LJA: TERRA 2 (DC
Comics Coleção de Graphic Novels Volume 13 da Eaglemoss).
Roteiros: Grant Morrison, Gardner Fox
Desenhos: Frank Quitely, Carmine Infantino
Arte-final: Joe Giella
Título original: JLA: Earth 2
Em meio a uma região de plantações, um casal se depara com
uma nave caindo do céu e dentro dela sai um homem que se intitula sendo Lex
Luthor.
Depois um avião, que sofre um problema em um de seus
motores, é socorrido pela Liga da Justiça. Quando eles pousam o avião,
descobrem que as pessoas dentro dele estão mortas e, mais estranho ainda, seus
corações batem com mais força do lado direito.
Essa é, mais ou menos, a premissa de LJA: Terra 2, escrita
por Grant Morrison e desenhada por Frank Quitely. Na história, o Luthor de uma
Terra que existe no Universo de Anti-Matéria, vai à – assim ele intitula –
Terra 2 para convocar a Liga da Justiça para ajudá-lo a enfrentar o Sindicato
do Crime. O Sindicato é formado por semelhanças malignas da Liga, como Luthor
era uma heroica do inimigo do Superman. Ultraman, Coruja, Superwoman, Relâmpago
e Anel Energético tinham suas origens próprias, mas tinham poderes que se
assemelhavam aos de Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash e Lanterna Verde,
então os cinco viajam com Luthor para a Terra Anti-Matéria. Eles conseguem
ajudar Luthor, mas um fator inesperado ocorre e o Sindicato vai para Terra 2,
só que percebem que as coisas não serão tão fáceis como eles imaginam e que
aquilo que os fazem diferentes na sua Terra pode não ser igual na Terra 2.
Essa história faz parte da fase de Morrison na Liga da Justiça,
que havia iniciado em JLA #1 (janeiro de 1997). Ela, na minha humilde opinião,
teve altos e baixos constantes. Morrison, desde que a iniciou, buscou criar inimigos
que sempre fossem a altura da Liga da Justiça, mas nem sempre acertava.
Hiperclan, “Esquadrão da Vingança” e Gangue da Injustiça, foram algumas dessas
tentativas de dar-lhes inimigos que se aproximassem de seus poderes, mas as
histórias eram com várias falhas de continuidade e com explicações
espalhafatosas. LJA: Terra 2 não foi diferente.
Quando você inicia a leitura da história, parece bem
interessante e as explicações parecem ser bem interessantes. A ação é bem
desenvolvida, mas quando começa a parar para pensar nos acontecimentos que o
enredo segue, raciocina sobre acontecimentos não explicados. Sem contar que a
motivação final, o grande vilão da história chega ser estranho ser um grande
vilão.
Eu sempre sofro preconceitos por não gostar de tudo que
Morrison escreve, pois eu sempre encontro problemas na forma como ele narra as
histórias, sempre vejo os pontos negativos de suas histórias. Preciso sempre me
justificar, dizendo que gosto de “Asilo Arkham”, “Homem-Animal”, – comecei a
gostar muito – “Patrulha do Destino” e “Grandes Astros Superman”, mas o cara é
falho. Ele tem ideias conturbadas sobre certos aspectos do Universo Unificado
DC que não funcionam ou que fogem muito daquilo que fora estabelecido. Sei que
muitos adoram o que ele faz e que vende (sinceramente, não sei como) muito, e
também sei que não somente ele falha, mas tentarem me convencer que o cara é um
excelente roteirista, que escreve tão bem quanto outros, aí é querer demais de
mim.
As falhas das histórias se unem com a “arte gordinha” do
Frank Quitely. Sério, achei legal vê-la em “Grandes Astros Superman”, mas ela
não combina com a Liga da Justiça. As mulheres ficam com aparência
masculinizada, os homens parecem estranhos e deformados, exagerados. Com
certeza alguns devem ficar maravilhados com a arte de Quitely, mas eu acho
muito descaracterizado para uma história da Liga da Justiça.
A história teve uma adaptação em vídeo intitulada “Liga da
Justiça: Crise em Duas Terras” com roteiro de Dwayne McDuffie e direção de Sam
Liu e Lauren Montgomery. A adaptação tem certas diferenças de roteiro e de
enredo, mas eu considero melhor do que a graphic novel.
Na sequência das histórias, vemos a história “O Flash de
Dois Mundos”, escrita por Gardner Fox e desenhada por Carmine Infantino e Joe
Giella. A história é o começo do Multiverso DC na década de 1960, pois unia o
Flash (Jay Garrick) da Era de Ouro com o Flash (Barry Allen) da Era de Prata
dos Quadrinhos. A forma simples de escrevê-la era típica da época da história.
Nela, em uma apresentação para crianças, Flash vibra tanto que vai parar na
Terra-2, onde encontra seu ídolo de infância, Jay Garrick, o Flash da Era de
Ouro. Jay já está velho e aposentado da carreira de super-herói há algum tempo.
Mas a chegada de Barry em sua Terra o faz retornar ao velho traje, e na hora
certa, pois três dos seus vilões planejam grandes assaltos, depois de saírem da
prisão.
É legal ver como o Multiverso DC surgiu, pois você sempre
fica pensando de onde veio essa ideia de se criar vários universos e o motivo
da necessidade disso. No decorrer de sua história, a DC Comics comprou várias
editoras, bem como deixou de lado muitos personagens. Com isso os vários
universos foram surgindo, Terra-2, Terra-3, Terra-S, Terra-X, e assim por
diante.
Outro ponto interessante da história é uma coisa que já se
via em outras histórias da DC, a necessidade de colocar a nossa Terra como uma
Terra de super-heróis. Assim faziam uso da metalinguagem, ou seja, os
roteiristas e desenhistas interagiam com os personagens nas histórias. Viu-se
isso em histórias de Eléktron, do Batman, do Superman e do Flash. Em
determinado momento os roteiristas e desenhistas adentravam nos quadrinhos para
ajudar ou serem ajudados pelos super-heróis. Isso foi usado várias vezes
depois, em vários momentos e em outras editoras.
A próxima edição trará a história “Superman/Batman:
Supergirl”, onde o roteirista Jeph Loeb e o desenhista Michael Turner (1971-2008)
trazem de volta Kara Zor-El, prima do Superman, em uma história que os leva a
Apokolips a enfrentar Darkseid.
A coleção pode ser adquirida em bancas e lojas especializadas,
mas você também pode compra-la no site da Eaglemoss Brasil na internet ou fazer a assinatura, que poderá ganhar brindes exclusivos.
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