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sábado, 5 de março de 2016

RESENHA HQ: Patrulha do Destino: Rastejando dos escombros (The Doom Patrol: Crawling from the wreckage).

PATRULHA DO DESTINO: RASTEJANDO DOS ESCOMBROS (The Doom Patrol: Crawling from the wreckage).

Roteiro: Grant Morrison
Desenhos: Richard Case, Doug Braithwaite
Arte-Final: Carlos Garzon, Scott Hanna
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2000 (BR: 2015)
Pág.: 196

Pronto, mais um material de Grant Morrison que eu gostei.
“Patrulha do Destino: Rastejando dos escombros” é uma história que mistura terror, mistério e elementos do sobrenatural. Algo muito comum para o grupo.
Li pouca coisa da Patrulha (minha primeira aventura com eles foram suas participações nas histórias do Novos Titãs), mas sempre se via esse tipo de conteúdo, já que o grupo é formado por pessoas indesejáveis ou com anomalias. Formados por Niles Caulder, também conhecido como O Chefe, eram pessoas que sofreram metamorfoses que simplesmente os excluíram da humanidade, como era o caso de Cliff Steele, o Homem-Robô. Ele sofreu um acidente terrível, com perda total do corpo, então o Dr. Will Magnus lhe constrói um novo corpo, onde seu cérebro é depositado, dando-lhe uma sobrevida. Outro é Joshua Clay, ex-médico do exército do Estado Unidos que descobriu os seus poderes após matar um militar intransigente. Clay viveu como um fugitivo dentro dos EUA, até que foi encontrado por Arani Desai Caulder – também conhecida como Celsius – e se tornou Vendaval, membro do Patrulha do Destino. Também temos o piloto de testes Larry Trainor, que após sofrer um acidente com o jato suborbital X-19 – causado por Niles Caulder –, foi exposto a um campo de radiação mortal. Com o corpo deformado e brilhando devido à radiação, Larry foi recoberto por ataduras especiais e conseguia projetar um espectro radioativo que podia viajar em velocidades impensáveis e disparar energias, ficando conhecido como Homem-Negativo.
Morrison nos coloca em um momento que o grupo encontra-se abalado e esfacelado. Cliff se instalou em uma clínica psiquiátrica, Rhea Jones – também conhecida como Lodestone (por enquanto não existem traduções para seu apelido – e Larry encontram-se internados em hospitais e Caulder se prepara para mudar de base de operações.
Na clínica psiquiátrica, Cliff encontra-se com Dr. Will Magnus e é apresentado a jovem Kay Challis, também conhecida como Crazy Jane, que sofre de múltiplas personalidades e, após a saga Invasão, teve essas personalidades ganhando super-poderes. Já no hospital em que Larry encontra-se internado, ele é assombrado pelo seu espectro radioativo que deseja voltar ao seu corpo, mas para isso precisaria do corpo de uma mulher, também, e assim domina o corpo da Dra. Eleanor Pooler e ambos, amalgamados, se tornam Rebis. Depois disso, começa a ação da história, que e mostrada em momentos distintos em que Cliff está na clínica. Um grupo de seres dimensionais conhecidos como Homens-Tesoura começam a tomar corpos, deixando somente um espaço branco onde eles se localizavam. Isso leva a reunião de Crazy Jane, Rebis e Cliff para buscar uma solução para o problema que domina o mundo em pouquíssimo tempo.
Na sequência, Rhea Jones é sequestrada e a novíssima Patrulha do Destino vai em busca de sua membra, que encontra-se em coma. Ela é levada a dimensão de Jack Rubro, um ser que viveu várias vidas e foi vários assassinos. Lá eles sofrem drásticos danos e são salvos por quem menos esperam.
Na terceira história conhecemos mais sobre Dorothy, uma jovem que é apresentada no arco de história com Rhea Jones. Dorothy é uma menina que tem como dom projetar seus medos e seus pensamentos mais sórdidos. Ela e Joshua, que continua no grupo como médico da equipe, enfrentam alguns desses medos de Dorothy e precisam vencê-los.

O trabalho de Morrison nessas histórias explora todo o conteúdo sobrenatural da Patrulha do Destino. Viagens dimensionais, as múltiplas personalidades de Crazy Jane, as projeções do consciente de Dorothy nos levam à loucura que cerca o grupo. Ele se desdobra nas histórias, demonstrando que possui mais liberdade do que teve em Homem-Animal, pois ao contrário deste personagem, a Patrulha desde seu surgimento em My Greatest Adventure #80 (junho de 1963) trabalha com coisas fora do normal. Eles sempre foram tratados como párias, anomalias, heróis indesejáveis. Acrescentar personagens como Crazy Jane e Dorothy só acrescenta mais elementos essenciais para as histórias do grupo.
A arte de Richard Case e Doug Braiwaithe não trazem novidades, mas também não são prejudiciais, pelo contrário, Richard Case faz-nos viajar com suas formas de interpretação das dimensões criadas por Morrison e Doug Braiwaithe poderia me fazer ter pesadelos com as criações de Dorothy. Mas falando desta personagem, prefiro mais a interpretação de Case do que de Braiwaithe para as feições dela, pois a aparência de primata demonstra os motivos dela ser uma pária.

“Patrulha do Destino: Rastejando dos escombros” é uma ótima revista para ter na coleção. E, mais uma vez – mesmo ainda odiando sua passagem por Batman – volto a dizer que Grant Morrison foi muito feliz nessa sua versão da equipe.

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