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domingo, 4 de novembro de 2018

RESENHA HQ: Superman – As Quatro Estações (Superman For All Seasons)


SUPERMAN – AS QUATRO ESTAÇÕES (Superman For All Seasons).

Roteiro: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale
Cores: Bjarne Hansen
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2014 (BR: 2018)
Pág: 228

Quando Clark Kent descobriu, com o passar dos tempos, seus poderes, Jonathan e Martha Kent sabiam que ele estava destinado a algo maior. Quando ele chegou a Metrópolis, já como Superman, como Lois Lane o nomeara no Planeta Diário, ele atingiu essa grandiosidade, mas precisou encarar o seu pior inimigo, que desejava desmoralizá-lo e fraquejar quem ele era. Então, após seu retorno a suas origens, Clark descobriu que seu destino estava traçado e ele sempre seria o maior de todos os super-heróis.
“Superman: As Quatro Estações” é uma história do lado humano do Superman. Nela se percebe que Clark Kent é a identidade do Superman, não somente um mero disfarce, um alter-ego que ele se esconde. Mesmo quando está com o traje azul e vermelho, nós vemos Clark Kent embaixo daquele uniforme, agindo com coragem, determinação e altruísmo, constantemente. Não é como Bill fala em “Kill Bill – Volume 2”, o disfarce não esconde o verdadeiro lado do Superman, pois o Homem de Aço nada mais é do que Clark Kent com super-poderes.
Jeph Loeb (O Longo Dia das Bruxas) nos dá uma minissérie em quatro partes, desenvolvidas com quatro indivíduos da mitologia de Clark Kent/Superman, falando sobre quem ele é. Vemos Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, desenrolando uma história sobre o personagem Clark Kent/Superman, na visão deles. Vemos as preocupações desses personagens, a fascinação, a ira, a compreensão, a decepção, o carinho, em quatro histórias que demonstram os primeiros momentos de Clark Kent como Superman. É fascinante ver como Clark Kent está constantemente presente na história, mesmo quando é o Superman.
Uma das coisas que eu mais amo é quando buscam essa humanização do Superman, mostrando que Clark Kent está sempre presente, pois vem de sua criação em Smallville. Sua simplicidade, sua franqueza e sua força de caráter estão acima de qualquer super-poder que possua. Podemos ver que esse “deus” é bem humano.
Para tornar esse encadernado mais especial, ainda temos mais três histórias compostas por Loeb, Tim Sale e Bjarne Hansen. A primeira foi escrita para uma minissérie da DC Comics chamada “Solo”. Nela temos a visão de Martha Kent quanto seu filho, Clark Kent. É impressionante que Loeb nos mostra que Martha não faz diferenciação de Clark para o kryptoniano Kal-El. Ela o vê como seu filho, comparando suas características com a de seu marido. O amor e o carinho dela por Clark é imenso a esse ponto.
As outras duas histórias foram publicadas na série que Jeph Loeb escrevia para Batman e Superman.
A primeira história se chama “A História de Sam” e foi publicada em Superman/Batman #26. Nesse momento eu vou tomar um tempo maior de vocês, pois essa história é uma homenagem de Jeph Loeb ao seu filho, Sam Loeb, que partiu para o patamar de cima, após uma luta de três anos contra um câncer. Na história somos apresentados a Sam, que conhece Clark na época da escola. Sam era o único que conseguia fazer Clark rir. A história é contada por Jonathan Kent. Quando Clark descobre o câncer no osso de Sam, ele deseja que o amigo lhe conte a verdade, mas sua mãe lhe diz que ele o fará quando se sentir preparado. Quando Sam fala para Clark do câncer, ele usa as seguintes palavras:
Clark, eu tenho os melhores amigos, os melhores médicos, o melhor prognóstico, não esquente”.
Quando Clark descobre que Sam “partiu”, ele volta correndo para casa e, em uma conversa com Jonathan, este o fala:
A vida têm duas coisas que vêm com toda certeza: a gente nasce e a gente morre. E não há nada para dizer sobre nenhuma das duas. O importante é o que se faz entre uma coisa ou outra. É dessa parte que você tem controle, e é assim que você leva a própria vida”.
Sam Loeb tinha 17 anos quando faleceu e estava escrevendo a primeira história que compõe a edição 26 de Superman/Batman. Essa maravilhosa homenagem que Jeph Loeb, Tim Sale e Bjarne Hansen prestam ao rapaz, se torna verdadeiramente icônica e memorável.
Na última história, vemos o primeiro encontro de Clark Kent e Bruce Wayne, com uma das belas interpretações desse encontro, pois, na história Bruce já perdera os pais e estava de passagem em Smallville, quando Clark e Pete Ross – o melhor amigo de Clark Kent – terminam precisando pegar uma bola de beisebol que caíra perto da cerca. O lado interessante dessa história é a dicotomia dela. De um lado vemos a alegria de uma criança que, mesmo sem muitos privilégios, desfruta de uma vida plena, enquanto do outro vemos uma criança que, mesmo com todos os privilégios, sofre com a dor da perda e um desejo desesperado de justiça. Na interpretação de Hansen, a ausência de cores em Bruce Wayne demonstra bem esse lado, na arte de Tim Sale.
“Superman – As quatro Estações” é a obra completa e definitiva desse trabalho realizado a seis mãos, com o roteiro de Jeph Loeb, arte de Tim Sale e cores de Bjarne Hansen. Indispensável para qualquer coleção... ah não ser que não goste do Superman!

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