Postado no blog Gothamita em 28/08/2009
“Batman” era escrito por Sam Hamm e Warren Skaaren, com direção de Tim Burton. A história contava sobre um vigilante noturno que perambulava pelas ruas de Gotham City, fazendo justiças pelas próprias mãos, seu nome é Batman (Michael Keaton). Sem saber se ele é mito ou verdade, a polícia de Gotham o desacredita, enquanto dois repórteres, Vicky Vale (Kim Basinger) e Alexander Knox (Robert Wuhl) tentam descobrir quem é o vigilante. O promotor de Gotham City, Harvey Dent (Billy Dee Williams), com auxílio do comissário de polícia James Gordon (Pat Hingle), tenta incriminar o mafioso Carl Grissom (Jack Palance), que tem como capanga o bandido Jack Napier (Jack Nicholson). Napier, na tentativa de salvar seu chefe, termina numa cilada criada pelo próprio Grissom e, ao cair num tonel de ácido, se transforma no Coringa.
O Coringa mata o chefão Grissom e toma seu lugar na liderança. Tentando se tornar a maior ameaça que já pairou em Gotham City, ele usa seus conhecimentos científicos para contaminar todos os produtos químicos usados em cosméticos e “marca” uma entrevista com Vicky Vale, que é salva pelo Batman. Bruce Wayne (alter-ego do Batman) descobre que o Coringa é ninguém menos que o assassino dos seus pais, Num final clichê, Batman salva a mocinha, que descobre sua verdadeira identidade graças ao mordomo Alfred (Michael Gough), o Coringa morre ao cair de cima da Catedral de Gotham e a cidade ganha um sinal, para chamar o Batman sempre que vier a precisar dele.
O filme é muito bom, hoje um verdadeiro clássico, pois desde Superman III que foi lançado em 1983, não se lançava um filme baseado em super-heróis e em 1989, decidiram se arriscar com o homem-morcego, e deu certo. Batman tem vários erros, como o Coringa ser o assassino dos pais de Bruce Wayne, o “palhaço do crime” ser um especialista em química, sua morte no final do filme, Alfred trair a confiança de Bruce Wayne a ponto de revelar a Vicky Vale sua identidade como Batman, uma armadura que mais fazia o Batman parece um “Robô” bat. Só que o sucesso foi tanto, que uma continuação era mais do que obrigatória, e foi o que aconteceu.
Para “Batman Returns”, Tim Burton retornava a cadeira de diretor e quem escreve a história, ao lado de Sam Hamm, é Daniel Waters. A história deste filme pode ser narrada da seguinte forma: Uma nova ameaça surge em Gotham City, seu nome é Pingüim (Danny DeVito). Ele e sua gangue circense aterrorizam a cidade no período perto do natal, mas Batman acaba detendo a todos e salva a jovem secretária de Max Shreck (Christopher Walken), Selina Kyle (Michelle Pfeiffer). Ela conhece os planos do chefe de tomar toda a energia da cidade e é jogada do último andar do arranha-céu da empresa, mas miraculosamente sobrevive e se torna a Mulher-Gato. Enquanto isso, Pingüim planeja subornar Shreck e este decide compactuar com ele, transformando em prefeito de Gotham, mas para isso eles precisam desacreditar o Batman e tentar destruí-lo. Só que o máximo que conseguem e fazê-lo virar o jogo e durante um discurso do Pingüim, ele é desmascarado. Só que, enquanto tentava descobrir sobre suas família, Oswald Chesterfield Cobblepott (o verdadeiro nome do Pingüim) seleciona o nome de todos os primogênitos de Gotham City e decide seqüestrá-los, junto com Max Shreck, para depois destruir toda a cidade. Mas Batman consegue detê-lo novamente e na tentativa de fazer a Mulher-Gato refletir pelos seus erros, ele se desmascara para ela, que se autodestrói, junto com o empresário inescrupuloso. O pingüim também tem um final fatal e um funeral “carregado” por pingüins.
Este filme é mais sombrio que seu antecessor, mostrando um lado mais obscuro de Gotham, mas os defeitos no roteiro se ressaltam novamente. Desde sinalizadores na Mansão Wayne que se ativam quando o bat-sinal é ligado até o momento da morte do Pingüim e a – suposta – morte da Mulher-Gato, o filme se torna mais cartunesco, mas nem isso desfaz seu sucesso, levando a Warner Bros. detentora dos direitos de filmagem e distribuição de toa à franquia, a querer fazer um terceiro filme, mas coisas não melhoram.
Antes de falar sobre este filme, vale lembrar que a Warner Bros. estava temerosa que os filmes ficassem cada vez mais sombrios e violentos, então decidiram deixá-lo um pouco diferente, o que culminou com a saída de Sam Hamm dos roteiros e de Tim Burton da direção. então o filme foi oferecido a outro diretor, Joel Schumacher.
