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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Nona arte na sétima arte - Parte 1

Publicado na fanpage Overdose HQ em 13/09/2014.

(Antes da leitura, uns esclarecimentos: 1º- O texto a seguir se refere a personagens que tiveram suas interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos, sendo assim, muitos super-heróis terminaram ficando de fora, pois eram originais da sétima arte; 2º- O material teve como fonte o Wikipedia, o IMDB e o Box Office Mojo. boa leitura).

1940-The ShadowA Marvel e a Warner, aparentemente, vêm demonstrando um grande interesse pelo lançamentos de seus personagens super-heróicos no cinema. Tem que teorize que isso é uma moda passageira, mas existem outros que creem que a entrada da nona arte na sétima arte veio para ficar.
Existem também aqueles que falam que a Marvel Studios está a frente da Warner e blábláblá e mimimi, ou que a Warner quem começou a moda de super-heróis no cinema, mas esquecem que a nona arte já se aventura nos cinemas desde a década de 1940.
A primeira aventura de um super-herói nos cinemas veio da Columbia Pictures com o personagem radialístico The Shadow, em 1940, seguido pela Republic Pictures com Mysterious Doctor Satan, que lançava o personagem The Copperhead, e a Universal Studios com outro personagem dos rádios, The Green Hornet.
Houve outros personagens anteriores? Lógico. O mascarado Fantômas teve duas produções, uma francesa (1918) e uma estadunidense (1920), podendo ser considerado o primeiro personagem mascarado que apareceu nos cinemas. Mas quando o quesito de super-herói com super-poderes, o primeiro foi The Adventures of Captain Marvel (1941) da Fawcett Comics a ganhar um seriado para o cinema produciso pela Republic Pictures. Foi uma série de 12 capítulos com o ator Frank Coghlan Jr. Fazendo Billy Batson e Tom Tyler como Capitão Marvel.
A Fawcett também lançou pela Republic Pictures Spy Smasher (1942) com Kane Richmond no papel principal, tendo 12 episódios. A DC Comics também lançou um seriado para o cinema pela Columbia Pictures com o Batman (1943), tendo os atores Lewis Wilson e Douglas Croft como 1943-BatmanBatman e Robin, respectivamente, dividido em 15 episódios. A mesma Columbia Pictures lançou também o personagem Fantasma de Lee Falk, que foi vivido pelo ator Tom Tyler1943-The Phantom, também, em 15 episódios. A Republic também criou seus próprios personagens como The Masked Marvel (1943) com Tom Steele, tendo 12 episódios.
O último seriado de super-herói para os cinemas foi Atom Man Vs. Superman (1950), com Kirk Alyn (que já havia vestido o traje do Homem-de-Aço em 1948 no seriado de 15 partes intitulado Superman, da Columbia Pictures) como Clark Kent/Superman. Foram 15 episódios produzidos pela Columbia Pictures.
O intervalo dos super-heróis no cinema durou pouco menos do que todos imaginam, pois em 1951, a Lippert Pictures decidiu lançar Superman and the Mole Man, baseado no seriado televisivo estrelado pelo ator George Reeves. 1951-Superman and the Mole MenReeves reprisava no filme seu papel como Clark Kent/Superman e enfrentava uma multidão enfurecida que pretendia matar os Homens-Toupeira, pois se assustavam que tudo que eles tocavam ficava fosforescente.
Demorou 15 anos para que uma empresa cinematográfica viesse a se arriscar com um personagem dos quadrinhos no cinema e isso somente ocorreu graças a batmania surgida com o seriado do Batman de 1966. A 20th Century Fox produziu o filme Batman: The Movie, que traziam os atores Adam West como Bruce Wayne/Batman e Burt Ward como Dick Grayson/Robin, além dos vilões Coringa (Cesar Romero), Mulher-Gato (Lee Meriwether, que substituiu a atriz Julie Newmar), Charada (Frank Gorshin) e Pinguim (Burgess Meredith). Também trazia, nos papéis de coadjuvantes Alan Napier (Alfred Pennyworth), Neil Hamilton (Comissário Gordon) e Stafford Repp (Chefe O’Hara). 1966-BatmanO filme seguia o mesmo clima camp do seriado, com seus exageros e cafonices, mas abriu espaço para o Batcóptero e a Batmoto, pois o orçamento era bem maior do que do seriado.
Demorou mais 12 anos para uma nova investida, só que desta vez da própria Warner Bros. (que adquirira a DC Comics na década de 1970), que decidiu fazer um filme sério do mais antigo super-herói dos quadrinhos, o Superman. Para isso foi contratado o escritor Mario Puzo para desenvolver a história e chamaram o diretor Richard Donner, que havia dirigido o filme de terror e suspense A Profecia (1976) e alguns seriados e filmes para TV. A produção estava por conta de Alexander e Ilya Salkind e Pierre Spengler. 1978-SupermanO filme trazia no papel-título o ator Christopher Reeve, que havia participado de seriados e feito um papel pequeno no filme Gray Lady Down (1978), mas ele não era o primeiro nome do letreiro, que ficou com Marlon Brando (O Poderoso Chefão) e Gene Hackman (Operação França). O filme foi um debut do personagem no cinema e arrecadou, mundialmente (na época era muito) US$ 300.218.018 (o filme custará US$ 55 milhões).
