Publicado na fanpage do Overdose HQ em 17/09/2014.
(Antes da leitura, uns esclarecimentos: 1º- O texto a seguir se refere a personagens que tiveram suas interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos, sendo assim, muitos super-heróis terminaram ficando de fora, pois eram originais da sétima arte; 2º- O material teve como fonte o Wikipedia, o IMDB e o Box Office Mojo. boa leitura).
Antes da Warner voltar com o Batman aos cinemas, a Mirage Comics, detentora dos direitos das Tartarugas Ninjas levou os quelônios aos cinema em 1990 no filme Tartarugas Ninjas. Os personagens eram mais baseados no desenho animado que passava nas televisões estadunidenses e – porque não – do mundo no final da década de 1980, o que garantiu um grande sucesso do filme que rendeu US$ 135.265.915 (a produção foi de US$ 13,5 milhões), garantindo uma sequência no ano seguinte.
No mesmo ano a 21st Century Film Corporation (não confundir com a 20th Century Fox) lançou nos cinemas o filme Capitão América. Como protagonista vinha o ator Matt Salinger. O filme foi uma tremenda catástrofe, somente rendendo US$ 675.437. deixando a Marvel mais uma vez em stand by.
Em 1991 as Tartarugas voltaram ao cinema em Tartarugas Ninjas II: O Segredo do Ooze. Apesar de um roteiro mais raso e um filme bem fraco, elas conseguiram pagar a produção do filme, cujo custo foi de US$ 25 milhões. O filme arrecadou, somente nos EUA, US$ 78.656.813.Ainda em 1991, a Walt Disney Pictures lançou Rocketeer. O filme, estrelado pela belíssima Jennifer Connely, trazia também Billy Campbell (da série Helix) no papel do protagonista, Alan Arkin (Argo) no papel do mecânico Peevy e o ex-007 Timothy Dalton (Penny Dreadful) como o antagonista Neville Sinclair. O filme custou aos estúdios US$ 35 milhões, mas a sua bilheteria, nos Estados Unidos, quase não deu para pagar a produção, somente rendendo US$ 46.704.056. Apesar de, mundialmente, o filme ter rendido US$ 62.000.000, a Walt Disney nem cogitou uma continuação.
Em 1992, A Warner lançou o segundo filme do Batman. Batman – O Retorno estreou no dia 18/06/1992, nos Estados Unidos, com Tim Burton novamente na direção, assim como Michael Keaton ainda como Bruce Wayne/Batman, Michael Gough como Alfred Pennyworth e Pat Hingle como Comissário James Gordon. Entrando no elenco tiveram a atriz Michelle Pfeiffer como Selina Kyle/Mulher-Gato, Danny DeVito como Oswald Cobblepot/Pinguim e Christopher Walken como Max Shreck. O filme, ainda mantendo o foco nos vilões e deixando o Batman em segundo plano, custou aos estúdios US$ 80 milhões e terminou arrecadando US$ 266.822.354, de bilheteria mundial.
Em 1993 a New Line retornou com As Tartarugas Ninjas III, onde o grupo fazia uma viagem no tempo e ia ao Japão Medieval. O filme custou à New Line US$ 21 milhões, mas terminou arrecadando, dentro dos EUA, US$ 42.273.609, o que ocasionou no filme estrear no Brasil através de home-video.Em 1994, foi a vez da Calliber Comics se arriscar com um personagem seu no cinema. O Corvo, personagem criado pelo artista James O’Barr no dia 13/05/1994, custando ao estúdio Miramax Films o valor de US$ 15 milhões (estimativa). Com direção de Alex Proyas, tendo no elenco Brandon Lee (que terminou falecendo durantes as filmagens), Ermie Hudson (o Winston de Os Caça-Fantasmas), Michael Wincott, a estreante Rochelle Davis e Sophia Shinas, filme rendeu, mundialmente, US$ 144.693.129. Alguns falavam que muito disso veio da “publicidade negativa” decido à morte do ator Brandon Lee durante as filmagens, mas isso garantiu à Miramax uma continuação. Neste ano, ainda, a Dark Horse Comics, que tinha menos de um década de existência, decidiu também correr o risco nos cinemas e deixou a New Line Cinema, que fora bem sucessida com a franquia das Tartarugas Ninjas, filmar e lançar
O Máskara. O personagem, que tinha um tom mais sombrio nos quadrinhos, ganhou um aspecto mais de diversão e chegou aos cinemas estadunidenses com direção de Chuck Russell (que dirigira Hora do Pesadelo 3 e A Bolha Assassina) e contando com Jim Carrey (Ace Ventura – Um Detetive Diferente) como Stanley Ipkiss/O Máskara, a – então – estreante Cameron Diaz como Tina Carlyle, Peter Riegert como o Tenente Mitch Kellaway e Peter Greene (Pulp Fiction: Tempo de Violência) como o mafioso Dorian. A New Line gastou US$ 23 milhões com o filme, mas teve um retorno de US$ 351.583.407, mundialmente, o que poderia garantir uma continuação, caso decidissem substituir Jim Carrey no papel principal, mas não aconteceu.
