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quinta-feira, 12 de julho de 2018

RESENHA HQ: Robin: Ano Um / Batgirl: Ano Um (DC Comics Coleção de Graphic Novels Volumes 45 e 48 da Eaglemoss)


ROBIN: ANO UM / BATGIRL: ANO UM (DC Comics Coleção de Graphic Novels 45 e 48)

Roteiros: Chuck Dixon, Scott Beatty, Bill Finger
Desenhos: Javier Pulido, Marcos Martins, Bob Kane, Jerry Robinson, Sheldon Moldoff
Arte Final: Robert  Campanella, Alvaro Lopez, Jerry Robinson, Sheldon Moldoff
Títulos originais: Robin: Year One - Batgirl: Year One

Após deter o Chefe Zucco, que fora responsável pelo assassinato de seus pais, Richard “Dick” Grayson embarca na ação ao lado do Cavaleiro das Trevas, o Batman. Intrépido, ágil, dedicado e, as vezes, inconsequente, o Menino Prodígio auxilia o Batman contra vários bandidos, encarando até mesmo vilões do nível do Crocodilo , Espantalho e Chapeleiro Maluco, mas quando o ex-promotor Harvey Dent, que após um incidente que desfigurou metade do seu rosto transformando-o no Duas Caras, foge do Asilo Arkham, Batman acredita que o melhor e manter Robin fora da ação, por temer por sua vida, mas devido sua necessidade de mostrar seu valor, Robin parte atrás de um dos piores inimigos do Batman e, por causa disso, sofre as consequências. Colocando em xeque sua carreira ao lado do Cruzado Encapuzado.
Passado um tempo, a jovem Barbara “Babs” Gordon, filha do capitão de polícia James Gordon, acredita que poderia iniciar sua carreira na polícia, mas não é o que seu pai espera dela. Então, sabendo que o pai não concorda com as ações da Dupla Dinâmica - o lance de “mal necessário” -, ainda mais após Batman colocar o jovem Robin como seu parceiro e pupilo, ela decide ir ao Baile de Máscara da Polícia de Gotham fantasiada como uma “Batman mulher” - parafraseando Joss Whedon -, mas, logo quando chega se depara com o ladrão Mariposa Assassina, o enfrenta e vence, para surpresa do Batman e Robin, e do capitão Gordon. Sentindo a emoção de ser uma vigilante do crime como a Dupla Dinâmica, Barbara – que terminou recebendo o título de Batgirl – busca se apromorar cada vez mais, mas o que ela não imagina é que o Mariposa Assassina está com sede de vingança e, para poder vingar-se dela, se juntará ao piromaníaco Vagalume para tentar acabar com ela e com Batman e Robin.
Por que fazer sobre essas duas edições de uma só vez? Bem, começa que ambas foram escritas por Chuck Dixon e Scott Beatty, que foram responsáveis por algumas das melhores histórias do Batman e seus parceiros no final da década de 1990 e começo do século XXI. Além disso, também temos a mão do artista Marcos Martins desenhando em ambos os trabalhos. Martins trabalha muito bem ambos os personagens, dando uma bela desenvoltura ao roteiro de Dixon e Beatty. Ele trabalha bem as cenas ágeis, com bastante ação.
Outro motivo vem do fato que estamos falando de dois personagens ligados ao Batman. Babs não foi a primeira ao usar o título de Batgirl nos quadrinhos – sendo que, após Crise nas Infinitas Terras, somente ela usou a acunha -, mas Dick não somente o primeiro a usar o nome de Robin – hoje existem mais três que já usaram, depois dele – como, também, foi o primeiro parceiro dos quadrinhos.
Quando a década de 1940 começa, Bill Finger, Jerry Robinson e Bob Kane perceberam que as revistas do Batman não chegavam a um público mais infantil, pois como a Detective Comics era uma revista policial – antes da chegada do Batman -, não interessava as crianças ler história do Homem-Morcego, dessa forma, eles decidem criar o parceiro mirim – ou sidekick – e lhe dão o nome de Robin. O parceiro é apresentado na edição 37 da Detective Comics, e toda a narrativa de quem ele é termina sendo contada. Robin inicia uma verdadeira febre de parceiros, como Bucky, Centelha, Speedy – aqui conhecido como Ricardito –, Mary Marvel, Capitão Marvel Jr., entre tantos outros. Eles surgem para ajudar o grande herói no combate ao crime. Superman, por seu o último filho de Krypton, não ganha um parceiro, mas Siegel e Shuster – seus criadores mal remunerados – contam a história de sua infância como Superboy.
