Translate

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

RESENHA ANIMAÇÃO: Batman: O Retorno do Cruzado Encapuzado (Batman: The Return of the Caped Crusaders, 2016)

BATMAN: O RETORNO DO CRUZADO ENCAPUZADO (Batman: The Return of the Caped Crusaders, 2016).

Direção: Rick Morales
Roteiro: Michael Jelenic, James Tucker
Elenco: Adam West. Burt Ward, Julie Newmar, Jeff Bergman, William Salyers, Wally Wingert, Steven Weber, Jim Ward, Thomas Lennon, Lynne Marie Stewart

Gotham City. Mansão Wayne. Lar dos paladinos da justiça Batman (Adam West) e Robin (Burt Ward), em suas identidades de Bruce Wayne e Dick Grayson. Enquanto assistem a uma programa de TV, eles testemunham quatro de seus piores inimigos, a Mulher-Gato (Julie Newmar), o Coringa (Jeff Bergman), o Pinguim (William Salyers) e o Charada (Steven Weber), aparecerem e correm para enfrentá-los, sem saber os motivos desse aparecimento súbito. Depois do Charada deixar um enigma, eles descobrem que os vilões pretendem roubar um multiplicador, capaz de gerar múltiplos objetos, desde um buraco no chão até pessoas.
 Quando decidem ir atrás deles, a dupla dinâmica sofre uma emboscada e terminam presos e prestes a serem cozinhados. Será que a dupla dinâmica conseguirá escapar dessa armadilha e deter os vilões? O que acontecerá com Batman e Robin caso escapem? Não percam essa emocionante animação.
Bem, fui exagerado nesse final, mas eu queria – tentar – capturar a essência do que era a série dos anos de 1960.
Em 12 de janeiro de 1966 estreava a série Batman. O seriado foi idealizado e produzido por William Dozier (1908-1991) e Lorenzo Semple Jr. (1923-2014), que decidiu levar os personagens para dentro das casas das pessoas com pessoas reais (ou live action). O canal de TV onde a estreia aconteceu foi a American Broadcasting Company (ABC) e tinha os atores Adam West e Burt Ward interpretando Bruce Wayne/Batman e Dick Grayson/Robin, respectivamente. A série tinha um estilo camp, ou seja, era uma série que brincava com o ridículo e o absurdo. Ela teve três temporadas e criou o fenômeno conhecido como batmania, que consistia em vendas de produtos e memorabílias ligadas ao seriado. Além disso, o seriado teve o primeiro filme do Batman.
“Batman – O Homem-Morcego” estreou em 30 de julho de 1966 e trazia Batman e Robin enfrentando Coringa (Cesar Romero), Mulher-Gato (Lee Meriwether), Charada (Frank Gorshin) e Pinguim (Burgess Meredith), que decidem sequestrar membros das Nações Unidas. O filme incorporou o Batcóptero, um novo elemento que funcionou muito bem para a película.
Em setembro de 2013, o roteirista Jeff Parker iniciou um trabalho para a DC Comics levando o seriado de 1966 para as revistas em quadrinhos. Foram 30 edições e um especial que trazia a introdução do personagem Duas-Caras no seriado, algo que nunca aconteceu de verdade.
Esse ano a Warner Animation, em comemoração aos 50 anos do seriado e percebendo um sucesso razoável com a venda das edições em quadrinhos (seja em formato impresso ou digital), lançou o filme que narrei acima. A animação traz toda a ideia do seriado da década de 1966, além de ampliar ainda mais, pois existiam limitações para o seriado que não precisam ocorrer nem nos quadrinhos e nem na animação. O interessante é o retorno de Adam West, Burt Ward e Julie Newmar (ela atuou no seriado, fazendo a Mulher-Gato na primeira e segunda temporadas, dando lugar na terceira para a atriz Eartha Kitt (1927-2008)) na dublagem. Eles dublam, respectivamente, os personagens que os consagraram no seriado. Chega a ser uma pena não podermos contar com os outros atores para retornarem, também, ao seus antigos vilões ou colegas e parceiros do Batman, mas é uma casta antiga de atores que, em sua maioria, já veio a falecer.
Mas existem personagens que se sente falta no momento em que começamos a assistir, como a Barbara Gordon/Batgirl. Mesmo que a atriz Yvonne Craig tenha falecido há um pouco mais de um ano, seria interessante rever sua personagem – que foi criada para um seriado-solo, mas que terminou entrando para a terceira temporada de Batman – sendo retratada como parceira da dupla dinâmica.
Quanto ao enredo em si, ele chega a ser divertido, mas cansativo. A diversão fica por conta das lembranças que trazem para aqueles que assistiram ou assistem (o seriado passa no Canal Brasil, todos os dias, as 23h00), pois tem o mesmo clima camp. Mas é cansativo, pois são muitas idas e vindas, que parece sem motivo aparente, somente para tornar a animação em algo com 78 minutos de duração. Sinceramente, é uma história que poderia ser resolvida com bem menos tempo e sem muita lengalenga. Batman vai, desvenda um caso, é preso, se liberta, desvenda outro caso, e assim vai até o final, tornando algo que poderia ser dinâmico em moroso.
“Batman: O Retorno do Cruzado Encapuzado” vale pelo clima nostálgico que mantém do começo ao fim, mas não esperem uma história que te prenderá, pois você pode vir a se decepcionar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário