HOMEM-ANIMAL – DEUS
EX-MACHINA (Animal-Man, Book 3 – Deus Ex-Machina).
Roteiro: Grant Morrison
Desenhos: Chaz Truog, Paris Cullins
Artes-finais: Doug Hazzlewood, Steve Montano, Mark Farmer
Editora: Vertigo Comics (BR: Panini Comics)
Ano: 2003 (BR: 2016)
Pág.: 252
“Bom, é esse o problema das minhas histórias. Sempre prometem crescer
pra culminar em algo maior... que acaba não acontecendo. É o problema com minha
vida também”. -- Grant Morrison.
“Homem-Animal – Deus Ex-Machina” é um BOOM cerebral. Ele é a
conclusão do trabalho de Grant Morrison com o personagem Homem-Animal e, com
isso, ele aproveita para usar todas as formas de escrita e estruturação textual
que é possível.
Desde o começo da série, percebemos que o Homem-Animal de
Morrison é bem diferente da ideia de super-herói lutando pela verdade e justiça
no mundo em que vive. Ele combate bandidos e super-vilões, mas também combate grandes corporações que usam animais em
testes químicos, enfrenta caçadores de animais, sejam terrestres, aéreos ou aquáticos.
É um grande defensor da fauna mundial. Também vemos que seus combates com super
vilões não são duelos de poderes, mas diálogos, buscando compreender o que os
motiva em suas ações.
Desde o começo do encadernado, Buddy Baker busca por
respostas, não somente para os seus poderes, mas pelas sensações e sentimentos
que possui durante toda essa história. Os enigmáticos alienígenas que lhe deram
poderes, as suas aparições em momentos que ele não imaginaria que estivesse,
suas batalhas sem sentido, contra inimigos inesperáveis. A busca se torna mais
intensa quando uma tragédia ocorre em sua vida, fazendo-o partir em busca de
vingança, de uma forma como nunca agira antes, indo contra seus princípios e
contra os seus ideais.
Buddy se envolve em coisas inexplicáveis, nas quais nem ele
consegue compreender direito, e fará de tudo para conseguir respostas, mesmo que
isso ultrapasse barreiras do incompreensível.
Sinceramente, é o
encadernado mais complicado de resumir, pois possui tantas revelações e
informações que qualquer coisa na qual eu venha a escrever pode ser um spoiler. Mas Morrison, como eu disse,
antes, usa todos os tipos de artifícios e formas de se trabalhar essa história.
Meta linguagem, quarta parede, interação, ele não poupa esforços para tornar
essa história única, de uma forma que você sempre se lembre que é um trabalho
dele.
Diferente de seus
trabalhos posteriores, Morrison consegue imprimir nesse trabalho toda sua
capacidade de interação com seu público. Ele não busca mexer com nossas mentes
como em “Os Invisíveis”, o mesmo deturpar conceitos como com Batman, ele
trabalha com afinco para tornar o Homem-Animal um personagem inesquecível, e
consegue. Desde o começo, Morrison nos mostra que o Homem-Animal pode ser um
personagem mais interessante e que está longe de ser um personagem de segunda
linha, como durante anos ele foi considerado. Com Morrison, Homem-Animal foi
considerado um personagem para integrar a Liga da Justiça Internacional. Essa
série foi tão digna que o personagem tem uma importância muito grande até os
dias de hoje para a DC Comics.
Sei que a série não é somente feita pelo roteirista, e definitivamente
Morrison conta com grandes desenhistas para desenvolvimento do encadernado.
Chaz Truog e Dave Hazzelwood, que o acompanham desde o começo da série, são os
principais artistas no desenvolvimento da série e em tornar as ideias de
Morrison reais. Mas para o final ele termina contando com o talento de Mark
Farmer, também. Além deles, os artistas Paris Cullens e Steve Montano trabalham
em um dos momentos de interligação da série, que tem grande importância para a
compreensão dela.
A frase que citei no começo não serve para essa série em si,
mas é interessante a menção dela, pois muitos dos trabalhos de Morrison eu
sempre vi como o que ele fala em determinado momento.




Nenhum comentário:
Postar um comentário