STRANGER THINGS
(2016).
Roteiros: Matt Duffer, Ross Duffer, Jessie Nickson-Lopez,
Paul Ditcher, Justin Doble, Jessica Mecklenburg.
Direção: Matt Duffer, Ross Duffer, Shawn Levy.
Elenco: Finn Wolfhard, Noah Schnapp, Caleb McLaughlin, Gaten
Matarazzo, Millie Bobby Brown, Winona Ryder, David Harbour, Charlie Heaton, Matthew
Modine, Natalie Dyer, Joe Keery.
Mike Wheeler (Finn Wolfhard), Will Byers (Noah Schnapp),
Lucas Sinclair (Caleb McLaughlin) e Dustin Henderson (Gaten Matarazzo) são
quatro crianças que tem uma amizade incrível. Eles jogam RPG até tarde da noite
na casa de Mike, passeiam de bicicleta juntos e sofrem bullying juntos, por serem diferentes e gostarem de coisas que
outros não gostam. Isso é 1983. Mas sua cidade possui uma base secreta do
governo, liderada pelo Dr. Martin Brenner (Matthew Modine), onde experiências
macabras vêm ocorrendo.
Uma noite, alguma coisa foge da base e vai parar na cidade.
Esta coisa persegue Will e o rapta, deixando sua mãe Joyce (Winona Ryder) e seu
irmão Jonathan (Charlie Heaton) desesperados em encontra-lo, ficando no pé do
xerife Hopper (David Harbour) para descobrir onde ele está. Mesmo com um toque
de recolher de terminado pela polícia local, os amigos de Will, Mike, Lucas e
Dustin, saem em sua busca. Nesse ínterim, uma jovem aparece em uma lanchonete
local e seu dono a alimenta, mas algo drástico acontece, fazendo-a fugir.
Mike, Lucas e Dustin adentram na Floresta, onde
aparentemente Will desapareceu e terminam encontrando a jovem que se chama Onze
(Millie Bobby Brown). Ela vai com Mike para sua casa e, mesmo pouco
comunicativa, cativa o menino que a coloca escondida no porão de sua casa,
alimentando-a e buscando comunicar-se com ela. Will então descobre que Onze –
carinhosamente chamada de On – sabe sobre Will. Nesse meio tempo, a irmã de
Will, Nancy (Natalie Dyer), que namora Steve Harrington (Joe Keery), vai a uma
festa privada na casa de seu namorado com sua amiga Barbara Holland (Shannon
Purser), só que Nancy a despensa e, chateada, Barbara fica na piscina e, quando
uma sombra salta sobre ela, esta desaparece.
Onze demonstra ter poderes incríveis de telecinesia, o que
deixa os três amigos assustados e admirados com a menina. Juntos, em uma
direção diferentes de investigação, eles vão em busca de Will, mas são
perseguidos por pessoas da base militar, que desejam pegar Onze e leva-la de
volta, nem que para isso precisem matar todos que cruzarem seu caminho.
“Stranger Things” – sem tradução em português, ainda – é uma
daquelas histórias que lhe leva aos clássicos da década de 1980 como “E.T.”,
“Os Goonies”, “Conta Comigo” e “Viagem ao Mundo dos Sonhos”, além de trazer
lembranças do filme “Super 8”, de J.J. Abrams e Steven Spielberg. As lembranças
não vêm por causa do enredo, mas sim por causa da amizade que se torna um dos
pontos centrais da história.
Essa amizade se inicia com Mike, Will, Lucas e Dustin,
interpretados pelos atores-mirins Finn Wolhard (The 100, Supernatural), Noah
Schnapp (Ponte dos Espiões, Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, o filme),
Caleb McLaughlin (Forever, Shades of Blue) e Gaten Matarazzo (The Blacklist),
quando Will desaparece o laço de amizade se fortalece, fazendo-os ir atrás do
amigo e, depois que Onze surge – interpretada pela atriz Millie Bobby Brown
(Era Uma Vez no País das Maravilhas, Intruders) – essa amizade parece ser
abalada por ciúmes e desconfianças, por causa da troca de atenções.
Estamos falando de crianças de 9 ou 10 anos de idade, em
plena década de 1980, onde a amizade era mais importante do que o afeto por uma
menina. Mas também temos outros fatores que constam nos filmes citados, como a
relação entre adolescentes, a afeição – e, às vezes, a incompreensão – dos pais.
As referências à cultura dos anos de 1980, nos Estados
Unidos, está em todo filme. Desde as músicas, a forma de se vestir, os cortes
de cabelos e as referências a cultura nerd, de X-Men, de Chris Claremont e John
Byrne a O Senhor dos Anéis, passando por Dugeons & Dragons. As pessoas
consideradas diferentes (nerds ou freaks) ou eram excluídas ou eram
desordeiros, pois não se encaixavam no padrão burguês de cidade pequena, onde
os mais favorecidos se sobressaíam sobre os menos favorecidos, e sempre eram
maltratados ou injustiçados. Mas o ponto mais importante de “Stranger Things”
está na ficção científica.
O mistério por trás de quem Onze é, qual o motivo dela estar
ali, como ela conseguiu seus poderes e que ligação ela tem com o monstro que
rapta as pessoas da cidade, é o que povoa toda a série. Desde o primeiro minuto
da série até seu fim memorável, todo esse ar de mistério, intriga e suspense
está dentro de “Stranger Things”. Os irmãos Duffer fazem você viajar no tempo e
ao mesmo tempo te prende, do começo ao fim, para compreender como Onze se
encaixa na trama e porquê o monstro sequestra as pessoas da cidade. Algumas
conclusões pode-se tirar logo nas primeiras cenas da série, mas só vamos
entender tudo no transcorrer desta.
“Stranger Things” entra pro hall das melhores series lançadas
exclusivamente pelo Netflix, junto com Demolidor, Jessica Jones, Sense8 e
Scream, pois além de me levar de volta no tempo, me deixou feliz, emocionado e
intrigado com toda a sua história. A série termina com mais intrigas e mistérios,
por isso espero que a segunda temporada surja em breve para que possamos
desvendar os casos sem resposta.
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