SUPERMAN – AS QUATRO
ESTAÇÕES (Superman For All Seasons).
Roteiro: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale
Cores: Bjarne Hansen
Editora: DC Comics (BR: Panini Books)
Ano: 2014 (BR: 2018)
Pág: 228
Quando Clark Kent descobriu, com o passar dos tempos, seus
poderes, Jonathan e Martha Kent sabiam que ele estava destinado a algo maior.
Quando ele chegou a Metrópolis, já como Superman, como Lois Lane o nomeara no
Planeta Diário, ele atingiu essa grandiosidade, mas precisou encarar o seu pior
inimigo, que desejava desmoralizá-lo e fraquejar quem ele era. Então, após seu
retorno a suas origens, Clark descobriu que seu destino estava traçado e ele
sempre seria o maior de todos os super-heróis.
“Superman: As Quatro Estações” é uma história do lado humano
do Superman. Nela se percebe que Clark Kent é a identidade do Superman, não
somente um mero disfarce, um alter-ego que ele se esconde. Mesmo quando está
com o traje azul e vermelho, nós vemos Clark Kent embaixo daquele uniforme,
agindo com coragem, determinação e altruísmo, constantemente. Não é como Bill
fala em “Kill Bill – Volume 2”, o disfarce não esconde o verdadeiro lado do
Superman, pois o Homem de Aço nada mais é do que Clark Kent com super-poderes.
Jeph Loeb (O Longo Dia das Bruxas) nos dá uma minissérie em
quatro partes, desenvolvidas com quatro indivíduos da mitologia de Clark
Kent/Superman, falando sobre quem ele é. Vemos Jonathan Kent, Lois Lane, Lex
Luthor e Lana Lang, desenrolando uma história sobre o personagem Clark
Kent/Superman, na visão deles. Vemos as preocupações desses personagens, a
fascinação, a ira, a compreensão, a decepção, o carinho, em quatro histórias
que demonstram os primeiros momentos de Clark Kent como Superman. É fascinante
ver como Clark Kent está constantemente presente na história, mesmo quando é o
Superman.
Uma das coisas que eu mais amo é quando buscam essa
humanização do Superman, mostrando que Clark Kent está sempre presente, pois
vem de sua criação em Smallville. Sua simplicidade, sua franqueza e sua força
de caráter estão acima de qualquer super-poder que possua. Podemos ver que esse
“deus” é bem humano.
Para tornar esse encadernado mais especial, ainda temos mais
três histórias compostas por Loeb, Tim Sale e Bjarne Hansen. A primeira foi
escrita para uma minissérie da DC Comics chamada “Solo”. Nela temos a visão de
Martha Kent quanto seu filho, Clark Kent. É impressionante que Loeb nos mostra
que Martha não faz diferenciação de Clark para o kryptoniano Kal-El. Ela o vê como
seu filho, comparando suas características com a de seu marido. O amor e o
carinho dela por Clark é imenso a esse ponto.
As outras duas histórias foram publicadas na série que Jeph
Loeb escrevia para Batman e Superman.
A primeira história se chama “A História de Sam” e foi
publicada em Superman/Batman #26. Nesse momento eu vou tomar um tempo maior de
vocês, pois essa história é uma homenagem de Jeph Loeb ao seu filho, Sam Loeb,
que partiu para o patamar de cima, após uma luta de três anos contra um câncer.
Na história somos apresentados a Sam, que conhece Clark na época da escola. Sam
era o único que conseguia fazer Clark rir. A história é contada por Jonathan
Kent. Quando Clark descobre o câncer no osso de Sam, ele deseja que o amigo lhe
conte a verdade, mas sua mãe lhe diz que ele o fará quando se sentir preparado.
Quando Sam fala para Clark do câncer, ele usa as seguintes palavras:
“Clark, eu tenho os melhores amigos, os
melhores médicos, o melhor prognóstico, não esquente”.
Quando Clark
descobre que Sam “partiu”, ele volta correndo para casa e, em uma conversa com
Jonathan, este o fala:
“A vida têm duas
coisas que vêm com toda certeza: a gente nasce e a gente morre. E não há nada
para dizer sobre nenhuma das duas. O importante é o que se faz entre uma coisa ou outra. É dessa parte
que você tem controle, e é assim que você leva a própria vida”.
Sam Loeb tinha 17 anos quando faleceu e estava escrevendo a
primeira história que compõe a edição 26 de Superman/Batman. Essa maravilhosa
homenagem que Jeph Loeb, Tim Sale e Bjarne Hansen prestam ao rapaz, se torna
verdadeiramente icônica e memorável.
Na última história, vemos o primeiro encontro de Clark Kent
e Bruce Wayne, com uma das belas interpretações desse encontro, pois, na
história Bruce já perdera os pais e estava de passagem em Smallville, quando
Clark e Pete Ross – o melhor amigo de Clark Kent – terminam precisando pegar
uma bola de beisebol que caíra perto da cerca. O lado interessante dessa
história é a dicotomia dela. De um lado vemos a alegria de uma criança que,
mesmo sem muitos privilégios, desfruta de uma vida plena, enquanto do outro
vemos uma criança que, mesmo com todos os privilégios, sofre com a dor da perda
e um desejo desesperado de justiça. Na interpretação de Hansen, a ausência de
cores em Bruce Wayne demonstra bem esse lado, na arte de Tim Sale.
“Superman – As quatro Estações” é a obra completa e
definitiva desse trabalho realizado a seis mãos, com o roteiro de Jeph Loeb,
arte de Tim Sale e cores de Bjarne Hansen. Indispensável para qualquer
coleção... ah não ser que não goste do Superman!
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