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segunda-feira, 8 de julho de 2019

RESENHA FILMES: Batman & Bill – A secret identity finally revealed (2017)


BATMAN & BILL – A SECRET IDENTITY FINALLY REVEALED (2017)
Direção: Don Argott e Sheena M. Joyce

Vocês sabem quem criou o Batman?... Sim, hoje em dia TODOS sabemos o verdadeiro nome por trás da máscara do Morcego, mas isso graças a Marc Tyler Nobleman.
Nobleman é o tipo de fã dos quadrinhos que sempre busca lutar por causas daqueles que merecem. O documentário “Batman & Bill – A secret identity finally revealed” fala exatamente sobre essa busca por justiça, dessa vez para o escritor Bill Finger.
Finger era um escritor de quadrinhos, pouco reconhecido pelo maior trabalho de toda a sua vida, a criação do Batman.
Tá, nós sempre ouvimos falar que Bob Kane era o homem por trás do Cavaleiro das Trevas, mas isso é 30% da verdade pela criação do maior detetive dos quadrinhos. Kane teve a ideia e levou para os editores da National Periodicals, dizendo ser o criador do Batman, mas o que ele escondeu é que o conceito do traje, a máscara, o nome da identidade secreta do personagem, sua história original, sua cidade, seu parceiro Robin, seu inimigos Coringa, Charada, Pinguim, Espantalho, Mulher-Gato, seu Batmóvel, sua Batcaverna,... TUDO que teve Bob Kane como desenhista, veio de Bill Finger.
A batalha de Nobleman se iniciou quando ele ouviu uma história do produtor Michael Uslan (Batman vs. Tartarugas Ninjas) sobre a primeira Comic-Con de Nova Iorque, em 1965, onde ele e seus pais foram apresentados, por Otto Binder – co-criador de personagens como Supergirl, Adão Negro, Mary Marvel, Brainiac, Bizarro, a Legião dos Super-Heróis original –, a Bill Finger, deixando-os estupefatos com a notícia.
Nessa Comic-Con, por sinal, em relato gravado em fita, Finger fala sobre como foi a criação do personagem para Jerry Bails – o "pai" do Comic Fandom e decobridor que Bill Finger era o "escritor anônimo" de Batman –, fazendo com que fãs questionassem tudo que conheciam. Como era um dos redatores do fanzine Batmania, Bob Kane logo se prontificou a negar TUDO que o roteirista havia falado, como se ele fosse somente um ghost writer, que transpunha para o papel as ideias de Kane.
Essa Comic-Con – mesmo com todas as negações de Kane – fizeram os fãs começarem a se questionar sobre a real fonte da criação do Batman.
No ano seguinte a Comic-Con estrearia a série de TV “Batman”, tendo somente – como sempre – o nome de Bob Kane mencionado como criador do personagem e seu universo.
No décimo-primeiro episódio da segunda temporada da série, o roteirista Charles Sinclair pediu que creditassem o nome de Bill Finger no auxílio do roteiro do episódio “Crimes Loucos do Rei Relógio”, o que foi a primeira vez que Finger pode ver seu nome ligado àquele personagem que ele fizera tanto.
Todo o documentário segue atrás da busca por justiça para Finger, que terminou falecendo em 1974, sozinho em um apartamento, que se como um indigente, que estava para ser tomado dele, pois não tinha condições de pagar o aluguel. Enquanto Bob Kane enriquecia com a franquia do Batman.
Nobleman chegara em um ponto que pensou em desistir de buscar justiça, pois sabia que ele, como não era parente de Finger, não poderia exigir muito para o escritor. Ele descobriu que Bill Finger tivera um filho em seu primeiro casamento, Fred Finger, que era bissexual e terminara morrendo em decorrência de ser HIV Positivo em 1992.
Fred Finger tentara, junto a DC Comics, conseguir que seu pai tivesse crédito no filme “Batman”, que seria lançado em 1989, mas se decepcionou, pois no Contrato de Bob Kane com a National Periodicals – antecessora da DC Comics – era que ele seria o ÚNICO creditado. Então, mesmo que a empresa tivesse conhecimento sobre a participação de Bill Finger – que co-criou outros personagens, mas que estes NUNCA tiveram o mesmo sucesso do Batman –, ela não poderia fazer nada.
Um pouco antes do lançamento de “Batman – O Retorno”, em uma entrevista Bob Kane desejou “aliviar a consciência” e falar abertamente sobre a participação de Bill Finger, mas ainda tomando para si 60% da criação do personagem. Surgiu, nessa época um desenho – datado de 1934 – que mostrava um rabisco de Kane, como se desde essa época – quatro anos antes de Jerry Siegel e Joe Shuster lançarem Superman – ele já pensava no Batman (o que torna a imagem questionável).
Como Finger não tivera filhos com sua segunda esposa, Nobleman achava que era um caso perdido, até descobrir que Fred tivera uma filha, Athena Finger.
Em 2012, Marc Nobleman lançou o livro “Bill the Boy Wonder: The Secret Co-Creator of Batman”, o que levou pessoas a questionarem, a DC Comics, nas convenções sobre os créditos do escritor no personagem. Isso levou a neta de Bill Finger, Athena, a buscar os direitos de o avô ser creditado como co-criador do Batman... o resto vocês já conhecem!
“Batman & Bill – A secret identity finally revealed” não é um documentário fácil de ser encontrado, por ele foi lançado pelo sistema streaming Hulu (ainda sem distribuição no Brasil), então poucos conhecem.
A Skript, Editora através do financiamento coletivo do Catarse, lançou “Bill Finger – A História Secreta do Cavaleiro das Trevas”. Escrita por Diego Moreau e Douglas Vieira, o exemplar traz arte de Sandro Zambi e cores de Italo Silva, ela pode ser encontrada – com exclusividade – na Amazon. Mas se você for bom em inglês e quiser adquirir o livro de Marc Nobleman, “Bill the Boy Wonder:The Secret Co-Creator of Batman”, pode encontra-lo, também, na Amazon.
O documentário “Batman & Bill – A secret identity finally revealed” mostra que, as vezes, por mais que demore 75 anos, o bom combate sempre termina de forma gratificante e vale a pena ser combatido.

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