No mesmo ano, a Universal Studios também decidiu lançar O Sombra. Egresso de um programa de rádio, tendo passado pelos quadrinhos e pelos seriados de cinema, o Sombra ganhou um filme com a direção de Russell Mulcahy (Highlander – O Guerreiro Imortal e Highlander II: A Ressurreição) e contava com Alec Baldwin (Caçada ao Outubro Vermelho) como Lamont Cranston/O Sombra, John Lone (M. Butterfly) como Shiwan Khan, Penelope Ann Miller (Chaplin) como Margo Lane, Ian McKellen (O Ùltimo Grande Herói) como Dr. Reinhardt Lane e Tim Curry (Os Três Mosqueteiros) como Farley Claymore. Estima-se que o filme custou a Universal US$ 25 milhões e terminou rendendo em sua exibição mundial 48.063.435, mas a sua renda nos EUA (US$ 32.063.435), não garantiram a continuação.
Em 1995, a Warner retornou com Batman, agora sob direção de Joel Schumacher, que havia dirigido o excelente O Cliente e Um Dia de Fúria. Tim Burton ficou somente na produção e o elenco terminou se alterando, pois no papel de Bruce Wayne/Batman estava o ator Val Kilmer (The Doors). Os atores Michael Gough e Pat Hingle retornaram em seus papéis como Alfred Pennyworth e Comissário James Gordon, respectivamente. Ainda entraram para o elenco Chris O’Donnell (Perfume de Mulher) como Dick Grayson/Robin, Tommy Lee Jones (O Fugitivo) como Harvey Dent/Duas-Caras, Jim Carrey como Edward Nigma/Charada e Nicole Kidman como Dra. Chase Meridian. Em um clima mais apoteótico, Batman Eternamente rendeu mundialmente US$ 336.529.144, o que garantiu uma quarta continuação (mesmo que nos EUA tenham rendido míseros US$ 184.031.112), já que o estúdio gastou US$ 100 milhões.
Neste mesmo ano, o Juiz Dredd, da 2000 AD, chegou aos cinemas, com produção da Hollywood Pictures. O Juiz vinha com direção – quase estreante - de Danny Cannon, e contava com Sylvester Stallone (O Especialista) como Juiz Joseph Dredd, Armand Assante (Os Reis do Mambo) como Rico, Max Von Sidow (Tempo de Despertar) como Chefe Fargo, Diane Lane (Chaplin) como Juíza Hershey, Jurgen Prochnow (Interceptor – O Caça Invisível) como Juiz Griffin e Rob Schneider (A Família Buscapé) como Fergee Ferguson. O estúdio gastou US$ 90 milhões na produção do filme e somente arrecadou US$ 113.493.481.
A Dark Horse, vendo o sucesso de O Máskara, decidiu colocar outro personagem para ser filmado. Então, em 1995, estreou Tank Girl – Detonando o Futuro, com direção de Rachel Talalay (Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final – A Morte de Freddy), o elenco vinha com Lori Petty (Caçadores de Emoção) como Tank Girl, Malcolm McDowell (Laranja Mecânica) como Kesslee, Ice-T (New Jack City: A Gangue Brutal) como T-Saint, Naomi Watts (Sob Custódia) como Jet Girl, Jeff Kober (do seriado de TV Terra 2) como Booga e Reg E. Cathey (Perigo Real e Imediato) como Deetee. Foi o grande desastre do ano de 1995, pois o filme que custou a United Artists o valor de US$ 25 milhões, somente rendeu (nem saiu dos Estados Unidos) US$ 4.064.495.
