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sábado, 23 de julho de 2016

RESENHA HQ: Novos Titãs: O Contrato de Judas (DC Comics Coleção de Graphic Novels Volume 20 da Eaglemoss).

NOVOS TITÃS: O CONTRATO DE JUDAS (DC Comics Coleção de Graphic Novels Volume 20 da Eaglemoss).

Roteiro: Marv Wolfman, Bob Haney
Desenhos: George Pérez, Bruno Premiani
Artes-finais: George Pérez, Dick Giordano, Mike DeCarlo, Romeo Thangal, Bruno Premiani, Sheldon Moldoff
Título original: The New Teen Titans: The Judas Contract

Os Novos Titãs estão no Alasca para desmantelar uma das bases do Irmão Sangue, mas terminam caindo em uma armadilha da Matriarca do Caos, uma das seguidoras do – dito – profeta do Caos. Trabalhando em equipe, Robin, Moça-Maravilha, Kid Flash, Cyborg, Estelar, Ravena, Mutano e Terra, escapam e vencem os asseclas do Irmão Sangue, mas mal sabem eles que estão sendo espionados por um de seus membros que trabalha com Slade Wilson, o Exterminador, inimigo declarado dos Titãs, que tem como principal missão capturá-los para a Colmeia, cumprindo uma tarefa de seu filho, Grant Wilson, o Devastador. E a espiã é ninguém menos que a jovem Dana Markov, também conhecida como Terra, meia-irmã de Brion Markov, o super-herói conhecido como Geoforça.
Desconhecendo o trabalho da jovem espiã, os Titãs sofrem duas baixas, assim que retornam da missão no Alasca. Wally West, o Kid Flash, deixa o uniforme e a carreira de super-herói para tentar ter uma vida mais simples, enquanto Dick Grayson abandona o uniforme do Robin, buscando fugir da sombra do Batman e, até decidir que segunda identidade seguirá, ele continuará como um civil a serviço do bem.
Nisso, agindo como agente infiltrado e disfarçado, Dick vai até a Igreja do Irmãos Sangue, localizada em Zândia, no intuito de expô-lo ao mundo, só que termina capturado. Cientes disso, os Novos Titãs partem para Zândia para resgatar Dick, mas terminam caindo em uma armadilha. Eles então descobrem que Dick foi transformado em um assecla de Sangue. Nesse ínterim, senadores e deputados que foram com Dick para Zândia, terminam rendidos pelos soldados que servem ao presidente Rafael Marko, que comanda o país com mãos de ferro. Este decide infligir um ataque a Igreja do Irmão Sangue. Nesse meio tempo, Dick se liberta e libera seus amigos, também. Enquanto a Igreja é atacada, os Novos Titãs se veem no meio de uma disputa cruzada entre política e religião. E quanto o Irmão Sangue, aparentemente, termina morto, eles conseguem escapar e retornar a Nova Iorque.
Enquanto observa os Titãs, Dana passa informações constantes para o Exterminador, principalmente quando tem acesso as identidades secretas dos membros ativos do grupo, dando chances do mercenário preparar uma armadilha própria para cada um, o que poderá culminar na morte de alguém.
“Novos Titãs: O Contrato de Judas” é considerado por muito o ápice das histórias em quadrinhos dos Novos Titãs.
Surgidos em meados da década de 1960, somente em outubro de 1980, na edição DC Comics Presents #26, quando Marv Wolfman assumiu os roteiros e Goerge Pérez assumiu a arte, que os Novos Titãs tiveram sua grande chance ao estrelato. As histórias eram interessantes, pois Wolfman – que nunca quis assumir o grupo, mas o fez com louvor – não somente mostrava histórias movidas por ação, mas também com problemas cotidianos, como envolvimento com drogas, guerras de gangues, relacionamentos, casamentos, rompimentos. O dia-a-dia de um grupo que não dava mole para os supervilões ou grupos terroristas como a Colmeia e a Igreja do Irmão Sangue.
A Colmeia, por exemplo, já surgiu logo na primeira edição de novembro de 1980, onde convidavam o filho do Exterminador, Grant Wilson, a se tornar um “supersoldado”. Ele adota o nome Devastador e ataca os Novos Titãs, mas termina morrendo, pois seu corpo não suporta o soro que tomara. Slade Wilson, então, decide iniciar seu projeto de vingança contra os Novos Titãs, culpando-os pela morte de seu filho.
Em determinado momento eles conhecem Terra, que era aliada de terroristas. Inicialmente ela enfrenta Mutano e termina capturada por ele e revela ser uma moradora de Markóvia e que estava sendo usada pelos terroristas por causa de seus pais. Mutano estabelece uma amizade com a jovem e consegue integrá-la ao grupo, mas mal sabe ele o mal que está adentrando no meio de seus amigos.
O desenvolvimento dos personagens é algo grandioso e gostoso de acompanhar, pois em meio a vários outros acontecimentos, vemos tudo que citei acima acontecendo. Grant, antes de se tornar o Devastador, tinha uma relação complicada com sua namorada, chegando a agredi-la fisicamente.
O Exterminador é um mercenário calculista, estratégico e frio, mas seu lado paterno se ativa quando está relacionado aos seus filhos, pois eles significam a vida que ele deixou para trás, na intenção de tornar-se quem é. Os conflitos internos de Wally e Dick são claros, bem como a insegurança de Donna quando é nomeada líder dos Novos Titãs. Cyborg é um personagem impar, pois mesmo sendo uma pessoa que aceitou-se, possui dramas internos que sempre entram em conflito. O jeito brincalhão e abusado de Mutano tem todo seu sentido quando sabemos que ele busca esconder o medo que tem de si mesmo. Já Estelar busca uma adaptação ao jeito da Terra, pois era uma pessoa que foi vendida como escrava pelos seus pais, na intenção de manter a paz em seu mundo e foi treinada para sentir as emoções à flor da pele, e precisa controlar seu lado violento quando está ao lado dos seus amigos, pois acredita que eles – principalmente Dick – a rejeitariam.

