Translate

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

RESENHA HQ: Batman: Gotham 1889 (A Tale of the Batman: Gotham by Gaslight)


BATMAN: GOTHAM 1889 (A Tale of the Batman: Gotham by Gaslight).

Roteiro: Brian Augustyn
Desenho: Mike Mignola, Eduardo Barreto
Arte-final: P. Craig Russell, Eduardo Barreto
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2006 (BR: 2018)
Pág.: 124

No ano de 1889, Bruce Wayne encerra sua viagem de cinco anos pelo mundo e decide retornar à Gotham City, cidade onde nasceu e testemunhou seus pais serem assassinados.
Durante seus cinco anos de andança ele se preparou fisicamente e mentalmente para encarar as ruas de Gotham City e, na intenção de inferir no coração do bandidos medo, ele usou um traje que lembrava um morcego.
O que Bruce Wayne não podia esperar era que quando ele retornou, na sua cola veio o maior assassino de Londres, Jack, o Estripador.
Agora ele precisa descobrir quem é o assassino, antes que ele cause em Gotham tanto terror quanto causou em Londres.
Na sequência, após meses de luta contra o crime, Bruce Wayne decide aposentar a capa e a máscara e se dedicar mais a sua empresa, aos empreendimentos em Gotham e a bela Julie Madison, sua bela noiva. Mas, durante a reunião para uma grande feira, uma ameaça surge fazendo com que Bruce Wayne volta a se vestir de Homem-Morcego para encará-la.
Esse encadernado da Panini Books traz duas histórias do escritor Brian Augustyn sobre o Batman no século XIX. A primeira história foi lançada em comemoração aos 50 anos do Batman e iniciou um ciclo de edições que faziam revisitações do personagens da DC Comics – principalmente o Batman – em vários momentos, fosse no passado, em um presente alternativo ou no futuro, que foi intitulado como Elseworlds (no Brasil ficou conhecido como Túnel do Tempo).
Brian Augustyn mostra que a história do Batman pode funcionar muito bem em um período próximo a virada de um século, principalmente em um período que situações de mudanças e assassinatos atrozes aconteciam. Na primeira história, coloca-lo encarando Jack, o Estripador, nos disponibiliza uma dinâmica bem interessante, pois ele seria o típico vilão que o Batman encararia. Um dos pontos interessantes da história é não nomear Bruce Wayne com a alcunha comum, somente citando-o como o “Homem-Morcego”*. Seus cinco anos de aprendizado, ele passou conhecendo personagens reais, como Sigmund Freud, ou fictícios, como Sherlock Holmes, (não mostrado, mas citado).
Na segunda história, intitulada “Batman: Mestre do Futuro” (Batman: Master of the Future), vemos o desenvolvimento da humanidade e suas novas invenções, movimentadas pela Segunda Revolução Industrial. Temos personagens com Thomas Edison, o dirigível, as feiras temáticas, autômatos, entre outras coisas. Nessa história, Bruce Wayne conseguiu sanar seu desejo de vingança e decide parar com tudo, mesmo que não seja a desejo de todos. Então ele termina travando uma batalha interna, pois alcançara seu objetivo, mas Gotham ainda precisa do justiceiro encapuzado para protegê-la. As nuances de mudanças em ambas as histórias ocorrem em um período curto, mas a forma de interpretação dos personagens pelos artistas e pela forma de narrativa é evidente.
No primeiro temos Mike Mignola que possui uma forma mais distinta de trabalhar a arte, com bastantes sombras e agilidade. No outro temos Eduardo Barreto, que nos entrega um trabalho menos sombreado e com traços mais simples. Mas a narrativa é enriquecedora com ambos.
Recentemente, A Warner Bros. Animation decidiu adaptar a história com o título “Gotham City 1889: Um Conto do Batman”, roteirizado por Jim Krieg e dirigido por Sam Liu. Na história eles fizeram algumas mudanças no enredo desenvolvido por Brian Augustyn, além de envolver vários personagens do universo do Cavaleiro das Trevas, na trama.
Batman: Gotham 1889 é uma grande aventura do Batman, com um desenrolar e uma surpreendente surpresa. Um marco nas histórias dos quadrinhos e uma forma maravilhosa de homenagenar o Cavaleiro das Trevas.


* Bat-Man, em inglês, com separação de hífen, foi a primeira forma que Bob Kane e Bill Finger se referiram ao personagem na Detective Comics #27.

Nenhum comentário:

Postar um comentário