BATMAN: O RETORNO DO CRUZADO ENCAPUZADO
(Batman: The Return of the Caped Crusaders, 2016).
Direção: Rick Morales
Roteiro: Michael Jelenic, James Tucker
Elenco:
Adam West. Burt Ward, Julie Newmar, Jeff Bergman, William Salyers, Wally
Wingert, Steven Weber, Jim Ward, Thomas Lennon, Lynne Marie Stewart
Gotham City. Mansão Wayne. Lar dos paladinos da justiça
Batman (Adam West) e Robin (Burt Ward), em suas identidades de Bruce Wayne e
Dick Grayson. Enquanto assistem a uma programa de TV, eles testemunham quatro
de seus piores inimigos, a Mulher-Gato (Julie Newmar), o Coringa (Jeff
Bergman), o Pinguim (William Salyers) e o Charada (Steven Weber), aparecerem e
correm para enfrentá-los, sem saber os motivos desse aparecimento súbito.
Depois do Charada deixar um enigma, eles descobrem que os vilões pretendem
roubar um multiplicador, capaz de gerar múltiplos objetos, desde um buraco no
chão até pessoas.
Quando decidem ir
atrás deles, a dupla dinâmica sofre uma emboscada e terminam presos e prestes a
serem cozinhados. Será que a dupla dinâmica conseguirá escapar dessa armadilha
e deter os vilões? O que acontecerá com Batman e Robin caso escapem? Não percam
essa emocionante animação.
Bem, fui exagerado nesse final, mas eu queria – tentar –
capturar a essência do que era a série dos anos de 1960.
Em 12 de janeiro de 1966 estreava a série Batman. O seriado
foi idealizado e produzido por William Dozier (1908-1991) e Lorenzo Semple Jr.
(1923-2014), que decidiu levar os personagens para dentro das casas das pessoas
com pessoas reais (ou live action). O
canal de TV onde a estreia aconteceu foi a American Broadcasting Company (ABC)
e tinha os atores Adam West e Burt Ward interpretando Bruce Wayne/Batman e Dick
Grayson/Robin, respectivamente. A série tinha um estilo camp, ou seja, era uma
série que brincava com o ridículo e o absurdo. Ela teve três temporadas e criou
o fenômeno conhecido como batmania, que consistia em vendas de produtos e
memorabílias ligadas ao seriado. Além disso, o seriado teve o primeiro filme do
Batman.
“Batman – O Homem-Morcego” estreou em 30 de julho de 1966 e
trazia Batman e Robin enfrentando Coringa (Cesar Romero), Mulher-Gato (Lee
Meriwether), Charada (Frank Gorshin) e Pinguim (Burgess Meredith), que decidem
sequestrar membros das Nações Unidas. O filme incorporou o Batcóptero, um novo
elemento que funcionou muito bem para a película.
Em setembro de 2013, o roteirista Jeff Parker iniciou um
trabalho para a DC Comics levando o seriado de 1966 para as revistas em
quadrinhos. Foram 30 edições e um especial que trazia a introdução do
personagem Duas-Caras no seriado, algo que nunca aconteceu de verdade.
Esse ano a Warner Animation, em comemoração aos 50 anos do
seriado e percebendo um sucesso razoável com a venda das edições em quadrinhos
(seja em formato impresso ou digital), lançou o filme que narrei acima. A
animação traz toda a ideia do seriado da década de 1966, além de ampliar ainda
mais, pois existiam limitações para o seriado que não precisam ocorrer nem nos
quadrinhos e nem na animação. O interessante é o retorno de Adam West, Burt
Ward e Julie Newmar (ela atuou no seriado, fazendo a Mulher-Gato na primeira e
segunda temporadas, dando lugar na terceira para a atriz Eartha Kitt
(1927-2008)) na dublagem. Eles dublam, respectivamente, os personagens que os
consagraram no seriado. Chega a ser uma pena não podermos contar com os outros
atores para retornarem, também, ao seus antigos vilões ou colegas e parceiros
do Batman, mas é uma casta antiga de atores que, em sua maioria, já veio a
falecer.
Mas existem personagens que se sente falta no momento em que
começamos a assistir, como a Barbara Gordon/Batgirl. Mesmo que a atriz Yvonne
Craig tenha falecido há um pouco mais de um ano, seria interessante rever sua
personagem – que foi criada para um seriado-solo, mas que terminou entrando
para a terceira temporada de Batman – sendo retratada como parceira da dupla
dinâmica.
Quanto ao enredo em si, ele chega a ser divertido, mas
cansativo. A diversão fica por conta das lembranças que trazem para aqueles que
assistiram ou assistem (o seriado passa no Canal Brasil, todos os dias, as
23h00), pois tem o mesmo clima camp. Mas é cansativo, pois são muitas idas e
vindas, que parece sem motivo aparente, somente para tornar a animação em algo
com 78 minutos de duração. Sinceramente, é uma história que poderia ser
resolvida com bem menos tempo e sem muita lengalenga. Batman vai, desvenda um
caso, é preso, se liberta, desvenda outro caso, e assim vai até o final,
tornando algo que poderia ser dinâmico em moroso.
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