Em 1996, a Dark Horse voltaria a se arriscar nos cinemas com a personagem Barb Wire. O filme (intitulado no Brasil como Barb Wire – A Justiceira), com produção da Universal Studios, contava com o diretor de clipes David Hogan e no elenco tinha Pamela Anderson (do seriado de TV SOS Malibu) como Barb Wire e os estreantes Amir Aboulela como Patron e Adriana Alexander como Redhead. Foi outro fracasso sequencial da Dark Horse nos cinemas, pois o filme que custou – estimadamente – US$ 3.794.000, rendeu somente US$ 3.793.614. Neste mesmo ano a Miramax voltaria com a continuação de O Corvo.
O Corvo: A Cidade dos Anjos tinha como diretor Tim Pope, conhecido diretor de clipes, com o suíço Vincent Perez (Cyrano) como Ashe Corven/O Corvo, Mia Kirshner (Assassinato em Primeiro Grau) como Sarah, o cantor Iggy Pop como Curve e Thomas Jane (Nemesis – O Exterminador de Andróides) como Nemo. Com uma produção no valor estimado de US$ 13 milhões, o filme só rendeu US$ 17.917.287, deixando a franquia estacionada por quatro anos, quando lançaram um novo filme, direcionado para home-video.
Ainda em 1996, O Fantasma, pertencente à King Features Syndicate, criado por Lee Falk, também ganhou um filme. Dirigido por Simon Wincer (Operação Dumbo), o filme tinha no elenco Billy Zane (Terror a Bordo) como Kit Walker/Fantasma, Kristy Swanson (Estrada Para o Inferno) como Diana Palmer, Treat Williams (O Preço da Traição) como Xander Drax, Cary-Hiroyuki Tagawa (Mortal Kombat) como Kabai Sengh e Catherine Zeta-Jones (Catarina a Grande) como Sala. A Paramount Pictures gastou (possivelmente) US$ 45 milhões para produzir o filme, que somente rendeu US$ 17.323.326, dentro do EUA.
O ano de 1997 veio com mais um filme do Batman. Ainda sob a direção de Joel Schumacher, Batman & Robin estreou no dia 20/06/1997, agora com George Clooney (Um Drink no Inferno) como Bruce Wayne/Batman. Ainda contava como Chris O’Donnel como Dick Grayson/Robin, Michael Gough como Alfred Pennyworth e Pat Hingle como Comissário James Gordon, e entraram para o elenco a atriz Alicia Silverstone (As Patricinhas de Beverly Hills) como Barbara Wilson/Batgirl, Uma Thurman (Pulp Fiction: Tempo de Violência) como Dra. Pamela Isley/Hera Venenosa, Arnold Schwarzenegger (Queima de Arquivo) como Dr. Victor Fries/Senhor Frio e Jeep Swenson (À Prova de Balas) como Bane. Mantendo um estilo camp, o filme era mais alegórico do que seu antecessor, com piadinhas execráveis e vários absurdos, como em uma imitação moderna do seriado de TV dos anos de 1960. O filme custou a Warner US$ 125 milhões, e mundialmente rendeu US$ 238.207.122. Devido às críticas mais que negativas, tanto dos especialistas quanto do público, a franquia do Batman ficaria enterrada por oito anos. Para piorar ainda mais a situação da Warner, a empresa lança, no mesmo ano, Steel. Dirigido pelo diretor de filmes para TV Kenneth Johnson, tinha como elenco o jogador de basquete Shaquille O’Neal como John Henry Irons/Aço, Annabeth Gish (Nixon) como Susan Sparks, Judd Nelson (New Jack City: A Gangue Brutal) como Nathaniel Burke e Richard Roundtree (do seriado Shaft) como Tio Joe. O filme custou a Warner US$ 16 milhões e rendeu-lhe US$ 1.710.972, se tornando o maior fracasso da empresa com filme de super-heróis.
