O FANTASMA: O TESOURO
DO FANTASMA (The Phantom: The Phantom’s Treasure).
Roteiro: Lee Falk
Arte: Ray Moore
Editora:
King Features Syndicate (BR: Pixel Media)
Ano: 1940 (BR: 2015)
Pág.: 128
O Fantasma é um dos primeiros heróis mascarados dos
quadrinhos. Criado por Lee Falk (1911-1999) e Ray Moore (1905-1984) em 1936
para as tiras de jornais da King Features Syndicate, ele protagonizava
aventuras cheias de suspense e ação, ao lado dos Bandar, do seu lobo Capeto e do seu cavalo Espírito. Suas tias faziam companhia a de outros personagens como Popeye, o
Marinheiro (criado por Elzie Crisler Segar em 1929), Mandrake, o Mágico (criado
por Falk e Phil Davis em 1934), Flash Gordon (criado por Alex Raymond em 1934),
Príncipe Valente (criado por Hal Foster em 1937), entre tantos outros.
Sua história é tão lendária quanto ele. Seu primeiro
ancestral, após um naufrágio causado por piratas em 1536, jurou sobre o crânio
de seu pai que levaria justiça contra o crime e a pirataria, fazendo surgir o
primeiro Fantasma, o Espírito-Que-Anda. A história de Falk começa a ser contada
a partir do 21º Fantasma.
Nos seus 63 anos escrevendo histórias do Fantasma para tiras
de jornal (ele somente cessou após falecer em 1999), Lee Falk contou várias
histórias, entre elas sobre o roubo do tesouro do Fantasma.
A história foi publicada pela primeira vez nas tiras diárias
de 1940 e depois recebeu uma encadernação em 1948 pela Frew Publications. Nela
Fantasma chega a Caverna da Caveira e descobre que seu tesouro fora roubado. Na
frente da Caverna encontra quatro membros da tribo dos Bandar mortos a tiros.
Ele então parte, ao lado de seu lobo Capeto, para descobrir quem roubou seu
tesouro e para encontra-lo.
A história tem um clima de tensão bem típico das tias de
jornais. Sempre ao final de quatro quadros, vinha uma mensagem – ou não –
falando da próxima tira ou deixando um suspense no ar. Lógico que essa magia se
perde quando lemos seguidamente a história, mas percebe-se que muitas situações
se desenrolam de forma que lhe deixa intrigado como eram desenvolvidas as
histórias daquela época. Por momentos vemos a possibilidade de um desfecho terrível
para o Fantasma, mas ele conseguia se salvar no último momento com a solução
bem fora do contexto, mas que pareceria plausível, já que ele tem conhecimento
da floresta e dos costumes que cercam as tribos que o adoram e o seguem. Falk
desenvolveu o personagem como um grande aventureiro e hábil atirador, mas
sempre resolvendo as coisas na base dos socos, se possível, pois a arma somente
era usada para desarmar o adversário. Sabe-se da marca da caveira, por menção
de determinado personagem, mas não existe aquela aproximação para vermos a
famosa marca que ficava estampada no rosto dos bandidos.
Outra característica era a arte da época. Ao contrário de hoje
em dia, onde músculos bem delineados em uniformes colantes são vistos
constantemente, Ray Moore não se preocupa com isso. Os rostos caricatos dos
bandidos, com seus queixos proeminentes, suas barbas por fazer ou suas
aparências de idiotas musculosos é constantemente visto na arte de Moore. O
Fantasma, ao contrário, tem uma aparência imponente, mesmo quando usa seu
sobretudo, chapéu, óculos escuros e cachecol (típicos para manter sua
identidade em segredo). Isso é uma coisa interessante do Fantasma, pois sempre
foi um personagem envolto de mistério. Enquanto outros personagens sempre
revelavam sua identidade secreta, mostrando o rosto ou somente usando um óculos
de grau, o Fantasma se escondia. Quando seu rosto aparecia, ou melhor, não
aparecia, pois ele sempre era desenhado de costas, não mostrando a identidade
de Kitty Walker em nenhum momento.
Ler “Fantasma: O Tesouro do Fantasma” é fazer uma viagem no
tempo e conhecer mais esse personagem que encanta e fascina até os dias de
hoje.
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