A Marvel não tentou correr riscos com filmes, somente disponibilizando seus personagens para seriados de TV. Não que Stan Lee não desejasse, mas devido ao nível de realismo dos personagens, ficava complicado fechar um acordo com alguma empresa cinematográfica, sendo mais viável os seriados como Homem-Aranha (1977-1979) e O Incrível Hulk (1978-1982) ou filmes para TV, como Dr. Estranho (1978), estrelado por Peter Hooten como Dr. Stephen Strange/Dr. Estranho, Capitão América e Capitão América II (1979) estrelados pelo ator Reb Brown.1980-Superman II
Mas a Warner, graças ao sucesso de bilheteria e crítica de Superman, decidiu realizar Superman II – A Aventura Continua em 1980. O filme havia sido iniciado por Richard Donner, mas devido a um desentendimento com os produtores Ilya e Alexander Salkind, a direção foi passada para Richard Lester, que havia dirigido em 1964 o filme Os Reis do Iê-Iê-Iê com Os Beatles e em 1973 a película Os Três Mosqueteiros com Michael York, Oliver Reed, Richard Chamberlain, Frank Finley, Raquel Welch, Christopher Lee, Geraldine Chaplin e Charlton Heston.
1980-O Monstro do PântanoSuperman II – A Aventura Continua não teve o mesmo impacto que o primeiro, mas ficou na casa dos milhões, também, rendendo mundialmente US$ 108.185.706, o que fez com que a Warner chamasse novamente Lester para a direção e realizasse Superman III. Só que a Warner não tinha total direitos sobre os personagens da DC Comics, o que dificultava o controle do que era feito fora dela, sendo assim, a Embassy Pictures levou aos cinemas O Monstro do Pântano com direção de Wes Craven, que havia dirigido alguns filmes de terror como Aniversário Macabro, Quadrilha de Sádicos e Benção Mortal.
O Monstro do Pântano foi um verdadeiro desastre nas bilheterias, somente rendendo mundialmente US$ 287.434, o que fez com que a Embassy nem pensasse uma continuação para o cinema.
S1983-Superman IIIuperman III estreou em 1983 e rendeu a Warner US$ 70.656.090, o que fez com que a empresa – junto com a Tristar – investisse no genérico do Superman, sua prima Supergirl, que estreou em 1984 e rendeu aos estúdios US$ 14.296.438. Aparentemente a bilheteria do filme não pagou seu investimento, o que burlou qualquer chance de continuação.
1986-HowardEntão em 1986 a Marvel, através da Universal Pictures, arrisca um personagem totalmente adverso de seu universo nos cinemas, Howard o Pato. O filme tinha direção de Willard Huyck e produção de George Lucas (que criara anos antes o universo de Star Wars). Foi um investimento arriscado de Lucas, pois Huyck era mais conhecido com roteirista do que diretor. E o risco foi mediano, pois o filme que custará US$ 37 milhões, rendeu – mundialmente – US$ 37.962.774, o que fez com que a Universal não tentasse mais, deixando os personagens da Marvel, novamente em stand by.
Em 1987, Christopher Reeve voltava novamente para vestir o colante azul e vermelho do Superman em Superman IV: Em Busca da Paz. Mas o ator não somente atuou como também escreveu a história do filme. Infelizmente foi uma das piores bilheterias do Homem-de-Aço, rendendo a Warner somente nos Estado Unidos US$ 15.681.020. Era, temporariamente, o stand by do kriptoniano no cinema.
1989-BatmanEm 1989, dois anos depois de Superman fracassar nos cinemas, a Warner voltava com outro personagem: Batman.
O personagem estava completando 50 anos de existência e sua última aparição em uma película ocorrera no filme camp Batman de 1966, ou seja, merecia um revival. Então a Warner chamou o escritor Sam Hamm que havia escrito em 1983 Os Lobos Nunca Choram para escrever o filme e o diretor Tim Burton, que havia dirigido As Grandes Aventuras de Pee-Wee (1985) e Os Fantasmas Se Divertem (1988), para a direção. Burton, junto com os produtores Peter Guber, Jon Peters, Benjamin Melniker e Michael E. Uslan, escolheram para o elenco Michael Keaton que seria Bruce Wayne/Batman, Kim Basinger que viveria a reporter Vicky Vale e Jack Nocholson como Jack Napier/Coringa. De elenco de apoio tinha Robert Wuhl como o repórter Alexander Knox, Pat Hingle como o Comissário Gordon, Billy Dee Williams como o promotor Harvey Dent, Jack Palance como Carl Grissom e Michael Gough como Alfred Pennyworth. O filme que custara aos estúdios o valor de US$ 35 milhões, rendeu mundialmente US$ 411.348.924, ou seja, mais do dobro do que fora a produção do filme, o que garantiu uma continuação.
No mesmo ano de estréia de Batman, a Millimeter Films trouxe o Monstro do Pântano de volta aos cinemas no filme The Return of Swamp Thing, o que foi desastroso do que o primeiro, pois rendeu somente US$ 192.816.
Já a Marvel, não querendo correr riscos, vendeu os direitos do anti-herói Justiceiro a Artisan Entertainment, que em 1989 fez o filme estrelado pelo ator Dolph Ludgren. No mercado de home-vídeo o filmes rendeu US$ 287.434. (continua)

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