Todo o conhecimento de Schumacher com referência ao Batman era o seriado da década de 1960, que tinha aquele clima debochado e extravagante, então foi pesquisar e descobriu sobre a revisão do personagem por Frank Miller, mas não era isso que a Warner Bros. queria, então precisou repensar seus projetos. Foi contratado Lee Scott-Batchler e Janet Scott-Batchler para escrevem o roteiro do filme, ao lado de Akiva Goldsman, que entrou depois.
O filme “Batman Forever”, que teve sua estréia em 07 de julho de 1995 (aqui no Brasil), inicia com um assalto a banco causado pelo ex-promotor de Gotham City e amigo de Bruce Wayne/Batman (Val Kilmer), Harvey Dent (Tommy Lee Jones), agora transformado no Duas-Caras. Batman consegue salvar as vítimas, mas o Duas-Caras escapa. Nisso, surge a Dra. Chase Meridian (Nicole Kidman), intrigada com as figuras soturnas de Gotham. Bruce a convida para uma festa beneficente no circo que está em Gotham, mas antes ele descarta a invenção de seu empregado Edward Nigma (Jim Carrey), que é demitido. Em casa, Nigma planeja sua vingança, assumindo a identidade de Charada, enquanto Bruce Wayne e a Dra. Meridian vão ao circo e assistem as apresentações, até o momento máximo, os Grayson Voadores. Bruce percebe algo estranho, então durante a exibição dos trapezistas, a corda de sustentação do trapézio se parte e o pai e a mãe do jovem Dick Grayson (Chris O’Donnel) caem para a morte. Descobrem que o culpado é ninguém menos do que o Duas Caras. Bruce leva Dick para a mansão e lá o rapaz vê o mordomo Alfred saindo de trás do relógio e consegue descobrir o segredo de Bruce Wayne, que ele é o Batman. Dick pega “emprestado” o Batmóvel e vai para a cidade, só que o Batman traz os dois de volta, proibindo o rapaz de fazer isso novamente, mas Dick insiste em ser o parceiro do Batman para pegar o Duas-Caras, que assassinara seus pais. Bruce fala que não. Ameaças começam a chegar para Bruce com o codinome Charada, enquanto Nigma vai atrás de Duas-Caras, para que ambos façam uma aliança. Ele investe no projeto de Nigma que consta com um aparelho que drena o quociente de inteligência do ser humano. No dia da apresentação do aparelho, Bruce Wayne é submetido à máquina e seu segredo é revelado, mas antes de Nigma ver, Duas-Caras invade a festa, fazendo com que Bruce precise vestir seu traje de Batman e Dick vista seu traje de trapezista com uma máscara, dando origem ao Robin.
O Batman combate os capangas do Duas-Caras e sai atrás do vilão até um obra, onde é quase enterrado vivo, mas é salvo pelo Robin. Na Batcaverna, Dick insiste em ser o parceiro de seu tutor, mas Bruce insiste que isso não acontecerá e ainda reprova Alfred por incentivar o rapaz. Neste momento, Charada e Duas-Caras descobrem que Bruce Wayne e Batman são a mesma pessoa e, enquanto Bruce está em um encontro com a Dra. Chase e Dick está fora, eles invadem a mansão, destruindo a Batcaverna. A Dra. Meridian, em vez de ir ao encontro de Bruce, vai à mansão e termina seqüestrada pelos bandidos. Bruce retorna a mansão e encontra Alfred nocauteado e sua caverna destruída. Batman veste um novo traje experimental e Robin veste o seu o seu novo traje e os dois saem na Batlancha e no Batjato até a “Ilha do Charada”. Robin é capturado e colocado numa cela e Batman precisa escolher entre ele e a Dra. Chase Meridian, quando os dois são solto dentro de um fosso com lâminas afiadas. Ele consegue salvar a ambos, mas fica na mira do Duas-Caras, mas este vai jogar sua moeda para decidir o destino do Batman, este trapaceia e faz o bandido ficar perdido entre as moedas e cai no fosso. O Charada que está ligado a sua máquina, que aumenta o seu quociente de inteligência com o dos outros, ameaça a relevar a identidade do Batman e este joga um Batrangue monitorado pelo traje, que atinge a máquina dando uma sobrecarga no cérebro de Nigma. Ele então é preso no Asilo Arkham, Chase Meridian sabe da identidade secreta de Batman e Robin e tudo segue em frente.