O nível de qualidade das histórias permaneceu durante anos. Mesmo quando Pérez saiu para dar sequência a outros projetos, Wolfman buscou manter o alto nível das histórias, mas quando ambos saíram, Novos Titãs perdeu todo seu charme e passou por maus bocados, durante anos, até que Judd Winick e Alé Garza realizaram Titãs/Justiça Jovem: Dia de Formatura e mudaram o rumo dos Novos Titãs, que seguiram com excelentes histórias escritas por Geoff Johns e desenhadas por Mike McKone.
Na continuação vemos o primeiro encontro dos jovens ajudantes de super-heróis (ou sidekicks).
Como bem se sabe, Robin foi o primeiro ajudante adolescente de super-herói a surgir nos quadrinhos na revista Detective Comics #38 (abril de 1940), dando início a uma sequência de criação de jovens parceiros para os super-heróis, como, por exemplo, Bucky Barnes (ajudante do Capitão América, Capitão Marvel Jr. E Mary Marvel (ajudantes do Capitão Marvel), Centelha (ajudante do Tocha Humana), Ricardito – ou Speedy – (ajudante do Arqueiro Verde), Sandy (ajudante do vigilante Sandman), e daí por diante. Alguns tinham super-poderes, outros não. Alguns tinham fantasias, outros não.
Quando a Era de Prata chegou, novos ajudantes adolescentes apareceram como Kid Flash (Ajudante do Flash da Era de Prata) e Aqualad (ajudante do Aquaman). Com isso, a DC Comics que tinha, anos antes, feito o primeiro encontro entre os super-heróis da Era de Prata, criando a Liga da Justiça, decidiu fazer um encontro entre os jovens ajudantes e deixaram a responsabilidade disso para o roteirista Bob Haney e o desenhista Bruno Premiani na revista The Brave and The Bold #54 (julho de 1964), que unia Robin, Kid Flash e Aqualad contra o Sr. Ciclone, um homem que vai a uma cidade exigir uma herança a ser paga, mas quando não consegue sequestra todos os jovens, fazendo-os trabalhar para ele. Assim os três jovens heróis precisavam salvar os jovens e deter o vilão.
O interessante é que o encontro foi aleatório, não gerando um grupo. Mas um ano depois, na edição 60 de The Brave and The Bold (julho de 1965), Bob Haney os une novamente e cria a Moça-Maravilha (irmã da Mulher-Maravilha) para enfrentarem o Homem-Separado e, pela primeira vez, é mencionado o nome do grupo, Titans (aqui ficou conhecido como Turma Titã).
Na próxima edição da coleção a história será a minissérie “Trindade”, escrita e desenhada pelo artista inglês Matt Wagner, onde Batman, Superman e Mulher-Maravilha enfrentam Ra’s Al Ghul e seu grupo de terroristas. A história entrou pro cânone da DC Comics como o primeiro encontro dos três maiores heróis da editora, ignorando a minissérie Lendas, de John Byrne. Mas é impressionante o respeito de Wagner pelas histórias de cada personagem.

A Coleção DC Comics de Graphic Novels da Eaglemoss pode ser adquirida em bancas e lojas especializadas. Ela também pode ser encontrada na loja virtual da Eaglemoss Collections Brasil, principalmente para aqueles que desejam completar sua coleção. No site da Eaglemoss Brasil você também pode fazer assinaturas da coleção, ganhando brindes bem especiais.

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