Mais tarde, surgiria a primeira Bat-Girl – era assim que se escrevia na década de 1950. Sua criação foi por causa do livro “A Sedução dos Inocentes”, de Fredric Wertham, que insinuou um caso de homossexualidade e abuso infantil nos quadrinhos do Batman. Após isso, para o personagem não deixar de ser publicado, suas histórias foram suavizadas e surgiram a Bat-Woman e a Bat-Girl, que era a sobrinha da Bat-Woman e apaixonada pelo Robin. A segunda Batgirl – ou Bat-moça, como ficou conhecida no Brasil, graças a Ebal – surge após a personagem aparecer no seriado de TV Batman, sendo interpretada pela belíssima atriz Yvone Craig (1937-2015). Com isso a filha do Comissário Gordon chegava aos quadrinhos.
Com os adventos da Crise nas Infinitas Terras, muitos aspectos dos personagens foram mudados, então quando Babs se torna a Batgirl, seu pai ainda era capitão do DPGC – a caminho de se tornar comissário -, diferente de seu surgimento no final da década de 1960.
Essas mudanças, além de mostrar uma forma maior no aspecto da feminilidade da personagem, que é uma moça vestida de morcego e não um “Batman em forma de moça”, mostra o quão influenciável um adolescente pode ser, ainda mais quando sente o “gosto” da adrenalina, sendo alimentados com altas doses. Outro aspecto muito interessante de ambas histórias, é a forma de narração, como se fosse contado a partir de um “diário de guerra”. No caso de Robin: Ano Um, vemos o aspecto da narração através do mordomo fiel de Bruce Wayne, Alfred. Já no caso de Batgirl: Ano Um, vemos isso da visão da própria Barbara, sobre os aspectos de se tornar uma vigilante noturna. É uma característica típica de Dixon, como vemos em Terra de Ninguém em certos momentos, são histórias contadas do ponto de vista do personagem, seja ele o protagonista ou um secundário. Você percebe as preocupações, as angustias, os sofrimentos, os desesperos. São os mais profundos sentimentos naquele conteúdo da história.
Robin: Ano Um e Batgirl: Ano Um – ah, descobri que Dixon e Beatty escreveram Asa Noturna: Ano Um, também (será que a Eaglemoss vai lançar, em um futuro distante?) - não ficam a dever nada à ideia predecessora de contar o primeiro ano de ação de um personagem, feito por Frank Miller e David Mazzucchelli em Batman: Ano Um. São histórias que complementam o universo do Homem-Morcego e agregam mais conhecimento e conteúdo sobre os personagens que marcaram suas épocas e continuam até os dias de hoje.
As histórias adcionais, que a Eaglemoss sempre anexa ao conteúdo, falando sobre os personagens, já foram comentadas logo acima, pois eles colocam a primeira história do Robin, publicada em abril de 1940, na Detective Comics #38, escrita por Bill Finger e desenhada por Bob Kane e Jerry Robinson, onde Dick Grayson perde os pais em um acidente de trapézio após o chefão do crime Anthony Zucco cortar as cordas, pois o dono do circo não queria lhe pagar propinas, levando-o a se unir ao Batman para encarar os bandidos. E, na outra edição, eles colocam o surgimento da primeira Bat-Girl, a jovem Bette Kane, na revista Batman #139, de abril de 1961. Bette é sobrinha do milionária Kate Kane, a Bat-Woman, e decide visitar sua tia durante as férias. Ela descobre a identidade secreta da tia e deseja ajudá-la a enfrentar a organização Kobra, tornando-se a Bat-Girl, mas devido a sua imprudência mete os pés pelas mãos e termina em uma grande encrenca. A personagem desistiria da carreira de Bat-Girl – principalmente com o surgimento de Babs – e se tornaria a Labareda, integrando uma formação do Novos Titãs da Costa Oeste. Bette Kane foi criada por Bill Finger e Sheldon Moldoff.
A Coleção DC Comics Coleção de Graphic Novels pode ser adquirida em bancas e lojas especializadas, mas você também pode comprá-las no site Eaglemoss Brasil na internet ou fazer a assinatura, onde poderá adquirir vários brindes exclusivos.

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