Pra começar a primeira crítica… Peitinhos! Isso aborreceu a todos os verdadeiros fãs do Batman, até mesmo seu criador, Bob Kane. Mas era somente o começo. Quando falaram que Val Kilmer assumiria o traje do homem-morcego, a primeira coisa que veio a cabeça de muitos foi: “Jean-Paul Valley vai ser o Batman?”, já que na época “A Queda do Morcego” tinha sido publicada. O filme é estranho, pois como Schumacher não pôde usar sua ideia de Batman: Ano Um, ele foi em direção de algo mais leve e deixando o cartunesco em exagero. Por exemplo, a maquiagem do rosto de Tommy Lee Jones era muito irreal e absurda, sem contar que aceitou que Jim Carrey assumisse uma “homossexualidade disfarçada” para sua personagem, sem contar que todo mundo do filme já “quase” conhece a identidade do Batman, mataram o Duas-Caras, mas a Warner Bros havia conseguido novamente uma enorme bilheteria, além de ter vários produtos a serem comercializados com a marca do Batman. Lógico que o filme teve uma boa aceitação recepção bom público, assim gerou uma continuação.
“Batman & Robin” mantinha o diretor Joel Schumacher e o roteirista Akiva Goldsman. Desta vez o Batman (George Clooney) e Robin enfrentam o Dr. Victor Fries (Arnold Schwarzenegger), que após um acidente com seu aparelho criogênico que mantinha sua esposa Nora Fries (Vendela Kirsebom Thomessen) conservada até a descoberta da cura de sua doença se transforma no Sr. Frio. Durante uma tentativa de assalto em busca de diamantes para seu aparelho criogênico, a dupla dinâmica surge e surpreende Freeze e sua gangue, eles escapam e, durante a tentativa de captura do bandido, Robin é congelado e o bandido escapa. Batman salva seu pupilo e o repreende por agir tão impulsivamente. Em outro canto, na América do Sul, a Dra. Pamela Isley (Uma Thurman), especialista em botânica, está participando de uma experiência genética que aumenta a força das pessoas. As experiências estão sendo feitas em bandidos, cativos da Prisão de Santa Prisca, por ela e seu parceiro, o Dr. Jason Woodrue (John Glover). Querendo a fama somente para ele, Woodrue tenta matar Pamela, mas esta ganha poderes e domínio sobre as plantas, se tornando Hera Venenosa. Ela então mata Woodrue, transforma o prisioneiro, conhecido como Bane (Jeep Swenson) em seu capanga e retornam a Gotham. Já na Mansão Wayne, o clima continua pesado, mas chega uma visita inesperada, Barbara Wilson (Alicia Silverstone), sobrinha do mordomo Alfred, chega para visitá-lo e todos descobrem que o mordomo está muito mal de saúde, o que preocupa Bruce Wayne, que considera o mordomo como um pai, mas as coisas não se acalmam. Quando o Batman e Robin decidem fazer a vez de guarda-costas de um jóia da família Wayne, são atacados pelo Sr. Frio e pela Hera Venenosa. Os dois conseguem escapar e Pamela vê uma possível vitória, se ambos se unirem. Ela então prejudica a câmara criogênica de Nora, deixando Victor acreditar que tinham sido Batman e Robin os culpados, então partem para destruir Gotham City. Bruce passa por problemas sérios na mansão, quando Alfred termina adoecendo em demasia e Barbara o culpa por isso. Só que ela encontra um recado gravado do tio para seu pai, contando tudo sobre a verdade de Bruce Wayne e Dick Grayson, então ela decide se unir a dupla na intenção de deter os bandidos se tornando a Batgirl, então o trio veste trajes especiais para deter o duo de bandidos. Eles – lógico – vencem no final e os prende.
Não quero me prender muito a este filme, pois para mim foi o pior do conjunto. Os erros são tantos que eu perderia mais um parágrafo para classificá-los, mas dentre todos citemos o absurdo dos efeitos sonoros como se fossem “onomatopéias sonoras”, os “Bat-patins”, o “Bat-cartão de crédito”, Hera “drag queen” Venenosa, Bane “demente”, as pantufas do Sr. Frio, Robin com traje do Asa Noturna “vermelho” e de capa, Barbara “Wilson”, sobrinha de Alfred (???), Dick “rebelde sem causa” Grayson… Bem, vamos parar por aí. As únicas coisas que marcaram – e permaneceram – até o final desta franquia foram o ator inglês Michael Gough, que colaborou muito com o mordomo Alfred e o ator Pat Hingle, que apesar de não se parecer em nada com o Comissário de polícia dos quadrinhos, ficou até o fim, persistente.
Lógico que “Batman & Robin” foi um sucesso de bilheteria, mas os fãs reclamaram em demasia e a Warner jogou Schumacher aos leões. As declarações de Clooney não colaboraram em nada, também. Schumacher queria limpar o nome e voltou a propor um recomeço da franquia, mas a Warner nem deu ouvidos.
Então se foram mais anos tentando acertar, mas somente erros aconteciam, até que um diretor independente surgiu com uma ideia para a Warner, seu nome, Christopher Nolan.
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