Ainda em 1997, Todd McFarlane, pela empresa Image Comics, que ele havia fundado anos antes com outros artistas dos quadrinhos, decidiu lançar pela New Line Cinema, Spawn – O Soldado do Inferno. O filme foi a primeira direção do especialista em efeitos visuais Mark A.Z. Dippé, e tinha no elenco Michael Jai White (Tyson) como Al Simmons/Spawn, John Leguizamo (Romeu + Julieta) como Violador/O Palhaço, Martin Sheen (Apocalypse Now) como Jason Wynn, Nicol Williamson (O Exorcista III) como Cogliostro, D.B. Sweeney (Fogo no Céu) como Terry Fitzgerald, Melinda Clarke (A Volta dos Mortos-Vivos 3) como Jessica Priest e Theresa Randle (Os Bad Boys) como Wanda Blake. O filme custou ao estúdio US$ 40 milhões e rendeu, mundialmente, US$ 87.840.042, mas nunca teve uma continuação, que sempre fora prometida, mas nunca foi realizada.
Em 1998, estreia o primeiro personagem da Marvel no cinema. Vindo das revistas Tombo of Dracula, Blade, O Caçador de Vampiros teve sua estreia em 21/08/1998. Com direção de Stephen Norrington, que somente havia dirigido Death Machine em 1994, no elenco trazia Wesley Snipes (U.S. Marshals – Os Federais) como Blade, Stephen Dorff (Piratas do Espaço) como Deacon Frost, Kris Kristofferson (Lone Star – A Estrela Solitária) como Whistler, N’Bushe Wright (Ambição em Alta Voltagem) como Karen e Donal Logue (O Negociador). O filme foi lançado pela New Line Cinema e custou ao estúdio US$ 45 milhões, e nessa primeira investida da Marvel Comics com um personagem da segunda linha da editora, rendeu US$ 131.183.530, mundialmente.
No mesmo ano, um personagem recorrente dos pulps (revistas que tinham papel barato, e um custo também) e da literatura, reestrearia nos cinemas, Zorro. A Máscara de Zorro voltou aos cinemas em 1998, com direção de Martin Campbell (007 contra Golden Eye), o filme trazia no elenco Antonio Banderas (A Balada do Pistoleiro) como Alejandro Murrieta/Zorro, Anthony Hopkins (Amistad) como Don Diego De La Veja/Zorro, Catherine Zeta-Jones (Fantasma) como Elena, Matt Letscher (da série Caso de Polícia) como Capitão Harrison Love e Stuart Wilson (Tartarugas Ninjas III) como Don Rafael Montero. O filme teve produção de US$ 95 milhões e rendeu mundialmente ao estúdio Columbia Pictures US$ 250.288.523, mas devido aos rendimentos em solo estadunidense (somente rendeu US$ 94.095.523), demorou para a Columbia voltar a franquia.
Em 1999, a única empresa a se arriscar – novamente – no mercado de películas baseadas em quadrinhos, foi a Dark Horse Comics. A Universal Studios çançou neste ano o filme Quase Super-Heróis. Baseados nos personagens que o cartunista Bob Burden havia criado para sua série em quadrinhos Flaming Carrot Comics, o filme tinha direção do estreante Kinka Usher (que chegou a atuar no filme) e tinha no elenco Bem Stiller (Quem Vai Ficar com Mary?) como Mr. Furious, Hank Azaria (Godzilla) como The Blue Raja, William H. Macy (A Qualquer Preço) como Shoveler, Jeneane Garofalo (Dogma) como The Bowler, Kel Mitchell como Invisible Boy, Paul Reubens (As Aventuras de Pee-Wee) como Spleen, Wes Studi (Fogo Contra Fogo) como Sphinx, Greg Kinnear (Mens@gem para Você) como Lance/Captain Amazing, Geoffrey Rush (Elizabeth) como Casanova Frankenstein e Lena Olin (O Ùltimo Portal). Foi um investimento arriscado da Universal de US$ 68 milhões, que simplesmente chafurdou nas bilheterias, rendendo mundialmente os insignificantes US$ 33.461.011, mas nem isso fez a Dark Horse deixar de arriscar, pois em breve era voltaria com um demônio vermelho.
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