PATRULHA DO DESTINO:
RASTEJANDO DOS ESCOMBROS (The Doom Patrol: Crawling from the wreckage).
Roteiro: Grant Morrison
Desenhos: Richard Case, Doug Braithwaite
Arte-Final: Carlos Garzon, Scott Hanna
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2000 (BR: 2015)
Pág.: 196
Pronto, mais um material de Grant Morrison que eu gostei.
“Patrulha do Destino: Rastejando dos escombros” é uma
história que mistura terror, mistério e elementos do sobrenatural. Algo muito
comum para o grupo.
Li pouca coisa da Patrulha (minha primeira aventura com eles
foram suas participações nas histórias do Novos Titãs), mas sempre se via esse
tipo de conteúdo, já que o grupo é formado por pessoas indesejáveis ou com
anomalias. Formados por Niles Caulder, também conhecido como O Chefe, eram
pessoas que sofreram metamorfoses que simplesmente os excluíram da humanidade,
como era o caso de Cliff Steele, o Homem-Robô. Ele sofreu um acidente terrível,
com perda total do corpo, então o Dr. Will Magnus lhe constrói um novo corpo,
onde seu cérebro é depositado, dando-lhe uma sobrevida. Outro é Joshua Clay,
ex-médico do exército do Estado Unidos que descobriu os seus poderes após matar
um militar intransigente. Clay viveu como um fugitivo dentro dos EUA, até que
foi encontrado por Arani Desai Caulder – também conhecida como Celsius – e se
tornou Vendaval, membro do Patrulha do Destino. Também temos o piloto de testes
Larry Trainor, que após sofrer um acidente com o jato suborbital X-19 – causado
por Niles Caulder –, foi exposto a um campo de radiação mortal. Com o corpo
deformado e brilhando devido à radiação, Larry foi recoberto por ataduras
especiais e conseguia projetar um espectro radioativo que podia viajar em
velocidades impensáveis e disparar energias, ficando conhecido como
Homem-Negativo.
Morrison nos coloca em um momento que o grupo encontra-se
abalado e esfacelado. Cliff se instalou em uma clínica psiquiátrica, Rhea Jones
– também conhecida como Lodestone (por enquanto não existem traduções para seu
apelido – e Larry encontram-se internados em hospitais e Caulder se prepara
para mudar de base de operações.
Na clínica psiquiátrica, Cliff encontra-se com Dr. Will
Magnus e é apresentado a jovem Kay Challis, também conhecida como Crazy Jane, que
sofre de múltiplas personalidades e, após a saga Invasão, teve essas
personalidades ganhando super-poderes. Já no hospital em que Larry encontra-se
internado, ele é assombrado pelo seu espectro radioativo que deseja voltar ao
seu corpo, mas para isso precisaria do corpo de uma mulher, também, e assim
domina o corpo da Dra. Eleanor Pooler e ambos, amalgamados, se tornam Rebis.
Depois disso, começa a ação da história, que e mostrada em momentos distintos em
que Cliff está na clínica. Um grupo de seres dimensionais conhecidos como
Homens-Tesoura começam a tomar corpos, deixando somente um espaço branco onde
eles se localizavam. Isso leva a reunião de Crazy Jane, Rebis e Cliff para
buscar uma solução para o problema que domina o mundo em pouquíssimo tempo.
Na sequência, Rhea Jones é sequestrada e a novíssima
Patrulha do Destino vai em busca de sua membra, que encontra-se em coma. Ela é
levada a dimensão de Jack Rubro, um ser que viveu várias vidas e foi vários
assassinos. Lá eles sofrem drásticos danos e são salvos por quem menos esperam.
Na terceira história conhecemos mais sobre Dorothy, uma
jovem que é apresentada no arco de história com Rhea Jones. Dorothy é uma
menina que tem como dom projetar seus medos e seus pensamentos mais sórdidos.
Ela e Joshua, que continua no grupo como médico da equipe, enfrentam alguns
desses medos de Dorothy e precisam vencê-los.
O trabalho de Morrison nessas histórias explora todo o
conteúdo sobrenatural da Patrulha do Destino. Viagens dimensionais, as
múltiplas personalidades de Crazy Jane, as projeções do consciente de Dorothy
nos levam à loucura que cerca o grupo. Ele se desdobra nas histórias,
demonstrando que possui mais liberdade do que teve em Homem-Animal, pois ao
contrário deste personagem, a Patrulha desde seu surgimento em My Greatest
Adventure #80 (junho de 1963) trabalha com coisas fora do normal. Eles sempre
foram tratados como párias, anomalias, heróis indesejáveis. Acrescentar
personagens como Crazy Jane e Dorothy só acrescenta mais elementos essenciais
para as histórias do grupo.
A arte de Richard Case e Doug Braiwaithe não trazem
novidades, mas também não são prejudiciais, pelo contrário, Richard Case
faz-nos viajar com suas formas de interpretação das dimensões criadas por
Morrison e Doug Braiwaithe poderia me fazer ter pesadelos com as criações de
Dorothy. Mas falando desta personagem, prefiro mais a interpretação de Case do
que de Braiwaithe para as feições dela, pois a aparência de primata demonstra
os motivos dela ser uma pária.
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