DRÁCULA – A OBRA COMPLETA (The Complete Dracula).
História: Bram Stoker
Adaptação: Leah Moore, John
Reppion
Ilustração: Colton Worley
Editora: Dynamite Entertainment
(BR: Mythos Editora)
Ano: 2009 (BR: 2015)
Pág.: 184
O procurador inglês Jonathan
Harker foi enviado a Transilvânia, na Romênia, para fechar negócios com o conde
Drácula, um nobre daquela região. Ao chegar no castelo de Drácula, ele descobre
que seu anfitrião possui segredos que ele vai descobrindo com o tempo. Enquanto
isso, na Inglaterra, sua noiva, Mina Murray vive uma vida hedônica com as
histórias de sua amiga Lucy Westenra e seus três amores, até o naufrágio do
navio Démeter, que traz um mal incomensurável. Mal sabem todos eles que suas
histórias estão mais interligadas do que imaginam e terão de travar uma batalha
épica contra um ser imortal.
Ficar fazendo resumos da história
de Drácula, depois que esta já foi contada nos cinemas pelo cineasta Francis
Ford Copolla – em uma versão bem pessoal do roteirista James V. Hart – chega a
ser enfadonho, pois já é conhecida. Quem não viu o filme, leu o livro do autor
Bram Stoker, que foi lançado em 1897. Stoker era um amante do teatro, então fez
a primeira montagem de uma peça teatral de sua obra, mas não agradou. Então
essa recebeu uma outra adaptação, com autorização de sua esposa – Bram Stoker
faleceu em 1912, não chegando a ver o sucesso de seu romance ou da peça baseada
neste –, que depois recebeu uma nova versão nos Estados Unidos.
Esta última versão, conhecida
como Deane-Balderston, foi a mais adaptada para o cinema e quadrinhos durante
anos sem fim. A história fora toda modificada, as vezes modificando até a
sexualidade e o parentesco de alguns personagens. Quando se descobriu que
Stoker não havia registrado sua obra, muitos fizeram uso sem fim do personagem
Drácula, fazendo e desenvolvendo sua própria versão. Quando Florescu e McNally
escreveram seus estudos sobre o verdadeiro Drácula, que serviu como base para o
personagem de Stoker, novas versões surgiram da história do personagem, como “Drácula
de Bram Stoker”, dirigido por Francis Ford Copolla, lançado em 1992.
Essa versão do filme – que no
mesmo ano recebeu uma versão de quadrinhos por Roy Thomas e Mike Mignola – e o
encadernado lançado pela Dynamite Entertainment em 2009, são o mais próximo do
clássico de Bram Stoker.
Nesse encadernado, lançado aqui
no Brasil pela Mythos Editora, temos a história adaptada por Leah Moore e John
Reppion, onde eles buscam colocar todo o decorrer da história, narrado entre
cartas e diários, do que ocorre nos personagens da trama. É simplesmente
impressionante e interessante a forma como eles conseguem abordar tão bem o
decorrer da história. A inocência na forma da narração de Stoker, a “masculinidade”
acentuada, a religião cristã como pivô central para encarar uma doença
avassaladora de expansionista, o vampirismo.
A diferença entre o romance e a
história em quadrinhos é que colocam palavras na boca dos personagens, um
necessidade narratória que precisa ser usada, pois o livro de Stoker não possui
isso. Então, por conta disso, os roteiristas estão de parabéns. E a dinâmica da
história necessita de um artista bem qualificado. Quando vemos a capa da obra,
pensamos que será mais um trabalho quadrinhístico comum, mas quando se abre, as
primeiras páginas – de uma introdução que eu desconhecia – trazem um trabalho
artístico maravilhoso de Colton Worley. Os detalhes são bem trabalhos com tons
escuros. Os momentos mais tênues ficam para o período hedonístico da história
ou que buscam suavidade e leveza, mesmo possuindo tensão. O trabalho de Worley
lembra obras de Rembrandt, Seurat e Degas. Worley consegue captar o tom da
história de forma sublime. Mas um problema sério – para mim – ficou por conta
da edição nacional.
Infelizmente a Mythos Editora
deixou passar muitos erros de impressão da tradução, com erros de português,
letras faltando ou palavras juntadas. Isso termina deixando a obra com falhas.
Muito triste!
“Drácula – A Obra Completa”
consegue remeter-nos de volta ao romance de Bram Stoker, trazendo uma
introdução – para mim – inédita do texto “O Hóspede de Drácula”, escrito por
Bram Stoker em 1912, mas publicado por sua esposa em 1914 junto com outros
contos. Nesse texto vemos Harker em Munique ainda, antes de chegar a Bistritz e
eventos sinistros ocorrem com ele. A conferência desse trabalho único merece a
conferência de todos que gostam ou não de um bom romance vampírico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário