BATMAN: GOTHAM 1889 (A Tale of the Batman:
Gotham by Gaslight).
Roteiro: Brian Augustyn
Desenho: Mike Mignola, Eduardo Barreto
Arte-final: P. Craig Russell, Eduardo Barreto
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2006 (BR: 2018)
Pág.: 124
No ano de 1889, Bruce Wayne encerra sua viagem de cinco anos
pelo mundo e decide retornar à Gotham City, cidade onde nasceu e testemunhou seus
pais serem assassinados.
Durante seus cinco anos de andança ele se preparou
fisicamente e mentalmente para encarar as ruas de Gotham City e, na intenção de
inferir no coração do bandidos medo, ele usou um traje que lembrava um morcego.
O que Bruce Wayne não podia esperar era que quando ele
retornou, na sua cola veio o maior assassino de Londres, Jack, o Estripador.
Agora ele precisa descobrir quem é o assassino, antes que
ele cause em Gotham tanto terror quanto causou em Londres.
Na sequência, após meses de luta contra o crime, Bruce Wayne
decide aposentar a capa e a máscara e se dedicar mais a sua empresa, aos
empreendimentos em Gotham e a bela Julie Madison, sua bela noiva. Mas, durante
a reunião para uma grande feira, uma ameaça surge fazendo com que Bruce Wayne
volta a se vestir de Homem-Morcego para encará-la.
Esse encadernado da Panini Books traz duas histórias do
escritor Brian Augustyn sobre o Batman no século XIX. A primeira história foi
lançada em comemoração aos 50 anos do Batman e iniciou um ciclo de edições que
faziam revisitações do personagens da DC Comics – principalmente o Batman – em vários
momentos, fosse no passado, em um presente alternativo ou no futuro, que foi
intitulado como Elseworlds (no Brasil ficou conhecido como Túnel do Tempo).
Brian Augustyn mostra que a história do Batman pode
funcionar muito bem em um período próximo a virada de um século, principalmente
em um período que situações de mudanças e assassinatos atrozes aconteciam. Na
primeira história, coloca-lo encarando Jack, o Estripador, nos disponibiliza
uma dinâmica bem interessante, pois ele seria o típico vilão que o Batman
encararia. Um dos pontos interessantes da história é não nomear Bruce Wayne com
a alcunha comum, somente citando-o como o “Homem-Morcego”*.
Seus cinco anos de aprendizado, ele passou conhecendo personagens reais, como
Sigmund Freud, ou fictícios, como Sherlock Holmes, (não mostrado, mas citado).
Na segunda história, intitulada “Batman: Mestre do Futuro”
(Batman: Master of the Future), vemos o desenvolvimento da humanidade e suas
novas invenções, movimentadas pela Segunda Revolução Industrial. Temos
personagens com Thomas Edison, o dirigível, as feiras temáticas, autômatos,
entre outras coisas. Nessa história, Bruce Wayne conseguiu sanar seu desejo de
vingança e decide parar com tudo, mesmo que não seja a desejo de todos. Então
ele termina travando uma batalha interna, pois alcançara seu objetivo, mas
Gotham ainda precisa do justiceiro encapuzado para protegê-la. As nuances de
mudanças em ambas as histórias ocorrem em um período curto, mas a forma de
interpretação dos personagens pelos artistas e pela forma de narrativa é evidente.
No primeiro temos Mike Mignola que possui uma forma mais
distinta de trabalhar a arte, com bastantes sombras e agilidade. No outro temos
Eduardo Barreto, que nos entrega um trabalho menos sombreado e com traços mais
simples. Mas a narrativa é enriquecedora com ambos.
Recentemente, A Warner Bros. Animation decidiu adaptar a
história com o título “Gotham City 1889: Um Conto do Batman”, roteirizado por
Jim Krieg e dirigido por Sam Liu. Na história eles fizeram algumas mudanças no
enredo desenvolvido por Brian Augustyn, além de envolver vários personagens do
universo do Cavaleiro das Trevas, na trama.
Batman: Gotham 1889 é uma grande aventura do Batman, com um
desenrolar e uma surpreendente surpresa. Um marco nas histórias dos quadrinhos
e uma forma maravilhosa de homenagenar o Cavaleiro das Trevas.
* Bat-Man, em inglês,
com separação de hífen, foi a primeira forma que Bob Kane e Bill Finger se
referiram ao personagem na Detective Comics #27.
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