek
Desenhos: Brent Eric Anderson
Editora: Vertigo (BR: Panini Comics)
Ano: 2014 (BR: 2015)
Pág.: 180

Não sei o motivo da Panini Comics dar esse salto no tempo – este é o volume 9 da coleção de Astro City –, mas, sinceramente, não prejudicou a coleção (ou, pelo menos, eu acho que não).
“Astro City: Portas Abertas” começa com uma história que poderia muito bem ser uma continuação da primeira história de “Astro City: Álbum de Família”, só que alguns anos no futuro.
A história se inicia com o Homem Quebrado, um ser com aparência incomoda que conversa com o leitor, em uma clara quebra da quarta parede. Ele nos comunica sobre Oubor, um ser que ele diz conhecer a todos que sempre estão em evidência. Daí então partimos para uma enorme porta que surge sobre o rio Gaines (uma clara homenagem a Max e Will Gaines, da EC Comics). A primeira a aparecer no local é a novata Chibi Americana, que enfrentava a Legião de Ferro em um ataque ao Museu Ellsworth (homenagem a Whitney Ellsworth, editor da DC Comics e produtor do filme-seriado Atom Man vs. Superman (1950) e do filme Superman and the Mole Men (1951)). Ela tenta atacar a porta, inutilmente e quase tomba, mas é socorrida pelo Samaritano. Este convoca a Guarda de Honra e a Primeira Família para agirem contra a porta, mas tudo é inútil. Em outro canto da cidade, Bem Pullam reencontra suas filhas, uma é organizadora de eventos internacionais e a outra é uma criptobióloga. De repente, sai da porta um enorme ser chamado Telseth, ele se diz um embaixador plenipotenciário da civilização multiestelar Kvurri, que pretende conhecer a civilização terrestre e estudar seus costumes. Isso tudo é narrado pelo Homem Quebrado.
Depois partimos para a segunda história, onde a jovem Marella Cowper embarca em uma das maiores aventuras de um civil. Ela se torna uma operadora de call-center da Guarda de Honra. Ela e seus colegas são responsáveis por direcionar os casos que podem ou não ser solucionados pela Guarda de Honra, as vezes ajudando-os de outras formas, também. Mas um desastre com os Quebra-Crânios, uma quadrilha de piratas lideradas por um homem chamado Stephen Shaw, mais conhecido com Shawcina, faz com que Marella comece a duvidar se sua capacidade de trabalhar com a Guarda de Honra e ela fará de tudo para ajudar, mesmo que corra o risco de perder esse emprego dos sonhos.
Na terceira história, conhecemos Martha Sullivan. Ela tem o dom da telecinesia, ou seja, a capacidade de mover objetos com a mente. Mas ela não é uma super-vilã ou uma super-heroína, pelo contrário, ela faz parte de um grupo de dotados que prefere usar seus dons de outras formas, se auto intitulando Espectadores. Ela recebe um convite para fazer parte de um grupo seleto, mas recusa e se vê sequestrada junto com outros. Ela precisa descobrir um jeito de se salvar e àqueles que, como ela, preferem continuar sendo somente espectadores.
Na quarta história, também narrada pelo Homem Quebrado, conhecemos um grupo de heróis chamado Blasfemosos. Era um grupo que brigava contra Anomalias Inquietantes. Seu líder Caleb R. Tarrant se vê em um caso onde seus companheiros são capturados e ele precisa livrá-los dessa, mas a história é interrompida pelo Homem Quebrado e outra começa, onde nos é apresentado o Saampa, um líder de uma civilização que adora a um deus-serpente, só que também temos essa narração impedida pelo Homem Quebrado. Este, então, decide nos apresentar Eulalia Jane Verne, conhecida como Dama Progresso. Ela está atrás de Mister Cakewalk, um homem hábil e ágil, que rouba o diamante Estrela de Lakhimpur, uma pedra que Eulalia precisa para deter outro vilão, o Dr. Egyptus.
Na quinta e última história, voltamos a porta sobre o rio Gaines, onde Tatcher Jerome, um gangster local, decide tirar proveito da posição da porta para exigir algumas coisas do Embaixador. Ele consegue um acordo, mas sua ambição deseja mais e mais, até que ele rouba uma caixa que contém seis cápsulas. Ele, então, fica entre a cruz e a espada quando uma das cápsulas transforma um conhecido em um monstro e, aparentemente, o Embaixador parece saber disso.
Como sempre é mais um trabalho maravilhoso de Kurt Busiek. Apesar do título funcionar para a primeira e última história, ela serve para todas as demais. Pois, no caso do Homem Quebrado, são portas abertas para a insanidade e loucura (sério, a imagem dele me incomoda e muito... Parabéns a Brent Eric Anderson, Alex Sinclair e Wendy Broome por isso). No caso de Marella, vemos que ela tem portas abertas para vários cantos do mundo, para novos conhecimentos e amigos. No caso de Martha Sullivan sua vivência totalmente diferente da vilania ou heroísmo, mostra que existem portas abertas para outras experiências. No caso da Dama Progresso, mostra-se a ela portas abertas para conhecer novos estilos de benfeitores, como no caso de Mister Cakewalk.
É delicioso ler “Astro City: Portas Abertas”, pois é uma leitura dinâmica, nenhum pouco cansativa e com uma interligação sem igual.
Continuarei falando isso constantemente, Kurt Busiek é um gênio dos quadrinhos, pois ele nos entrega um universo de personagens coesos e maravilhosos, sejam os super-heróis, os super-vilões, os civis ou os Espectadores. É maravilhoso ler o que ele escreve.

A minha única crítica fica com a Panini Comics lançar o nono volume, pois parece que ela ficou temerosa de não conseguir chegar a essa edição e a lançou prematuramente. Mas vale a pena fazer parte de uma coleção.

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